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História Cursed Lovers - Ato XI - Adeus


Escrita por: UchihaKonan

Notas do Autor


Perdão pelos capítulos longos que têm surgido. O motivo vem de que não consigo escrever fanfics com muitos capítulos e acabo apressando ou escrevendo demais para rumar ao final. Também desculpa por esse capítulo não ter ficado tão bom quanto o anterior.
bye

Capítulo 11 - Ato XI - Adeus


  / ADEUS                                                              

Aquilo que via causava-lhe náuseas, como se fosse o pior dos venenos qual o efeito não tomava logo a direção certa e o matava de uma vez por todas. Suigetsu segurava as rédeas do cavalo como pretexto para observar ambos no jardim. Sakura sorria enquanto segurava a mão de Lorde Uchiha, que dizia-lhe qualquer coisa. Ambos contrastando em suas roupas, ela em sedas azuis e ele vibrante no vermelho, compondo um púrpuro romance.

Os dias agora rumavam-se para cores tão quentes e vivas que dava ao cocheiro raiva. Sua tentativa de fazer Sasuke confessar a Sakura o que é, falar de sua condição e das coisas que isso fazia às pessoas ao redor falhara miseravelmente e via dia após dia o resultado da felicidade compartilhada. 

O casal saía para passeios demorados, dividiam a mesa e a companhia um do outro parecia não se limitar a apenas aos salões mas também ao quarto, com as paredes a segredar aquilo que poderiam fazer. Como se fossem amantes de longa data, aqueles dois se mantinham juntos e as semanas se estendiam apenas para intensificar o laço que criaram. Sempre assim, juntos, sorridentes e emanando uma felicidade que nada mais causava se não raiva em Suigetsu. Se fosse louco um pouco mais, ele próprio diria a Sakura sobre o segredo de todos. Sabia bem que seria o suficiente para fazê-la correr de volta a Konoha e lá ficar.

Ah, mas toda a má sorte que o tinha acometido com essa união o fizera recobrar o juízo, Sasuke não o perdoaria e tampouco o deixaria andar livre como se nada tivesse feito. Então, Suigetsu resolveu que buscaria outra alternativa. Poderia ser uma cruel, mas não para ele, pois ninguém o roubaria sua sorte e vida eterna. Ninguém. Nem mesmo uma garotinha de cabelos róseos.

Irritado, entrou na cozinha batendo os pés com força contra o chão. Karin o olhou de soslaio e tornou a manter os olhos em sua tarefa de cortar cenouras. Mas, ao sentir a irritabilidade vinda do outro, virou-se fazendo as saias rodopiarem junto do corpo esguio. Encarou-o com curiosidade, ainda que já imaginasse o que cruzava a mente dele para gerar tal reação.

— Perdeu muito na taberna, não foi? — ela perguntou, com um riso de deboche a surgir-lhe nos lábios úmidos. — Aparentemente só isso o irritaria.

— Calada — Suigetsu se juntou à janela e espiou Sakura e Sasuke juntos no canapé, abaixo da árvore com folhagem rubra, com as rosas vermelhas e o verde a adorná-los numa pintura poética a uns e ridícula a ele. Não bastasse andarem de braços dados e sorrindo, ambos agora partilhavam de um beijo apaixonado, com o Uchiha a segurar os cabelos róseos da Haruno entre os dedos. O cocheiro suspirou pesado. — Pelos deuses...

— Oh, vai me dizer que tens ciúmes? 

— O quê? Ciúmes de quem, Karin? Perdeu o pouco de juízo que tinha? — deixou o espaço da janela para avançar pelo cômodo. — Só não compreendo o que ele viu nela. 

— Ou ela viu nele... — Karin riu alto. — Veja o lado bom, em breve seremos livres disso! Teremos uma vida normal, envelheceremos e um dia seguiremos os outros para a cova.

Um arrepio de medo cruzou toda a coluna de Suigetsu. A ideia de uma vida comum o enchia a boca de um sabor amargo. Não tinha feito o tratado para acabar como um qualquer. Se tivesse interesse em vida comum, poderia muito bem ter morrido ao lado de seus irmãos. Entretanto, se Madara o havia dado esse dom da imortalidade, para que iria querer perdê-lo à morte, quando o mundo estava cheio de oportunidades? 

Sem interesse em ouvir as qualidades do plano de Karin, Suigetsu colocou o chapéu e deixou a cozinha. Se tivesse de suportar tudo isso calado, então seria na taberna, com canções e bebidas o quanto pudesse pagar. Mas não ficaria ali, olhando o casal se entregar aos poucos à falência de suas vidas felizes quando sozinhos, muito menos aturando a ideia de perder a sua vida eterna.

Depois da longa cavalgada chegou à vila e dirigiu-se diretamente ao antro de felicidade pelo qual buscava. 

Abriu a porta da taberna e não demorou para a música alegre encher-lhe a mente, vozes de bêbados se juntavam à canção que o bardo cantarolava enquanto dedilhava o alaúde. Mas o que se dizia era inaudível perante as vozes pesadas. Homens gritavam frases de vitórias, como se tivessem vencido uma batalha importante. As mulheres deslizavam em sedas coloridas, com os corpos a se expor e sussurrando algo aos homens quais garantiam sua felicidade. Outras mulheres caminhavam de mesa em mesa com jarros de vinho e cerveja. O cheiro de carne assada deu a Suigetsu fome.

Uniu-se ao balcão e logo lhe foi estendido um corno com cerveja escura. Depositou um par de moedas douradas e o rapaz que o servira se apressou em trazer o jarro com a espessa e escura bebida, além de um prato com um pedaço de cordeiro assado e temperado com mel e ervas finas além de grandes cebolas roxas. Não se permitiu demora e devorava a perna de cordeiro, empurrando tudo para baixo com a cerveja. Ah, agora sim sentia-se melhor.

Limpou os dedos engordurados no manto e se virou para a multidão, mantendo uma das cebolas no garfo e a mordiscando vez ou outra, enquanto observava a jovem de cabelos negros e pele como a terra, o vestido dourado dava-lhe uma beleza pura. Tateou o bolso em busca de mais algumas moedas e sorriu ao ouvi-las chapinhar.

Mas o sorriso se dissipou ao ver o rapaz de cabelos róseos se aproximar. Este cambaleava e suas vestes manchadas indicavam que bebera mais do que lhe era permitido por um dia. Suigetsu suspirou pesado, tudo que queria para o momento era uma bela mulher, vinho e canções, não cabelos rosa que o lembrassem do fim de seus dias de glória. Pensou em se levantar e ignorá-lo, mas este o deu um largo sorriso e abriu os braços como se para abraçá-lo, a garrafa na mão dele quase escapou, entretanto foi segurada por ele que riu.

— Ah, não vai cair! — ele ralhou com a garrafa e se dirigiu ao outro, sorrindo. — Conheço você! — apontou, gritando por sobre as vozes cantantes —, serve ao Uchiha.

— Sim — Suigetsu disse e entornou o corno de cerveja, desviando os olhos para a jovem em sedas douradas no outro canto do salão.

— Espero que minha amada irmã esteja servindo para algo — agora se recordava bem dele, se não fosse bastante uma Haruno, havia dois dele. Suspirou —, sempre achei que a morte do pai e da mãe a tivessem deixado estúpida. Ou seria a febre que teve na infância? Não sei...

Sem desejar perder a visão da moça, olhou para Hikaru de canto, espiando-o em seus pensamentos. O rapaz se aproximou ainda mais e puxou um dos bancos, sentando-se ao lado do cocheiro. Ora ele bebia de sua garrafa, ora secava os lábios com as costas das mãos. Mas o fato era que parecia abatido. Suigetsu bebeu mais de sua cerveja e pensou que seria bom dizer algo.

— Sakura está bem — disse —, Lorde Sasuke a trata como sua...sua senhora.

— Ah — o outro bebeu mais —, depois de tudo que ele nos fez a trata com gentileza — cuspiu ele, como se praguejasse alguém. Foi só dessa vez que deixou de olhar a beleza da moça para encarar o Haruno ao seu lado. E este parecia entender a curiosidade que cercava-o, pois riu e bebeu, repetindo o ato de secar a boca. — Não sabe?

Sacudiu a cabeça em negação e Hikaru assentiu, ganhando nos olhos um brilho que se fundia à raiva e também a tristeza.

— Sasuke matou os meus pais — um sorriso de vitória veio aos lábios de Suigetsu —, Sakura nunca soube. E espero que não saiba.

A sorte está sempre ao meu favor, pensou. Estendeu a jarra de cerveja para o irmão da Haruno e pela primeira vez esqueceu-se do que tinha ido buscar naquela taberna, mesmo da jovem que o encantara se esqueceu. Algo o tinha um sabor ainda mais doce.

As semanas que sucederam ao baile tinham sido as mais agradáveis que Sakura um dia pediu ter. Como se vivesse num mundo de sonhos, os momentos ao lado de Lorde Uchiha a enchiam de esperança de que finalmente havia encontrado um lar e alguém com quem compartilhar. E, a cada dia sentia mais certeza de que seria com Sasuke. As manhãs animavam-se com ele a tomar a mão dela nas suas e depositar um doce beijo, mas aos lábios se tocarem uniam-se e davam início ao mais doce dos romances.

A intimidade se estendera e ambos já não sentiam mais a necessidade de fingirem o que os olhos diziam, ou de negar que o que queriam era sempre estar lado a lado e se completar a ponto de esquecerem-se do mundo ao redor. Ele a levara para cavalgar, mostrara-a seu lugar preferido e naquela tarde entregaram-se um ao outro da forma mais poética que se podia imaginar. Um. Isso era o que eram  a partir de agora.

Mas não era apenas os passeios que a deixara suspirando, havia também as voltas pelo castelo, conversas e sorrisos. Ah, os beijos e as mãos unidas serviam apenas para concretizar tudo que fora pensado por alguém. Sakura estava feliz e via isso em Lorde Sasuke também, que deixara toda a frieza para trás e até se arriscava a pequenos sorrisos. Não iria forçá-lo a mudar completamente sua natureza, desde que o pudesse ter só para si. 

Levou o tecido à água e o espremeu um pouco na mão, para então deslizar pela pele do Uchiha que jazia mergulhado na banheira. Nesses pequenos momentos de privacidade podiam agir da forma que quisessem, sem ocultar aos outros o romance vivido. Sasuke olhava  para a carta em mãos, sentindo-a esfregá-lo. A Haruno adorava o modo sério como ele ficava quando engolido pelo trabalho, dava-o um aspecto reconfortante, de certa forma.

— Do que está rindo, Sakura? — ele perguntou ao virar o pergaminho nas mãos para ler o outro lado.

— Suas expressões quando lê — ela disse —, ainda mantém a cabeça torta. Parece distante hoje, milorde.

— Acha?

— Sim — respondeu-o —, entretanto esta o carta o deve preocupar mais que o habitual.

Ah, o franzir de sobrancelhas e o olhar de esguelha sempre a causava rubor nas bochechas. Sasuke deixou o pergaminho de lado e a olhou profundamente. A jovem parou o que fazia. Perdeu-se pela incontável vez nos olhos dele, sendo atraída por aquelas orbes até se esquecer de quem era.

— Caçadores dizem que algo tem atacado alguns fazendeiros ao norte da floresta — ele disse, deslizando o dedo pela face da Haruno. —  Diz-se que há bárbaros vindos pela montanha e tem atacado. Mas não se possui certeza.

— O que pretende fazer?

O dedo dele contornou o lábios rosado dela, para então descer e se enrolar numa mecha de cabelo. O Uchiha manteve os olhos no dedos que brincavam com os fios, até sentir o toque da jovem em seu pulso. Sorriu minimamente e a fitou, para em seguida trazê-la a um beijo doce. Sakura sentiu-o suave contra a sua boca, tocando devagar os lábios e os tendo como se fosse um fruto doce.

Soltaram-se e Sasuke a acariciou a face uma vez mais, pretendia dizer algo, mas foi impedido pela batida na porta do quarto. A jovem ergueu-se ao ver Kakashi na abertura, com o elmo embaixo do braço. O guarda fez uma curta reverência antes de se pôr a falar.

— Mensagem para a senhorita Haruno — ele disse avançando um passo e estendendo o papel à Sakura.

Secando as mãos no vestido, ela se aproximou e pegou o pergaminho. Reconhecia a  caligrafia torta e bagunçada do irmão. Correu os olhos pelas palavras, até compreender do que se tratava. 

Retornou para junto do Lorde Sasuke, que a acompanhava com olhos curiosos dadas as expressões da mulher, que parecera tão preocupada. Kakashi os deixou quando o Uchiha fez um gesto para que se fosse. Só quando a porta bateu indicando que se fechara, ela ajoelhou-se junto dele e atirou o papel para longe.

— Aconteceu algo ruim? 

— Oh — Sakura suspirou e riu —, não. Quero dizer, é apenas Hikaru, ele tem estado com febre e Tsunade não o dará mais nenhum dos remédios. Imagino que meu irmão a tenha sido terrível. 

Mergulhou o pano na água mais uma vez e tentou esquecer, ainda que quisesse ir e ajudar o irmão, não poderia. Viver como amante de Lorde Sasuke era uma coisa, deixar o castelo por um tempo outra. E ambos haviam concordado em manter o segredo da relação perante os criados. Se pedisse, talvez ele concordasse. Mas algo a dizia para que não fizesse isso. Suspirou pesado e tornou a esfregar os membros do Uchiha. Até ele interrompê-la e trazer a face dela para encará-lo.

— Posso ver que deseja ir ajudá-lo, Sakura.

— Eu sei — ela tentou sorrir. Por mais que desejasse odiar o irmão por tudo que a fizera, não podia, era a sua única família e o qual a tinha tomado cuidados até então. — Milorde, sei que estarei pedindo demais, mas desejo ver meu irmão.

Ele assentiu e tocou os lábios da mulher com os dedos, deslizando os dedos com calma.

— Se deseja ir, vá — disse ele por fim —, pedirei a Kakashi para levá-la em segurança. 

Sorriu abertamente e o beijou, sabia que o coração dele o era bondoso o suficiente para conceder este pequeno desejo. Tinha os lábios dele contra os seus quando sentiu-o a puxar para dentro da banheira. Sakura Haruno riu e se deixou levar pelos braços do homem que lhe causava conforto.

 

Quando finalmente pôde deixar a carruagem, Sakura sorriu ao ver o vilarejo de Konoha todo enfeitado. Bandeirolas coloridas pendiam dos telhados e cruzavam o céu, colorindo o azul. Reconhecia a grande fogueira que era montada ao centro, com pilhas de madeira a se construírem a maior pira de que se tinha conhecimento deste lado do reino. As barracas dos vendedores enchia-se com frutos, verduras e legumes de cores vivas. O festival da colheita era sempre afável com suas cores quentes.

A Haruno acenou para alguns conhecidos enquanto caminhava pelo mercado do centro, lugar onde mais tarde as festividades viriam a ocorrer. Já podia ouvir a música agitada e as danças que tomariam conta do local. A animação dominaria a todos os moradores e isso faria os deuses os darem colheitas mais fartas na próxima estação.

Encontrou a taberna de Jiraya com facilidade. Kakashi viera acompanhando-a, como o Uchiha tinha exigido. O homem a cada dia que passava aparentava gostar menos da jovem, como se algo na figura dela o causasse irritação. Mas Sakura o ignorava na maioria das vezes. Durante o trajeto até a vila, este pouco dissera e sequer a tinha encarado, senão para lançar um olhar amargo a repreendendo por um ato não feito. Ela não tinha o mínimo interesse em obter a amizade dele, entretanto, algo nele a dizia que sempre havia algo que vinha aos lábios do Hatake, mas voltavam garganta abaixo invés de dizer a ela. 

A música tocava e os poucos homens e mulheres presentes a esta hora da manhã se apinhavam em cantos, tomando cerveja e comendo algo. As empregadas do lugar varriam o salão, outras limpavam as mesas do festim da noite passada. Sakura conhecia algumas, sorriu a elas e mirou os olhos para a portinhola no fundo, atrás do balcão que agora possuía apenas um rapaz de longos cabelos negros escrevendo apressadamente num pergaminho. Não o olhou por muito tempo. Cruzou a abertura do balcão e se enfiou pelo corredor apertado das cozinhas.

Uma escada em formato de caracol estendia-se até o andar de cima, onde a casa de Jiraya existia. Sakura segurou a barra do vestido com a ponta dos dedos e deu início à subida. Cada degrau a fazia recordar-se dos dias em que ali vivera. Pareciam ter sido em outra vida agora. 

O corredor bem iluminado do andar surgiu, com suas paredes de madeira escura e adornada por espelhos e quadros, pinturas grotescas na opinião da jovem Haruno. A porta ao fim do corredor era a pertencente aos aposentos do irmão. Hikaru adorava a localização do espaço por este demandar mais privacidade que os outros. 

Kakashi que vinha logo atrás arfava devido à subida. Ela girou até ele e sorriu, ainda que este mostrasse feições fechadas e irritadiças.

— Fique no salão, se quiser — ela disse ao guarda —, pode ser que eu demore com meu irmão.

— Tsc — o Hatake resmungou e comprimiu os lábios, ganhando feições ainda mais iradas —, vou para lá mesmo. Mas se algo acontecer, grite. Não quero que Lorde Sasuke me condene por não ter tomado conta do passarinho direito.

Antes que ela pudesse dizer algo, o cavaleiro retornou para as escadas e só quando pôde ouvir o chapinhar da armadura dele que a Haruno se pôs a caminho do quarto de Hikaru.

Bateu e esperou a ordem para entrar. Uma voz arrastada e de quem acabava de despertar de um sono longo a deu permissão para entrar. Sakura girou a maçaneta e colocou o primeiro pé no aposento que era engolido por uma escuridão opaca. Pequenos feixes de luz entravam pela janela. Ela não se demorou para caminhar até a abertura e afastar a cortina com um puxão único.

Luz clara e forte dominou o espaço, cegando o irmão aos poucos. Ouviu-o ralhar, mas sua voz rouca e fraca a impediram de entender qualquer coisa que este a tivesse dito. Sabia bem que se tratava de uma maldição, um xingamento sem fundação. 

Olhou o irmão, pálido ainda mais que o habitual, com profundas olheiras escuras e os cabelos róseos desgrenhados, um ninho mal feito. As roupas dele cheiravam mal, ela sentiu o odor ao se aproximar do amontoado ao chão. A camisa branca que ele usava assemelhava-se a uma imundice sem descrição. Ela suspirou e puxou o cobertor que ele usara para tapar a claridade que o deixava com os olhos verdes irritados.

— Em outro momento diria que é bom vê-la, querida irmã — Hikaru disse entre uma tosse e outra. — Vejo que recebe melhor tratamento que eu.

Sakura olhou para o próprio vestido, de tecidos ricamente bordados e com um manto novo que Sasuke a tinha dado. Não negava que nos últimos tempos vinha sendo mimada pelo seu senhor, mas não entendia a sugestão na voz do irmão.

— O que disse a Tsunade?

Ela puxou a camisa do corpo dele e atirou-a para longe. Marcas roxas e cicatrizes espalhavam-se pela pele pálida dele, desenhando-o como se fosse um mapa de lutas de bêbados. Caminhou até o armário e colheu uma camisa limpa, para então voltar e ajudá-lo a se vestir.

— Aquela velha pensa que pode me dar uma poção qualquer — tornou a tossir —, disse-me que tenho pouco tempo de vida se continuar a beber ou me arriscar em lutas do corpo a corpo. Quem pensa ela que é?

— Hikaru, Tsunade tem toda a razão — foi até a bacia com água e umedeceu um pedaço de linho. Ao sentir o toque do irmão, sentia-o arder em uma febre por causa de suas feridas não tratadas. — Proíbo-o de voltar à arena. 

— Quem pensa que é, Sakura? — ele agarrou-a ao braço, irritado e usando toda a força que seu corpo enfraquecido dispunha. Os orbes verdes dilataram-se em ira —, só porque veste esses vestidos caros e dorme com um Lorde pensa que pode me dar ordens? — ela soltou-se das mãos dele num puxão único. — Oh, és apenas uma meretriz a ele. Espere-o se cansar de você! 

Irritada, a jovem Haruno atirou o tecido umedecido ao irmão. Colheu a barra das saias do vestido e se dirigiu à porta. Não iria suportar ser chamada de qualquer por ele. Ah, não. Entedia bem o motivo de ter se sentido estranha e com uma hesitação quando pensou em vir visitá-lo e até tratar dele. Mas ali não ficaria e se ele quisesse, que morresse ou se arrastasse até um curandeiro.

Antes de romper para o corredor, ouviu-o dizer algo.

— Está brava, não é? — Hikaru riu —, não devia pensar um segundo sequer que ele a ama, Sakura. Olhe para você! Se ele a tem por perto, é apenas por dó. Isso é o que todos sentem ao vê-la. Pobrezinha, órfã e solitária...

Fechou a porta e não se permitiu dizer nada. Encolhida contra a parede do corredor, as lágrimas vieram-lhe aos olhos. A jovem pensou em chorar, ouvir tudo do irmão nunca lhe fora fácil, a voz de desprezo dele a deixava desarmada e impotente. Mas sabia que estaria segura quando retornasse ao castelo, de volta aos braços de Sasuke. Ao menos ele, cujo todos descreviam como monstro, a dava um calor de esperança e a protegia de Hikaru.

Secou as teimosas lágrimas com as pontas dos dedos e se ajeitou, alisando o vestido. Ao erguer a cabeça, viu Kakashi encostado na porta de entrada, ele sorriu de canto e então se aprumou, levando a mão para o cabo da espada.

— Parece que não demorou muito — ele disse, mas não obteve resposta dela, o que o forçou a desfazer o sorriso. — Deseja ir para o castelo?

— De preferência —respondeu e se dirigiu à saída. —Não diga a Lorde Sasuke sobre o que viu ou ouviu.

—  Não sigo suas ordens e...

— Então espera que ele aceite que me deixou sozinha?

O guarda fungou e virou a cabeça para o outro lado. A Haruno pensou em sorrir, vitoriosa por tê-lo irritado ao menos um pouco. Entretanto, deixou-o para trás e retornou ao salão.

A voz estridente e alegre de Jiraya a fez buscar por ele por todo o espaço que aos poucos ia enchendo-se. Ele também pareceu feliz em vê-la, pois ao notar Sakura ali, este sorriu e abriu os braços para tomá-la. Sem poder recusar e fugir do ato, sentiu-se bem ao receber um pouco que fosse de afeto das pessoas.E Jiraya nunca lhe tratara mal, tentava ao máximo ajudá-la ou defender dos bêbados que queriam se aproveitar.

— É tão agradável vê-la, doce Cerejeira! — o homem beijou-a dos dois lados da face, segurando-a aos ombros e a encarando o rosto, com um sorriso bobo nos lábios. O cheiro de álcool o impregnava por inteiro. — Ainda mais bela que antes! Diga-me que ficará para o almoço, as moças sentem sua falta e me preocupo com ti.

— Seria adorável ficar —ela disse, sorrindo minimamente e com a mente ainda no ocorrido com o irmão —, mas temo que devo retornar ao castelo. Milorde deve estar a minha espera, cedeu-me um tempo para vir ver Hikaru, entretanto penso que ele  está melhor sem mim.

— Oh, não digas isso. Teu irmão há um ar orgulhoso que não se mede! —Jiraya riu. —Se tens deveres a cumprir, que seja. Mas prometa-me que virá para o festival da colheita. 

— Farei o possível — Sakura sorriu abertamente, imaginando-se com Lorde Sasuke e juntos dançando, como se fossem os únicos no mundo. as bochechas coraram ao imaginá-lo beijando-a docilmente e com suavidade os lábios rosados. Sacudiu a cabeça e se recompôs. — E trarei alguém, se lhe aprouver.

— Seu convidado é bem vindo em meu teto a todo instante — ele curvou-se para beijar a mão da Haruno. — Se precisares de mim, não se acanhe em pedir. Seu pai me foi um grande amigo, será um prazer ajudá-la. Os tempos difíceis vêm a todos, querida.

A jovem sentiu-se estranha diante das palavras dele, havia um certo pesar que não entendia na voz. Olhou-o por tempo o suficiente, tentando estudá-lo as feições e compreender o significado de sua sugestão de amizade, como se tivesse algo de que ela não sabia e que poderia muito bem forçá-la a querer a ajuda dele. 

Esquecer-se disso tornou-se impossível ao passo que a viagem até o castelo era longa. Por que eu precisaria dele se tenho Lorde Uchiha para ajudar-me? 

Sasuke Uchiha olhou para o lado vazio da cama, qual minutos antes tivera o corpo de Sakura aninhado às almofadas. Desperto de um sono pesado, sentou-se na cama e procurou por ela pelo cômodo, até encontrar a figura feminina em pé na sacada. O vestido de linho leve contornava o corpo esguio e pálido dela, pequenas curvas se formavam no tecido. Cabelos longos e róseos se moviam no vento. Ficou observando-a.

Ela o parecia uma pessoa diferente desde que retornara do vilarejo no outro dia. Não conhecia bem a relação desta com o irmão, mas também não se sentia confiante a ponto de perguntar, havia um limite até mesmo para ele quanto ao pessoal da Haruno. Ainda que visse nela um coração forte e coragem para enfrentar o mundo lá fora, quando estavam sozinhos e entre as quatro paredes, a jovem aparentava ser uma garota que diante das circunstâncias se partiria ao meio. Um lado feito de aço e o outro da mais fina porcelana. Entendia o porquê de sentir-se atraído por ela.

Ponderou se devia chamá-la de volta à cama ou então dizer algo que a pudesse fazer sorrir. Nada vinha em mente ou aos lábios do Uchiha, toda a cortesia que um dia aprendera se perdeu na memória. Mesmo o modo duro de sempre se foi. 

Tomado por um sobressalto, ergueu-se do macio colchão e caminhou até a mulher. Ao senti-lo perto, ela virou-se e o deu um sorriso melancólico. Sakura movimentava o anel que ele a tinha dado entre os dedos, agarrando-se àquilo pensativa, talvez pensando em um assunto que demandava uma mania antiga para concentrar-se.

— Acordei-o?

— Não — Sasuke disse. — Sem sono?

— Pensando — ela sorriu —, é algo bom, disse-me.

Os dedos dela se apertaram firmes contra o anel, pôde ver os nós tornarem-se brancos devido à força. Como se a estivesse ferindo, o Uchiha levou a própria mão até as dela e aos poucos foi forçando-a a soltar a joia. As lágrimas dela caíam aos poucos, marcando a face rosada.

— Sakura?

— É verdade o que me disseram? 

Um fio de medo correu o corpo dele, abriu a boca para se defender do ato que cometera anos antes. Não esperava que ela soubesse que tinha machucado os seus pais, muito menos os assassinado. Suspirou derrotado, tentando dizer qualquer coisa que a fizesse parar de chorar.

—  Eu não devia ter feito, sei bem — ele disse se desesperando —, mas cheguei tarde. ..

— Não — a Haruno sacudiu a cabeça —, falo sobre eu ser apenas uma... uma... — a palavra que o irmão usara soava-lhe pesada e amarga —, uma qualquer de quem se está aproveitando.

— O quê? 

— Se for isto verdade — ela engoliu as últimas lágrimas e o fitou —, se apenas está me usando, diga.

Criou coragem para tomá-la em seus braços. Suspirou aliviado por ter se equivocado, mas não duraria muito e sabia bem disso. Sentia-a soluçar e por isso a apertou ainda mais imaginando se poderia ser capaz de feri-la, quando toda a raiva ia para longe ao estar na presença desta.

— Não é verdade — o Uchiha disse —, seja lá o que te disseram, não o é verdade. 

— Eu sei... — Sakura o olhou tentando sorrir —, apenas , não sei... Hikaru sempre me diz coisas horríveis. Perdoe-me.

— Esqueça — ele disse e beijou o topo da cabeça dela. — Devia ter me dito, não guardado para si. Se soubesse que lhe causaria mal ir à vila, não lhe teria permitido. 

— Jiraya convidou-me para um festim antes do festival da colheita — ela disse de repente —, disse-me para levá-lo também, milorde.

Lorde Sasuke olhou-a, curioso e entendo que esta adoraria ir. Como poderia negar a ela se acabara de se sentir imobilizado pelas lágrimas. E por outro lado talvez a fizesse bem um pouco de ar fresco, para esquecer-se do irmão e de toda a amargura. 

Assentiu gradativamente enquanto caminhava de volta à cama.

— O Que disse a ele?

— Que conversaria com você, milorde — Sakura se aproximou dele —, mas entenderei se não quiser ir.

— Não sou bem vindo à vila.

— Prometo que não sairei do seu lado dessa vez, ainda que me acorrentem! 

Sorriu de canto e compreendeu que não venceria essa batalha. Concordou com a cabeça, indicando que se ela queria ir, então seria do modo dela.

 

O céu noturno enchia-se de estrelas cintilantes e de uma lua pálida que jorrava luz por todo o vilarejo, qual encontrava--se animado desde a sua entrada à taberna de Jiraya. Não era preciso estarem próximos para ouvir o fole, alaúde e flautas darem vida ao lai animado. As vozes se misturavam numa canção que iniciava também uma dança. Casais rodopiavam, palmas batiam-se e o mundo parecia feliz.

Ao seu lado, Sasuke via Sakura sorridente, pressionando o braço dele enquanto observava a alegria da festa. Imaginava o quanto esta adoraria se unir a eles. Caminhavam juntos em direção do festim, ela dissera que seria bom cumprimentarem algumas pessoas.

Lorde Uchiha ignorou aos olhares de desprezo, que se atavam em um ressentimento da última vez em que tinha estado ali e acabara preso em uma casa em chamas. As ameaças que fizera não se concretizaram, é claro, mas ainda assim, as pessoas pareciam assustadas. Alguns fizeram uma reverência curta e temendo algo de ruim, outros acenaram e desapareceram pelo salão. 

— Não se importe com os olhares — Sakura sussurrou —, somos convidados de Jiraya e não deixarei que façam nada a você, milorde.

Ele concordou e continuaram se misturando às pessoas. O som ia ficando mais alto conforme andavam pelo salão. 

Foi dado a Sakura e Sasuke um corno de hidromel. Lorde Uchiha provou da bebida doce e decidiu que lhe agradava, enquanto a jovem sorriu ao bebericar um pouco. Notou-a buscando por alguém pela festa, talvez fosse algum amigo ou até mesmo o irmão. E o olhos verdes pararam ao notar Hikaru num canto, enchendo-se com um jarro de vinho que entornava aos lábios e escorria pela camisa. Mulheres riam ao lado dele, semi-nuas e o sentido tocá-las.

Decidiu olhar pelo festim, observando as pessoas. O banquete era servido e aqueles que devoravam a carne lançava os ossos aos cães, que brigavam. Um dos animais se pôs a correr na direção de um osso jogado próximo de um bardo, ao se aproximar acabou por derrubar o rapaz, que deixou a flauta cair da mão. Risos se espalharam, mas a canção dos companheiros não se acabou. Viu também do outro lado do salão um homem enfiar a mão por debaixo da saia de uma mulher que servia cerveja. Ela riu. Um outro tomou uma das criadas para uma dança, ambos cambaleando e rindo alto. Sentia-se estranho ali, com tanta alegria a ser servida.

Após tanto hidromel, Sasuke sentia-se cada vez mais leve e até se permitiu ser guiado por Sakura para a roda de dança. A música os envolvia e, segurando a mão dela, colocou-a para girar, fazendo a saia do vestido tornar-se um borrão. A música tocava alegremente e ainda que desconhecesse o modelo da dança, girava a Haruno e improvisava alguns passos, ela ria de um todo quando batia os pés contra o solo. 

Uma jovem passou por eles, com a cabeça adornada por uma coroa de flores. O Uchiha a tomou a coroa e se obrigou a colocar nos cabelos róseos da Haruno, que tinha o rosto corado e respirava ofegante, rindo. As fitas coloridas se fundiram aos cabelos, dando-a um aspecto ainda mais dócil. Ele não resistiu e a beijou, entre um riso e outro. Os dedos de ambos se cruzaram e não se importaram com os olhos. Houve quem aplaudisse e gritasse em animação.

Tinha os braços de Sakura ao redor de seu pescoço, ele próprio respirava fora de ritmo, sentindo o suor de tanto movimento escorrer-lhe pela testa, colando o cabelo à pele. Olhou-a tão feliz e se pegou sorrindo.

— Sabia que podia sorrir — ela disse apenas a ele. — Obrigada por ter vindo, milorde.

Assentiu e se curvou para beijá-la, mas dessa vez contornando a cintura da jovem com os braços. Os pés dela que a elevavam à altura dele ficaram suspensos no ar quando o Uchiha a levantou, rodopiando-a, ganhando mais uma dose de risos.

Devolveu-a ao solo no mesmo instante em que os gritos vieram. Atravessando a multidão aos tropeços, o homem de cabelos grisalhos e longos surgiu, com um jarro de cerveja vazio. Algumas pessoas gritavam para ele e o empurravam para longe. Sakura se prendeu a Sasuke, observando o velho atrapalhado.

— Jiraya deve ter tomado todas que lhe foram permitidas — ela disse.

E ele veio se aproximando, gritando qualquer coisa incompreensível pelo barulho das canções. Mas o alvo aparentava ser a Haruno, pois ele vinha batendo o pé firme no chão e aumentando o timbre.

— Ai está — Jiraya disse ao ver Sakura —, te disse que se precisasse de minha ajuda poderia tê-la pedido, Sakura.

O velho bebeu o último gole de sua cerveja no jarro, secou a boca com a costa da mão e fitou o Uchiha com irritação, além de desprezo puro. Sasuke não entendeu o olhar, quando a Haruno o tinha dito que era também convidado ali.

— Está bêbado — o Uchiha disse e puxou a jovem para mais perto.

— Não diga o que estou! — ele gritou e atirou o jaro ao chão, qual se partiu e assustou os mais próximos. O barulho foi diminuindo aos poucos e a atenção dos convidados se voltando ao trio. — Como ousa pisar em minha taberna depois do que fizera? — Jiraya se aproximou e empurrou Sasuke, mas bêbado como estava, atrapalhou-se e tropeçou antes de impôr alguma força no ato. — Como ousa tocar na garota?

Sakura olhou para o velho e em seguida para Sasuke, curiosa e com os olhos verdes mergulhados em incertezas.

— Oh, não contou a ela? — o silêncio dessa vez era total e os olhos se dirigiam a eles. — Vê este homem, Sakura? Este com quem dançou essa noite e partilhou de beijos?

A jovem parecia tão assustada que o Uchiha a sentia tremer ao segurá-lo no braço. Mas, ainda assim, ela deu um passo adiante e o encarou, esperando que dissesse algo.

— Diga a ela! — Jiraya gritou. — Diga o que fez! Diga, assassino!

— Sasuke — ela o chamou, dominada pelo nervosismo —, do que ele está falando?

Abriu a boca e nada disse, pois fora interrompido.

— Seu Sasuke matou os seus pais, Sakura — Jiraya disse por fim.

O silêncio que se instalou deu ao mundo uma mor terrível. Ouvia-se claramente o crepitar das fogueiras e o ladrar dos cães que ainda brigavam por seus ossos. Mas as vozes, canções e alegrias se reduziram a nada. Mas nada, nem mesmo a infernal quietude o deixara mais ferido que os olhos verdes de Sakura. Ela o olhava incrédula e aos poucos enchendo-se de um choro que se continha pela ira. Nunca imaginou vê-la com raiva, entretanto, via agora.

Lágrimas rolaram pela face dela, que o encarava sem piscar ou se mover. 

Sua mudez dizia muito e com uma rapidez desconhecida por ele, a jovem puxou o anel da correntinha no pescoço e jogou-o na direção de Sasuke. ele pegou com um reflexo afiado. Pressionou o anel na mão e o observou, para ao erguer os olhos a ela e ver a Haruno tirar a coroa de flores da cabeça e jogar ao chão, pisoteando-as.

— Sakura, eu sei... — ele tentou dizer.

— Não — Sakura o interrompeu —, não sabe. 

— Por favor — pediu, sentindo-se derrotado —, venha comigo, posso explicar-lhe.

— É verdade, não é?

Fitou-a e notou que ela não o queria por perto, muito menos aceitaria a ideia de uma conversa particular.

— Sim —  disse Sasuke num disparo.

Mais lágrimas rolaram pela face rosada, um riso tomou-a, mas esta o segurou com o mordiscar do lábio. Era o riso do puro arrependimento, qual vinha sempre que se sentia desiludida. 

—  Vá —  ela disse e tendo os olhos carregados por um sentimento novo, mantinha-se firme encarando-o — , vá. Não quero vê-lo outra vez, monstro.

Como se milhares de flechas o perfurasse a alma, doera mais do que podia imaginar. Mas seu orgulho o tirou dali, com passos perdidos. Uma gota solitária deslizou pelo rosto do Uchiha ao cruzar a porta da saída da taberna.

— Foi melhor assim — Madara disse, encostado num pilar. O homem sorriu —, agora retomará a sua vida, Sasuke. Como sempre deveria ter sido.

 



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