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História Cry Baby - Dollhouse


Escrita por: BrookeYoongi

Notas do Autor


Demorou um pouquinho, mas saiu. Espero que gostem! ><

Capítulo 2 - Dollhouse


Fanfic / Fanfiction Cry Baby - Dollhouse

❝ And in her picture perfect home

Momma's drunk while daddy moans

Her brother always comes home stoned

She watches in her room alone ❞

Após passar o que lhe pareciam anos, Cry Baby parou de chorar, embora aquilo lhe parecesse impossível, alguns segundos atrás.

Se sentou em sua cama, esfregando os olhos, quase como se quisesse garantir que nenhuma lágrima cairia pelo resto do dia.

Em alguns minutos, escutou o som de uma outra voz, um tanto quanto infantil, cantarolar alguma coisa. Abriu um pequeno sorriso, reconhecendo a voz.

— Lena! - falou a garota em um tom animado, olhando para sua amiga.

— Eu mesma. Oi Mary! - falou Lena, a olhando.

Dessa vez, a garota de cabelos meio a meio estava usando uma parte do cabelo rosa, e a outra era preta. Estava com aquelas maria-chiquinhas, o que lhe dava uma aparência mais infantil.

Usava um vestido bonito, na opinião de Cry Baby.

— Mas você já se arrumou? Não perde tempo mesmo. - falou a enrolada, fazendo bico.

— Sim, sim... - falou a garota, que agora parecia ainda mais uma boneca. Antes que ela pudesse continuar algo, as duas escutaram novamente o som estranho, vindo do quarto dos pais de Cry Baby, e o som de seu irmão batendo nas paredes.

— Acho que tem alguma coisa errada aqui... - fala a pequena Cry Baby, olhando para a parede que fazia a divisória entre seu quarto e o de seu irmão.

— Também acho... Vamos dar uma olhada? - fala Lena, já de pé, olhando para a amiga.

— Não acho uma boa ideia... Mamãe não ia gostar disso... - fala a enrolada, olhando para baixo.

— Mas ela não está aqui agora! E você quer saber tanto quanto eu o que acontece aqui. - fala Lena, em um tom que mostrava que ela sabia o que falava.

— Aah, tá bom. Mas só porque você insistiu. - fala a menina, se levantando, e pegando a mão de Lena, saindo do quarto.

Ambas andam lentamente até o quarto dos pais de Cry Baby, podendo escutar uma voz feminina dizendo coisas estranhas, como "A-ah!", de um jeito abafado.

Ambas estranharam tal ato, e deram de ombros, seguindo seu caminho.

Chegando no quarto, puderam ver uma brecha da porta aberta. Lena, então, aproveitou o momento para espiar pela brecha, juntamente com Cry Baby.

As garotas puderam ver o pai da menina de cabelos enrolados em cima de uma garota de aparência beem mais nova que a mãe de Cry Baby, provavelmente a que fazia os barulhos estranhos.

O pai da menina beijava a garota, de um jeito que parecia a Cry Baby que ele queria engolir a garota.

A menina, um tanto assustada com a cena, fechou a porta, voltando-se para Lena.

— O que foi isso?... - fala Cry Baby, encarando a amiga.

— Eles estavam... Fazendo uma coisa de adulto. É só isso que você precisa saber. - fala Lena, olhando para a amiga. De algum jeito, ela não queria estragar totalmente a inocência da pequena.

— Ah... - fala a menina, não entendendo muito bem o que a outra quis dizer. Deu de ombros, e pôde ouvir o barulho de seu irmão batendo nas paredes do quarto mais uma vez.

— Vamos lá? - fala Lena, encarando o corredor, se referindo ao quarto do irmão mais velho de Cry Baby.

— Tá bom, vamos... - fala a menina, e em poucos segundos, estava sendo puxada pela amiga que parecia uma boneca, até o quarto de seu irmão.

                    ***

As duas tinham chegado ao quarto do irmão da menina, o encontrando com a porta quase que totalmente aberta, se não fosse pela pequena trava presente atrás da porta.

— Está aberta... - fala Cry Baby, se aproximando da porta. Ela começou a sentir um cheiro estranho no ar, que a fez torcer o nariz.

Ela olhou para dentro do quarto do irmão, após sentir o cheiro anormal que pairava no ar.

Seu irmão estava com os olhos vermelhos, e fumava um cigarro, parecido com os que sua mãe fumava. Mas, o cheiro que vinha da fumaça que o mesmo soltava, era... Diferente.

Algumas vezes, o garoto parava para bater de um jeito furioso nas paredes, ou falava coisas sem sentido.

— Por que ele está assim? - fala a menina, fechando a porta do quarto do irmão. No fundo, ela não queria que seus pais vissem aquilo, com medo do que aconteceria ao irmão.

— Ele está fumando maconha. Por isso o cheiro estranho e ruim. - fala Lena, em um tom que dizia que aquilo era totalmente óbvio.

— Maconha? O que é isso? - fala a menina, curiosa.

— É uma das drogas proibidas aqui. Ela deixa as pessoas um pouco doidas, fazendo elas verem coisas que não existem... - fala a quase boneca, olhando para a amiga de quase 10 anos.

— Ah... Papai e mamãe dizem que você não existe... - fala a menina, se recordando de uma conversa que escutou entre seus pais.

— Mas eu existo, sim! - fala Lena, batendo o pé, e cruzando os braços em seguida. - eles que não conseguem me ver.

— Por que eles não te vêem também, Le? - falou a pequena, batendo os pés no ritmo de uma música qualquer.

— Porque eu não quero que eles me vejam, oras. - fala Lena, em um tom que significava "assunto encerrado".

Alguns minutos se passam, no mais profundo silêncio. Cry Baby, após pensar um pouco sobre o assunto, toma sua decisão, e olha para a amiga, e decide anunciar a decisão tomada.

— Eu vou contar pra mamãe, o que eu vi... - fala a menina, já se virando e andando rapidamente até a sala.

Chegando lá, encontrou sua mãe totalmente apagada, jogada no sofá. Ela segurava uma garrafa de bebida alcoólica na mão caída, que rapidamente caiu no chão.

Enquanto dormia, murmurava algumas coisas, sem sentido algum, que a menina optou por ignorar.

— Mãe, por favor, acorde, papai está com uma puta, e seu filho está fumando maconha! - falava Cry Baby, balançando sua mãe, repetidas e repetidas vezes. Após ver que aquilo não iria acordá-la, desistiu.

A menina foi andando até seu quarto, enquanto dizia baixo "Ninguém escuta o que eu digo...", uma vez ou outra, dando passos um tanto pesados.

A garota não se culpava por ter dito "puta". Sabia que aquela palavra era uma das palavras feias, mas ela não tinha culpa daquilo! Se lembrava de ter escutado adultos dizendo isso, e do que falavam que era o significado da palavra.

"É quando uma mulher sai com muitos homens, ou com um homem casado, ou que esteja comprometido com outra mulher", era o que ela tinha escutado. Se aquilo não servia para aquela situação, para qual serviria?!

Chegando no seu quarto, foi colocar seu pijama, que lhe lembrava uma boneca.

Depois de se arrumar para dormir, sentou no chão, fazendo perna de índio, pegando duas de suas bonecas.

Lena, sua amiga, olhava para a penteadeira rosa, enquanto balançava os pés, sentada na cama da enrolada.

— O que acha de decorar a penteadeira? - fala a menina de cabelos meio a meio, sem desviar o olhar da mesma, quase que hipnotizada.

— Gostei da ideia... - fala Cry Baby, seguindo o olhar da amiga.

"Mas com o que vou decorar?..." pensava a menina. De repente, uma ideia surgiu, e a garota deu um sorriso, um tanto demoníaco, voltando seu olhar para as bonecas em seu colo.

Ela pensou em tudo que haviam feito com ela mais cedo na escola, e eis que aquilo chegou.

Uma onda de raiva e ódio começou a lhe dominar, e ela, descontava todas aquelas emoções negativas em suas pequeninas bonecas, as destruindo, do mesmo jeito que estava destruída.

Quando acabou, olhou novamente para as cabeças das bonecas. Uma delas, estava com o cabelo para cima, sem nenhum de seus lindos globos oculares.

A outra, tinha um deles, quase intacto, se não fosse pelos pequenos riscos que ficaram marcados. Essa, ao contrário da outra, já não tinha nenhum fio de cabelo, por menor que fosse.

A garotinha pegou as cabeças das bonecas, e colocou ao lado de seu pequeno kit de maquiagem, uma cabeça do lado da outra. Após isso, se sentou ao lado de Lena, ambas admirando o trabalho de Cry Baby.

— Eu gostei... - fala Lena, balançando os pés, dando seu melhor sorriso. Este, revelava o espacinho pequeno que havia entre dois de seus dentes, que Cry Baby insistia ser fofo.

— Sim, eu também! - fala a enrolada, orgulhosa de seu trabalho.

Antes que ela pudesse perceber, havia adormecido, e Lena, sua amiga, havia desaparecido, e ido sabe-se lá para onde.

                   ***

Quando Cry Baby acordou, eram exatas 09h30 da manhã.

A pequena garota acordou, esfregando os olhos, tentando se lembrar de qual dia da semana era aquele. Ficou feliz, quando concluiu que era um sábado, ou seja, não teria aula!

Se trocou, e desceu as escadas, pronta para o café da manhã.

Diferente dos outros dias da semana, todos da sua família estavam presentes na mesa, cada um em seus lugares, como se nada tivesse acontecido na noite anterior.

— Bom dia! - fala a menina, se sentando no lugar vago na mesa, ao lado de seu irmão e sua mãe, pronta para começar a comer.

A menina comeu sua panqueca e tomou seu leite em silencio, assim como todos na família faziam. Eles pareciam uma família feliz e normal, sem parecer que todos ali escondiam algum problema, que não queriam revelar ao mundo.

Assim que todos acabam, sua mãe se levanta, olhando para cada um deles, como se os analisasse, antes de se pronunciar.

— Hoje, um dos nossos vizinhos vai nos visitar. Então, quero todos arrumados ás 16h, certo? - ela falou, olhando para eles, que acenavam positivamente com a cabeça, e continuou -, quero todos, sem excessão, aqui. - falou, olhando para seu marido, em um claro "isso também vale para você, principalmente".

04:00 PM/16h00

Cry Baby estava arrumada, com um dos seus mais lindos vestidos. Diferente dos outros dias, sua mãe arrumou seu cabelo, fazendo um rabo de cavalo.

Ela também estava linda, com uma roupa que parecia nova, apesar de todos naquela casa saberem que ela a possuía a anos.

Quando desceu para ver as visitas, viu seu irmão saindo do quarto, e seu pai descendo as escadas. Seu irmão, não estava mais com os olhos vermelhos, e seu pai... Não tinha nenhuma marca de batom.

— Lugares, lugares, vão já para seus lugares. - cantarolou a menina, vendo toda aquela cena. Era como estar vivendo em uma peça de teatro, onde a verdade não pode ser revelada a qualquer custo.

Já haviam se passado horas, e a garotinha somente observava sua família. Todos ali pareciam perfeitos, literalmente.

Sua mãe não tocava em uma garrafa de bebida, e sorria metade do tempo.

Seu pai, não ficava olhando muito tempo para mulher alguma, com excessão de sua mãe. Eles pareciam um casal feliz, se beijando várias vezes, e rindo de piadas que um ou outro fazia.

Seu irmão, falava com o único filho do casal que os visitava, falando sobre fórmulas, e outras coisas que a garotinha ainda não conseguia entender direito.

Eles pareciam a família perfeita, sendo encenada em um teatro. A diferença, era que aquela era a vida real, e não uma peça, ou um faz de conta.

Mas, não queriam que ninguém visse atrás das cortinas. O que eles escondiam, ninguém poderia saber. Era como se esse fosse seu lema.

Após ter se passado das vinte e uma horas, as visitas decidiram ir embora. Mas, antes de saírem, fizeram questão de tirar uma foto.

"Foto, foto, sorria para a foto

Pose com o seu irmão, você não vai ser uma boa irmã?", essas eram as únicas coisas que a pequena garota conseguia pensar, enquanto dava um sorriso falso, olhando em direção a câmera.

Após se despedirem, e terem a certeza de que eles realmente foram embora, os sorrisos estampados na face de cada um, desapareceu aos poucos.

E assim, cada um deles voltou para seu próprio canto na casa, voltando a fazer o que faziam atrás das cortinas.

A mãe, pegou uma garrafa de bebida, e a abriu. Em questão de segundos, ou menos, começou a tomar o conteúdo que estava ali, naquela garrafa.

O irmão, voltou a seu quarto, batendo a porta. Com certeza, havia pego mais maconha, somente alimentando aquele vício que o destruiria em algum momento.

O pai, saiu de casa, provavelmente indo encontrar novamente a garota mais nova, da noite anterior.

E Cry Baby... Essa voltou ao seu quarto, com a conclusão de que tudo aquilo que ela viveu naquela noite, havia sido uma encenação, quase que com falas e ações prontas.

— Lugares, lugares, vão para os seus lugares

Vista rapidamente seu vestido e coloquem seus rostos de bonecas

Todo mundo pensa que nós somos perfeitos

Por favor, não deixe eles olharem através das cortinas.


Era isso que a garotinha cantarolava, andando em direção ao seu quarto.

Ninguém na casa escutava aquilo, ou fingiam não escutar.

Mas agora, ela sabia de toda a verdade obscura em relação àquela família, e ninguém poderia ocultá-la de Cry Baby.


Notas Finais


Yeehh, é isso!
Espero que tenham gostado de tantas referencias no capítulo...
Como uma amiga diria "o capitão ficaria orgulhoso"!


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