História Crush - Nunca pegue o elevador com Koo JunHoe

Mais um dia se iniciava, todos no prédio deveriam estar acordando para fazer as suas respectivas tarefas, e eu? Eu estava lutando contra o despertador, não queria levantar, queria dormir até acordar rico em uma mansão com vista para o mar, mas vida que segue.

Listei os lugares que tinha que ir hoje, mentalmente; juntei todas as forças que tinha, levantei e fui tropeçando em tudo que tinha pela frente até chegar ao banheiro, olhei meu estado deplorável no espelho e sorri, pensei comigo mesmo: eu deveria arrumar um tempo para praticar um exercício e me livrar desse corpo magrelo e pequeno.

Após o banho visto uma calça preta, uma blusa branca qualquer e coloco o meu sagrado moletom do Batman e saio rumo a cozinha para comer alguma coisa antes de iniciar realmente o meu dia; meu apartamento não era lá essas coisas e o fato de ele está uma zona não ajudava em nada; ele é composto de uma sala espaçosa, dois quartos, cujo eu uso um para guardar algumas “tralhas” e o outro e o que eu utilizo para dormir, tem também uma cozinha, um banheiro e pôr fim a varanda, onde têm umas plantinhas que eu cuido, gosto muito de ficar na varanda para pensar e esfriar a cabeça.

Peguei algumas coisas na geladeira e um pão que estava em cima da mesa e fiz um sanduíche, comi enquanto bebia um suco de maracujá que estava muito bom por sinal. Bom, minha lista de afazeres do dia era composta de ir para faculdade, logo após ir para a empresa na qual eu estagiava e depois casa, mas estou pensando seriamente em ir dá um pulo na academia do prédio para sair dessa vida sedentária.
Fui para sala peguei minha bolsa que estava no sofá e rumei em direção a porta, saí e tranquei a mesma. Olhei para o lado e vi o mais novo e ocupado apartamento, me lembrei do vexame de ontem e levei as duas mãos ao rosto e suspirei, espero não encontrar Koo JunHoe hoje, com um pouquinho de sorte (coisa que eu acho inexistente na minha vida) talvez eu consiga.

Me dirigi ao elevador, apertei o botão e esperei; adentrei o mesmo e esperei a porta fechar, o que não aconteceu devido a uma mão que segurou-a. Deus só podia tá brincando com minha cara ou eu sou um completo azarado mesmo. Koo JunHoe olhou para mim, sorriu e entrou no cubículo.

- Bom dia Jinan, bonito moletom, ‘tá indo salvar Gotham City? – ele se encostou no metal frio enquanto sorria.

Olhei para ele e entortei a boca em desgosto de ter a sua presença junto a minha, não pensei duas vezes antes de a porta fechar, tomei impulso para sair do elevador; não queria me estressar logo cedo, então é bom evitar certas situações. Eu estava tão absorto em meus pensamentos que não senti a mão de JunHoe no meu braço, só senti o mesmo me puxando rapidamente para dentro do elevador novamente, só que desta vez a porta fechou tão rápido que nem tive chance de fugir.

E lá estávamos nós de novo nos encarando (Jesus! que homem maravilhoso!), analisava o seu rosto de expressão brincalhona, o seu maxilar marcado e a sua boca de lábios bem desenhados, afastei esses pensamentos e puxei meu braço de onde sua mão estava posicionada. Ele estava bem vestido em um terno preto que com certeza era mais caro que um carro, a roupa combinava muito com ele.

- Poxa! Por que você ia embora? Agora que eu ia me candidatar para ser seu Robin. – Falou com o maior sorriso sacana no rosto.

Amanhã ou eu acordo bem cedo para não dá de cara com ele ou então vou sair da minha vida sedentária de tanto subir e descer escadas. E o pior que moro no último andar.

- Eai, vamos parar de me puxar? porque senão eu serei obrigado a quebrar esse seu lindo rosto com um soco – Falei emburrado. Nota mental 1: eu não deveria ter chamado ele de lindo na primeira oportunidade.

Segurei as duas alças da minha bolsa e fui para o outro lado do cubículo, seus olhos me seguiam, que situação bem merda. Ele passou a mão no rosto se exibindo. Nota mental 2: não sentir coisas estranhas enquanto encara o seu ex-crush do ensino médio.

O elevador parou no 5º andar, onde uma senhora, cuja o nome eu não me lembrava, mas lembrava que ela tinha um neto bastante legal, conversava com ele quando vinha visitar a sua avó.

- Bom dia – a senhora falou com sua voz de anciã.
- Bom dia – respondemos em uníssono eu e Koo. 

A senhora olhou para o Koo e ficou analisando o mesmo, depois de um longo tempo olhando para JunHoe a senhora olha para mim e me analisou também.

- Hoje é meu dia de sorte, pegar o elevador com duas beldades assim! não é sempre que isso acontece – a senhora falou entusiasmada, intercalando sua olhada entre o koo e eu.
Se eu fiquei assustado? Claro! Por que não é sempre que você é cantado por uma pessoa da 3ª idade. A vontade incontrolável de rir se fez presente e não me aguentei, comecei a rir enquanto a senhora ainda soltava umas cantadas como: ah meus 18 anos! Panela velha ainda faz comida boa garotos!

Cobri minha boca com a minha mão por que eu já estava começando a rir muito alto, eu olhei para o JunHoe e ele estava segurando o riso com aquela cara de bunda dele. A senhora parou de falar para então olhar para o Koo novamente.

- Mas você é o mais bonito aqui, nesse terno, ui! Queria tirar ele todinho, aposto que o mundo todo quer dar para você. – a senhora falou ainda encarando o mais alto que agora ostentava o sorriso sacana com o dito.

E eu ri mais alto ainda, me agachei por que não estava mais conseguindo me sustentar de tanto rir. 

- Mas é verdade, aposto que até você quer dá para ele – continuou dessa vez se referindo a mim.

Então eu parei de rir, me levantei sem graça e dessa vez quem estava rindo muito era o JunHoe e a senhora safada o acompanhava.

- Isso eu concordo com a senhora – JunHoe disse, referindo-se ao que a velha safada tinha falado anteriormente e então se recompôs, limpando os cantos dos olhos.

O elevador fez o típico som de que havíamos chegado ao térreo, a porta se abriu e eu fui o primeiro a sair daquela zona de assédio, apressei o passo pois sabia que o escroto ia vim atrás de mim; olhei para traz e o mesmo já tinha sumido, fui trouxa? Fui. Mas pelo menos não ia ter que gastar saliva novamente.

Passei pela recepção e cumprimentei a moça que trabalhava lá e rumei para saída do prédio, cumprimentei o senhor da guarita também e fui em passos largos para a faculdade, não era muito longe mesmo.

A única coisa que se passava na minha cabeça enquanto eu caminhava em direção a faculdade era que: nunca mais deveria pegar elevado com JunHoe e nem com aquela velha safada.