1. Spirit Fanfics >
  2. Cuban >
  3. Não me esconda nada

História Cuban - Não me esconda nada


Escrita por: vinhorose

Notas do Autor


I hope you enjoy!

Capítulo 2 - Não me esconda nada


POV Camila

Eu estava tentando me manter calma, mas era cada dia mais difícil. Meu tio, Salazar Cabello, com quem eu moro em Miami há sete anos, é um dos homens mais poderosos do mundo e por isso tem muitos segredos. Não é que eu queira que ele me conte tudo, mas não gosto que esconda nada que tenha a ver comigo. E é exatamente isso que ele está fazendo.

Quando eu compartilhei com ele o meu desejo de me vingar do assassino dos meus pais, ele me alertou que esse seria um caminho sem volta, mas eu não me importo, estou certa do que eu quero fazer. Desde então, ele vem me ensinando tudo que sabe e eu já juntei um bom número de informações a respeito de Javiera, o chefe do crime em Cuba, e sinto que estou cada vez mais perto dele. Meu tio sempre foi muito sincero comigo, me conta tudo que acha que eu devo saber, já que nós somos a única família um do outro, mas de uns tempos pra cá ele vem me escondendo coisas, me dando só metade das informações e me enviando a missões sem me dizer o real propósito delas.

Enquanto espero Salazar terminar sua reunião com sei lá quem, penso no que vou dizer a ele. Está na hora de confrontá-lo, ele não pode me tratar como se eu fosse só mais um de seus empregados. Olho no relógio, impaciente, são sete da manhã, eu voltei de um serviço há mais de duas horas e até agora não consegui falar com ele. Eu só tive que roubar alguns arquivos (que Salazar fez o favor de não me contar do que se tratavam) e agora estou perdendo a oportunidade de dormir um pouco antes de ir pro colégio, tudo por causa da minha raiva.

Ally Brooke, a secretária de maior confiança do meu tio e que sempre acompanha as reuniões, finalmente abriu a porta do escritório dele.

- Por aqui senhores - indicou o caminho aos homens que saiam da maldita sala, que eu já posso dizer por experiência, não eram empresários de verdade, e sim criminosos que usavam empresas de fachada para lavar dinheiro. Meu tio tem negócios com todo tipo de pessoa, sendo gente desonesta ou não, para manter as aparências. Mas na verdade todo mundo sabe disso, porém como não existe nenhuma prova, nada acontece. E outro ponto importante, ele é dono de quase metade de Miami.

- Meu tio já está desocupado? - perguntei a Ally quando ela se aproximou.

- Está sim, você pode entrar, querida - respondeu, doce como sempre. Eu não entendo como uma mulher como ela entrou para aquele mundo, é a pessoa mais gentil e carinhosa que eu conheço. Mas se tem uma coisa que eu aprendi é que todo mundo tem seus segredos sujos.

Observei meu tio enquanto entrava no escritório dele, não era um homem velho e também não era exatamente feio. Estava acima do peso, com certeza, mas se juntasse isso a aquele ar de superioridade, o charuto sempre na boca e os relógios caros, ele se parecia como um verdadeiro mafioso deve parecer, e tinha quem gostasse. Dei um sorriso bobo, tentando tirar essas ideias da minha cabeça. Eu estava com raiva, tinha que lembrar disso.

- Olha, olha, você está de bom humor, achei que já entraria me baleando – disse Salazar de sua poltrona, em tom brincalhão.

- Acho que sua cara já está danificada o suficiente sem uma bala na testa – respondi. Eu era provavelmente uma das únicas pessoas que podia falar com ele dessa forma sem acabar com os órgãos expostos. - Mas se você diz isso é porque sabe que eu deveria estar irritada. E eu estou.

- Soube que você fez um bom trabalho hoje – desconversou.

- Pois é. Eu fiz. Mas por quê? - perguntei, enquanto sentava na cadeira na em frente a sua mesa.

- Como assim “por quê”? Fez porque você é boa, fui eu que te ensinei, ora – questionou Salazar. - Mas se bem que era um trabalho bem simples, se você não conseguisse eu teria que me preocupar.

- Não, não foi isso que eu perguntei. Nós precisamos falar sério agora, eu tô há horas lhe esperando. Por que eu tive que fazer isso? O que eram aqueles arquivos? Eu não entendo por que você não mandou qualquer outra pessoa lá, já que era um trabalho tão simples. Você sabe que eu posso fazer coisas muito mais perigosas do que roubar papéis velhos – tentei explicar, irritada. Não deixaria ele me distrair.

- Eram papéis velhos, mas importantes, mi querida. - Disse Salazar, mas em um tom que dizia: " eu não quero conversar sobre isso". Eu só confiava em você pra pegar aqueles documentos.

- Tá, – respondi, ainda inconformada – então o que eram?

Salazar não me fitou nos olhos para responder. Respirou fundo e apagou o charuto usando a cinzeira.

- Estão acontecendo coisas, Camila. Algumas dizem respeito a você, mas é maior do que podemos imaginar. Aqueles eram só arquivos de uma empresa, que se juntarmos com outros, podem provar a ilegalidade dela. Pra simplificar, o presidente dessa tal empresa está me causando problemas e eu preciso eliminá-lo. Mas eu realmente não quero tratar disso agora.

- Eu não entendo porque isso é tão sério. Você já eliminou concorrentes antes. Inclusive eu já fiz isso pra você. - Comentei, ignorando a última parte.

- Não é tão simples assim. Esse homem é mais perigoso do que se tinha ideia e ele sempre arruma uma forma de escapar. Agora estamos lidando com peixe grande. O que você fez hoje foi um passo importante, mas foi só o começo – explicou Salazar, parecendo mais preocupado do que eu costumo vê-lo.

- Tudo bem. Então quem é esse homem, que empresa é essa? O Paul e Jason nem me deixaram ver para onde estávamos indo.

- Isso não tem importância pra você agora – cortou meu tio. Ele olhou para mim por um momento, pensativo, como se quisesse lembrar de alguma coisa. - Você não deveria estar no colégio?

- O quê?

- Colégio. Aquele lugar onde crianças vão estudar – respondeu devagar, como se eu tivesse cinco anos e fosse deficiente.

- Sério, Salazar? Eu não sou criança. E são sete horas, eu só entro às oito. E a gente tava falando de uma coisa séria aqui, não muda de assunto

- Não estou mudando de assunto, estou preocupado com sua educa... - Houve uma batida na porta, interrompendo a desculpa fajuta do meu tio pra se livrar de mim.

Ally colocou a cabeça pra dentro da sala.

- Com licença, senhor. Eles estão aqui.

- Viu? Eles estão aqui. E "eles" são importantes. Então está na hora da Camila sair. - disse Salazar, olhando pra mim.

- Não, nós estamos conversando! - exclamei indignada.

- Conversamos hoje a noite. Agora você tem que ir pro colégio. Ally, fala pra essa garota que ela tem que ir pra colégio.

- Querida, você tem que ir pro colégio – disse Ally

- Ainda tá cedo, já falei!- Ótimo, agora estavam os dois tentando se livrar de mim.

- Então você tem que tomar café da manhã, ainda não comeu nada – comentou Ally, com uma preocupação sincera.

- Tá bom – bufei, derrotada, enquanto me levantava da cadeira e saia do escritório – Eu vou pro colégio já que vocês querem tanto. Como alguma coisa no caminho.

Mas conversaríamos hoje a noite, eu não deixaria ele esse assunto escapar tão fácil.

POV Lauren

Eu não queria ter ido naquela loja de conveniência antes da aula, mas acabei mudando de ideia. Vou explicar: Vero me arrastou pra aquele lugar no intuito comprar algumas besteiras pra levar pro colégio, mas eu tava com tanta preguiça que não gostei nem um pouco. Porém, eu não esperava que fosse encontrar aquela garota lá. Aquela que vivia nos meus sonhos, mesmo que eu estivesse acordada. Camila Cabello. Nós estudávamos juntas há uns seis, sete anos, mas nunca conversamos. Estávamos na mesma turma de inglês avançado havia três anos, uma turma seleta, de apenas vinte alunos. Só que ela era bastante reservada.

Camila estava acompanhada de dois homens. Seguranças. Ou capangas. Você escolhe como chamar. Usava jeans e jaqueta de couro e estava de costas pra mim, com dois pacotes de bolacha na mão, como se decidisse qual comprar.

- Vai lá falar com ela – disse Vero, chegando despercebida – ela não vai te morder.

- Eu bem que queria que ela me mordesse – falei, mais pra mim mesma do que pra minha amiga.

Vero gargalhou, chamando a atenção da Camila, que olhou rápido pra nós e logo retornou sua atenção pras bolachas.

- Sério, vai falar com ela, é melhor que do que passar mais um ano só babando toda vez que ela passar.

- E o que eu falaria? “Oi, eu sou a Lauren? Então, sempre que eu olho pra sua boca tenho vontade de beijar... Ah, sabe, eu tava pensando aqui, quantos homens o seu tio já matou essa semana?”

- Bom, se eu fosse você tiraria as partes dos beijos e das mortes. Fica com o “Oi, eu sou a Lauren”. É um bom começo. - aconselhou Vero, rindo das minhas idiotices.

- Será? - olhei pra minha amiga, com dúvida. Ela me mostrou um sorriso encorajador e eu juntei forças pra ir.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...