História Crossroad - Carry on, Pt 2.

POV Lauren.

Já havia acabado de ajudar Camila a guardar algumas lembranças que ela queria levar, seja lá onde a gente acabe parando. Eu estava prestes a entrar numa vida totalmente diferente do que estávamos acostumadas embora já tivéssemos conhecimento das criaturas que vivem no nosso mundo.

Parei para pensar que estaria me tornando uma caçadora. Não, eu estava naquilo unicamente por Camila, eu iria a salvar e juntas iríamos começar uma nova vida em um outro lugar.

Os irmãos conversavam no andar de baixo com a Latina então aproveitei para tomar um banho enquanto Bobby não chegava, nós não o conhecíamos, mas os rapazes falavam muito bem dele, era como se ele fosse um segundo pai para eles.

Enquanto a água quente que saia do chuveiro molhava meu corpo me permiti fechar os olhos e por um instante as lembranças do acidente e de ter acordado numa cabana no meio do nada me dominaram, abri os olhos no mesmo instante com o susto. Foi um banho curto, por sorte minha fala com roupas ainda estava no quarto, logo coloquei roupas básicas, nada muito gótico como todos estavam acostumados, xadrez vermelho, jeans e coturno preto.

Enquanto terminava de me vestir escutei buzinas e Camila me chamar, peguei o que restava e desci. Na frente da nossa casa estava o reboque e descendo dele um homem alto, que aparentava ter uns 50 anos e barbudo roupas surradas. Ele devia ser Bobby Singer de quem os rapazes falavam e logo foram ao encontro.

- Lauren, Camila. – Nos chamou Sam. – Esse é o Bobby.

- É um prazer o conhecer. – Disse Camila como sempre doando sorrisos. – Os rapazes falam muito bem do senhor.

- O prazer é meu. – Disse o senhor apertando a mão da Latina. – Mas por favor me chame de Bobby, “Senhor” me faz sentir velho.

Todos riram e eu me aproximei.

- É um prazer, Bobby. – Estiquei a mão para ele que logo a apertou.

- O prazer é meu. – Disse o homem. – Você deve ser Lauren, a dona do mustang amassado.

- Sim, amassado por enquanto. – Disse olhando para o que restou do meu bebê.

- Pretende o consertar? – Disse o mais velho surpreso.

- Com certeza.

- Agora sei porque Sam comparou você ao Dean. – Disse em meio a uma risada.

Antes de irmos todos entramos e conversamos sobre como seria tudo, onde ficaríamos e tudo mais.

Chegamos a conclusão que ficaríamos em uma casa que Bobby nos ofereceu perto da dele e seu ferro velho, já que não queríamos ficar em sua casa e o incomodar.

Logo colocamos nossas coisas no impala, Camila escrevia o documento da imobiliária e iria entregar na casa de vizinhos para quando viessem buscar, fiquei dentro do impala para que ninguém me visse. Os irmãos ajudavam Bobby a por meu carro no reboque e logo após colocarem vieram ao carro e depois Camila que senta ao meu lado no banco de trás.

Pegamos a estrada, nos primeiros vinte minutos Camila acabou pegando no sono, ela dormia serena, como uma criança, e provavelmente se afundava em seus sonhos, como sempre.

POV  Camila.

SONHO.

Acordo no deitada no banco de trás do impala sozinha, me levanto e observando pelas janelas estava no meio do nada. Saio do carro e tudo que vejo é uma estrada, o sol estava escaldante, logo tiro a jaqueta jeans e amargo na cintura.

- LAUREN! SAM! DEAN! – grito mas não havia nada por perto não tinha de onde saírem.

Entro no impala e para minha sorte a chave estava nele, só precisei ligar, enquanto dirijo pela estrada vazia, aparentemente abandonada, abro o porta-luvas na esperança de haver um celular ali, só tem um relógio, aparenta ser novo, porém não funciona. Droga.
Tento ligar o rádio e tudo que escuto é um barulho falho. Começo a acelerar esperando chegar a algum lugar rápido, qualquer lugar.

Após quase dez minutos dirigindo em linha reta vejo o que parecia ser uma encruzilhada, um mercado de estrada em umas das curvas, seguindo reto há um carro capotado e seguindo para o centro da encruzilhada há uma trilha de sangue e uma pessoa. Chegando mais perto tenho um choque ao reconhecer o carro, que era o mustang de Lauren, ao chegar mais perto e parar o carro na encruzilhada noto que a pessoa é uma mulher, com vestido branco e ensanguentada.

Me aproximo da mulher que tinha suas costas viradas para cima e mudo sua posição, colocando rosto para cima. Senti meu coração apertar forte no meu peito ao ver o rosto de Lauren, ela estava morta, era um pesadelo, preciso acordar.

Estou de joelhos estáticas ao lado do corpo da morena quando sinto sua mão segurar a minha e minhas lágrimas se acalmarem. Seus olhos tentam se abrir, e ao se abrirem não me deparo com suas esmeraldas e sim com os olhos de demônio, negros.

- La-Lauren. – Chamo-a assustada.
- Camila, você precisa aprender. – Ela disse calma se sentando e virando-se para mim. – A manter o que está morto, morto.

Sinto algo perfurar meu peito e sinto uma dor imensa, ainda pior por ver Lauren com um punhal em mãos perfurando meu coração e assim que ela puxa com violência.

FIM DO SONHO.

POV Lauren.

- Camz, hey. – Digo a balançando no meu colo porque pelas suas expressões estava tendo um pesadelo. – Acorde!

Vejo uma Camila assustada acordar em um pulo com a respiração forte, ela me fita assustada e isso me assusta.

- Você está bem? – Pergunto preocupada. – Com o que sonhou?

Ela olha para os lados como se estivesse checando se estava tudo no lugar.

- Palhaços. – Ela responde depois de uma pausa. – Malditos palhaços.

- Palhaços? – Dou uma risada. – Achei que tivesse superado esse medo.

- Olha só Sammy. – Disse Dean chamando nossa atenção enquanto dirigia. – Não é só você que tem medo do Ronald McDonald.

- Haha, Dean. – Sam revira os olhos. – Isso não é engraçado.

Desvio minha atenção de volta a Camila que estava se recuperando.

Eu estava querendo aproveitar e tirar algumas dúvidas com Camila tive que esperar um tempo até ela se recuperar.

- Camz? – Chamo sua atenção que estava focada em algo fora do carro. – Preciso tirar algumas dúvidas, coisas que não tive tempo de perguntar.

A latina engoliu seco porque certamente não queria falar sobre ali, mas já era hora.

- Qual a dúvida? – Ela perguntou focada em mim.

- Quem é a Allyson e como a conheceu? – Pergunto, e isso acaba chamando a atenção dos rapazes.

Ela demorou um tempo para responder, seu olhar desviava entre mim, Sam e o olhar de Dean no retrovisor.

- Ela é um demônio. – Ela respondeu direta, e confirmou minhas dúvidas.  – Ela me ouviu no bar e ofereceu ajuda.

Vejo Dean balançar a cabeça em negação enquanto dirigia e Sam nada fez. Eu fiquei sem saber o que responder.

Mas eu já tinha o primeiro nome, já sabia de quem eu teria que ir atrás.
Espere por mim Allyson.