Dohko tomou mais um gole de café enquanto encarava o ariano, esperando que continuasse com seu relato.
-Ele desmaiou, por fim, e deste modo permanece até agora.
-Shion, eu já lhe disse antes, mas irei reforçar, vo...
-Com licença.
Os dois levantam a cabeça em direção à figura que os havia interrompido, dando de cara com um homem alto de curtos cabelos negros.
-Shura? - exclamou o ariano.
-Quanto tempo, Shion. Como vais? - desviou o olhar para o chinês, lhe estendendo a mão -Prazer, me llamo Shura.
-Dohko - apertou a mão do espanhol, tentando se lembrar de onde o conhecia.
-Oh, si, usted es o esposo de Shion.
No momento em que Shion foi falar, uma criançao interrompeu.
-Tio Shura!
-Kiki, por favor, no grites.
Dohko prendeu seus olhos sobre a criança, analisando-o.
-Mas... esses...
No mesmo momento que o librano começou a falar, seu companheiro levou a mão à testa, tocando seus sinais, sentindo uma subta dor de cabeça -Explique-se - falou, olhando para o espanhol.
-Kiki, não? - o librano mirou o garoto ruivo de olhos verdes, e sentindo a tensão, achou melhor deixar os outros dois conversando a sós -Quer um refrigerante? Eu pago pra você?
O garoto deu um sorriso radiante e saiu pulando ao lado de Dohko.
Shion sentiu seu rosto esquentar, anormalmente para o tão pacífico ariano -O que significa isso, eu posso saber?
-Calme-se hombre.
-Acalme-se o caralho, que porra é essa?
Shura assustou-se com a quantidade de palavrões soldados pela tão calma pessoa -A história é longa...
-Eu tenho tempo - ditou rispido
-Eu vou ser direto, Shion. Ese pivete es hijo de Carlo y Meri.
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Shaka chegou em casa ainda chocado com o que havia acontecido mais cedo. Sentia que precisava conversar com alguém sobre o ocorrido, além de Shion, que as vezes podia ser bem incompreensível. Os únicos nomes que surgiram em sua mente foram Dohko e Camus, e por tal, resolveu ligar para o mais novo dos irmãos.
-Boa noite, Camus
-Shaka, boa noite, como posso lhe ajudar*?
-Você é o de nós seis que passou mais tempo com Mu...
-Entendo, algo ocorreu? Gostaria de se encontrar comigo?
-Se possível
-Claro, claro. Estou na biblioteca que tem na Dias da Cruz*, me encontra aqui.
-Okay, me dê quinze minutos.
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Avistou o francês sentado na enorme poltrona vermelha, que em tanto se assemelhava ao tom de seu cabelo, lendo o livro A Menina Sem Qualidades.
-Com licença... - sentou-se na poltrona ao lado.
-Shaka - acenou com a cabeça enquanto fechava o grosso livro -O que lhe atormenta?
-O Mu - respirou lentamente enquanto fechava os olhos azuis, conforme seu hábito ditava -Logo após vocês irem embora ele teve uma crise, creio que posso chamar assim.
Camus ergueu uma das finas sobrancelhas -O que ele exatamente disse, ou melhor, fez?
-Ele começou a falar coisas estranhas e sem sentido e depois começou a chamar o Shion de assassino.
-Natural... Mais algo?
-Ele m... Péra, como assim "natural"?
-Entenda-me, Mu tem, hum, digamos, problemas com personalidade, e uma delas culpa Shion pela morte de sua mãe.
-Então isso já ocorreu mais de uma vez?
-Oh, sim. Inclusive foi uma tremenda sorte sua ele não ter ficado violento, veja só - o ruivo ergueu a camisa, mostrando ao outro uma cicatriz de cerca de 5 centímetros -Ele já teve crises épicas, tenho até um pouco de pena do meu irmão por ter presenciado praticamente todas.
Shaka piscou os olhos atônito -Exatamente qual problema ele tem?
-Sinto em lhe dizer, mas eu não posso contar. Pergunte ao próprio, ou ao Shion, pois eu lhe garanto que a boca de Dohko és um túmulo e assim permanecerá. Mas, me diga, durante o ataque, ele falou algo mais?
-Bom - ajeitou o cabelo em um rabo de cavalo alto, enquanto olhava envergonhado para o amigo -Disse que eu não o amava, que só queria o machucar.
Camus refletiu as palavras do amigo enquanto arrumava seu longo cabelo -Shaka, você sabe que o Mu te ama, não deixe-se guiar por palavras proferidas em momentos de insanidade.
Abaixou a cabeça para que o aquariano não pudesse ver seus olhos marejados -Eu prezo tanto por ele, queria protege-lo de tudo e todos.
Camus se aproximou e laçou os ombros do amigo -Eu sei, todos sabemos
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