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História Cursed by the bells - Capítulo 2 - Failed


Escrita por: FemaleRedRanger

Notas do Autor


Olha, eu não tenho certeza se sei o que estou fazendo com essa história...kkk
Eu já tenho uma noção do que vai acontecer mais para frente, mas sei lá...
Vamos ver o que vocês acham...
Boa Leitura!

Capítulo 2 - Capítulo 2 - Failed


Scar me acordou lá pelas duas da tarde do dia seguinte. Ela levantou primeiro e foi tomar banho enquanto eu ainda fiquei enrolando um pouco na cama dela antes de descer para roubar alguma coisa da geladeira. Estava mais do que acostumada a beber muito mais do que o recomendado nas festas que eu ia, por isso estava apenas com uma leve dor de cabeça que deveria passar assim que eu me hidratasse.

- Ora, mas bom dia - Jane me cumprimentou da porta da cozinha, cruzando os braços e encostando-se no batente. Poxa, no flagra! - Posso ajudar? - arqueou uma sobrancelha, indicando a geladeira com a cabeça e dando um meio sorriso arrogante.

- Hum... - hesitei em responder, coçando a nuca - Estou com fome? - respondi meio que perguntando. Jane era engraçada e brincalhona, mas também era intimidante pra porra.

- Jane, pare de deixar a garota sem graça! - Maura repreendeu, entrando na cozinha com uma roupa bem mais chique do que a da esposa - Olha Lexa, fica a vontade para pegar qualquer coisa viu? Não dá moral para Jane, ela está só brincando - deu um olhar para a alfa que deu de ombros, agora com um sorriso mais suave no rosto. Encarei as duas por alguns segundos, sem saber como muito bem o que dizer, mas por fim assenti com a cabeça.

Jane é uma alfa bem respeitada não apenas por ser conhecida como uma das mais fortes da região, mas também por ter se destacado numa das poucas profissões que infelizmente ainda eram guiadas por ideologias mais tradicionais, que diziam que mulheres não dariam conta de lutar e serem policiais e todo esse blá, blá, blá antigo que só pessoas bem velhas e ignorantes ainda acreditavam hoje em dia.

Atualmente, ela trabalha como detetive de homicídios de Boston, é chefe do departamento e casada com a Maura, que também é uma das melhores no que faz e um ótimo exemplo de que ômegas podem ser doces, mas não eram sempre lá tão frágeis ou fáceis de controlar. As duas juntas então eram tipo uma força da natureza e prova viva de que alfas e ômegas podiam dar muito certo juntas.

- Obrigada Sra. Isles - agradeci, puxando alguns ingredientes para fazer um sanduíche de dentro da geladeira.

Scar logo corria escadas abaixo com os cabelos ruivos ainda molhados e vestindo jeans, all star e uma camiseta azul.

Maura apenas informou-a que Scar deveria buscar Octavia no shopping lá pelas 11 e Jane rapidamente a orientou -de uma maneira muito parecida com a que um policial o faria- a não beber, já que ela estava dirigindo, e logo as duas mulheres voltaram ao que faziam, discutindo algo que viam no notebook de Maura e agindo como se Scar não estivesse lá.

Maura e Jane sempre eram extremamente gentis e acolhedoras quando eu aparecia para visitar Scarlett, por isso nunca deixava de me surpreender pelo desinteresse que elas direcionavam a minha amiga, principalmente por que eu já tinha visto que o tratamento com Octavia não era o mesmo e eu sabia que ela podia ser muito mais complicada de se lidar do que a irmã mais velha.

Até mesmo Bellamy quando resolvia dar as caras parecia ser tratado com muito mais carinho e importância do que Scar, o que fazia zero sentido, pois ele sempre tratava as duas como se elas fossem inferiores a ele, mesmo que Jane fosse uma alfa mil vezes mais forte e as duas fossem ridiculamente ricas, respeitadas e bem sucedidas no que faziam.

Mesmo analisando mais friamente e levando em consideração todos os pontos de vistas antiquados e preconceituosos que ele e Pike defendiam, a arrogância de Bellamy ainda era simplesmente descabida, por que ele não tinha um único ponto estúpido que pudesse usar para argumentar que ele fosse melhor que elas que não envolvesse algum tipo de asneira machista, argumento que as próprias Jane e Maura já tinham quebrado quando se mostraram melhores do que qualquer homem que se propusera a fazer o trabalho dela antes.

Eu arriscava dizer que isso deveria estar relacionado a alguma coisa que Pike tinha lhe dito sobre as duas. E Bell como o imbecil sem cérebro que tinha se tornado, deve ter tomado a palavra do pai como verdade absoluta do universo, como ele sempre fazia. Sinceramente, Pike tinha sido a pior coisa que já acontecera aos Blake desde sempre.

De qualquer maneira, Scar não demonstrava se incomodar com a falta de interesse das duas mulheres nela, uma vez que Octavia parecia ser tratada como filha, e uma das poucas coisas que os gêmeos ainda tinham em comum era que sempre tinham sido extremamente protetores em relação à irmã mais nova. Por isso, enquanto Octavia estivesse sendo cuidada e bem tratada, eu sabia que Scarlett não abriria a boca para reclamar de nada.

Uma vez que já tínhamos tomado nosso café da manhã atrasado, Scar pegou o que disse que precisaríamos para o feitiço e partimos para algum lugar que ela pudesse fazer o que precisava. Após uns quinze, talvez vinte minutos dirigindo ela estacionou em uma clareira que dava numa espécie de penhasco e da onde teríamos uma vista perfeita do pôr do sol.

A ruiva jogou um tapete velho por cima da grama e fez um sinal para que eu me sentasse. O fiz, esperando que ela pegasse algo no porta-malas do carro antes de vir se sentar ao meu lado.

Ninguém disse nada pelos próximos minutos.

Scarlett murmurava uma musica absentemente enquanto acendia umas velas tipo essas aromáticas e organizava algumas coisas ao nosso redor.

Observei o que ela fazia, tentando entender o processo sem ter que perguntar nada diretamente, mas basicamente tudo que ela fez foi escrever meu nome numa tigela de madeira com um canivete e depois derrubar algumas gotas de cera no fundo da mesma para colar uma vela lá dentro, depois ela foi posicionando as outras ao nosso redor.

O sol estava quase se pondo quando ela posicionou o canivete sobre o fogo e passou a lâmina pelas labaredas por alguns instantes. Alguns minutos depois a ruiva pareceu decidir que o sol estava na posição certa e virou o corpo para ficar sentada de frente comigo, as pernas posicionadas como as de um índio -posição que eu imitei-, estendendo a mão na minha direção.

- Obviamente isso vai doer um pouco - ela avisou, sorrindo fraco quando repousei minha mão direita sobre a dela.

- Um pouco quanto? - questionei, franzindo a testa e focando toda minha atenção em suas mãos e seus movimentos.

- Nada que vá incomodar a mesma garota que rasgou do joelho até o meio da perna em um joguinho qualquer sem importância nenhuma e mesmo assim não parou até fazer mais dois touchdowns. - ela respondeu, passando a lâmina quente de um canto ao outro da palma de minha mão.

- Depois tive que levar 23 pontos - rebati, fazendo uma careta para a dor irritante, porém suportável, causada pelo corte.

- Relaxa que isso aqui não vai precisar de nenhum ponto - a ruiva me assegurou, ainda sorrindo um pouco enquanto fazia outro corte na direção contrária, formando um X e rapidamente fechando minha mão e a envolvendo entre as duas para que nenhuma gota do sangue que estava saindo dos cortes pingasse para fora da palma de minha mão - Pronto, agora é só esperar - ela me instruiu, fechando os olhos e murmurando alguma coisa em uma outra língua que eu não sabia identificar. Feitiços eram feitos em todos os tipos de línguas antigas e mortas e eu estava ciente e conformada que dificilmente entenderia alguma coisa.

Choraminguei um pouco quando ela apertou minha mão entre as suas para que o sangue começasse a pingar na tigela e consequentemente na vela acesa. Scar continuou murmurando, mas um sorriso de lábios fechados surgiu em seu rosto, sumindo novamente em questão de segundos, contudo eu ainda assim senti minhas bochechas esquentarem.

As gotas de sangue estavam caindo diretamente em cima do fogo quando a ruiva subitamente parou de murmurar e deu um último apertão antes de separar nossas mãos e repousá-las nos meus joelhos.

A pequena chama da vela que estava colada na tigela, que milagrosamente ainda estava acesa mesmo depois da grande quantidade de líquido vermelho que tinha caído diretamente em cima dela, se apagou imediatamente, assim como as outras velas ao nosso redor, e eu ergui meus olhos para encarar a ruiva com a expressão mais desimpressionada que eu conseguia fazer.

- Shiih - Scar repreendeu quando eu abri a boca para começar a questionar, ela ainda estava encarando a vela apagada com expectativa.

Apertei meus olhos em sua direção e abri a boca mais uma vez, mas antes que qualquer sílaba fosse proferida, uma fumaça avermelhada começou a sair do sangue que tinha se acumulado envolta da vela e as velas se reacenderam, criando ainda mais da fumaça sem cheiro e de cor forte.

O sorriso no rosto de Scarlett era grande e orgulhoso quando a fumaça começou a aumentar ainda mais e vir em minha direção, o vermelho se tornando ainda mais vivo e se concentrando exclusivamente ao meu redor.

Acabei rindo da animação da garota e olhei ao redor impressionada, não tinha como negar que o efeito estético era realmente impressionante, isso fora o fato que aquilo poderia ser o primeiro passo para descobrirmos o que estava acontecendo comigo.

A fumaça se movimentava como se tivesse vida própria, era como se ela estivesse procurando por algo escondido em mim e quando aparentemente não encontrou nada, se jogou rapidamente na direção da garota ruiva.

O sorriso de Scarlett rapidamente sumiu e uma expressão de pura confusão surgiu em seu rosto quando a fumaça vermelha rapidamente dividiu-se entre eu e ela. A parte que me envolvia continuou aquele vermelho forte, com alguns vestígios de rosa no meio e a parte que se enrolou ao redor do corpo dela gradualmente passou para um azul bem claro que se mesclava com algumas partes esbranquiçadas.

Por um seguido, algo como um flash saiu das duas.

E então as duas fumaças se dissiparam e as velas se apagaram.

- O que foi a- comecei a questionar.

- Eu não sei - Scar me cortou com a testa franzida em concentração, encarando o nada.

- Por que a fumaça envolveu você? E ficou azul? O que quer dizer quando - disparei a perguntar, me levantando.

- Eu não sei, Lexa - Scar cortou suavemente, também se levantando e me entregando a tigela com a vela. Ela pegou o tapete e dobrou-o enquanto ia na direção do porta malas do carro, as outras velas equilibradas em seus braços - A fumaça vermelha pode significar um feitiço que interfira na sua saúde ou vida amorosa - ela explicou jogando tudo lá dentro e batendo a porta do porta-malas - No seu caso já sabemos que o problema é na sua vida amorosa, mas como a fumaça não deveria ter se dividido eu acho melhor a gente supor que eu fiz alguma coisa errada e desconsiderar o resultado do feitiço - ela disse, caminhando até a porta do motorista com os ombros caídos.

- Nós podemos tentar mais uma vez - sugeri, vendo quão abatida ela tinha ficado.

- Acho melhor procurarmos um outro beta - ela murmurou, uma vez que estávamos já sentadas e com o carro ligado - Você tinha dito que a Anya estava aprendendo, não estava? - ela sugeriu, dando ré para que pudéssemos voltar pra estrada - Coloca uma música - pediu.

- Sim, Gustus estava ensinando ela - respondi, procurando algo que eu curtisse entre os CDs de Scarlett. Ela tinha todo tipo de música e eu logo me vi indecisa entre uns três ou quatro de artistas diferentes. 

- Vê com ela se ela não pode fazer o feitiço para você - Scar sugeriu, olhando pela janela. Fechei os olhos e enfiei um dos CDs que eu gostara no rádio do carro sem ver qual era. Heathens começou a tocar e Scar suspirou.

- Eu realmente achei que tinha entendido o feitiço - confessou com um tom de voz decepcionado - Eu tinha tanta certeza que tava fazendo tudo certo.

- Talvez você fez - tentei animá-la - Talvez o resultado do feitiço era para sair assim mesmo e aquilo era para acontecer daquele jeito- sugeri.

- Não era não - ela negou com a cabeça, os ombros ainda caídos - mas deixa pra lá, uma hora eu acerto - deu de ombros, dando um meio sorrindo desanimado. Eu nunca tinha sido das melhores nessa coisa de animar as pessoas, principalmente só com uma conversa, então apenas suspirei e desbloqueei meu celular para fazer como ela tinha sugerido.

- Anya disse para irmos a casa dela depois de amanhã - anunciei depois de uma breve conversa por mensagens com minha prima.

- Pode ser - Scar assentiu - vou ter que pedir o carro para a Jane, mas acho que ela não vai reclamar - ela disse, parando o carro em frente a minha casa - Agente se vê amanhã - sorriu fraco.

- Certo - concordei, tirando meu cinto e estendendo a tigela de madeira que eu ainda estava carregando no colo em sua direção.

- Fica com ela, vamos precisar para a Anya fazer o feitiço na terça - a ruiva explicou.

- E o que eu faço com o sangue? - questionei, balançando a tigela de um lado pro outro e observando o líquido se movimentando - Jogo fora?  

- Não sei, ás vezes dá para reaproveitar ele para refazer o feitiço - ela deu de ombros - Você que sabe.

Fiz uma careta para a idéia, ainda sem saber muito bem o que fazer com o líquido.

- Tá, vou ver o que faço - Assenti, descendo do carro - Até amanhã, não se atrasa - mandei, erguendo o dedo indicador em um sinal de aviso. Scarlett apenas riu levemente.

- Tentarei - respondeu, batendo continência - Até, comandante! - se despediu, dando partida no carro.

- Idiota - resmunguei, andando até minha casa enquanto tirava minhas chaves do bolso.

Muitos dos meus colegas de time tinham o costume de me chamar de comandante ou Heda, por que aparentemente eu era uma capitã séria demais e que “gostava de jogar ordens de um lado pro outro”, ou pelo menos era isso o que eles diziam.

Não nego que podia ser um pouco firme demais quando se tratavam de assuntos relacionados ao time, mas fazer com que cada um desse o seu máximo fazia parte das minhas obrigações como capitã do time e sinceramente não ganharíamos metade dos jogos que ganhávamos se eu agisse diferente.

O apelido não me incomodava tanto quanto deveria, mas às vezes eu apenas sentia que ele não se encaixava na minha personalidade, considerando o quanto eu era diferente quando não tinha que agir como líder de ninguém. Por outro lado, pouquíssimas pessoas realmente chegavam a me conhecer como além da Lexa, capitã do time, então era até um pouco injusto da minha parte querer exigir que me chamassem diferente.

Scar era uma dessas pouquíssimas pessoas, mas ela ainda me chamava assim só pra me irritar mesmo.

Logo descobri que tia Indra não estava em casa, mas tinha deixado um bilhetinho na porta da geladeira avisando que chegaria tarde e que tinha uma marmita para mim na geladeira, que eu só teria que esquentar.

Tia Indra era a xerife da nossa cidade e geralmente acabava cuidando também da maioria dos distritos da nossa região -com exceção de Boston que era onde a Jane trabalhava e por ser uma cidade grande de verdade tinha todo um departamento de polícia enorme dividido em setores e tudo mais- por isso ela não tinha realmente um horário de serviço e por mais que ela estivesse disponível no celular a qualquer hora sempre eu não gostava muito de incomodá-la no serviço.

Mesmo nas minhas memórias mais antigas eu já morava com tia Indra.

Meu pai tinha sido do exército, por isso estava sempre viajando de um lado pro outro e mesmo quando ele ficava alguns meses parado na base eu mal conseguia vê-lo por que a base ficava a algumas centenas de quilômetros de onde minha tia morava. Minha mãe tinha morrido em um acidente de carro apenas alguns meses depois do meu nascimento, e com meu pai sempre longe eu já ficava com a minha tia desde bem bebezinha mesmo. Quando eu tinha cinco anos meu pai acabou capotando o carro e também faleceu.

Eu não podia dizer que sentia muitas saudades deles por que nunca cheguei a realmente conhecê-los, mas às vezes, principalmente quando eu era criança, eu sentia falta do papel que eles nunca tinham preenchido. Todo ano no dia das mães ou dos pais, a escolinha colocava as crianças para fazerem um presentinho para entregar aos pais e eu sempre entregava os meus a tia Indra. Eu amava tia Indra com tudo que tinha, mas às vezes me sentia mal quando as outras crianças começavam a falar de seus pais e eu não tinha nada para contar.

Hoje em dia já não tenho nenhum problema do tipo, sou muito grata por tudo que tia Indra fez por mim, e por ter me cuidado e criado com tanto amor como ela sempre fez, mesmo que ela seja um tanto séria demais na maior parte do tempo. Tia Indra acabou se tornando tanto minha mãe quanto meu pai e ela e Anya são minha família.

Ultimamente ela estava precisando estender um pouco mais seus horários e nós quase não nos víamos mais. Eu sentia um pouco de falta dela, mas já estava grandinha e entendia a responsabilidade que ela tinha nos ombros.

Geralmente eu tinha preguiça de esperar a comida esquentar e como não ligava muito de comer comida fria acabei só pegando a marmita da geladeira e, depois de verificar que estava tudo trancado, subi para o meu quarto.

Era umas sete e pouco ainda, então ainda deu tempo de tomar banho, jantar e me atualizar em algumas das séries que eu tava assistindo na netflix antes de dar o horário que eu costumava ir pra cama. Surpreendi-me quando estava pronta pra dormir e percebi que nem tinha mais pensado no feitiço que tinha falhado até aquele momento, mas acabei dormindo antes que pudesse pensar muito no assunto.


Notas Finais


Por favor, comentem gente!
Me diz o que vocês estão achando, o que acharam legal ou que tá meio merda...rs
Estou com o próximo capítulo quase pronto, mas dependendo do que vocês disserem dá pra mudar ainda...


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