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História Crush - Segundas Impressões


Escrita por: hyein

Notas do Autor


Desculpem a demora para postar o segundo capítulo!
Espero que gostem.
Obrigada Lulz por betares tão bem <3

Capítulo 2 - Segundas Impressões


Fanfic / Fanfiction Crush - Segundas Impressões

Havia duas coisas que Park Shin Hye certamente sabia. Um, que não tinha bebido álcool nas últimas vinte e quatro horas e, dois, que estava sentada com um estranho perto de um jardim, quase a chegar à catedral e ele falava em coreano. Ou melhor, tentava. Segundo o que ele lhe tinha dito, não ia ao país desde os dezasseis e que, com o tempo, foi perdendo a habilidade de falar e misturava com frequência as duas línguas.

 

- Posso perguntar o que te motivou a vir para Londres? - Não olhava para ela, como se assim pudesse evitar o quão embaraçado estava. Shin sorriu antes de lhe responder.

 

- Realizar um desejo pós-divórcio. - Por alguma razão não se sentia com vontade de esconder factos e criar mentiras. Gostava de estar ali sentada, a ver as pessoas a passar e contar a sua história a um estranho. Não tinha a certeza se alguma vez o voltaria a ver e talvez fosse essa a razão para se sentir corajosa.

 

- Lamento…

 

- Não é necessário. Melhor terminar com as infelicidades e procurar caminhos que nos tragam coisas boas.

 

- Exacto. - Abanou a cabeça concordando.

 

Uma das coisas mais bonitas que Londres tem é as pessoas. A forma como elas andam sem pressa e às vezes sem rumo. Os casais que caminham lado a lado e até aquela pessoa solitária que pára para observar o rio e tirar-lhe fotografias. As pessoas mais idosas que caminham com a nova geração de netos, pequenos e carinhosos que perguntam sobre tudo e todos como se os avós fossem alguma espécie de ser mágico com todas as respostas. Lee Jong Suk tinha-se apaixonado por essas coisas da vida, os pequenos desejos e momentos das outras pessoas, foi por isso que preferiu ficar por lá em vez de voltar para a Coreia.

 

E agora tinha outra coisa que o fazia querer ainda mais existir em Londres. Uma jovem de cabelo escuros, que falava a língua dos seus pais e tinha uma voz doce. Por detrás de olhos escuros existiam imensas cicatrizes e histórias que ele sabia que nunca ouviria. Mas isso não o impedia de sentir necessidade de ficar perto dela.

 

- O que foi? - Shin Hye perguntou quando o apanhou a olhar e a sorrir na sua direcção. - Tenho algo de engraçado na cara? - Apalpou as suas bochechas e nariz ao mesmo tempo que passava a língua pelos dentes.

 

- Nada. - Sorriu. - É que apenas, hum... não sei. - Suspirou. - Há coisas que são tão belas que nos cortam as capacidades.

 

Foi a primeira vez que Shin Hye riu em anos.

 

***

 

Fazia quase nove meses que os dois tinham decidido começar a sair. Agora era Outono e ainda tinham algumas reservas em seguir uma relação. Apesar dos problemas todos, Shin Hye tinha decidido ficar e oficializar-se como uma cidadã inglesa, mas estava a tornar-se cada vez mais difícil conseguir isso. Era sempre preciso mais um papel, mais uma certidão, uma fotocópia ou um papel que caducou muito cedo e era necessário refazer. Suk tinha-a acompanhado sempre que podia e explicado a situação, tinha corrido com ela as ruas em busca do notário, da embaixada. Trazido a garrafa de vinho perfeita quando ela não conseguia mais com os problemas e precisava seriamente de um incentivo. E hoje era um daqueles dias, onde iam passear para levantar a moral, falar do nada e tudo.

 

- Está a chover. - Disse Suk com uma mão estendida levando com as gotas na palma da mão. - Acho que hoje não vai dar para passearmos. - Suspirou à entrada da sua casa. - O que achas de irmos para um café?

 

- O bolo de cenoura do Starbucks é sempre bom...

 

- Humm, algo melhor. Vamos sair da nossa rotina. - Pegou-lhe pela mão e avançou para a chuva sem algum medo de estragar o seu cabelo bonito e brilhante. Correram pela rua principal até ele parar e a receber nos braços. Shin Hye tinha a pior capacidade motora de sempre. Nem percebia como continuava viva e sã. - Afinal os anjos sempre caem.

 

- Oh, para. - Riu. - Credo estas coisas vão continuar pelo tempo todo que ficar a namorar?

 

- Espero que depois de nos casarmos também.


- Diz-me que não estás a propor-me em casamento.

 

- Ainda não. - Sorriu. - Esperemos mais um pouco. Eu já sei que quero casar contigo, mas quero que tu também tenhas a certeza.
 

- Yah! - Bateu-lhe no ombro. - Para de dizer essas coisas. - Resmungou com um grande sorriso.
 

- Ficas bonita quando sorris…
 

- Não ficamos todos?

 

Suk sorriu e afagou-lhe os cabelos. Hoje não parecia estar nos seus dias, mas ficava fofa mesmo assim. Talvez tivesse discutido com a mãe - o que tinha-se tornado uma coisa frequente no último mês, às vezes por causa dele e outras por causa de dinheiro. Ele admirava a paciência e delicadeza com que ela lidava com a família problemática.

 

- O que achas de fazermos outra coisa em vez do starbucks? - Perguntou timidamente Shin Hye olhando para o chão tentando não pisar em mais nenhuma folha e escorregar novamente.

- O que queres fazer?

- Quero voltar ao sítio onde nos conhecemos. - Soava confiante e sonhadora. O que teria ela em mente?

 

- Soa-me muito bem.

 

Caminharam até à estação de metro mais próxima. Em duas paragens encontravam-se perto Catedral de São Paulo. Saíram e foram pelo lado esquerdo, passando pela primeira loja de conveniência onde tinha entrado quando a chuva os sobressaltou. Shin Hye sorriu, olhando para a vitrina com postais e outros pequenos souvenires. Lembrou-se exactamente do momento em que Suk lhe tinha aparecido à frente, declarando-se de forma estranha. Também se recordou de todas as vezes que lhe perguntou se ele era algum tipo de sociopata ou se aquilo era uma brincadeira de muito mau gosto. Nunca tinha encontrado provas para as suas suposições.

 

O pequeno parque do seu fatídico encontro estava quase deserto. Sentaram-se num banco vazio e apreciaram a vista bonita que o rio tâmisa lhes proporcionava.


 

***


 

 Dois anos antes Jong Suk sentia-se no topo da sua vida, tinha uma namorada e um emprego estável e decidira que aquele era o melhor momento para realizar os seus outros sonhos. Entrou numa joalheria famosa e pediu para ver os anéis de noivado.

 

- Temos esta nova colecção de diamantes rosa e esta de diamantes claros. - Disse a empregada enquanto expunha as duas caixas lado a lado. - Estes com o corte normal, temos depois em formato oval e este ano a tendência para corações á grande. - Sorriu enquanto pegava num anel de ouro branco e diamante claro em formato de coração. - Perfeito para jovens mais românticas. Que tipo de mulher é a sua futura noiva? - Perguntou olhando-o diretamente nos olhos.

- Clássica, porém com um toque de moderno. Corações não fazem muito o seu género, mas acho que ela iria apreciar qualquer coisa que não fosse rosa. Não há uma coleção com tons azulado por acaso? Ela adora azul.

- Acho que temos algo de uma colecção anterior. Mas irei perguntar se há algo recente também. - Pediu para que ele se sentasse e esperasse ou então que desse uma volta enquanto ela ia ao armazém.

 

Em vinte minutos a senhora reapareceu com duas novas caixas. Atraído pela novidade o jovem apressou-se. E foi então que encontrou o anel perfeito, era azulado com outro branco e prata. Em forma de losango e tinha outras pedrinhas como safiras e esmeraldas. Era perfeito para ela.

- É este. - Disse apontando para ele. - É sem dúvida este.

- Claramente a sua namorada é uma moça cheia de sorte. Quer pagar tudo de uma só vez ou em prestações?

- Pode ser num só pagamento. Obrigado.

Voltou para casa o mais rápido possível sorrindo de orelha e a orelha. A caminho de casa tinha comprado uma garrafa de champanhe e um bouquet de rosas brancas e violetas. Abriu a porta.

- Querida? - Caminhou até à sala e ali estava ela sentada no sofá com os olhos vermelhos e a cara inchada. Tinha estado a chorar. - O que é que?

- Vamos terminar, Jong Suk. - Os seus cabelos loiros foram atirados para trás. - Desculpa-me, mas isto não vai resultar. - Suspirou profundamente. Nem o conseguia olhar nos olhos.

- Por quê? - Pousou a garrafa no chão assim como o ramo de flores. - O que é que se passa, Emma?

- Desculpa-me. - Repetiu novamente e novamente até se acalmar um pouco. - Eu não sou a pessoa que tu julgas, Suk, e isto parte-me o coração.

- O que é que queres dizer com isso, Emma? Não estás a fazer qualquer sentido. - Mesmo que o coração doesse e estivesse a ficar sem ar, não iria perder a calma, precisava mesmo de ficar sóbrio e compreender perfeitamente.

- Jong Suk, eu não te amo. - Desabafou. - Não como tu me amas ou como irás continuar a amar, se ficar aqui. Eu… eu não te tenho sido fiel… - Tirou da carteira um teste de gravidez. - Cinco semanas, e não é teu. - Engoliu tentando matar o nó que se formada na garganta. - Desculpa-me, perdoa-me. - Uma explosão de lágrimas quebrou no seu rosto de porcelana. Emma sentia-se patética e ao mesmo tempo aliviada de finalmente conseguir terminar com tudo aquilo.

 

Quando ela saiu com uma mala improvisada com algumas coisas e uma vaga resposta de voltar para pegar o resto, Lee Jong Suk analisou os seus últimos dois anos de relação em busca das pistas que não tinha visto de início. Foram as chamadas que ela nunca retribuiu? O sorriso que ela ganhava quando saia em viagens de trabalho? A falta de juras de amor que Emma nunca lhe deu? Estavam completamente perdidos desde o início. Esta era daquelas situações que via em filmes? Um amor de uma só parte? Não poderia ser bem assim, porque teria ela ficado tanto tempo, então? Fosse o que fosse, Suk sentia-se idiota, traído e magoado. Como poderia ele ter-se apaixonado por alguém que nunca lhe tinha sequer dito “Amo-te”?

 

***

 

Shin Hye e Suk estavam de mãos dadas a passear à beira rio. Os olhos sempre postos na paisagem ou nas pessoas que a decoravam. Era um dia bonito e não parecia voltar a chover tão cedo.

 

- Exactamente, o que estamos nós aqui a fazer? - Perguntou-lhe Suk parando para a encarar. Começava a ter frio e o silêncio estava a matá-lo de curiosidade.

- Um fio vermelho.

- Como? - Franziu o sobrolho, confuso. - O que é que estás a querer diz… - Shin pegou-lhe na mão delicadamente e à volta do dedo anelar passou um fio vermelho de um lado ao outro, atando-o depois.

- Akai Ito,  fio vermelho do destino. - Sorriu - Que liga duas pessoas para sempre. - Prendeu com astúcia a outra ponta ao seu próprio dedo. - Lee Jong Suk.

- Sim? - O coração acelerava a mil no momento.

- O que achas de sermos finalmente um casal?

 


Notas Finais


E então, o que acharam?


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