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História Cuban - Luz


Escrita por: vinhorose

Notas do Autor


I hope you enjoy!

Capítulo 4 - Luz


Pov Camila


 

A porta do box atrás de mim rangeu enquanto abria e a cabeça de uma garota bonita apareceu pela abertura.


 

- Camila. - chamou baixinho - A professora pediu pra eu ver se estava tudo bem. - esclareceu Lucy, enquanto se aproximava quase em câmera lenta.

- Eu estou... - A minha tentativa de dizer que estava bem e pedir para que ela fosse embora foi interrompida por mais uma sessão de alma saindo pela boca.

- Meu Deus!- exclamou, enquanto segurava meu cabelo para que eu não me atrapalhasse.

- Você não precisa fazer isso - consegui dizer. Aquela situação era totalmente desagradável. Eu mal conhecia aquela garota, não queria que ela fizesse aquilo.

- Tudo bem - falou, mas não se moveu do lugar, e continuou a segurar meus cabelos.

Eu tentei ignorar a presença da garota ali e me concentrar em ficar consciente o suficiente pra conseguir me levantar sozinha. Porém, o enjoo parecia que não ia passar nunca e minha cabeça girava ainda mais. Por alguns segundos eu pensei que fosse desmaiar, mas conseguia não o fazer. Não queria ter que passar por essa situação. Desmaiada no chão do banheiro.

- Você acha melhor eu ia chamar a enfermeira ou quer que eu fique aqui com você? - perguntou Lucy, depois de alguns poucos minutos, me acordando de devaneios. Eu tentei responder que queria que ela fosse chamar a enfermeira, assim pelo menos me livraria da garota, mas a única coisa que consegui proferir foi um "aghram". Como ela não entendeu, continuou ali comigo.

Quando percebi que meu estoque de vômito provavelmente já tinha se esgotado, juntei forças pra conseguir me levantar, mas fracassei miseravelmente.

- Você quer se levantar? Já se sente melhor? - perguntou Lucy, percebendo meu movimento. Eu acenei com a cabeça. Então a garota abaixou um pouco o corpo até minha altura para que eu pudesse me apoiar nela. Quando achei que já estava segura o suficiente, tentei levantar-me mais uma vez, agora conseguindo. Porém, no momento em que fiquei em pé, minhas pernas cederam e e eu só não caí porque Lucy me pegou pela cintura. Por impulso, eu me agarrei nela o máximo que eu pude. A garota era muito magra e frágil, então nós quase caímos mais uma vez, o que fez com que nos segurássemos mais forte uma na outra.

Depois de alguns segundos daquela situação, Lucy conseguiu abaixar a tampa do vaso sanitário com os pés e me pôr sentada sobre ela.

- Desculpa por isso - pedi.

- Acho que você não tava tão melhor assim - respondeu sorrindo.

- É, deu pra notar.

Lucy se afastou, mas ficando perto o suficiente para me pegar caso eu caísse.

- Acho que você tá legal o suficiente pra ficar aqui esperando uns 30 segundos. Já tá até sendo mal educada - disse brincando. - Eu vou ali chamar a professora e volto já.
- Não! - eu disse, segurando as mãos dela. - Fica aqui comigo. - Eu não podia deixar ela chamar a professora, seria bem pior. Se a opção fosse a enfermeira, tudo bem. Era longe a suficiente pra eu conseguir me recompor e ir embora antes que elas voltassem. Mas a sala de aula em que estávamos anteriormente era perto demais, não ia dar tempo. E pior ainda, todos na escola saberiam o que tinha acontecido.
Lucy se abaixou na minha frente, nossas mãos ainda dadas.

- Tudo bem, eu fico. Você sabe o que pode ter causado isso? - perguntou, parecendo preocupada.

- Não sei - respondi com sinceridade.

- Você comeu alguma coisa que pode não ter caído muito bem?

- Sei lá. Talvez. Não que eu me lembre.

- Você já estava se sentindo mal a muito tempo?

- Vem cá, você é médica por um acaso?

- Não - respondeu baixinho.

- Então, menos, por favor. - disse. - Você só está fazendo minha cabeça doer mais com essas perguntas.

- Nossa, é impossível falar com você. - disse, não parecendo realmente abalada com a minha grosseria.

Lucy soltou uma das minhas mãos e passou o braço pelo lado do meu corpo, como se fosse me abraçar, mas na verdade só estava tentando alcançar a descarga. Agradeci mentalmente por aquilo. O cheiro já estava incomodando. Ela permaneceu ali comigo, calada. Como eu estava com a cabeça baixa, não conseguia ver sua expressão, portanto não saberia dizer se já estava impaciente de estar ali, com uma garota passando mal, sem poder sair para pedir ajuda. Porém, ela não reclamou de nada.

Com o passar do tempo, a minha situação foi melhorando. Meu enjoo já tinha passado e a minha cabeça não doia mais tanto. Já estava mais fácil me concentrar. Me perguntei quanto tempo tínhamos ficado ali. Levantei os olhos para Lucy. Ela parecia perdida em pensamentos, que provavelmente não tinham nada a ver comigo. Ia perguntá-la o horário, mas acabei lembrando de outra coisa.

- Droga! - gruni.

- Algum problema? - perguntou. - Você quer vomitar de novo?

- Não, não é isso. É só que hoje é um péssimo dia pra essa merda acontecer. - esclareci.

- Por quê? O que tem de muito importante hoje? - perguntou, parecendo ansiosa para iniciar algum tipo de conversa.

- Nada que você vá entender. Eu só ia conversar algo com meu tio. - Levantei minha cabeça e vi que ela me olhava confusa. - É que não é todo dia que eu tenho tempo pra conversar com ele. Então tenho que aproveitar as oportunidades. - Continuei.

- Claro, eu imagino. - disse Lucy, ainda me olhando confusa. “Eu imagino”. O que as pessoas imaginavam quando pensavam na minha relação com meu tio? - Ele é um homem muito ocupado, certo?

- Certo – respondi. - Assim como seu pai. - acrescentei.

- É diferente – falou ela, na defensiva.

Claro que é diferente, pensei. Seu pai é um músico, não um criminoso.

- O que quis dizer é que vocês também não devem ter muito tempo pra conversar, tendo em vista quem é seu pai.

- Sim, você tá correta. Mas nós nos viramos bem. - respondeu. Nós nos olhamos por alguns segundos. A garota parecia triste ao dizer aquilo. Eu lembrei que meu pai também era bastante ausente na minha vida quando eu era criança. Sempre viajando a negócios.

- De qualquer forma deve ser difícil – comentei, dando espaço e tempo para que ela continuasse, caso quisesse conversar sobre isso. Mas não consegui explicar pra mim mesma o porquê de estar fazendo aquilo.

- Você não entenderia. - Foi a vez dela de dizer.

- Eu não entenderia um pai ausente? - perguntei com sarcasmo. - Acho que entenderia sim.

- Desculpa – respondeu rapidamente. - Não foi o que eu quis dizer.

- Ok. O que quis dizer, então?

Depois de alguns segundos se relutância, ela respondeu:

- Eu e meu pai estamos distante fisicamente a maior parte do tempo. Mas temos uma conexão muito forte. Nunca estamos separados um do outro. O que não deixa de fazer com que eu sinta falta dele, claro. - Eu entendia. Entendia muito. Era assim que me sentia com relação aos meus pais. Mesmo distantes (muito distantes), eles estavam sempre comigo. Nada nunca mudaria isso. - Mas eu entendo o que ele faz. Mais que só entendo. Acho a coisa mais linda do mundo. - Continuou. Lucy falava do pai de uma forma tão orgulhosa que me comovia. E eu percebi, triste, que provavelmente nunca voltaria a me sentir assim por alguém. - Mas deixa pra lá. Você não deve dar a mínima pra isso. - disse por fim.

- Você está errada. Eu acho isso muito bonito. - A garota me olhou nos olhos, como se tentasse entender alguma coisa. - Obrigada. - agredeci.

- Pelo quê?

- Por ter ficado aqui comigo.

Quando ela ia responder, ouvimos um barulho na porta do banheiro. Algumas garotas haviam entrado. Nós nos entreolhamos e notamos que passaria uma ideia muito errada se nos pegassem juntas daquele box. Eu olhei no relógio de pulso dela, que estava na mão em que eu ainda segurava, e vi que o sinal pra troca de aulas já havia batido. O tempo tinha passado muito rápido.

- Você sabe qual a senha do armário da Lucy? - perguntou uma garota, que pela voz, eu notei ser Lauren Jauregui.

- Sei – respondeu a segunda voz. Vero Iglesias. - Por quê?

Eu fiz menção para sair do box, mas Lucy me parou. Pensei que como eram as amigas dela, não haveria problema se saíssemos juntas. Elas entenderiam. Mas pelo visto, Lucy tinha uma opinião diferente.

- Ela saiu hoje da aula de Inglês pra ajudar a Camila e não voltou mais. Deixou as coisas dela na sala e agora tenho que dar um jeito de guardar no armário dela. Provavelmente só se aproveitou da situação pra cabular aula - respondeu Lauren, sorrindo.

- Que Camila? Camila Cabello? - perguntou Vero, assustada. Ouvi a porta de um dos boxs ao lado se abrindo e depois fechando.

- Você conhece outra? - zombou Lauren.

- Sério? O que aconteceu com ela? - quis saber, curiosa.

- Não sei, ela passou mal ou algo do tipo. Eu é que queria ter saído pra ajudá-la, mas a professora pediu pra Lucy.

- Acho que é porque ela conhece bem seu tipo. Era pra ajudar a garota, não pra dar em cima.

- Ei, não seja injusta comigo! Eu ajudaria. E aproveitaria pra levá-la pra minha casa, pra cuidar dela na minha cama.

De dentro do box, Lucy sorriu e sussurrou pra mim um “desculpa por isso". Assim como a professora, eu também conhecia o tipo da Lauren. Não me impressionava aquele tipo de comentário.

Ouvi uma descarga vindo do box ao lado, seguida do barulho da porta abrindo e fechando. Depois de mais algumas trocas de palavra e brincadeiras, as duas garotas saíram do banheiro, e por sorte, ninguém mais entrou.

- Por que não saímos quando elas estavam aqui? - perguntei a Lucy quando achei que fosse seguro.

- Elas iam pensar besteira. Até explicar ia gerar muito aborrecimento. - respondeu ela, enquanto largava minha mão e saia do box.

- Não vejo como. - comentei.

- É mais complicado do que você imagina – disse. - Ela gosta de você.

- Ela? Ela quem? - perguntei, confusa.

- A Lauren. - respondeu, como se fosse óbvio e eu sorri daquilo.

- Ok. Lauren Jauregui é afim de todo mundo.

- Primeiro, isso não é verdade. E segundo, ela realmente gosta de você. Não era nem pra eu estarte falando isso.

- Tá bom. Se você diz. - respondi, ainda sem levar a sério. Fui até a torneira e limpei minha boca, para tirar o gosto horrível dela.

- Tudo bem se você não acredita. Eu também não acreditaria. - disse, parecendo pensativa. - De qualquer forma, se eu dissesse a verdade elas achariam que você ainda está muito mal e eu tenho certeza que você não ia gostar de tanta atenção. Elas te forçariam a ir até a enfermaria. Falando nisso, você já está melhor mesmo?

- Sim, eu estou. Não precisa mais se preocupar. Eu assumo sozinha a partir daqui.

- Então eu já vou indo, antes que elas arrombem meu armário. - Ela se aproximou de mim com um sorriso doce. - Espero que você tenha uma boa conversa com seu tio hoje a noite. - disse, depois se virou e foi embora.

Eu também espero, respondi pra mim mesma.

 


Notas Finais


Oi, pessoas. Eu não tenho nada pra escrever nesses espacinhos. Daí eu fico horas pensando. E sai isso.


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