História Cry Baby - Milk and Cookies

“She got locked up and made a plan
To kill the bad wolf ice-cream man
He ordened her to make him snacks
Her cookies and milk made him collapse”

Quando a garota finalmente recuperou sua consciência, demoraram alguns segundos para que ela notasse onde estava, e sua situação.

“Droga... Por qual motivo, eu aceitei um sorvete de graça?! Devia saber que era suspeito demais...” pensava a menina, se culpando pelo ocorrido.

Quando ela tentou se mexer, conseguiu sentir um monte de coisas macias - que ela concluiu serem brinquedos de pano e pelúcias pela textura -, ao seu redor, a impedindo de se mexer muito.

— Eu preciso... Sair daqui!! - falou a menina, empurrando com força o suposto teto, ou fechadura do lugar.

Quando aquilo realmente se abriu, Cry Baby notou que se encontrava dentro de um baú de brinquedos.

Ela olhava ao redor, segurando o baú, como se tivesse medo de cair em uma eterna escuridão novamente.

Ela se encontrava em um quarto, particularmente espaçoso, com as paredes, teto e chão, em um tom rosa claro.

Havia uma mesa pequena, em um tom amarelo claro, com duas cadeirinhas azul-bebê.

Se encontravam três quadros, com desenhos de crianças em uma das paredes, próximos a um armário branco.

Também havia uma geladeira, levemente azul, e ao seu lado, um forno e uma mesinha, que apoiava um pote, com uma colher dentro, e uma chaleira.

Cry Baby saiu do baú, começando a se desesperar levemente. Não queria estar naquele lugar, não queria ter aceitado o sorvete, mas... Já era tarde demais para mudar sua escolha, de qualquer jeito.

Suspirou, e continuou andando pelo quarto, indo até a geladeira. Lá, encontrou um bilhete, provavelmente deixado pelo lobo, ou seja lá o que ele fosse:

“Deixe os cookies na mesa antes das três horas.

SE NÃO!”

A menina, triste e irritada com aquilo, arrancou o bilhete da geladeira, o amassando.

Então, pegou o leite e os ovos, que estavam guardados dentro daquela geladeira azul.

Também pegou a tigela com a colher, e tudo que precisaria para preparar os cookies.

                  cɷɷkɩҽى

O híbrido de lobo e humano finalmente chegara em sua casa, a qual, preferia chamar de lar.

Já havia tirado aquela roupa de sorveteiro - a qual achava ridícula, por sinal -, e colocado peças de roupa brancas, nada demais.

Se aproximou de sua cadeira, e sentou-se ali, relaxando totalmente.

A TV, que antes se encontrava com falhas - tipo que ficava quando um programa ficava fora de área -, agora mostrava a garotinha que ele havia sequestrado, em seu quarto - ou cozinha, se preferir -, rosa.

Como ele tinha mandado, ela estava preparando seus cookies.

                  cɷɷkɩҽى

Cry Baby quebrava os ovos, deixando que tudo que continha dentro deles, caísse dentro da tigela, onde preparava a massa dos cookies.

Depois que tudo ficava dentro da tigela, ela jogava a casca para longe, com toda a raiva que sentia. Afinal, ela era obrigada a preparar os cookies, mas não queria dizer que ela não faria bagunça, de um jeito proposital.

Derramou o leite dentro da tigela, sentindo seus olhos começarem a lacrimejar. Com isso, Cry Baby piscava os olhos, na intenção de fazer as futuras lágrimas não começarem a cair.

Ela mexia o conteúdo da tigela, derramando vez ou outra, já que fazia tal coisa com raiva.

Quando se levantou para ver o horário em um relógio, algo caiu de sua roupa.

Curiosa, a menina se abaixou naquele momento, pegando o frasco com líquido azul metálico que havia caído.

Observava aquilo atentamente, lembrando das palavras que havia escutado, quando ganhou aquilo.

“Você vai precisar usá-lo mais tarde. Na hora certa, você vai saber...”, aquela mulher realmente estava certa. Mas ela sabia daquilo tudo?

Cry Baby olhou ao redor, como se isso mudasse alguma coisa.

Vendo que não estava sendo observada, aproveitou o momento para derramar o líquido que estava no frasco, na massa dos cookies.

— Um, dois. A melatonina está vindo para você. - sussurrou a menina, enquanto observava o frasco ficando vazio aos poucos.

                      ~~~

O híbrido continuava observando a garota, curioso para saber se ela terminaria os cookies a tempo.

Quando a garota se abaixou para pegar algo que havia caído, ele a fitou, com curiosidade no olhar. E, então, o telefone tocou.

Irritado, atendeu, somente para que o barulho irritante parasse.

— Alô? - falou, com sua voz assustadora, em um tom irritado.

— Alô! Você gostaria de comprar o nosso nova... - começava uma voz doce, pertencente a uma garota.

Irritado com a propaganda, desligou o telefone - sem permitir que ela terminasse de falar -, voltando seu olhar para a televisão.

Com o tempo gasto com a ligação, ele nem mesmo havia visto a criança derramando aquele líquido.

“Na próxima vez que estiver só,
Pense bem ao pegar o telefone.”

                      ~~~

Cry Baby já estava terminando os cookies. Já havia terminado a massa, e cortava a mesma, com as formas dos cookies.

Depois de cortar todas, a menina as colocava em uma espécie de bandeja negra e metálica, com total indiferença disfarçada.

Mesmo sabendo o futuro do "lobo mau", não poderia demonstrar alegria, já que isso seria, no mínimo - para não dizer mais que isso -, anormal.

Levou a bandeja ao forno, e a colocou ali. Cantarolava uma canção, enquanto esperava que eles ficassem prontos, e o futuro do lobo estivesse muito perto de finalmente acontecer.

                        ---

— Cinzas, cinzas, hora de cair
Uuuh querido, você me quer agora?
Não aguento mais
Preciso colocar você na cama
Cantar para você uma canção de ninar
Onde você morre no final.

Quando ela finalmente cantou esta parte, os cookies ficaram prontos.

Cry Baby se levantou, e caminhou até o forno, o abrindo. Tentava ao máximo não sorrir de jeito nenhum, afinal, isso seria ainda mais suspeito.

Colocou os cookies na mesa, e pegou um pouco de leite - que havia estragado, mas provavelmente o lobo não havia notado -, e colocou ao lado dos cookies.

                     ~~~

Vendo que o seu petisco finalmente estava pronto, ele se levantou, de um jeito apressado - e, consequentemente, desengonçado demais -, foi para a parte de trás da cadeira, enquanto segurava a mesma.

Queria se certificar, de que a pequena garota não havia feito nenhum truque, por mais alguns segundos.

— Não esperava que terminasse assim tão rápido, garotinha. - falou, esboçando um pequeno e leve sorriso, que desapareceu em poucos segundos.

Andou até a porta, e a abriu. Cry Baby encontrava-se de costas para ele, e de frente para os cookies enfeitados que havia feito.

                   cɷɷkɩҽى

O híbrido sentou-se ao lado de Cry Baby, que aproveitava para se afastar mais dele.

Vendo que ela estava tão vulnerável, aproveitou para segurar a ponta de seu cabelo, o acariciando, de certo modo. Cry Baby, enojada com o ato do mesmo, virava o rosto, que fazia uma careta de nojo.

O lobo pegou um dos cookies, analisando-o. Ele tinha um leve tom de verde, e alguns botões, formando um boneco de aparência inocente.

Dando de ombros, ele mordeu o mesmo. Mastigou algumas poucas vezes antes de engolir, e sentiu um gosto desagradável, depois de alguns segundos.

A sensação ruim parecia dominar o seu corpo, depois da primeira mordida no petisco.

Tomou um pouco do leite, desesperado para que aquilo acabasse. Mas, fazer tal coisa, somente piorou ainda mais a sensação que sentia dentro de si.

— O que você... Colocou... Nisso? - falou, tentando fazer uma voz assustadora. Mas, pelo fato de sair sufocada e com dificuldade, aquilo parecia tão vulnerável quanto ele se sentia.

Cry Baby o olhava morrer pouco a pouco, com um sorriso assustador no rosto.

Pela primeira vez, o híbrido sentia medo. E tudo isso, causado por uma pequena garotinha.

— Um, dois.
A melatonina está vindo para você!
Três, quatro.
Querido, você não vai trancar a porta?
Cinco, seis.
Estou farta disso!

Cantarolou a criança, e olhou para o relógio, curiosa, mas sem tirar seu sorriso demoníaco do rosto.

Quando voltou a fitar o rosto do homem lobo - que, no caso, estava perdendo a vida -, continuou a cantarolar.

— Sete, oito.
Está ficando tarde!
Então feche os olhos...
Durma durante dias!

Cantou a menina, rindo do rosto apavorado do híbrido, que caia da cadeira.

Cry Baby levantou-se com delicadeza, aproximando seu rosto ao do híbrido.

Quando viu que ele estava prestes a dizer alguma coisa, levantou seu dedo indicador, e o levou até a boca do mesmo.

— Silêncio, queridinho...
Beba seu leite estragado
Sou louca para caralho!
Preciso da minha receita preenchida...

Falou a menina, afastando-se dele. Pegou o leite e o jogou no lobo, enquanto saltitava pelo quarto.

— Você gosta dos meus biscoitos?
Eles foram feitos só para você!
Um pouco de açúcar...
Mas muito veneno também.

Depois da menina bater algumas vezes no rosto cheio de leite do lobo, se afastou dele, e foi até a porta, disfarçada de armário.

— Nove, dez.
Nunca mais quero te ver!
Onze, doze
Eu visto preto tão bem!
Merda atrás da cortina
Estou farta de apaziguar.

Cantarolou, abrindo a porta. Antes de sair da cozinha, virou-se para o corpo do híbrido, que já se encontrava quase morto.

— Ah... Pense bem ao pegar o telefone! - falou a menina, rindo em seguida.

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Cry Baby saiu do quarto naquele momento, deixando o corpo inerte e sem vida do híbrido, para trás.

Ele não ia ter mais leite e cookies, e também não ia pegar mais nenhuma criança. Ela fez o certo, não é?...

— É claro que eu fiz o certo! - falou baixo a menina, mas ao mesmo tempo, cheia de dúvida.