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História Cursed Lovers - Ato I - Prólogo


Escrita por: UchihaKonan

Notas do Autor


Sinopse ruim, mas a fanfic tá boa. Mentira.
Talvez - só talvez -, eu esteja com essa ideia em mente e vou conseguir ir até o fim. Mas só talvez...

Capítulo 1 - Ato I - Prólogo


 / PRÓLOGO                                          

O vestido foi estendido diante de Sakura. Olhou para a peça de roupa que o irmão trazia aos braços, quando ela não expressou reação alguma, ele deixou seu sorriso morrer e atirou a peça sobre a cama que tinha os lençóis bem alisados.

— É melhor aceitar — o irmão disse, ríspido —, sabe que perdemos tudo desde que nosso pai se foi.

— Por que ele?

— Não me faça perguntas tolas — Hikaru era um palmo mais alto que Sakura e a forçava a olhar pra cima. Ao se aproximar, apertou o braço dela com força —, apenas saiba que Lorde Uchiha é um homem rico, pagará bem por você.

Ele está me vendendo, ainda que quisesse, ela não sentia nada diante do pensamento. Na noite passada, quando o irmão chegara sorridente pela primeira vez numa quinzena, tinha-a forçado a sair da cama ainda na madrugada, para declarar que deveriam se apresentar no castelo de Lorde Sasuke Uchiha. Um homem misterioso e que mesmo se mantendo o tempo todo em sua alta e impotente construção, causava terror às pessoas da vila de Konoha. 

Não sentia vontade de sorrir. Ser vendida como um objeto, para um completo desconhecido, tinha sido motivo o suficiente para roubar o sono dela na noite passada. Ainda no escuro, chorou e pediu para que fosse apenas Hikaru bêbado. Mas quando a manhã veio e as criadas cedidas por Jiraya — um outro bêbado e pervertido que os abrigava por mero sentimento aos seus pais — , vieram e a olharam com piedade, Sakura decidiu que não iria chorar e manteria os sentimentos longe. 

Assim, apenas sentiu o vazio e fitou o irmão.

— Será melhor assim — ele baixou a voz e suas mãos acariciaram os cabelos dela, enrolando o dedo na ponta —, terá uma vida melhor cuidando do castelo de um Senhor, invés de ser esposa de um fazendeiro qualquer.

— Não o quero — disse a mais jovem, teimosa. — Não o conheço.

— Sakura, Sakura... — Hikaru suspirou e sorriu —, será melhor. Pode aprender a gostar dele com o tempo. E também, será apenas a empregada, não a esposa dele.

— Posso ser a empregada de qualquer um.

Os olhos verdes do irmão brilhavam agora, tomados por uma irritação.

— Vista-se — ordenou ele —, tente ficar bonita e oculte as manchas que possui no braço.

— Por favor...

Agarrou-se ao manto dele, mas tudo que recebeu foi o olhar frio de sempre e o viu crispar os lábios, irritado ainda mais.

— Sakura — Hikaru se aproximou, a passos lentos e sorrindo amargamente —, ouça-me — ele a tornou acariciar os fios róseos. — Entenda, não estou disposto a sustentá-la pelo resto de meus dias. Nesse caso, vista-se.

Viu-o sair, tão alto quanto podia estar. Sabia que o irmão estava feliz, e entendia bem o porquê. Acaba de ganhar algo sem ao menos perder outra coisa, Sakura pensou. 

Caminhou até a cama e colheu o vestido, sentindo o tecido macio. Um azul intenso, com as mangas e barra bordados em dourado. Bonito e caro. Olhou para a peça por um longo tempo, sentindo-se perdida. A dor que sentia vinha do fato de que a única pessoa que possuía em sua vida, ao seu lado, agora estava vendendo-lhe a um desconhecido que a presenteava. Mesmo quando tivera febre, fora Hikaru quem ficara até tarde ao lado da cama, lendo algo até pegar ao sono. E, esse mesmo a vendia agora.

Nunca me amou, pensou, jogando o vestido de lado e retirando a fina camisola que usava. Encheu a banheira de cobre, a água escaldava quando entrou. Mas não se importou, seria bom sentir algo além do oco espaço que existia em seu interior. Esfregou os braços, as pernas e os cabelos. Óleos perfumados a deixavam com cheiro de doces pêssegos.

Secou os cabelos, escovou-os até se tornarem como seda rosa. Lisos e caindo em camadas.Terminava de puxar as linhas do corpete do vestido quando a porta de seu quarto se abriu. A jovem criada fez uma curta reverência e baixou os olhos.

— Precisa de ajuda? — Tayuya perguntou, da porta. A moça era uma das que Jiraya mantinha em sua casa, dizia ser um presente. E, agora, Sakura via que todos adoravam presenteá-los, para em seguida cobrar seu preço. 

— Sim — respondeu —, há marcas em meus braços, preciso tapá-las.

Os círculos roxos tinham sido resultado de um dos castigos de Hikaru. Ao entrar em prantos  e assustada ao quarto dele, não o esperava encontrar nu e deitado sobre o corpo de uma mulher. Ambos ofegantes e unidos. Tomada por um sobressalto, o grito tinha rompido os lábios da jovem Haruno de surpresa. Tentou falar a ele sobre o pesadelo e que não conseguira dormir, mas o irmão apenas a tirou do quarto a força, empurrando e arrastando pelo corredor.

— Não torne a entrar em meu quarto sem bater — vociferara ele —, vadiazinha.

Mas agora, com Tayuya a salpicar um pó pálido sobre os braços, as marcas iam desaparecendo. Se a manga do vestido não possuísse aberturas, poderia ignorar esse procedimento. Mas já não mais importava, estava pronta.

Caminhou até o espelho de prata, este não era um presente, o objeto pertencera à sua mãe. Antes de morrer, a mulher tinha deixado a Sakura. Jamais havia conhecido seus pais, tudo que sabia vinha de Hikaru. Mesmo assim, o espelho era a coisa que mais a deixava próxima daqueles que a tinha trazido ao mundo e a teriam dado amor, se não fosse a morte misteriosa.

Encontrou o irmão na sala, falando com o cocheiro. Os cabelos deste era como prata, curtos e espetado. Vestido em um casaco de veludo e cheirando a manteiga doce. Ele olhou-a dos pés à cabeça, sem expressar nada.

— Vamos? — o irmão perguntou.

Não. Quis dizer.

— Sim.

Nada disse durante todo o caminho, cada minuto na carruagem era como se andasse em direção de algo terrível, pior até mesmo que a morte. Apertava os dedos de forma firme no tecido do vestido, os nós dos dedos tornando-se brancos e duros. Quando viu as primeiras torres do castelo surgirem na colina, Sakura quis chorar. 

Sou capaz disso, sussurrou para si. É só um homem. Meu futuro patrão, será pelo dinheiro. Estarei melhor ali do que nas ruas.

Mas o conforto que esperava vir dos pensamentos jamais chegaram. 

A construção possuía a rocha escura, com altas torres preenchidas por janelas de vitrais coloridos. O jardim parecia estar a muito morto, com heras dominando e roseiras já sem vida. A fonte ainda funcionava, mas sua água era totalmente escura e suja. Toda a entrada tinha as pedras da trilha bem limpas, mesmo assim a grama crescia e dominava a rocha. 

Abandonado , pensou em primeiro instante. Até a carruagem parar e a mulher ruiva vir, abrindo a pesada e alta porta de carvalho bem entalhada.  

— Espero que tenha trazido o tempero que pedi — a ruiva disse.

— Pediu? — o cocheiro coçou a cabeça, pensativo.

— Não esquece a cabeça pois está grudada ao pescoço — a ruiva ralhou com o cocheiro. Parecia irritada, mas deixou as ameaças que faria de lado ao ver Sakura e o irmão descerem. — Ótimo, convidados.

O interior nada se assemelhava ao exterior. Com toda certeza havia sido um lugar bonito antes, mas agora a mobília antiga exibia suas cores frias, num contraste tão sombrio com as cortinas e tapetes. Porém, tudo era bem limpo e organizado. Quadros estavam pregados às paredes, em molduras douradas e suas pinturas com paisagens. Entretanto, nem todos eram exibidos, alguns foram tapados por tecidos vermelhos. Um largo e lustroso espelho de prata ficava cima da lareira que crepitava, trazendo calor ao lugar.

Ao lado do irmão, Sakura viu suas malas serem levadas para um corredor ao lado da grande escada de mármore. Seria ali a sua casa, afinal. Tudo que tinha evitado durante o dia, agora se somavam e a deixavam com medo. Deu um passo para trás, mas Hikaru a segurou.

— Por favor... — ela murmurou, assustada demais —, quero ir para casa.

— Que casa? — perguntou o irmão, irônico e se irritando. — Se esqueceu que não temos nada. Nada além de dividas?

— N-não... mas...

— Se aprume — Hikaru disse autoritário —, sorria e o agradeça por tê-la aceito — Sakura não conseguia e mover, tremendo e desejando correr. E o irmão suspirou pesado. — Sakura, sorria, ele vem vindo.

Não conseguiu erguer os olhos para o alto da escada, as lágrimas queriam vir e já sentia-as arder em seus olhos. Mesmo assim, manteve o corpo reto e a face neutra, não iria chorar. Já estava sem saída, afinal. Dessa forma, sem olhar, apenas ouviu os passos de botas batendo contra o mármore e o perfume suave se aproximar.

Os cabelos escuros dele caíam até a altura de seus rosto, com uma parte do rosto oculta. Tão sério e bem vestido, em veludo azul escuro e profundo, como o céu noturno. Um fino manto vermelho pendia-o dos ombros. Sentiu as bochechas corarem ao notar como ele era atraente e bonito, seu rosto sem marca alguma e pálido. 

O medo que sentira antes, vindo das histórias que ouvira, sobre ele ser um homem horrível e cruel, se dissiparam ao notar a face tão bem desenhada dele. Nesse instante o sorriso veio acanhado.

— Tome — ele disse, sua voz como uma canção dos bardos. O lenço branco pairou entre os dedos enluvados do homem, que esticava o tecido para ela.

Aceitou e secou as lágrimas, quais não vieram, mas ainda assim estavam ali.

— Deve ser a Sakura — tornou a dizer ele.

Apenas encarou os olhos escuros, sem nada dizer. Até sentir os dedos do irmãos e enterrarem em seu braço.

— S-sim — disse, atrapalhada.

— Aqui está o combinado — Hikaru pronunciou, sorridente.

— Eu sei — Sasuke estalou os dedos e um homem de cabelos alaranjados surgiu, carregando uma arca de cedro bem entalhada. — E aqui está a sua parte.

Os olhos do irmão brilharam ao pegar o baú e se afastar.

Não houve despedidas, ela apenas viu Hikaru sair, feliz e chapinhando com a moedas que havia dentro da arca. 

— As regras são claras — Lorde Uchiha tornou a falar —, faça seu trabalho e não questione. Se assim o fizer, será bem recompensada.

— S-sim, senhor.

— Tem medo, Sakura?

A questão pairou entre os dois, até ela movimentar a cabeça devagar, assentindo.

— Não tenha — podia jurar que o tinha visto sorrir —, há mais do que trevas e luz para se temer. Agora, faça seu trabalho.

Sozinha na sala, olhou por todo o espaço, tentando se sentir em casa. Mas, a única coisa que a confortava era o espelho.

 



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