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História Cuida Dela - Improbabilidade


Escrita por: boneca-de-neve

Capítulo 18 - Improbabilidade


Fanfic / Fanfiction Cuida Dela - Improbabilidade

Gabi P.O.V

David conseguia qualquer coisa usando suas palavras e aquele olhar esverdeado de cachorro pidão, e foi assim que ele conseguiu me convencer à passar a noite no hotel que ele estava, alegando que o dia seguinte seria seu último dia em São Paulo e que eu não podia dizer não para ele. Ele tinha razão. Não sabíamos quando conseguiríamos nos ver novamente, então era bom aproveitar a oportunidade.

Fui para o hotel que ele estava e passamos parte da noite em claro. Parecia que a cada vez que fazíamos amor eu conseguia me entregar mais para ele, e a experiência só ficava melhor. Também nos dava a oportunidade de nos conhecer melhor nesse sentido. Aos poucos eu aprendia como satisfaze-lo melhor, e cada vez mais ele aprimorava sua técnica de me satisfazer. Eu achei que nossa primeira noite tinha sido maravilhosa, mas as noites depois dela só ficavam melhores.

No dia seguinte acordamos tarde e resolvemos não sair dali, apenas aproveitar cada segundo que ainda tínhamos juntos.

- Foge comigo? – ele disse enquanto ensaboava minhas costas e eu ri.

Estávamos na banheira gigante que tinha na suíte dele por pelo menos 30 minutos, e só nos últimos 5 realmente nos focamos no banho. Eu estava sentada entre suas pernas e acariciava sua coxa.

- Você prometeu para o Oscar que não me raptaria. – eu respondi.

- Por isso estou te perguntando, porque se você aceitar não será um sequestro.

- Nesse caso, não seria uma má ideia. – eu sorri – Será que conseguiremos viver assim? Entre viagens.

- Eu já montei um plano, será um pouco demorado, mas quando completar o cronograma você vai se casar comigo.

- Que cronograma?

- Das nossas viagens. Eu venho aqui nas férias e você vai pra lá nos feriados.

- E como exatamente você me fará casar contigo?

- Porque você está duvidando? É tão difícil assim você aceitar?

- Não, mas é que essas coisas levam tempo né.

- Bom, já tivemos um ano juntos. Então acredito que até o final desse ano teremos levado o tempo suficiente.

- Você está falando sério? – me virei para ele.

- Sobre o cronograma?

- Sobre casar.

- Estou. – ele disse incerto – A não ser que isso te assuste, não quero apressar nada.

- Não, isso não me assusta. Quer dizer, um pouco só. – eu ri anasalado – Eu sou nova, mal completei 20 anos. Mas não me importaria de casar com você.

- Desculpa. – ele disse meio tristinho e meu coração derreteu.

- Não, não fala assim. Eu realmente não me importaria de passar o resto da minha vida com você. Eu sou nova e tive a sorte de encontrar um cara que me faz extremamente feliz, de uma forma que nunca imaginei que fosse possível. Então porque não passar o resto da minha vida com ele?

- Tem razão. Então a gente se casa mês que vem.

Eu ri.

- Bobo. – o beijei.

- Você é linda, sabia? – ele acariciou meu rosto e eu sorri. – Você merece alguém que te queira mais do que nos fins de semana ou por uma noite, você merece alguém que te queira pra vida. Eu acho que não deveria ter te deixado me conquistar por completo, porque agora você é meu ponto fraco. Eu não consigo dizer não quando o assunto é você.

- E você está me transformando em uma namorada coruja. Quando você menos esperar eu vou estar lá na arquibancada em todos os jogos gritando seu nome e jogando o sutiã no campo.

Ele gargalhou.

- Eu adoraria isso. – disse ele e eu ri também – Mas para mim basta saber que você é minha, isso já é suficiente.

A maioria das pessoas consideraria insana a ideia de falar em casamento assim tão “cedo” quando o casal mal oficializou o relacionamento. Mas a verdade é que quando você descobre que quer passar o resto da vida ao lado de alguém, você quer que o resto da vida comece o mais rápido possível. As pessoas que se preocupam por serem novas, na verdade se sentem inseguras se o que elas veem na outra pessoa consegue ser melhor do que elas poderiam achar em outra. No meu caso eu não tinha dúvidas que o que eu encontrei em David era tudo o que eu queria, tudo o que eu não achei e não acharia em outro cara.

[...]

Terminamos nosso banho e o relógio apontava que se aproximava das 13h.

- Está com fome? – David perguntou quando terminei de secar o cabelo. Ele estava arrumado e usava uma faixa no cabelo. – Estava pensando em sair para comer alguma coisa.

- Vamos almoçar lá em casa, prometi para minha mãe que te levaria para almoçar com a gente. Conhecendo bem a dona Sueli deve ter um banquete te esperando lá.

Ele sorriu.

- Você não sabe o tanto que ela gosta de você. – falei.

- Ótimo, tenho a aprovação da sogra, do cunhado, da Ludmila... e a Dani?

- A gosta de quem me faz feliz, então agora ela gosta de você. Mas se a gente brigar ela vai ficar do meu lado, entendeu?

- Justo né?

- Sim. E a sua família? Eles já sabem que você não tem mais noiva?

- Sabem faz tempo, parece que só ela não sabia mesmo.

- E como eles reagiram?

- Só minha irmã que não ficou feliz. Minha mãe detestava a Sara, dizia que não gostava de quem eu era quando estava com ela e nem de como ela era no nosso relacionamento. No início ela até tentou gostar dela, mas com o tempo não deu. Meu pai é bem na dele, ele não gosta muito de opinar na minha vida a não ser que eu peça, mas acho que no fundo ele concordava com minha mãe. Já minha irmã e a Sara se tornaram amigas e ela estava feliz com a ideia que eu iria casar com alguém que ela se dá tão bem. Daí ela ficou triste ao saber que não teria mais casório, mas disse que se eu não estava me sentindo feliz então ela prefere me ver feliz.

- Será que ela vai implicar comigo por causa disso? – perguntei preocupada.

- Acho que não, conhecendo bem minha irmã. Ela é bem madura, já é mãe e casada, não liga muito para essas coisas então você não deve se preocupar com ela. Tenho certeza que ela vai te tratar super bem, ela é a pessoa mais doce que eu conheço. A única pessoa da minha família que você deveria se preocupar é minha mãe mesmo, mas eu vou preparar o terreno pra você.

- Como assim preparar o terreno?

- Eu vou passar o resto das minhas férias lá em Minas com minha família e vou falar de você para eles. Vou dizer que a gente tá namorando e como tudo aconteceu. Tenho certeza que ela vai gostar de você quando eu falar.

- Você precisa mesmo ir amanhã? Não pode ficar mais um pouco? – fiz bico – Só uma semana.

- Eu queria mesmo ficar, mas se eu fizer isso pode ser um mal começo. Se minha mãe souber que fiquei por sua causa já existe uma chance de ela não gostar de você, porque a Sara fazia isso. A gente planejou essas férias há uns 2 meses.

- Entendi. Ela está certa, você tem que dar prioridade pra sua família, eu não posso te impedir disso. Quando eu decidi voltar de vez pra cá estava priorizando minha família e agora você está fazendo o mesmo.

- Fico feliz que pense assim. – ele beijou o topo da minha cabeça – Por mim eu te levava comigo e já te apresentaria pra todo mundo, mas se eu chegar do nada com uma mulher lá ...

- Eu sei, eles não aceitariam muito bem, e com razão. – falei – Mas eu não quero que você se preocupe com isso. Não precisa me levar para passar férias com vocês, eu realmente não me importo.

- Mas eu quero isso. Quero fazer as coisas certas dessa vez, e quero que minha família te conheça.

- Eles vão conhecer, mas é que... acho que está cedo. Até um dia desses você estava noivo de uma mulher que eles conhecem há muito mais tempo do que eu, e tiveram uma experiência ruim com ela. Com certeza haverá uma certa cobrança em cima de mim, e eu acho que não estou preparada para isso ainda.

- Tudo bem. – ele me deu um selinho – A gente pode esperar mais alguns meses até você se sentir pronta, eu não quero forçar nada.

Eu sorri.

- Então, vamos lá para casa? – sugeri – Eu não conheço sua família mas a minha te conhece e você já tem um fã clube lá em casa que provavelmente já pensam na data do nosso casamento e em como farão para visitar nossos filhos quando eles nascerem.

Ele riu.

- É sério. – falei – Você não sabe como é lá em casa.

- Não vejo nenhum problema nisso, isso só mostra que eu e sua família estamos no mesmo propósito.

- Então vamos, porque meu maior propósito agora é comer. – peguei na mão dele e o puxei para sair da suíte.

[...]

Pegamos um táxi até minha casa e levamos quase 40 minutos já que David estava hospedado em outra cidade. No caminho liguei para avisar que estávamos indo e minha mãe ficou toda feliz pois estava quase desacreditando que iríamos mesmo almoçar lá. Se eu precisava da aprovação da mãe dele, ele já tinha a total aprovação da minha.

- Meu genro! – ela disse ao ver David entrando na cozinha e eu achei engraçado – Vou levar um tempo para acostumar com a ideia que você não veio por causa do Oscar.

- Eu lá quero saber do Oscar. – David respondeu com desdém e nós rimos.

Ele abraçou minha mãe e depois foi falar com Dani.

- Já devo te chamar de cunhado? – ela perguntou.

- Pode me chamar do que quiser, até de Cleiton. – ele brincou antes de abraça-la também.

- Fico muito feliz por vocês dois, sério. – ela disse – Nós não poderíamos confiar mais em alguém para namorar a Gabi do que você, apesar de nunca termos considerado essa possibilidade.

- Quem tá querendo namorar minha irmã aqui? – Oscar apareceu na cozinha com Julia nos braços – Quem é que tá se achando homem suficiente para isso?

- Oscar, fica caladinho vai. – David respondeu.

- Tá vendo, mãe? Quando eu digo que ele só me usou para ficar com ela vocês não acreditam em mim.

- Ontem ele quase não dormiu pensando nisso. – Dani disse.

- Que nada, ele tá só com ciúmes que agora eu não vou vir aqui por causa dele. – David respondeu – Mas não se preocupa, eu ainda te amo. – ele beijou o rosto de Oscar, arrancando gargalhada de todo mundo na cozinha.

David sempre foi o centro das atenções sempre que a gente visitava o Oscar em Londres ou no centro de treinamento. Aliás, existia algum lugar que ele não roubava a cena? Mas eu deixei ele entretendo minha família e voltei minha atenção para Júlia.

- Oi princesa linda da tia. – falei beijando sua mãozinha e a peguei dos braços de Oscar, mas ela não me deu muita atenção, estava com os olhos fixos em David – Ei, porque você está olhando para ele? Me dá atenção, poxa. Eu sou sua tia.

David percebeu o olhar curioso dela e começou a fazer graça, arrancando risadas dela. Em questão de segundos ele fez sinal com as mãos a chamando para os braços dele e sem pensar duas vezes ela se jogou.

- Como assim? – falei incrédula – Isso não é justo! Ela preferiu o David.

Todos na cozinha deram risada.

- Fazer o que né, se eu sou mais legal que a titia. – ele disse enquanto brincava com Júlia em seus braços e Oscar riu.

Eu revirei os olhos e fechei a cara para David.

- Você vai ficar brava se ela preferir eu do que você? – ele perguntou.

- Claro que vou né, ela é minha sobrinha e não sua.

- Que pena, porque parece que ela gosta mais de mim. – ele provocou – Fazer o que se nem todo mundo é interessante para ela.

- Ai como você é insuportável. – falei e ele riu.

- Brincadeira, pode ficar com ela. – ele me entregou Júlia – Eu também sou tio e sei como você sente falta de vê-la crescendo.

Apesar de agora estar comigo, Júlia estendeu os braços para David, ignorando completamente minha presença.

- Não, você não pode gostar dele. Você tem que gostar de mim. – falei para ela mas sem sucesso pois ela ameaçou chorar então deixei que ela fosse para David. – Isso é inaceitável, ela prefere você do que a própria tia.

- Desculpa?! – ele disse.

- Não, não desculpo. Fica longe dela da próxima vez que eu tentar pega-la no colo.

- Sim senhora. – ele brincou.

Tirando o fato da minha sobrinha preferir David, o resto da tarde foi maravilhosa. Almoçamos em um clima super agradável e minha mãe era só sorrisos por ter a casa cheia com a família toda, e David agora entrava oficialmente no conceito de família dela. Não só dela, mas há um bom tempo David era meu conceito de família também. Antes por falta de opção, já que ele era meu único conhecido em Paris, mas agora porque ele havia mesmo se tornado minha família. Ele tinha o mesmo cheiro de casa que eu sentia quando voltava para São Paulo, e me fazia sentir segura como eu me sentia quando estava com minha família.

Eu costumava pensar que David havia conquistado minha família por ser incrível com Oscar, mas agora entendia que ele havia conquistado por ser incrível por si só. E foi com a mesma facilidade que ele me ganhou, que agora ganhava ainda mais todo mundo na minha casa, até a recém-chegada (vulgo Júlia). Era simplesmente difícil não sorrir com ele por perto, para a minha família e para mim também. E então eu pensei comigo mesma: ele foi a melhor escolha que eu já fiz. Ele com certeza era a melhor escolha a ser feita. Foi quando eu escolhi ser feliz que ele apareceu e deixou de ser o amigo do meu irmão. Foi quando eu deixei para trás tudo o que eu achava que só conseguia me fazer feliz, que ele apareceu me mostrando que a felicidade aparecia quando nós não estávamos procurando.

Eu não estava procurando um homem que me fizesse sorrir para as paredes só de ouvir o nome, nem que minha família amasse assim, muito menos que tinha como propósito casar comigo e me fazer feliz de todas as maneiras possíveis. Mas ele apareceu, e eu abri os olhos para enxergar um cara que sempre esteve conosco nos últimos cinco anos, mas nunca havia cruzado minha vida no sentido que cruzava agora. O destino é realmente algo surpreendente. Enquanto David vivia esses 5 anos ao lado de uma mulher que não o fazia feliz, eu vivia os mesmos anos fazendo qualquer outra coisa que alguém da minha idade faz. Mas um dia um certo cupido achou que era hora, e em um local improvável, duas pessoas improváveis se enxergaram de verdade. E agora qual era a probabilidade de eu querer viver os próximos anos sem ele?

 


Notas Finais


Eitaaaaa que esse casal está a mil! É muito amor pra pouca gente, meu povo hahaha espero que estejam curtindo essa vibe linda do momento entre os dois.


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