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História Crossed Histories - I Put A Spell On You


Escrita por: Gigi-do-Malik

Notas do Autor


★ Oi , oi gente - encarnei a Kéfera. Não tenho muito pra falar hoje...
Bom, queria agradecer muito por todos os comentários e favoritos, vocês me deixam muito felizes e me inspiram muito, obrigada pelo carinho! Além das mil visualizações, gente, vocês são demais <3 Vamos ter uma nova participação, e bom, vai ser bem importante pra CRH futuramente. É uma integrante da Little Mix, tentem adivinhar qual é haha

Bom, eu não estou cobrando vocês nem nada, mas minhas leitoras queridas estão desaparecendo aos poucos. Se tem algum leitor anônimo aí, se manifeste, porque me ajuda muito. Não sei se é por que a fanfic está ruim e vocês não estão gostando ou alguma outra coisa, mas tem uma diferença considerável no número de comentários. Não vou mover nada a eles, repito, mas geralmente acontece quando as pessoas não estão gostando mais. Então sejam sinceras, e leitores fantasmas, apareçam....É isso.

Ps: eu particularmente gostei muito dessa capa

Boa leitura e espero que gostem <3

☂ ATENÇÃO: Este capítulo foi reescrito e alterado.

Capítulo 9 - I Put A Spell On You


Fanfic / Fanfiction Crossed Histories - I Put A Spell On You

                                     Lânia (Europa)

— Sim — forço um riso sem graça — Pelo visto, este castelo não é tão grande como parece.

— Com o tempo, descobrirá que essa é a mais pura verdade. Principalmente nos momentos inconvenientes — Lillian lança um olhar significantemente discreto para Christopher, mas eu o vejo, ele está li. 

Viro-me para Ed que, além de parecer não estar gostando nada da nossa conversa, está com a confusão estampada no rosto.

— Nos conhecemos hoje mais cedo. Eu passei a tarde no Salão das Mulheres e lady Lillian me apresentou muitas damas.

— Pode-se dizer que temos uma grande amizade em andamento por aqui — ela concorda.

Edward suspira pesadamente.

— Com licença, Lillian — ele diz, me puxando pelo braço rapidamente com um sorriso amarelo e deixando-a para trás. Lillian dá de ombros e faz uma reverência para o vento antes de seguir em frente. 

Logo, viramos o corredor e ele abre a primeira porta que vê, jogando nós dois lá dentro. Um escritório, com um senhor de cabelos brancos e bebida na mão nos olhando assustado. 

— Cavalheiro, pode nos dar licença um instantinho? Tem minha palavra de que logo a sala estará desocupada — o homem somente assente. 

Claro, quem em sã consciência negaria algo ao futuro rei!? Além do mais, julgando seu estado e o jeito como ficou pálido rapidamente, digo sem sombra de dúvidas de que ele nunca havia estado na presença do príncipe até agora. O senhor somente se levanta, deixando seus materiais de trabalho à nossa mercê, e sai com passo apertado. 

Caio na gargalhada. Levo uma mão à boca e outra à barriga de tanto rir. Mas não dura muito mais que isso, pois ao olhar para Ed e vê-lo sério, minha risada cessa aos poucos. Lembro-me então de que não estou entendendo nada.

— Ela disse alguma coisa a você? — pergunta, trancando a porta da sala.

— Por quê? — alarmada, encaro a porta trancada com uma pontada de desespero. Ando para trás até bater na mesa de madeira, não tendo mais para onde recuar e engulo seco. 

É tudo uma grande mentira, Phoebe. Vamos, não mude tão rápido. Não confie nessa gente. Seu lugar é no condado, calmo e pacífico. 

Respirando fundo, controlo a ansiedade e sento em uma das poltronas de frente para mesa — onde Ed Sheeran se senta, apoiando o pé na poltrona em que não ocupei. Ele começa a chacoalhar a perna, demonstrando impaciência. 

— Apenas responda, tudo bem?

— Se você for especifico, posso dar mais detalhes.

Apreensiva, procuro distração nos diamantes da tiara em minha cabeça. Sigo o olhar de Christopher até minhas mãos, mas ele logo suspira e volta a olhar para meu rosto.

— Ela disse algo sobre mim?

— Por que ela diria algo sobre você? Temos um motivo aparente para tal questionamento?

— Nenhum que seja relevante — ele pega minhas mãos e coloca entre as dele — Apenas não acho que lady Lillian seja boa companhia para você, Phoebe.

Seus olhos imploram compreensão, mas não me deixo enganar. Que história mal contada!

— Bom, tenho certeza de que ela é extremamente legal — retruco.

Levanto, desatando nossas mãos e começo a circular pela sala. Edward fica imóvel por uns instantes. Se ele está com ciúmes da milady Lillian Comiotto, não precisa se incomodar com isso, eu nunca trocaria nossa amizade nem por duas mil Lillian’s.

— Ouvi dizer que ela se deita com vários homens do palácio — sua voz surge de repente, dura como pedra e fria como gelo. Ed se levanta e, novamente, pega minhas mãos. Olha em meus olhos e se prepara para dizer — É por isso que acho que não deveriam andar juntas. Qualquer mulher do palácio, menos ela. Por favor. Não queria te contar desse modo, mas não houve escapatória. 

Processo a informação por alguns instantes, respirando pela boca e com os músculos tensos. Não pode ser, Lillian se mostrou tão legal. Dormir com homens fora do casamento realmente é um pecado, não é?  

Oras, mas que pergunta desnecessária, Phoebe Bailke. Não esqueça seus valores. É óbvio que é um pecado! Ao menos para as mulheres....

É bondade de Edward contar isso, não é responsabilidade dele. Céus, eu poderia ter ficado mal falada caso as coisas continuassem a avançar! Fofo e protetor, a cara do Ed que eu conheci anos atrás. Pelo visto, ele não mudou muita coisa. Extasiada, abraço-o fortemente e sou bem retribuída. Sendo mais alto que eu, Ed apoia seu queixo em minha cabeça. Nos entrelaçamos em um abraço tão apertado que posso ouvir as batidas ritmadas de seu coração.

Suspiro, triste e aliviada.

— Desculpe — ele sussurra.

{...}

Viro o corredor, já com um rumo especifico, mas com aquele abraço tomando cada parte disponível da minha cabeça. Por que eu o abracei!? Não foi esse mesmo ato que condenei ontem, quando cheguei? Não, não posso me tornar uma delas tão velozmente. É surreal.

Entro, então, no Salão das Mulheres, lugar destinado à todas as damas de honra da rainha e às convidadas de passagem — posto em que me encaixo. A entrada de cavalheiros, qualquer tipo de homem, está restritamente proibida. Até mesmo o rei e os príncipes estão impedidos de entrar sem a autorização da rainha Adelaide ou das futuras princesas.

Imediatamente ao entrar, posso ver Lillian conversando com outras duas damas — ambas vestidas de vermelho — no lado direito da sala, perto de uma grande e calorosa lareira. Ela ainda veste seu vestido verde luxuosamente simples e quando me vê passar pela porta, sorri.

Confiando cegamente em Edward, faço o que ele pediu. Ignoro seu sorriso e rumo para o lado oposto, juntando-me a um grupo bem maior de garotas que estão conversando. Sou muito bem recebida, mas somente quando me inteiro no assunto, entendo o porquê. 

— Ei, o que acha do Príncipe Edward, Phoebe? — Alexa, uma das damas nobres do palácio, pergunta.

— Ele é bonito — dou de ombros, confusa. 

— Somente isso? — fica espantada. Assinto e ela leva as mãos ao peito, fazendo uma grande cara falsa de descrença e provocando algumas risadas. 

— Suas luvas são lindas — elogio, tentando mudar de assunto.

— Obrigada. São importadas, vieram da França — como eu já imaginava, começa a se gabar.

Todas as garotas começam a fazer elogios e perguntas para Alexa, como de que cidade vieram ou o nome do vendedor. Mas uma das meninas que está ao seu lado faz careta para mim.

— Boa tentativa, lady Phoebe, mas não conseguirá mudar de assunto tão fácil — abre um sorriso largo, chamando atenção para a conversa anterior.

— Há há — fico sem graça.

— Você é a melhor amiga dele, conte-nos como ele é! — exclama, quase indo até a Lua de tão empolgada. Pelo rosto, sei que ela é uma das damas que vivem aqui, assim como Alexa e Lillian, mas não recordo-me de seu nome. Droga

— Bom, talvez ‘melhor amiga’ seja um termo muito forte para quem passou tanto tempo longe — tento, sem sucesso, me esquivar da falta de privacidade.

— Oras, não seja tola. Você é quem o conhece melhor nesta sala — mais de uma dúzia de cabeças concordam. Meus olhos rolam pelo Salão, como se quisessem confirmar essa informação e vão parar em Lillian, que também me olha, como se soubesse exatamente porque eu estou olhando para todos os lados. 

Engulo seco.

— Hm, é....

— Jade Thirlwall.

— Tudo bem Jade, hm.... O que vocês querem saber? — balanço  a cabeça, derrotada.

— Tudo, cada detalhe! — uma voz vem do meio da roda, mas não consigo identificar quem. Somos em torno de quinze meninas fofocando sobre o príncipe, é difícil dar conta de todas. 

— Primeiramente, ele é atencioso, uma qualidade fácil de se notar — tento me lembrar das coisas mais óbvias para que assim elas me lembrem das mais complexas — Superprotetor, tem um ótimo cheiro, posso dizer — elas riem — Ed é bondoso e seu maior desejo é ser um ótimo rei quando assumir o trono...

Reparo que a cada palavra proferida, elas parecem suspirar mais e mais. Não consigo entender, afinal Ed pode ser um príncipe, mas continua agindo como uma pessoa normal. É um ser humano com falhas, qualidades, manias... Ou talvez eu só pense assim porque cresci sendo uma igual à ele, uma princesa

Claramente, muita coisa mudou dentro de mim.

— Parece que alguém aqui repara demais nas qualidades do Príncipe — Grace, outra moça que conheci mais cedo, comenta entre risos.

— Sou apenas uma observadora nata — pisco um olho.

Sinceramente, essas moças — dos mais variados lugares e com jeitos e personalidades diferentes — me agradam. Eu gosto delas, de todas. Caso vá embora e não volte para ficar, ou então nem volte, sentirei falta da companhia de pessoas que me entendem e se divertem com os mesmos passatempos que eu. Se eu chegar a morar aqui futuramente, como Dama da esposa de Edward — imagino que ela leve nossa amizade em consideração —, adorarei a atmosfera agitada e feliz. É impossível continuar irritada ou de mal humor por aqui durante muito tempo. E claro, ainda poderia trazer Barbra comigo.

— E a rainha? Quem acha que ele poderá escolher? — Oh Jade, não entre em assuntos delicados, por favor. 

— Não sei, realmente não conversamos sobre isso — rápida e curta, pretendo evitar esse assunto o máximo que puder.

— Sério, nem um pouquinho?

— Alexa, Alexa.... — advirto, em tom de brincadeira.

Depois de mais alguns minutos, percebo que a conversa nunca fica mais de cinco minutos com o mesmo assunto — um fator altamente agradável para mim.

Ouve-se, então, o ruído da gigantesca porta do Salão das Mulheres, por onde uma criada apressada entra, carregando uma bandeja. Provavelmente, toda e qualquer mulher presente ali segue-a com o olhar até Lillian e as outras duas damas. A porta fica escancarada e enquanto a serva cumpre sua função, muitos pescoços curiosos se esticam para ver se há algo ali. Logo, o som de suspiros derrotados soa, assim como alguns surpresos. 

A criada faz uma reverência para Lillian e estende a bandeja. Ela sorri e pega o pedaço de pergaminho estendido com graciosidade. As meninas do lugar parecem fascinadas com a elegância da lady Comiotto, admito, eu também estaria se Ed não tivesse me contado algumas verdades mais cedo. A única coisa que posso afirmar sobre ela, com certeza, é que sua família é a mais nobre de todo o reino, perdendo apenas para a família real. As mulheres de sua linhagem são as mais antigas damas e conselheiras — que, por acaso, no reinado do rei Charles e da rainha Adelaide, são somente três famílias  — das rainhas. O que quer dizer que suas tataravós e as tataravós de suas avós foram damas de honra e conselheiras da alguma rainha também. 

Intimidador para qualquer um. 

Ao ler, Lillian sorri e sai junto com a criada. O baque surdo que a porta produz é o suficiente para me tirar de um grande devaneio.

— Vocês viram? — as garotas que estavam com ela correm eufóricas até nós.

— Vimos o quê? — Jade pergunta, curiosa. Com certeza, é o que todas nós queremos saber.

— O príncipe Edward XVIII acaba de chamar Lillian para fora — dizendo isto, os dois pares de olhos fitam-me com superioridade. Mas o quê?

— De novo? — Alexa revira os olhos, fazendo uma cara terrível de tédio. 

— Como assim de novo? — viro-me para ela, espantada. A pergunta sai involuntariamente de minha garganta. Isso já aconteceu mais vezes? O que houve com o monte de barbaridades que ele acabou de me dizer sobre lady Comiotto? São mentiras? 

— Phoebe, ficaria surpresa de saber quantas vezes isso já aconteceu — Grace se pronuncia, inconformada e com a mesma expressão de Alexa. Jade fica com a mesma cara. O que está havendo aqui?

— É — a garota de vermelho que ainda não falou, finalmente diz algo. Não que ele tenha sido proveitoso ou bom — Parece que você nunca foi realmente a preferida do príncipe, querida Ebe. 

Sua voz tem um tom debochado. E as únicas pessoas chamam por esse apelido são Barbra e Edward, como ela descobriu, então!? Todos falam apenas Phoebe ou Pho. Não consigo evitar: bufo, sentindo um nó se formar lentamente em minha garganta. 

Edward Sheeran point of view

Assim que saímos da sala, deixo Phoebe próxima ao Salão das Mulheres e sei, sei com toda certeza do mundo que Lillian já estará por lá. Mas que droga! Será que essa mulher não pode parar de encher minha paciência por um segundo sequer? E a desculpa que dei para Phoebe, que porcaria foi aquela? Quer dizer... Não é totalmente mentira. 

Mas também não é como se eu fosse todo o castelo!

Não posso evitar rir depois de pensar nisso, mas não uma risada espontânea e alegre e sim uma extremamente irônica. Então tenho a não tão brilhante ideia de fazer como em todas as vezes, quando tudo parecia mais simples entre mim e Lillian: chamar uma criada qualquer que passa por onde eu estiver e pedir tinta e pergaminho, assim ordenando que entregue à Lillian. Não vou muito longe enquanto espero a criada voltar, fico ali mesmo, ao pé da porta. Essa é uma coisa que eu nunca havia feito, esperar por ela onde a vista das pessoas alcançam, mas se quero parecer intimidador, não posso facilitar. Ela precisa entender que há algo errado aqui. 

E, se preciso, jogarei em uma via de mão dupla.
Não deixarei que Lillian toque em nenhum, nem no mais pequeno fio de cabelo de Phoebe. 

Comiotto vem até mim, logo atrás da serva. Seus lábios pregam um sorriso perverso, como se já esperasse esse ato vindo de minha parte. Ela está jogando, eu sei disso. Lillian adora jogos. Talvez o único problema seja que nenhum de nós dois sabemos até onde ela é capaz de ir para conseguir o que quer. Mas sabe, às vezes eu consigo ser tão imprevisível quanto ela. 

— Parece que não está surpresa — comento, quebrando o silêncio. 

— Com certeza, não — mais uma vez, seu rosto angelical me deixa em total perdição. A famosa vontade de agarrá-la ali mesmo bate à minha porta e tenho que controlar cada parte de meu corpo que me manda fazer o contrário do que o cérebro está ditando — Sabe, acho que quem ficou realmente surpresa foi sua querida amada! Você não pensou nem um pouco no quanto esse ato repentino a deixaria chocada, Edward? Aposto que falou coisas horríveis sobre mim para afastá-la.

Sútil e afiada, como uma adaga.

Seguro seu braço de forma brutal assim que vejo a criada virar o corredor, sinto que meus olhos devem estar pegando fogo com o tamanho da raiva que me atinge.

— Não toque um dedo nela — falo pausadamente, com tanta intensidade que posso ouvir meus dentes rangerem.

— Ed, está me machucando — ela grunhe com raiva, mas posso ver seus olhos desesperados rolarem até os guardas, que somente se mexem desconfortáveis. Não, eles não podem salvar a donzela em perigo se o vilão for o próprio  (futuro) rei deles.

— Você entendeu, Lillian? — aperto mais seu braço e vejo seu olhar descer até meus dedos, que já estão ficando brancos por causa da força — Ou será que precisarei repetir?

 — Claramente, príncipe — abaixa o rosto e a solto, direcionando meu olhar para os guardas. Sei que na primeira oportunidade eles comentarão com seus colegas sobre o ocorrido pelas minhas costas. E não quero ter fama de mal falado nem de violento por motivo algum, porque eu não sou assim. 

Mas foi tão fácil assim? Eu esperava mais resistência da parte dela....

— Bom, espero que estejamos entendidos, milady — tento encerrar a conversa enquanto ainda há tempo, antes que ela pense em mudar de ideia. Dou-lhe as costas e rumo até a ponta do corredor. Deus sabe o quanto é difícil desapontar essa garota. 

Eu sei, estou rendido a ela. Mas estou fazendo isso por Phoebe, nenhum de nós dois tem culpa do contrato e não quero que ela se envolva em encrencas porque me apaixonei por uma mulher que não posso ter. Isso não é um ato de amor para com ela, é para Lillian — que tem uma inclinação louca para fazer coisas erradas quando se zanga ou quer conseguir algo. É um modo sujo de fazer isso, mas contando que ela fique longe, posso conviver com minha consciência. 

Porém, não espero que ela entenda que minha forma de amar seja diferente da sua.

Sua voz chama meu nome, manhosa, e paro meus movimentos antes mesmo que pudesse raciocinar sobre eles. 

— Você não liga, eu sei. Está doido para se livrar dela, é apenas um contrato. O melhor jeito de chegar em uma pessoa e atingi-la em cheio é fingindo que é amiga, Edward. Mantenha os amigos perto e os inimigos mais ainda — sua voz adquire um timbre sombrio, assim como seus olhos verdes — Se lembra disso, Sheeran?

— Você é louca — nego para mim mesmo — Não torne as coisas mais difíceis do que já são, Lillian. Nós dois sabemos o que precisamos fazer e qual área de nossas vidas devemos sacrificar.

— Não conte com isso, pois não desistirei tão fácil.

Então, ela caminha com passos pesados até mim e para quando ficamos cara a cara. Com a face de quem sabe exatamente o que está fazendo, deposita um selinho em meus lábios. 

— Sou somente sua, assim como serei para sempre, Edward. Basta apenas dizer as palavrinhas mágicas. Qualquer dia, qualquer hora — sussurra ao pé do ouvido, causando arrepios por toda parte. Penso no que mais poderia acontecer para piorar as coisas e, bem nesta hora, recebo uma mordida no mesmo lugar.

Suspiro pesado. 

Lillian vira os calcanhares e sai andando, como se exatamente nada tivesse acabado de acontecer. Caminha decidida como o diabo. Quantos acontecimentos faltam para que essa mulher me deixe a ponto da loucura!?

.........

Eu coloquei um feitiço em você
           Porque você é meu

É melhor você parar de fazer o que faz
          Eu não estou mentindo

Eu te amo de qualquer maneira
               E eu não me importo, se você não me quiser
          Eu sou sua agora

Você me escuta?
           Eu coloquei um feitiço em você
       Porque você é meu
                                  I Put A Spell On You - Annie Lennox

.........

                                       Lavern (Europa)

Phoebe Bailke point of view

Cada mínima parte do meu corpo dói  — e arde — quando acordo. Levo minhas mãos ao rosto e noto que ele parece estar enorme. Esfrego os olhos inchados e sinto ciscos caírem nele, analiso rapidamente as mãos e percebo ser terra. Não posso me lembrar de nada que tenha causado tal estado além da grande e calorosa missão de merda que venho estado. 

De um modo bom, o lugar em que eu estou deitada é incrivelmente macio. Sinto que tive um bom tempo de sono, mas ainda assim continuo me sentindo irredutivelmente cansada.

Olho ao redor e não reconheço nada. Levanto assustada e assim que meus pés tocam o chão de madeira frio, percebo também estar descalça. O aposento é grande e simples, nada muito luxuoso. Um espelho acima da cômoda chama minha atenção e quase corro até lá para verificar meu reflexo. A visão é aterrorizante. 

Eu, definitivamente, estou horrível. Há tempos não fico assim, num estado tão deplorável. A última vez que recordo ter acabado com a aparência parecida, foi quando fugi do castelo para me rebelar; Barbra e eu não sabíamos como nos virar e os primeiros dias foram os piores. Na segunda semana, quase morremos envenenadas por uma frutinha não comestível.

Espio o quarto mais uma vez e noto duas portas, uma no canto direito da parede da cômoda e outra a minha esquerda — onde, por toda a extensão da parede, há somente ela. O quarto não é tão grande, então acabo optando por checar primeiro a da direita. 

Ao empurrar a porta de madeira, me deparo com uma banheira limpa e cheio de baldes ao seu redor, a água não deve estar quente ou morna, mas diante de todas as dificuldades, é um avanço e tanto. Deduzo então que a outra porta é minha saída, mesmo que eu não queira sair de onde tem uma banheira com água e uma cama quente e com cobertores. Viro os calcanhares e notando o quão mal reparei as coisas, vou parar perto do baú ao pé da cama — que dispõe de um vestido simples de camponesa, porém muito bonito e bem bordado e sapatos ao lado. Finalmente, vestirei um vestido novamente. Não será igual aos de antigamente — assim como nada vai voltar a ser como naquela época —, mas sim igual aos de Emma e Malena. 

Emma e Malena!

Ambas vêm em minha cabeça como um raio e de repente, lembro onde estou. Outras memórias desordenadas se seguem, atropelando todas as chances que eu tenho de ser racional. Então, quando dou por mim, estou tonta e cambaleando, com lágrimas brotando nos olhos. Eu me recursarei a derramá-las? Deixariei que os eventos me abalem?

Então, na pior decisão que poderia tomar de cabeça quente, formo todo um esquema mental e decido apoiar a causa das bruxas.

Não posso me esquecer quem são os verdadeiros inimigos e onde eles se escondem. Atacaremos o castelo o mais breve possível.

{...}

— Como está se sentindo? — Max pergunta antes de todos, quando finalmente resolvo dar as caras e aparecer na sala. Ele se levanta ao perguntar, seu semblante se enrijece e vejo a mesma coisa acontecer com cada presente ali.

— Cansada — respondo, minha voz soa frustrada.

Barbra abre a boca para falar algo, mas logo se cala e repete o ato ao menos mais duas vezes. Porém não diz uma só palavra, parece até esquecer como conversar. No fundo, entendo ela. Minha vontade é de enterrar-me em um buraco, passar uma esponja pesada em todas as memórias, costurar minha boca e partir desse mundo.

— Deve estar com fome, não é? Foi uma longa noite, realmente longa — Malena quebra o silêncio. Isso me parece mais uma afirmação do que uma pergunta, mas mesmo assim assinto. 

Ela passa os braços por minha cintura e assim seguimos juntas até a cozinha. Sento na cadeira da mesa quadrangular e esperei que ela prepare algo.

— O que gostaria de comer?

— Sendo comida, engulo qualquer coisa.

Meus amigos riem, sabendo que já perdemos as contas de quantas vezes estivemos prestes a comer até mesmo terra para saciar a fome. Por sorte, isso nunca chegou a acontecer. Além do mais, quero quebrar a tensão no ar. Sei que fui uma péssima adulta ontem, dando demasiado trabalho a quem não tem nada a ver com minha vida pessoal. Uma noite como ontem não acontece desde que era adolescente. Bom, não naquela intensidade.

Apoio minhas mãos na mesa e seguro meu olhar nelas, notando que estão machucadas e vermelhas. Mais uma memória: soquei a árvore vezes seguidas, rolei no chão, bati em Max e Norman até ficar inconsciente e cair desacordada no chão. Abaixo minha cabeça, sentindo as bochechas queimarem feito fogo.

Algo se senta ao meu lado e esgueiro os olhos. É apenas Norman, fitando minhas mãos como eu fazia alguns segundos atrás. Ele pega cuidadosamente e beija uma por uma. Não posso evitar o sorriso sem graça, sem vida. Apesar de crescer como um cara sem status, Norman é um dos homens mais cavalheiros que já conheci — porque executa seus atos bons naturalmente, não é algo forçado e nem que veio de educação; é algo que vem dele. O incrível é que ele também consegue ser durão quando necessário.

— Não se preocupe — ele sussurra, baixo o suficiente para que somente eu possa ouvir. Parece ter lido meus pensamentos, como em todas as outras vezes. Fecho meus olhos e levanto nossas mãos, ainda dadas, repetindo seu ato e beijando ambas.

Vejo que Emma, que está ajudando Malena com a refeição, vira a cabeça em nossa direção para olhar a cena. Um pequeno e singelo sorriso brota de seus lábios e ela volta a atenção para o que estava fazendo antes, como se essa fosse uma cena normal para o mundo. Então tenho certeza de que seus ouvidos estão apurados em nossa conversa.

 Barbra e Max não demoraram para juntar-se a nós. Depois de alguns longos minutos de silêncio — somente com uma troca de olhares interminável, Malena coloca um prato à minha frente. Nele há um pão partido ao meio, com as duas fatias separadas por um grande e saboroso cacho de uva. Logo depois, ela traz uma taça de vinho.

— Tentei fazer algo bonito e esquematizado — ela ri — Mas não tenho muito para preparar neste momento. Coma tudo!

Apenas assinto, vendo o quanto sentir o cheiro de comida de verdade e de um copo de vinho atiçam a má alimentação que venho tendo. Deve ser por este motivo que sinto que o gosto está excepcionalmente maravilhoso, quase a melhor comida que já ousei provar. 

— Ei, vocês não irão comer? — pergunto depois de notar que todos apenas me observavam. Bom, demorei a perceber. É estranho que eles não estejam com tanta fome quanto eu, afinal temos passado pela mesma coisa juntos há muito tempo. 

Barbra respira fundo.

— Já comemos, amiga.

— Sério? — pergunto, surpresa.

— Digamos que você demorou um pouco mais do que o esperado para acordar — Emma diz, bebericando um pouco da taça em sua mão.

— O que quer dizer?

— A noite... — Max começa, mas fica totalmente sem jeito e atrapalhado — Phoebe, você estava dormindo durante dois dias inteiros.

Fico boquiaberta e minha garganta não consegue emitir som algum.

— Pode-se considerar normal depois de uma noite como aquela — Malena tenta me tranquilizar. Mas, na verdade, o resultado desejado não surte efeito.

Continuo estupefata, como se tivesse acabado de levar uma bofetada na cara.

Então, naturalmente, as coisas fazem mais sentido: porque Emma ainda não foi grosseira, Norman estar tão compreensivo — num nível acima do normal, Barbra ter ficado vários minutos sem palavras — e ela sempre sabe o que dizer, quando dizer e a quem dizer sempre tendo opinião formada sobre tudo, e bom, Max sem reação — isto, na verdade, acontece com mais frequência que os itens anteriores.

— Você está bem? — Barbra pergunta.

— Estou — minha voz soa longe, muito longe. Mas logo arrasto a cadeira sobre a madeira, causando um ruído que assusta a todos, até mesmo a mim. Respiro fundo e mexo os braços, fingindo euforia — São águas passadas.

Vejo os olhares surpresos ali, menos um, este não está nada surpreso. Na realidade, parecia querer me queimar viva, provavelmente, conhecendo as circunstâncias suficientemente bem e sabendo que eu sempre, sempre e sempre faço a mesma coisa quando fico desapontada: minto para todos, até a mim mesma, para espantar a dor e o sofrimento. Mesmo que eles venham com mais força depois, junto à enxurrada de sentimentos. 

Pois bem, não me deixo abalar. Nunca entregue uma guerra, Phoebe. Nunca.

— Quando vamos invadir o castelo? — continuo, com um sorriso malicioso. Talvez isso sim tenha deixado ela, finalmente, surpresa.

E talvez, apesar do golpe e da dor latejante em meu coração, também tenha me deixado surpresa ao ouvir minha própria voz dizer essas palavras com tanta convicção sem mudar de ideia quase imediatamente.


Notas Finais


Playlist: https://www.youtube.com/watch?v=3TrSMaOZm3Y&list=PLA-tSOmDx5ECxYzB0fMLCCwIQCA88KEmI&index=9

OBS: Desculpem-me pela quantidade exagerada de POV's do Edward, realmente não foi intencional — meu objetivo era bem menos; mas acabou sendo realmente necessário. Espero que compreendam isso.

Bom, aqui estou de novo.
Decidi de última hora que vou dedicar esse capítulo para dar "spoilers" e explicar a fanfic nos comentários, então se vocês têm alguma dúvida me avisem que eu respondo. Normalmente já faço isso, mas bom... se quiserem é só pedir.
Estão muito bravas com a Lillian não estão? QUERO REVOLTAS NOS COMENTÁRIOS KKK
Awn Liam <3 Tipo, vou dedicar pra ele essa bagaça aqui; mesmo adiantado s22

Indicações do capítulo:

The Lucky One, da @Thory . Bom, eu já divulguei The Royals da @thory aqui kk mas ela lançou uma fanfic nova essa semana e eu preciso divulgar ela <3 É muito boa gente, super recomendo. Vitória melhor pessoa s2 Ela é com o Zayn e é super diferente de tudo o que vocês estão acostumadas a ler. É baseado em um livro chamado a Lista Negra...
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-katherine-mcnamara-the-lucky-one-3878672

E Unsound Mind, da @loveless-, com o Harry. Também já divulguei uma fanfic da @loveless- , que se chama My Black Bluter, que super recomendo de novo u.u Mas essa também é nova e muito boa. As fanfics dessa amiga minha são muito intrigantes e sempre envolvem suspense. Se estão procurando uma fanfic boa com uma sádica literalmente louca por Harry Styles essa é a fanfic certa <33
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-one-direction-unsound-mind-3845833

Espero que tenham gostado e tirem suas dúvidas. Comentem, por favor.
Como não tenho nada importante para falar vou indo e.e
Até o próximo! PayneKisses XxGigi ღღღღ


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