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História Cure (Larry Stylinson) - Are you strong enough?


Escrita por: MillaWand e curlystylesx

Capítulo 95 - Are you strong enough?


Harry Styles > 

-Me diga seu nome, endereço, estado civil e data de nascimento. -O doutor que me examinava pediu. Claro que eu sabia meu estado civil, mas reparei que havia um espaço em minha mente, não me lembro direito de quando nasci, ou em que ano estamos. O médico colocou uma lanterna em meus olhos e examinou-os prolongadamente, em silêncio. -Você disse a enfermeira da noite passada que não podíamos ver sua alma. -Eu não me lembrava direito o que disse. Tenho dificuldades o suficiente pra falar e mais ainda para conversar. -Você tem sido constantemente induzido ao sono através de calmantes, isso pode afetar um pouco sua memória. Por favor, tente responder tudo o que perguntarmos. E os médicos começaram um questionário absurdo, querendo saber poucas coisas, mas detalhes importantes, chaves para demonstrar se eu estava raciocinando bem. Pediram pra mim colocar a língua pra fora e assim fiz. Eles trocaram olhares preocupados e depois anotaram algumas coisas, me deixando curioso. No começo, cogitei não responder- minha memória estava confusa. Mas à medida que o questionário avançava, eu ia reconstruíndo o que havia esquecido. Em determinado momento, lembrei que estava em más condições, e para meu próprio bem, e também para manter os médicos por perto, fiz um esforço mental, a fim de ver se conseguia descobrir algo mais a respeito de meu estado. -Está bem, é o suficiente. -Disse um dos doutores que me observava atentamente.

-Quanto tempo vou ficar aqui? -Forcei a garganta e precisei tossi rapidamente ao que ela doeu. Um dos mais jovens abaixou seu olhar e senti tudo suspenso no ar. Os outros apenas suspiraram e balançaram a cabeça, tentando sair da sala. -Podem dizer. -Pedi novamente, fazendo um deles voltar até mim e parar na minha frente.

-Olha... Eu não tenho essa permissão te dizer o que você tem... -Vá direto ao ponto. -O doutor mais experiente disse e saiu da sala arrasado, percebi pela sua expressão. Nós dois na sala sozinhos, pouca diferença de idade, ele, um médico formado e eu, um paciente quase em estado de óbito. -O seu coração é irremediavelmente afetado. Ele vai parar de bater muito em breve. -Limpou seus olhos marejados, evitando o contato visual. -O que significa isso? -Perguntei, assustado. As máquinas que mediam batimentos cardíacos começaram a disparar rapidamente e o coitado se assustou, me pedindo calma. -Por esse exato motivo. Seu coração não aguenta mais bombear seu sangue corretamente, não há mais nada a fazer... O fato do coração parar de bater significa apenas uma coisa: morte física.

-Em quanto tempo meu coração vai parar? -Interrompi. 

-Cinco dias, uma semana no máximo. -Me dei conta de que por trás da aparência e do comportamento profissional, existia um ar de preocupação daquele homem. Talvez por ser jovem, não sabe lidar com as emoções e separar o profissional do emocional. Mantive os olhos fixos nele por alguns segundos e suspirei. -Então eu falhei. -Nós falhamos em poder te ajudar. -Foi a resposta. Toda minha esperança foi embora junto com aquele homem que me deixou sozinho na sala, na presença da traiçoeira morte.

Durante a noite, porém, comecei a sentir medo. Uma coisa era a ação rápida dos comprimidos em me trazerem sono, outra era isso não funcionar mais, os efeitos não eram mais os mesmos. Olhei a volta. Todos os leitos estavam ocupados, as pessoas dormiam, algumas roncavam forte. No final do dormitório havia uma pequena luz acesa, enchendo o ambiente de sobras estranhas, e permitindo que o local estivesse constantemente vigiado. Minha cama era a mais afastada da porta, entre mim e ela havia uns vinte leitos. As enfermeiras de plantão, todas liam. Uma das pacientes 'loucas' (vamos dizer assim) se levantou de sua cama e andou um pouco pelo quarto, arrastando seu tripé que segurava sua bolsa de soro. Uma das enfermeiras ergueu seus olhos e suspirou fechando seu livro, como estivesse se sentindo incomodada pela mulher. -Quero ir ao banheiro. -Sussurrou a moça, com medo de acordar aqueles que dormiam. A enfermeira deu de ombros e voltou a abrir o livro. Um gesto descuidado fez com que o tripé se chocasse contra o chão e a pobre moça gritasse de dor no que as agulhas foram puxadas com força de seu braço. Levaram ela para fora do quarto, deixando apenas uma desocupada, que mexia em seu celular, cuidando de umas trinta pessoas.

Como eu estava bem recostado na parede, me deitei de lado tomando cuidado com os vários canos que haviam ali. Ao meu lado, dormia um menino com cabelos loiros, branquinho como a neve. Aparentava ter seus quinze anos de idade e encarava o teto como se em sua mente passasse várias coisas. O observei por alguns segundo até que virou seu rosto para mim, mostrando seus olhos claros. -Oi. -Sussurrou, sua voz tão fraca como a minha. Dei um leve sorriso para não precisar forçar a garganta e ele sorriu. -Você está bem... Mal. -Assenti com a cabeça. -Você não fala? Balancei a cabeça positivamente e ele limpou sua garganta, antes de continuar falando. -Meu nome é Enzo... Qual o seu? -Levantei a pulseira que todos haviam em seu braço com o nome, para ser mais fácil reconhecer. -Belo nome, Louis... -Sorri fraco. Ficamos nos observando por alguns longos segundos e abri minha boca, tentando pronunciar alguma coisa.

-Isso é uma prisão? -Perguntei. Ele levantou seu olhar e me fitou novamente.

-Um hospício.

-Eu não sou louco.

-É exatamente o que todos por aqui dizem. -O menino deu de ombros e voltou a encarar o teto.

-Está bem. Eu sou louco. O que é um louco?

-Silêncio. -A enfermeira se levantou da cadeira e olhou para o fim do grande corredor, diretamente para mim.

-O que é um louco? -Insisti mesmo assim, aumentando o tom de voz, mesmo que tudo em mim doesse.

-Pergunte para o médico amanhã. E vai dormir, ou terei que te aplicar calmantes. -Loucas são essas enfermeiras que acham que calmantes servem para tudo: dormir, dor, me fazer calar a boca... Assenti e fechei minha boca.

-Você não sabe o que é um louco? -Enzo perguntou tão baixo que quase não tive a capacidade de ouvir. Por um instante, pensei em não responder. Não queria fazer amigos, desenvolver um ciclo social ou algo do caso. -Você não sabe o que é um louco?

-Não. -Respondi baixinho, o vendo rir. Eu estava sem sono. Segundo o médico, eu passava a maior parte do dia acordado e à noite não conseguia dormir, por isso dos calmantes fortes. Se eu não fingisse dormir, ela me aplicaria aqueles remédios malucos novamente. -Não sei o que é um louco, eu não sou, apenas sou um suicida fracassado e frustrado.

-Louco é quem vive em seu próprio mundo, tipo os psicopatas, esquizofrênicos, maníacos. As pessoas que são diferentes das outras.

-E você é o que? Psicopata?

-Entretanto -Ele continuou como se não tivesse me ouvido. -Você já deve ter ouvido dos Beatles, que vestiam roupas que nem eram de suas épocas. -Esse demente está falando coisas com sentido demais.

-Já vi uma mulher com vestido vermelho decotado, perto de casa uma vez. Estava 5° abaixo de zero. Achei que ela estivesse bêbada e fui ajudá-la, mas ela rejeitou meu casaco.

-Talvez em seu mundo, estivesse calor. E seu corpo quente pelo desejo de alguém que a esperava. Mesmo que esta outra pessoa existisse apenas em seu delírio, ela tem a vontade e o direito de morrer como quiser, não acha?

-Eu também tinha esse direito, mas tiraram de mim. -Enzo riu.

-Você não parece ser louco. 

-Mas sou, embora esteja sendo curado aos poucos, meu caso é simples: basta recolocar no organismo uma substância química.

-Qual substância?

-Cocaína. -Engoli em seco, o vendo rir. -Acharam que eu era louco porque usava drogas, loucura deles, não? -Permaneci calado, ainda bastante surpreso. Como um garoto desse consegue ingerir drogas pesadas assim? -''Você vai morrer'', me disseram. 

-Eu também quero morrer. -Concluí, o vendo me encarar confuso. -Fico pensando se há um jeito de morrer aqui dentro, talvez eu possa ir na cozinha e pegar uma faca...

-São todas de plástico, justamente para que ninguém se mate ou machuque alguém. -Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, a enfermeira apareceu com uma injeção.

-Posso aplicá-la eu mesmo, mas dependendo de sua vontade, posso chamar os seguranças pra me ajudar. 

-Não gaste sua energia à toa. -Enzo disse, levantando seu dedo do meio para ela. -Sente aqui, sua vadia. -A mulher pareceu bem incomodada e segurou o braço dele, aplicando a injeção sem nenhum cuidado. Fiquei bem quieto enquanto ela saía de perto de nós dois e olhei o garoto, que agora sorria. -Eu vou ficar bem, boa noite. -Fechou seus olhos ainda sorrindo e o silêncio se fez bem presente no quarto. 

*****

Foi meu primeiro dia normal num hospital de loucos. Consegui sair da cama, mesmo que tenha rodado o hospício em uma cadeira de rodas e um cano de ar. Reparei que ao contrário do que se mostrava nos filmes, escândalos, gritarias, pessoas fazendo gestos demenciais, tudo parecia envolto numa aura de silêncio opressivo, parecia que ninguém desejava repartir seu mundo com estranhos. 

Depois do café da manhã horrível composto por um mingau pastoso e um café aguado, saíram todos para um banho de sol. Eu era empurrado por uma das enfermeiras imprestáveis daqui. 

-Então, como você está se sentindo? -Ela perguntou, me deixando em meio a um monte de loucos. 

-Não estou aqui para conversar de como estou. -Fui curto e me xinguei por minha voz fraquejar em umas três palavras ditas. 

-Mesmo assim, precisa sair para um banho de sol. 

-Vocês que são loucos, não há sol! -O dia estava completamente nublado e as nuvens indicavam que qualquer hora poderia cair uma tempestade e alagar tudo. 

-Mas há luz, ela ajuda a acalmar os internos. Infelizmente hoje não há sol, assim, deixando eles soltos temos menos trabalhos. -Era inútil discutir: saiu, caminhou um pouco olhando tudo a sua volta, e depois procurou disfarçadamente uma maneira de fugir de nós. O jardim era contornado por prédios de aparência militar, que hoje abrigava enfermarias femininas, os escritórios de administração e a dependência de empregados. Ao final de uma primeira e rápida inspeção pelo local, percebi que os porões eram altamente trancados e por todo lado haviam cercas elétricas. Realmente, isso é uma prisão. 

Tudo parecia estar voltando ao lugar no meu coração, a não ser um menino parado em minha frente neste exato momento. Ele era o único que usava uma camisa de força e uma 'máscara' que dava espaço apenas para ele abrir a boca para respirar. Ela sobia até as bochechas e tinha grande fivelas de ferro, impedindo de ser tiradas de si.

-Eu sou Enzo. Conversamos um pouco ontem. -Ele passou a língua nos pequenos espaços da máscara. O observei um pouco, e realmente, seu olhar não é nem um pouco amigável. 

-Eu espero que a injeção não tenha causado muito problema. A culpa foi minha que não fechei a boca. 

-Estou bem. -Sorriu, mostrando seus dentes bem alinhados e fiquei com um medo inexplicável. Ainda bem que ele estava bem amarrado, imagina esse menino solto por aí. -Está frio mas é uma bela manhã. É curioso, mas pra mim os dias sempre são assim. Onde eu morava as crianças brincavam em baixo do sol, eu brincava em baixo da chuva. 

-Hm...

-Tem um grupo aqui dentro, homens e mulheres que já tem alta, que podem ir para casa, mas não querem sair. As razões para isso são muitas, lá fora elas serão sozinhas pra sempre, sem ninguém. Aqui dentro eles tem uma vida, amigos, pessoas que cuidam delas.

-Como que é?

-As pessoas lá fora te esquecem, você perde família, casa, trabalho, escola, tudo. Dentro de anos, você será esquecido, seus familiares não lembrarão mais de você e quando mencionarem seu nome, fingirão que nunca existiu.

-Como é que é?

-Lamento te informar, mas quem entra nesse hospício nunca mais sai. 

 

Harry Styles > 

Ivy me observava ser amarrado na cama, sempre com um olhar triste.

-Me conta o que está acontecendo, eu já estou ficando preocupado! -Ele perguntou pela vigésima vez, quase fazendo meus ouvidos explodirem de dor. A enfermeira se virou segurando uma injeção. Parecia feliz ao chegar perto de ser tratada com importância, mas ela estaria apenas aplicando uma injeção, mais nada.

-Nesta seringa, está uma dose de insulina. É usada por diabéticos para combater as altas doses de açúcar no sangue. Entretanto, quando a dose é muito mais forte e elevada que a habitual, a queda na taxa de açúcar provoca o estado de coma. É por isso que vou aplicar nele, não está aguentando mais sofrer de dor.

-Você não pode deixar ele em coma? Por acaso você é doente? -Ivy estava perdendo a cabeça e eu apenas respirava, realmente, a dor era insuportável a ponto de meu corpo todo tremer.

-É isso que vai acontecer agora, ele entrará em coma induzido, não se assuste se os olhos deles ficarem vidrados,e não espere que o reconheça enquanto estiver sob efeito da medicação.

-Eu não vou permitir que você faça isso! Não, é injusto!

-Escuta, você quer vê-lo morrer de dor bem em baixo do seu nariz ou deixá-lo morrer em coma? Eu só vou aliviar a dor dele!

-Isso é horroroso, desumano. As pessoas lutam pra sair daqui, não pra entrar em coma. -Ela bateu levemente na agulha.

-Só estou cumprindo as ordens que me passaram, não posso fazer nada, é meu trabalho.

-É SEU TRABALHO MATAR AS PESSOAS? -Ele gritou, me fazendo fechar os olhos. Gemi um pouco de dor, sentindo a leve picada em meu braço. O suspiro de Ivy me deu vontade de chorar instantaneamente, mas nem pra isso tenho forças. -Fique tranquilo Harry... -Ele se aproximou da cama e tocou meu braço com cuidado, mas eu já não conseguia enxergar. 

-Não perca seu tempo, ele não pode mais ouvi-lo. -A minha boca se abriu e é como se eu sentisse um líquido escorrer por entre meu pescoço. Eu não sei se aquilo era vômito ou água, sangue talvez, mas não consegui distinguir. Não consegui fechar minha boca e meu corpo não reagia a comandos.

-O que você fez? -Gritou para a enfermeira.

-Meu dever. -Os gritos de Ivy não eram normais, ele gritava por mim, ameaçava chamar a polícia, os jornais, os direitos humanos... Eu ouço tudo, estou em consciência, talvez em estado vegetativo agora, mas consigo pensar ainda. -Fique calmo, mesmo estando em um hospital particular, precisa respeitar algumas regras, temos outros pacientes aqui, agora só esperar o óbito sair. -Ivy viu que ela estava falando bem sério, e teve medo. Mas como não tinha mais nada a perder, continuou gritando o mais alto possível, até eu não conseguir ouvir mais grito nenhum. Não sei se fui eu que morri ou se alguém (talvez os seguranças) o levaram daqui.

 

Ivyan Wenfüst > 

De onde estava, Maru podia ver a enfermaria com todos os leitos vazios, exceto um, onde estava um corpo amarrado, com uma menina olhando espantada para ele. A menina não sabia que aquele corpo ainda tinha suas funções perfeitamente funcionais, mas sua alma estava no ar, quase tocando o teto, experimentando uma profunda paz. Os olhos abertos, mas sem vida, as mãos esbranquiçadas e a boca seca por completa e a pele perdendo a melanina, talvez. Harry estava fazendo uma viagem astral, algo que tinha sido uma surpresa durante o primeiro choque de insulina. Não tinha comentado com ninguém, mas eu acho que ele de certa maneira... Não tem mais salvação. 

-Você quer comer alguma coisa, uma água? -Perguntei e Maru negou, observando de longe o irmão deitado na cama. Depois, escorou os cotovelos nos joelhos e enfiou as mãos no rosto.

-Por que? Por que? -Não escondia chorar. Apenas afaguei seus cabelos sem poder fazer nada. 

-Vai ficar tudo bem, é apenas pra parar a dor um pouco... -Forcei um sorriso, sentindo a atmosfera ficar cada vez mais pesada. É claro que qualquer um que olhe pra ele diga: esse moleque está morto, levem daqui. 

Não havia muita coisa sobre esse tal 'tratamento': tinha sido aplicado uma vez o ano passado, mas fora completamente banido depois que o paciente cobaia morreu duas horas depois. Mesmo assim, os médicos achavam uma maneira barata e fácil de curar rapidamente pequenos problemas cerebrais nos pacientes. Usaram Harry como seu cobaia, mesmo que seja bem arriscado. E o que mais me incomoda, é que é SUPER arriscado. Concluí, com toda razão, que não havia qualquer relação entre a insulina e a sensação de que aliviava a dor. Muito pelo contrário, a tendência daquele tipo de tratamento era diminuir a capacidade mental do paciente até que seu cérebro não tivesse mais capacidade de funcionar, causando TALVEZ paralisia cerebral.

Ou seja, um fator fácil, 50% menos chances de sair vivo daqui. 

Despedir-se. Esta era a parte mais difícil. Nenhum de nós sabia quando essa hora ia chegar, e ninguém sabia quem iria ser o último a vê-lo com vida. No início, Harry ficou fascinado por Oxford, e chegou a cogitar, quando estivesse curado, em participar de uma faculdade. Isso até aconteceu, pelo menos ele deve ter ficado feliz, mesmo que tenha sido apenas dois meses. Mas entendeu que, com alguma sabedoria, poderia continuar fazendo lá fora tudo o que gostaria de fazer, enquanto cuidava dos desafios da vida. Pensou que em breve estaria em sua casa, com seus familiares, certamente teria dificuldade em encontrar trabalho por ter um coração tão fraco, mas também fortalecido de amor. Só uma coisa não queria jamais experimentar e desejar a ninguém: ficar em coma. Posso conhecê-lo pouco, mas nem para a pior pessoa dessa terra ele desejaria isso. 

Do reflexo da janela, vimos a enfermeira chegar com uma seringa na mão. A garotinha continuava ali, parada, tentando conversar com seu corpo, desesperada com seu olhar vazio. Por alguns segundos, pensei em contar para ela o que realmente estava acontecendo, mas depois mudei de ideia, as pessoas nunca aprendem o que se é contado, aprendem descobrindo sozinhas. A enfermeira colocou a agulha no seu braço e percebeu que a veia não pegava mais a agulha. Tentou furar em outro lugar e mesmo assim não deu certo. Nos levantamos os dois da cadeira e nos aproximamos um pouco da cama, a vendo checar os aparelhos ligados a eles. Ela colocou a mão na cintura e depois se abaixou, puxando todos os aparelhos da tomada.

-POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? -Maru tentou avançar em cima da mulher, que agora de pé, encarava a expressão dele. Se eu não o tivesse segurado, teria a enforcado com os fios das máquinas. 

-Ele morreu a quase duas horas e ninguém me avisou? Eu não acredito... -Nessa hora, meu corpo se gelou todo e minhas mãos não conseguiram mais segurar nada, assim como senti minhas pernas bambearem e meu coração quase saltar pela boca. Maru se soltou de mim e nos deu as costas, saindo do quarto. Ela pegou o celular de seu bolso e ligou pra alguém em segundos, dizendo o quarto em que Harry estava e pedindo para trazer a maca para óbitos. 

A grande maioria dos internos, porém, souberam da notícia, alguns ficaram chocados, outros tristes, uns nem ligaram e eu, bom, eu... Estava totalmente desamparado, sem chão, sem alma, sem vida. Porque mais uma vez, o Anjo Exterminador passou por Oxford, e um não havia sido poupado.

 

Louis Tomlinson > 

E meu peito, mais uma vez se apertou tão profundamente que senti falta de ar. Precisei ser urgentemente socorrido por algumas enfermeiras ali. A sensação era como se uma parte de mim tivesse sido arrancada a força, eu sabia que alguma coisa não estava bem, eu senti. 



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