1. Spirit Fanfics >
  2. Cursed Lovers >
  3. Ato XVI - Epílogo

História Cursed Lovers - Ato XVI - Epílogo


Escrita por: UchihaKonan

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 16 - Ato XVI - Epílogo


/ EPÍLOGO                                                                   

A última coisa que pôde sentir foram os dedos frios de Sakura e viu os olhos verdes se tornarem opacos, enquanto a queda a engolia, com os dedos escorregando vagarosamente da pedra...

— Sasuke... 

Antes que a queda a engolisse por inteiro, segurou firme a mão macia e feminina, podia senti-la em completo desespero e então o alívio surgindo. Mesmo que sentisse dor e sua força tivesse se exaurido durante a luta com Madara, a última fonte que o restara era usada para içar Sakura para cima. Os olhos verdes estavam arregalados e ela tinha parado de chorar. Um fino sorriso se formou aos lábios dela, como se murmurasse ao se moverem que estava tudo bem. Queria ele ter dito isso a ela em tempo, mas quando as feições dela se tornaram pálidas e ela gritou, apontando com a cabeça para as costas, Sasuke deixou que alguns centímetros de seus dedos a soltassem.

A Haruno gritou e se segurou na pedra, tentando subir a amurada. Rolando para o lado, ele viu o que a tinha assustado, Madara já se encontrava em pé e cambaleando, vinha na direção dos dois. Todo ele parecia mais furioso que antes, algo que não era bom sinal. Quando o homem conseguiu se aproximar mais, sorriu e se engasgou numa risada irônica.

— Uma pena — Madara disse, se ajoelhando e se esticando para alcançar a mão de Sasuke que segurava a de Sakura. — Se tivesse me dado a garotinha, podia ter ficado com sua esposa. 

— Não... — Sakura pediu com a voz num fio e embargada num choro de súplica. — Por favor...

Madara sorriu e sua mão quente tocou a do casal, sem pressa ele ia forçando os dedos entrelaçados a se soltarem, mas os dois mantinham a constante força que os unia. A derrota era visível e no momento em que ele desejasse soltá-los, Sakura sabia o que a esperava lá embaixo, assim como Sasuke sabia o que viria em seguida.

— Eu sinto muito... — o Uchiha disse a ela, não mais segurando as lágrimas.

— Não... Sasuke, não... — ela o pediu. — Eu o amo, fez a minha vida valer a pena. Não se desculpe...

— Que tocante — Madara riu e investiu um pouco mais. Com um dos braços ferido a tarefa se dificultava, mesmo assim tentava. Ele próprio tinha gasto muita energia ao lutar com Sasuke, sentia dores por todo o corpo. Ainda que fosse imortal, sentir dor e se ferir era possível, mesmo que a recuperação fosse ligeira. 

Por mais que tentassem se segurar, não conseguiriam por muito tempo. 

Um par de dedos deslizou, depois outro e então as pontas se tocaram, até que não houvesse mais em que se prender. Sasuke fora lançado para longe, pôde ouvir o som de seu corpo batendo contra o chão, ele não emitiu som algum além de um suspiro pesado.

Sakura fechou os olhos, segurando com apenas uma mão na pedra, qual começava a escorregar também. E então esse seria o fim? Ela, que tinha pensado tanto em um lar e em uma família, logo ela que nunca tinha tido nada e de repente se encontrara, perderia tudo dessa forma?

Enquanto chorava e lutava uma última vez para se manter firme, enquanto Madara caminhava na direção da mão que estava segurando a rocha, recordou-se do pesadelo que tivera anos antes. Sombras lutando e uma queda escura que a engolia, enquanto gritava com toda a força de seus pulmões por Sasuke.

Abriu os olhos subitamente e encarou os de Madara, que sorria como se estivesse ganhando. E ele estava? Sakura sabia que sim, ele estava levando toda a vida dela nesse momento. A morte dos pais, a infância de Hikaru e dela, em suas moradias temporárias. Estava tirando os momentos com Sasuke, a sua filha e tudo, tudo que a tinha feito estar ali e ser quem é. 

Com a força que nasceu ao se recordar de que não perderia mais nada lançou a outra mão para a amurada e se apoiou, içando o corpo num esforço fraco, uma vez estava com o vestido enroscado na rocha. Mas lutou e lutaria até o fim para se manter viva e ficar com a família que tinha construído.

— Insistente.  Todas as mulheres são assim? 

— Sim — alguém disse logo atrás e Madara virou para encarar quem tinha dito. Com um vislumbre rápido através do espaço entre as rochas da amurada ela pôde ver a feiticeira do vilarejo. — Olhe para você, Madara.

— Tsc — ele estalou a língua —, pegue a garota e me liberte.

Konan se aproximou, sorrindo e logo atrás dela Suigetsu surgiu, acompanhado de Juugo que tinha a espada em mãos. O sorriso zombeteiro de Madara se desfez, dando lugar ao olhar de dúvida.

— Tire-a dali — Konan disse e Suigetsu correu para ajudá-la. —  Achou mesmo que uma criança o salvaria do que tem feito?

— Fiz o meu trabalho.

— Enganou muitos também. Devo lembrá-lo o que acontecerá agora?

Quando os pés tocaram o solo, Sakura suspirou aliviada e correu para a direção de Sasuke, tropeçando nas tiras do vestido, toda a força tinha retornado. Segurou-o em seu colo e chorou, chorou como uma criança. Mas sentia-se aliviada por tê-lo em seus braços. Afagou os cabelos negros e agradeceu por estar ali, ambos juntos e vivos. 

— Adeus — Konan disse ao estalar os dedos, enquanto o corpo de Madara desmanchava-se em cinzas flutuando pelo ar. Rodopiaram até que uma rajada de vento o levou para longe, restando nada além dos primeiros raios de sol que anunciavam o amanhecer. A feiticeira baixou o braço e olhou para o casal. — Não posso livrá-lo do contrato, milorde. É a regra.

Sasuke a fitava através de um mísero espaço na abertura dos olhos, mas assentiu, porque não iria perder a chance de viver essa vida.

— Preciso ir — Konan anunciou. — Tenham uma vida doce e, não se esqueça, há sempre uma vida após a outra. Nunca termina. Por agora, tenham um presente e se esqueçam do que virá.

E ela se foi.

— Tudo ficará bem agora — Lorde Sasuke sussurrou, segurando a mão da esposa.

— Eu sei — Sakura sorriu e o beijou em seguida.

Os anos seguintes trouxeram tudo o que ambos haviam desejado: a prosperidade do vilarejo continuou, a euforia ainda dominava a todos e a paz reinava como nunca. Cada virar de lua era uma promessa de que seria diferente, e assim tinha sido. Sarada cresceu, Sakura envelheceu e Sasuke jamais mudou, porque estava destinado à eternidade. 

Mas enquanto viu a esposa e filha viver sua vida natural, sentiu-se parte de algo e a liberdade que tanto tinha desejado havia vindo, não da forma como esperara, o suficiente para que pudesse dizer que havia vivido.

Tudo esteve bem por anos.

MAIO DE 1965 

O dia estava chuvoso, mas mesmo assim Sasuke não iria se arriscar a uma espera desnecessária. Se caminhasse até o fim da rua encontraria algum táxi disponível. O céu cinzento ameaçava a qualquer momento debulhar-se em gotas de chuva fria e pesada, então se quisesse evitar ficar ensopado, teria de se apressar.  Deu um passo para fora do 12 Café's Bar e puxou a gola do sobretudo para cima, impedindo o vento de açoitá-lo a face.

Tóquio tinha os prédios altos e amontoados, como uma grande muralha de vidro espelhado. Fisicamente isso deveria conter as rajadas de vento, mas não era o que acontecia quando uma tempestade de verão se aproximava. Andando pela calçada lotada de pessoas apressadas, que iam sem lançar um olhar aos outros, caminhando como se nada ao redor existisse, ele se juntava a essa massa de apressados. A urgência com que o populacho caminhava não se via nele, por mais que a ameaça de chuva se aproximasse cada segundo que se passava. Algo em seu interior o dizia para desacelerar e aproveitar esse instante. E foi o que fez.

Não deveria ter pressa, pensou ao parar de súbito no meio da multidão que ia para o lado oposto. Olhou para o céu e lembrou-se de que para alguém como ele correr não significava nada. Por mais que o relógio girasse e o mundo se tornasse outro, ele continuaria igual. Por quase um milênio tinha visto entes queridos irem e virem, as montanhas darem lugar às cidades e terras nunca sonhadas serem descobertas. Tinha visto tanto e nunca tivera pressa para isso, por que hoje deveria ter?

Checou o relógio de pulso e suspirou. Sabia bem o porquê de ter que se apressar. Tinha um lugar que queria estar e se não quisesse enfrentar o trânsito associado a uma taxa absurda pelo táxi, teria que ir rápido. Com esse pensamento, acelerou os passos e dobrou a esquina, encontrando com a banca de jornais. Parou e comprou o seu maço de cigarros preferido, não iria acendê-lo, afinal tinha pressa.

Com as mãos nos bolsos voltou a caminhar. Já podia ver o ponto de táxi logo em frente. 

Aquela rua não estava tão movimentada quanto a anterior, assim como as pessoas que ali transitavam não tinham tanta pressa. Alguns pareciam não se importar com a chuva que vinha. Uma mãe falava algo para o filho que apontava insistente à vitrine de uma loja de penhor. Sasuke lançou um olhar rápido para o interior da loja e viu a grande quantia de brinquedos, objetos de decoração e tudo aquilo que os donos quiseram se desfazer.

— Inojin, já está fechado — a mulher de cabelos loiros disse, agachada de frente ao menino. — Prometo que retornaremos amanhã.

— Mas mãe...

Na tentativa de continuar o seu trajeto, parou de súbito outra vez. Um reflexo rápido o chamou a atenção, um vulto em tons de rosa que surgiram como um fantasma. Olhou para o outro lado da rua, mas não havia nada além de pessoas que começavam a correr para se abrigar da chuva que agora caía, grossa e fria. Sasuke permaneceu um tempo a mais parado, até mesmo a mãe e o filho tinham partido, ambos se abrigando embaixo do toldo de uma livraria. Aquela visão o tinha deixado desconcertado e sua busca pela multidão que sumira mostrou-se desesperada e desnecessária, já que talvez fosse apenas imaginação de uma mente atormentada pela procura eterna.

Só quando os pingos gelados deslizaram pelo rosto dele foi que tornou a caminhar e deixou de lado a incessante procura pelo que supostamente tinha visto. Mas aquilo não podia ser chamado de andar, estava praticamente correndo e cada passo que dava em direção do táxi era como se mais longe ficasse e a chuva muito mais fria se tornasse.

— Táxi! — gritou Sasuke, acenando para o motorista.

Entrou e bateu a porta no mesmo instante em que a porta do outro lado se fechou. 

Surpreso pelo barulho simultâneo ao que causara, lançou um olhar para a figura que existia ao seu lado. Encharcada e tremendo, os cabelos róseos colavam no rosto fino da moça. Sem o que dizer ou qualquer outra reação possível, Sasuke observou-a, com a boca aberta e tentando encontrar qualquer movimento ou palavra para evitar o silêncio que só era quebrado pela música do rádio. Para ele era impossível nesse instante reagir de qualquer maneira que fosse, nunca tinha se sentido tão imobilizado como nessa fração de segundos em que tempo e espaço congelaram. Tanto tempo havia esperado, procurado como se fosse a única opção para continuar vivendo. 

Levantou a mão e deteve-se antes de tocar o rosto pálido dela, que o olhava com espanto, ou talvez receio. Os olhos verdes cintilavam e os lábios tremulavam, levemente arroxeado. A mesma expressão de que ele se recordava, todos os traços bem desenhados. Quantas vezes não tinha tocado aquela face, sentindo a pele quente contra seus dedos? E havia sido há quase um milênio, mesmo assim ainda sentia sua Sakura nos braços. Quente, cheia de vida e adorável.

— Sakura...

— Desculpe — ela o fitou com os mais brilhantes orbes verdes que vira desde então. Mordiscou o lábio e corou as bochechas ao notar o homem ao seu lado — , nos conhecemos?

—  Não — ele respondeu. — Não nessa vida.

O sorriso dela o aqueceu naquele frio que a chuva o tinha cedido. Espere-me, Sakura o sussurrara numa vida há muito passada, e não houve nada mais que ele tivesse feito. Seria diferente agora. Como prometeram naquela tarde de novembro


Notas Finais


Fim.

Antes de tudo, quero pedir as mais sinceras desculpas pelos dois últimos capítulos. Para alguém perfeccionista como eu, ficaram horríveis e perderam um pouco da qualidade que tem os primeiros. Desculpa, é que conforme vou escrevendo e as coisas aqui na vida real acontecem, acaba me afetando na escrita. Não é do meu feitio ultrapassar doze capítulos, há uma exceção mas por um real motivo, e essa me deixou tão feliz em vários momentos que acabei prolongando e no fim ficou ruim. Desculpa.

Eu não poderia deixar essa fanfic sem um final feliz, é a primeira e única que possuo com esse epílogo todo cheio de alegria. Espero que tenha gostado, de verdade. Foi uma fanfic bem fraca ao meu ver, sem grandes acontecimentos ou um romance legal. Mas valeu a pena escrever, todos os comentários que recebi e os favoritos me deram muita vontade de seguir em frente. Poderia listar o nome daqueles que comentaram em todos os capítulos e me ajudaram muito, mas não seria justo com os outros que acompanham no anonimato. Reconheço que não é fácil comentar, mas se leu tá valendo. Quero que saibam que sou muito grata, queria levar meus comentaristas para todas as minhas fanfics haha Obrigada!

Agora que acabou me sinto uma mãe sem filho. Gostaria mesmo de ter outra fanfic para escrever, mas a única que tenho em mente não sei se devo postar, fico na dúvida. Vou sentir falta dessa fanfic, então, se um dia ela chegar aos 500 favoritos faço um especial akjakjs Brincadeira, um dia talvez eu faça um capítulo alternativo e com o Sasuke reencontrando Sakura em outra vida. Quem sabe.

Muito obrigada a quem leu do começo ao fim, comentou, favoritou e adicionou à biblioteca. Obrigada!
Que a sorte esteja sempre ao seu favor e nos vemos por ai, em outra fanfic, quem sabe.
Um beijo e até a próxima o/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...