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História Cruel Crown - Trinta e Sete


Escrita por: vixxoluxion

Notas do Autor


meus anjos, onde vcs foram parar?????? eu tmb tô com medo de dar uma sumida dsnfjfw semana de provas, e tudo mais... mas não me abandonem!!!! PLEASE!
Esse capítulo de hoje é mó bonitinho, vai... Não percam.
Obrigada <3 amo vcs

Capítulo 37 - Trinta e Sete


Fanfic / Fanfiction Cruel Crown - Trinta e Sete

No carro, voltando para a casa de Tao após mais um dia de trabalho, eles conversavam sobre a viagem à Londres. Ambos tinham adorado aquela viagem incrível, Chase até chorara ao partir, no aeroporto. Eles voltaram todos no mesmo avião, pois compraram passagens para Malibu todos juntos.

—Chase...

—Sim? – ela respondeu, com o olhar distante e um sorriso fraco.

—Você já... – ele parecia procurar as palavras certas para dizer – Você já pensou... No depois?

—Como assim? Seja específico, Taiyang – o sorriso dela abriu mais um pouco.

—Você já pensou no que vai acontecer depois de... Depois de tudo isso? Já pensou no que vai fazer, no que vai querer? – quando eles adentraram a garagem Chase já pensava numa resposta, enquanto Tao estacionava com cuidado.

—Bem. Eu não acho que tenha pensado em nada. Mesmo a essa altura do campeonato – Chase estava disfarçando, mas era impossível medir a felicidade que sentia em saber que Tao tanto sabia quanto queria que aquilo acabasse. – Mas... De um jeito ou de outra, como uma coisa ou outra, eu quero ter você na minha vida. Até o final, está bem?

—Claro! E o mesmo para você, ok? Nem pense em se esgueirar por aí e sair da minha vida sorrateira e nem bruscamente  – ele estava feliz em ouvir aquelas palavras.

Eles desceram do carro e entraram na casa. Chase queria muito descansar, então ficaria com ele por alguns minutos e depois iria para casa, para tomar banho, comer algo, provavelmente assistir um episódio daquele... Dorama que Baekhyun estava gravando, ou um filme de D.O. ou Suho. Ou quem sabe algum filme de Lay? Bom... Ela só queria descansar – sozinha por um tempo. 

Todos estavam em Tóquio no momento, Lu estava em Xangai e Kris estava no Canadá – o que deixava apenas Chase Chase e Tao em Malibu, porque Thomas e Bruce estavam em Londres. Lá na Inglaterra, eles discutiam um jeito de derrubar o Burns, enquanto boatos sobre a aparição de Evan com os King se espalhava.

—Huang?

—Sim?! – ele gritou do banheiro, que tinha a porta aberta, já que Chase estava no quarto, deitada na cama, esticando as pernas.

—E você? Já pensou no "depois", já que me perguntou?

Ele estava quase terminando o banho, então se apressou um pouco mais, e enrolado em sua toalha, apareceu na porta do quarto, encostando as costas no batente, e esticando os braços para tocar o outro lado. Aquela era a pose de alguém pensativo, de certo modo.

—Já. Muitas vezes.

—Desde quando? – ela quis saber, com os olhos ameaçando fechar.

—Desde... Aquela noite. Quando você dormiu – ela abriu os olhos e sorriu para ele por alguns segundos – eu fiquei acordado por um bom tempo... – Ele pigarreou e finalmente olhou para ela também, com um esboço de sorriso. – Eu pensei em quase tudo. Casamento, crianças, casa, trabalho – tudo mesmo. Só que... Eu também pensei na possibilidade de não...

—De não ficarmos juntos.

—É. – Ele respondeu calmamente, e não de maneira curta e grossa como Chase e até ele mesmo esperava. – Se você ficasse com ele, eu aceitaria. Ficaria feliz, até. É iria querer fazer parte da sua vida, de qualquer jeito, nem que só por ligações, Skype, mensagens e breves visitas. – Ele pausou e se sentiu ao lado dela na cama. Não sabia como, mas ele era capaz de sorrir ao dizer aquelas palavras – Eu ficaria feliz de deixar você, se fosse por ele. Mas – Chase levantou o olhar para ele, e sorriu de modo debochado ao ver que ele tinha os olhos fechados e o dedo indicador erguido –, eu tenho meu orgulho, está bem? Não vou desistir fácil.

Chase riu. Ela sabia bem que ele não desistia fácil das coisas. Por mais que o conhecesse há quase um ano, ainda tinha muitas perguntas em mente não respondidas, e metade delas eram concernentes à Huang Zitao.

Ele se vestiu, deu um beijo nela e a acompanhou até a porta, só entrando após o táxi sumir daquela rua. Hoje ele não visitaria o homem misterioso, hoje ele só queria descansar – ficar deitado, talvez dormindo, ou quem sabe assistindo algo. Mas ele só queria um pouco de paz, um tempo sozinho.

Chase logo chegou à casa que agora não via problema em chamar de sua. Foi direto para seu quarto, adentrando o banheiro com pressa, ligando a torneira. Ela se livrou das roupas que sempre lhe acompanhavam e entrou na banheira, que estava com, o quê, aproximadamente 3/4 cheios. Ela desligou a torneira e imergiu no líquido limpo e transparente.

Durante os vinte segundos que ficou imersa, ela pensou na pergunta de Tao, e a conversa que a mesma desencadeou. Ao sair da água para respirar, ela murmurou:

—Depois. Depois... – disse enquanto massageava os cabelos com um shampoo qualquer. Ela não ligava muito para essas coisas, e isso não era um segredo. – Depois...

Com os olhos fechados, ela tentou materializar alguma coisa, provavelmente uma breve visão clichê de um sábado em família, um dia Tao não estivesse completamente dedicado ao trabalho, talvez indo visitar os avós, ou quem sabe Crawford. Ela sorriu com a ideia, por mais boba que parecesse no momento.

De qualquer modo, de qualquer maneira, um futuro com Huang Zitao como parceiro parecia bom, estável e relativamente seguro. Bem, ao menos, era isso o que qualquer um esperaria de aquela história toda tivesse um fim em breve.

Chase fizera uma promessa – ela iria tirar Tao daquela situação, nem que isso lhe custasse a vida –, e ela ainda estava totalmente disposta a cumpri-la.

Logo Chase terminou seu banho relaxante. Vestiu um pijama novo, calçou suas pantufas e, com um saco de pipoca em mãos, sentou no sofá para ver um filme que D.O. fizera. Depois daquele filme (que ela realmente gostara), ela resolveu ver The Witness, um filme que Luhan fizera. Porém, no meio do filme, seu celular começou a tocar, tirando toda a concentração. Ao olhar para o visor, a moça fez uma careta.

—Alô? Pai?

—Anjinho, que bom ouvir a sua voz. Escuta... – para Chase, aquele simples "escuta" era a revelação de que seu pai estava preparando o terreno para dar uma notícia – Sabe a prima Carmen?

—Ahn... A albina? Da Espanha? – Chase buscava memórias concretas sobre a prima espanhola, mas só se lembrava de sua risada escandalosa, se seu jeito saltitante de ser,  e das coisas sem sentido que ela dizia.

—A própria. E... Não creio que ela seja albina, filha...

—Que seja. Ela é bem mais branca do que eu, o que é bem difícil de ver. Enfim, pai, o que houve com ela? 

—Ela vai vir morar aqui. Com a gente. Em Londres. – Ele logo disparou, deixando a filha sem tempo para se preparar.

—Perdão?! – aquela simples locução verbal trouxe de volta todas as memórias possíveis que a Srta. King tinha de Carmen, ou seja, todas as suas maluquices. – Como assim, pai?! Tão de repente assim?

—Ela vai vir para a Inglaterra, pois vai cursar... Moda... Numa faculdade daqui – ele basicamente pigarreou.

—Carmen? Inglaterra? Faculdade? MODA?! 

—Pois é. Não se preocupe, ela vai ficar com o quarto de Cushman, até que ele saia. Ah... Devo mencionar que... – Chase decidiu que precisava interromper.

—O quê? Ela vai morar aí pra sempre? Está trazendo a cadela junto? Foi exilada?

—Não, anjinho. Eu só queria dizer que... Ela vai visitar você.

PERDÃO?!

(...)

"Sua prima é estranhamente engraçada", foi a mensagem que Sehun mandou para Chase enquanto Carmen falava, falava e falava sem parar à mesa com Xiumin, Chen e Baekhyun.

—Eu sei que vocês são coreanos e tal, mas... E o Japão? O que vocês acham de lá? – Carmen perguntou sorridente. Chase estava feliz por vê-la, e tudo mais, mas no momento ela só queria comer.

—Ah, eu particularmente gosto de lá – Chen disse. – A gente se diverte bastante quando vamos para Tóquio. É sempre bom dar um pulo por lá.

—E vocês? – ela se virou para os outros, mais sorridente e serelepe. De verdade, ela era cinco vezes mais branca do que Chase.

—Lá é bem legal. Eu gosto também. Mas prefiro a Coréia, mesmo – Xiumin murmurou, estava com muito sono. – Você já foi para lá? Baozi... Digo, Chase... Mencionou que você é "a louca do Japão".

Carmen caiu na gargalhada, e por conta de sua risada contagiante, todos começaram a rir, até Chase, mesmo estando prestes a cair de fome. Minseok, Jongdae, Sehun e Baekhyun acabavam de voltar de Seul, mas dois dias depois já teriam de ir para a Tailândia. Pois é, Tailândia.

Carmen era legal, mas isto era relativo. Se você gosta, ou pelo menos acha engraçado alguém serelepe, que transborda alegria e expressões engraçadas, não teria problema com ela; mas se você não suporta este tipo de pessoa, então Carmen Moura não é alguém com quem você deva conversar.

—Prima! – Carmen berrou, assustando Chase. – Você não estava sabendo também?!               

—Sabendo do quê?

—Sobre a M.C. – Baekhyun ria de uma maneira... Conformada? Talvez. Parecia não estar surpreso, assim como os outros, com o que quer que fosse.

—O quê? – Chase ficou ereta de repente, pois estava quase deitada na mesa. – O que houve com ela? O que ela fez?!

—Eu soube que vocês são amigas, então achei que soubesse... – Carmen estava impressionada com quão desinformada sua prima era, especialmente sobre o mundo dos famosos e da moda.

—O quê?! – Chase estava aflita, ainda mais ao ver que todos os meninos estavam sérios. Mas na verdade, eles estavam apenas fingindo, pois queriam mesmo rir.

—Uma dúzia de revistas/sites de fofoca (oito confiáveis e quatro duvidosas) vazaram um bafo! – Carmen parecia empolgada pata contar. – Não fique escandalizada, mas... Lá diz que... Ela está tendo um caso com Amancio Ortega.

Chase ficou estática, petrificada – como sempre ficava quando estava buscando por alguma informação/memória no fundo de seu cérebro. Amancio Ortega... Amancio Ortega... Uma série de lampejos ocorreu em sua mente, dando-lhe algumas informações: Rosália Mera; Flora Pérez; Inditex... Zara.

Zara?

Zara?! O dono da Zara?! – a garota quase gritou. – Ele tem uns oitenta anos! – ela estava indignada, e ao ver sua expressão, todos decidiram rir livremente. – Não acredito M.C.!

Carmen riu. Pois é, pelo que parecia, M.C. estava tendo um caso com um dos dez homens maia ricos do planeta. Carambola.

—Vou bater nela – a garota disse, com a expressão indignada extremamente explícita em seu rosto pálido. – Não estou acreditando... Bem, de qualquer forma, obrigada por contar, Carmen.

—Oh, claro! Essas coisas são comigo mesma – a espanhola com a pele da cor de papel garantiu à prima.

—E então, Carmen, quando concluir o curso, para onde você vai? – Chen perguntou.

—Vou fazer um semestre de estágio em Londres e depois vou morar em Tóquio! –ela disse serelepe como sempre.

—Legal! – Chase sorriu. O sonho de Carmen sempre foi o Japão, de qualquer forma. – E então... – ela olhou para Sehun, que passou o braço por cima dos ombros dela, provocando um olhar curioso de Carmen.

—Então o quê? – Baekhyun olhou confuso.

—A gente poderia comer, por favor? – Chase sorriu de maneira cínica, mas estava apenas fazendo graça, pois estava realmente com fome. – Eu vou desmaiar se não comer algo! – ela colocou a mão sobre a testa, e insinuou que iria se jogar para cima de Sehun, que começou a soprar o rosto pálido dela.

Jongdae chamou o garçom e eles pediram pratos variados, cada um deles acompanhado por um refrigerante belga que, de acordo com Carmen, era bom "pra caramba". Enquanto isso, eles esperavam, e Sehun e Chase desenhavam sobre o sal com os dedos, num dos pequenos pratos sobre a mesa.

—Então... Vocês estão namorando? Por que o tio Crawford, Bruce e Thomas não contaram? Até mesmo tia Karen... – ela parecia desapontada por não saber.

—Hã? – Srta. King tossiu. – Quem?

—Você e o Sehun? – Carmen perguntou.

—O quê?! Não! – Chase arregalou os olhos, exclamou e balançou a cabeça. – Não, prima, nós somos só amigos, mesmo.

—É. Só amigos – Sehun sorriu, mas Xiumin, Baekhyun e Chen tomaram uma expressão entristecida, pois eles perceberam que Sehun não estava realmente feliz ao dar aquele sorriso.

—Ah... E o Z.Tao?! – o sorriso de Carmen alargou. Como ela sabia que Chase era tão amiga de Huang assim? – Eu vi em alguns sites... E nas fotos da sua festa. E... Eric desenhou, nossas tias tiraram umas duzentas fotos com os caras, e seu pai tem salva no celular uma foto sua sentada entre Sehun e Tao – ela tinha um olhar infantil e curioso.

—Não! Nós somos só amigos. Eu, Tao e Sehun – nós somos só amigos, muito amigos, mas nada mais – Chase colocou as duas mãos sobre a mesa, indicando que o assunto Chehun/Chao havia sido encerrado.

—Então tá – Carmen sorriu.

Antes de qualquer outro assunto desagradável e incômodo ser iniciado, os garçons chegaram com a comida, e Srta. King abriu um lindo sorriso. Ela estava muito faminta, de verdade.

—Então, com quem ela tá namorando? – Carmen murmurou par Baekhyun.

—Ninguém ainda – ele murmurou de volta. – Quer entrar na aposta? Não vale dinheiro, só vale moral e o título de Ji Mong – Ele pigarreou.

—Ji Mong, o astrólogo? Moon Lovers? – Carmen quis se assegurar. Ela era fã quase compulsiva de doramas. 

—Carminha fez a lição de casa. Isso mesmo. Zitao ou Sehun? Façam suas apostas – ele tossiu falsamente.

—Zitao. – ela murmurou e eles apertaram as mãos por debaixo da mesa.
Por meio de sussurros, Baek comunicou os outros, que assentiram e sorriam.

—Sobre o que vocês estão sussurrando tanto, hein? – Chase fez uma careta de... De... Algo que exprime estranheza, curiosidade e suspeita.

—Nada, prima. Nada.

(...)

—Até agora? Isso é sério? – Tao realmente estava surpreso, entenda como quiser.

—Como assim?! É essa a imagem que você tem de mim?! – Chase exclamou tão surpresa quanto o rapaz.

Eles gritavam um para o outro enquanto perseguiram e fugiam daqueles mesmos homens mascarados de sempre. Exceto pela parte em que levavam uma surra, eles gostavam de toda aquela adrenalina. Essa era a atividade diária deles, estavam acostumados. O dobro de mascarados estava no local hoje, e Li estava sentada no trono, prestando atenção à conversa de seu ex-namorado e da garota misteriosa.

—Não! Mas eu pensei que você gostasse... Amasse os dois – Ele se corrigiu antes que ela o fizesse.

—Mas eu amo! E isso significa que eu tenho que... Você sabe... Com os dois?! Enlouqueceu, Sr. Huang? – por baixo da bandana, o rosto de Chase estava corado.

—Desculpe – ele gritou para que pudesse ser ouvido perfeitamente, já que estavam em lados opostos do salão. – Não foi minha intenção lhe ofender, Hailang! – Chase gargalhou ao ver qual foi a expressão que o rosto de Li tomou quando ouviu Huang dizer aquela palavra. Ele nunca a chamara assim.

—Tudo bem! – ela gritou de volta, após levar um soco. – Eu acho que também pensaria isso... De mim.

Até Tao riu da cara de raiva de sua querida Zhou Ming Li, já que Chase fizera sinal para que ele olhasse. Se iriam apanhar, iriam deixar Li zangada também, com certeza.

—Realmente, querida, você não tem cara de vagabunda – Li comentou e Chase balançou a cabeça em concordância. – Se ele estivesse realmente a fim de te ofender, nessa eu tomaria o seu partido.

—Isso é serio? Puxa! Seria uma honra, majestade – Chase disse enquanto empurrava um guarda em cima de outros três. – Ouviu isso, Taiyang? 

Não que dessa vez tenha sido intencional, mas Li escancarou a boca ao perceber o apelido que a garota com a bandana dera a Tao. E eles perceberam. E acharam graça.

Pela primeira vez, não sentiam a fadiga de toda aquela ação. A cada golpe, só parecia que a adrenalina crescia. Aos olhos de todo mundo – todo mundo mesmo – aquilo era loucura, masoquismo, algum tipo de problema mental do qual os dois sofriam. Mas para eles, aquilo era trabalho. E até diversão, de certo modo. Certo, certo, pessoas normais não veem assim, mas eles viam, e tinham certeza de que o fim logo chegaria. 

E aquela sensação era boa. Muito boa.

Os guardas iam se acumulando ao chão, alguns mortos, alguns desmaiados e outros apenas com muitas dores para continuar a fazer qualquer coisa.

Quando todos estavam rendidos, ficaram apenas Chase e Tao em frente à Li, sem seu trono, cercada por seus felinos. Curiosamente, um deles se aproximou de Chase e baixou a cabeça para ela. A garota fez uma careta.

—Faça carinho nele – Zhou Li pediu, soando completamente imparcial e fria quanto à proximidade que tinha com os dois "agressores".

Relutantemente, Chase foi aproximando a mão daquele grande gato pintado que estava à sua frente, produzindo um ronronar com um quê pouco feroz. Então ela simplesmente fez carinho na cabeça e no pescoço da mansa fera que estava aos seus pés. Ela sorriu, e mesmo com aquela bandana, Li viu as rugas formadas em seus olhos.

—E agora? Vão me eletrocutar ou usar clorofórmio? Será um combate corpo a corpo, eu e a garota? Ou então vão me apagar e eu irei acordar na casa do Huang, amarrada numa cadeira, ou algo do tipo? – Ela sorria, parecendo despreocupada, mas na verdade estava um pouco nervosa em relação às futuras ações deles quanto a ela. Ela sempre tinha medo do que podia acontecer se algum deles desse a louca ali mesmo.

Huang olhou para Srta. King, que tinha os olhos fixos na moça no trono, mas as mãos ocupadas fazendo carinho agora nos dois grandes felinos que pareciam simples e inocentes gatinhos a receber carinho. Eles deviam estar acostumados ao cheiro de Chase e de seu sangue àquela altura do campeonato, já que a conheciam há quase oito meses.

Ao perceber que seus olhos pairavam sobre ela, a moça de preto fez contato visual com Huang, finalmente. Eles se observaram por pouquíssimos instantes, e sem dizer nada e muito menos insinuar, eles simplesmente olharam para Zhou Li em seu trono, viraram as costas e saíram.

Sim, eles saíram. Simplesmente. 

Li ficou petrificada, sem entender nada. E na verdade, nem eles mesmos entendiam. Estavam simplesmente indo embora, depois de toda a ação, esforço, sangue e suor gastos. Tudo aquilo para nada. Li estava frustrada e impressionada, mas Tao e Chase estavam apenas cansados e até satisfeitos com o progresso do dia. Tao estava feliz por ter trocado aquelas poucas palavras com Li, é claro. E Chase estava mais feliz ainda, por ter brincado com aqueles dois gatos enormes.

Eles entraram no carro, e no meio do caminho ela retirou a bandana, fechou os olhos e respirou fundo, com um sorriso satisfeito no rosto pálido manchado de vermelho.

—Podíamos ir à praia, não podíamos? – ele disse observando o corpo da garota a seu lado no carro. – Eu nunca vi você usando roupa de banho.

—É porque eu não tenho – ela respondeu ainda naquela posição de relaxamento. 

—Tem certeza? 

Ele pisou fundo e em poucos minutos eles chegaram a casa dele. Entraram juntos, ele com um sorriso no rosto e ela desconfiada. Quando chegaram ao quarto, ele pegou uma sacola preta, com o logo de uma marca muito chique que Chase nem fazia questão de tentar dizer o nome.

—Eu comprei para você. No seu aniversário. Mas achei melhor guardar para depois.

Ela pegou a sacola, hesitante. Quando ia abrir, Huang colocou a mão sobre as mãos dela:

—Vista isso no banheiro. E então deixe eu ver como ficou.

Ainda estranhando, ela foi cambaleando desconfiada até o banheiro. Quando abriu a sacola, olhou para a porta fechada como se ela fosse Tao, pois tinha um olhar de sarcasmo e escárnio.
Era um maiô. O maiô mais maravilhoso que Chase já vira em toda sua vida. Era preto, sem alças e tinha alguns detalhes de ferro dourado. Era lindo.

Como nunca havia usado um maiô como aquele, apenas biquínis gigantescos, maiôs de alça e roupas de surfe (mesmo que só tivesse ido a piscinas), ela teve muito cuidado ao colocá-lo. Quando terminou, observou a parte superior de seu corpo no espelho, mas ficou indecisa sobre sair ou não do banheiro, já que sentia-se estranha com aquela coisa chique.

De qualquer jeito, resolveu sair e mostrar a seu amigo. Ela andou até o quarto e se deparou com Tao de costas para ela, usando uma bermuda de surfe, fazendo uma espécie de alongamento braçal. Quando percebeu que estava sendo observado, ele se virou e sorriu ao ver a amiga.

—Minha nossa, Madame King.

—E aí? Como é que eu estou? Estranha, legal ou aceitável? – ela tinha as mãos na cintura, dando voltas em torno de si mesma, e então começou a fingir que estava desfilando, o que arrancou uma risada de Tao.

—Nenhum dos três, eu diria. Você está incrível. Está muito linda.

Ela sorriu para ele e se aproximou por trás, tocando suas costas e o abraçando levemente.

—Vamos descer. Antes que o pôr do sol comece a se aproximar.

—Certo.

Em silêncio, deixaram o cômodo e desceram pelo elevador, correndo com um pouco de pressa para fora.

—Taiyang – ela chamou.

—Sim? – ele respondeu olhando para trás.

—Você teria como ir um pouquinho mais devagar, só um pouquinho? Eu estou meio cansada, sabe... Eu trabalhei hoje...

—Oh! Perdão. 

Ela, que andava um pouco mais vagarosamente, alcançou o rapaz esbelto que já tinha seus pés cobertos pela água do mar, que parecia calmo e perfeito para um entardecer na praia.

—Você está tão linda. Tão bonita. Puxa... – ele não parava de dizer. – Venha. Vamos entrar na água.

Ela pegou sua mão e entrou no mar, andando com ele até que a água chegasse ao seu umbigo (quase na altura da virilha de Tao, ou mais baixo até).

—A água está numa temperatura incrivelmente deliciosa e eu acho que não quero mais sair daqui – ela ria enquanto obsevava as próprias mãos passeando pela água, boiando e acariciando as águas azuladas. – Se bem que, depois, vou ficar pegajosa por conta do sal, meu cabelo provavelmente vai ficar horroroso, mas bem que eu gostaria de ficar aqui.

—Horário perfeito para levar minha garota à praia: ao pôr do sol – as palavras emitidas por Huang fizeram um lindo sorriso se abrir no rosto pálido de Chase.

Minha garota – ela fechou os olhos e voltou-se para o horizonte, onde o sol lentamente desaparecia pela metade. Seus dentes brancos estavam tingidos de amarelo, assim como todo o resto do corpo pelo brilho do sol que se punha. Ela abriu os olhos e pegou a mão de Tao. – Olhe.

Os dois observaram o sol beijando o mar e as suas ondas ao longe. Era algo lindo de se ver. Sem olhar para Chase, mas com o pensamento e o coração fixos nela, ele começou a recitar um poema de uma dita amiga em comum, Jessica Castellan:

—E o Mar encontra o Sol,
Finalmente juntos como um só.
Quando o tempo chega,
Dia e tarde se vão, 
Dando lugar à densa escuridão,
Onde as estrelas brilharão,
E apenas para elas e para a Lua olharão.

Chase não sabia que ele conhecia aquele poema, então, sem olhar para ele, mas com a mente e coração cheios do mesmo, continuou:

—E o Sol beija o Mar,
Uma despedida, saudação ao luar.
Para onde vão? Irão voltar.
Quando a noite chega com a Lua,
Ela possui o Mar,
Rezando para o Sol não tão cedo retornar,
Para que possa apreciar o Mar,
Enquanto a manhã não chegar.

—O Sol, o Mar e a Lua,
Vez em quando juntos vão à rua,
Como crianças amigas para brincar.
A Lua ama o Mar,
Quase tanto quanto o Sol,
Mas enquanto houver Sol, 
A ele pertence o Mar.

—A Lua é fonte vital do Mar,
Sempre juntos a brincar, 
Empurra e Puxa – 推 (tui) e 拉 (la),
Parece que nunca acabará.

—Mas o Sol pertence o Mar,
E ao Sol o Mar pertence,
E até o Fim chegar –
Não, não acabará.

O sol foi descendo, descendo e descendo, até dominar toda a paisagem com um tom maravilhoso de laranja forte e brilhante. Antes que o sol fosse embora e desse início à escuridão, os dois se aproximaram. O Sol, Taiyang e as Ondas do Mar, Hailang. Eles chegaram o mais perto que puderam, sentindo a respiração de um contra o outro.

Antes que o sol pudesse sumir por completo no vasto horizonte, eles colaram os lábios.

(...)


Notas Finais


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