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História Da vingança ao amor - Capítulo 13


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 13 - Capítulo 13



A grande ironia era que, não tendo ideia na época de quem era o irmão de Alice, todavia sabendo que Alice tinha alguma conexão com a família, o Café Altamiro's em Londres tornara-se um refúgio para Clara.

 Ela havia passado horas lá no seu tempo livre, estudando ou lendo, fazendo um cappuccino durar o máximo possível, saboreando a rara solidão. E, agora, ali estava um daqueles Cafés em Dublin, com sua fachada esplendorosa Lorenzo Altamiro obviamente não estava sofrendo os efeitos da crise na economia global.

 Mas ela teve de reconhecer que aquela era apenas uma cruel coincidência, uma vez que, sem dúvida, os planos dele para abrir uma filial em Dublin tinham sido feitos muitos meses antes. Clara passou rapidamente pelo Café, uma onda de náusea a assolando. 

Sentira náuseas todas as manhãs pelo último mês finalmente, tinha ido ao médico na semana anterior, e confirmado seu pior medo. Estava grávida em algum nível, sabia que ainda estava em choque, incapaz de acreditar nisso, nem mesmo contemplara ainda o que queria fazer em termos de contatar Lorenzo. 

Atravessou a rua, subitamente sentindo-se muito perto das lágrimas o mais importante agora era arranjar um emprego. Do jeito que estava, mal tinha dinheiro para pagar mais um mês do aluguel do seu estúdio decadente, e menos ainda para trazer um bebê ao mundo, lutando contra o pânico, entrou numa banca para comprar alguns jornais, ignorando o fato de que o dinheiro em sua bolsa estava acabando. 

Um pouco depois, desceu do ônibus e andou em direção ao seu apartamento, na metade do caminho, o céu se abriu e, em segundos, ela estava ensopada um casal passou correndo e rindo, a mulher abrigando-se sob o casaco do namorado. Clara sentiu como se alguma coisa muito preciosa tivesse se rompido em seu interior para sempre sua inocência e otimismo. 

Por um breve momento antes que Lorenzo Altamiro jogasse sua bomba, ela experimentara felicidade pela primeira vez em anos, Clara abriu a porta suspirando. Ele lhe roubara suas frágeis esperanças e sonhos, eela o odiava com uma intensidade assustadora. 

No banheiro, despiu-se exausta demais, deixou as roupas molhadas onde estavam e vestiu um roupão velho. Olhou seu reflexo no espelho,  estava abatida, as sardas sobressaindo-se em sua pele clara, havia círculos escuros sob seus olhos, e seus cabelos, normalmente brilhantes, agora estavam opacos e sem vida, suas mãos foram para a barriga. Ela olhou para baixo, lágrimas inundando-lhe os olhos. 

Depois que Bruno morrera, Clara pensara que estaria livre para recomeçar... para viver sua própria vida entretanto, o destino lhe trouxera mais problemas, olhando para cima, enxugou as lágrimas. Precisava comer, cuidar de si mesma, achar um emprego. De alguma maneira, tinha de sustentar ao bebê e a si mesma. 

Ainda se surpreendia com o sentimento de amor e proteção que experimentara por aquele pequeno ser assim que descobrira a gravidez, apesar das circunstâncias havia uma emoção profunda ligada a isso, também, mas Cara não queria analisá-la. 

Ela foi esquentar a sopa do dia anterior quando se sentou, notou a carta sobre a mesa... uma carta que abrira naquela manhã, pânico ameaçou voltar, roubando-lhe o apetite a ameaça contida naquele pedaço de papel a fez tremer. Clara forçou-se a comer; depois, acomodou-se para olhar os jornais. 

Circulou vagas de emprego e listou-as em ordem, de modo que no dia seguinte pudesse levar seu currículo nas empresas, uma hora depois, abriu o último jornal. Não esperava encontrar muita coisa, então virou as páginas, bocejando. Estava cansada. 

Mas, então, sentou-se ereta, como se uma carga de adrenalina tivesse acabado de ser injetada em suas veias, seu coração disparou, enquanto ela olhava para uma fotografia de Lorenzo Altamiro ao lado de outro homem. Ele sorria, e a imagem em branco e preto apenas acentuava as lindas feições masculinas aquele maxilar esculpido. 

Ele parecia feliz, sofisticado, despreocupado. Clara levou uma mão à barriga que direito ele tinha de parecer tão feliz, enquanto ela estava lá, beirando à pobreza, grávida de um bebê dele, depois que Lorenzo decidira brincar de Deus com sua vida? 

Ela fechou os olhos, dor a inundando mesmo agora, o conhecimento dos métodos de seu irmão a horrorizava... quão longe ele teria ido, e como Alice fora enganada, porque, como Clara bem sabia, a única pessoa que seu irmão tinha amado era ele mesmo. 


Ela leu o artigo que acompanhava a foto no jornal, ele compareceria a um evento em Dublin naquela noite, para celebrar o lançamento de seu novo restaurante. Clara teria imaginado que Lorenzo fizera aquilo de propósito, apenas para lhe enviar outro aviso, mas sabia que isso era irracional. Tudo não passava de uma cruel coincidência, ela leu o artigo novamente... mais devagar desta vez. 

Durante o evento, ele anunciaria uma fusão com um conhecido empresário irlandês, Caleb Cameron, que cuidaria das franquias das lojas de departamento Altamiro's ao redor do país. Com Lorenzo tão perto, era como se ele a estivesse ridicularizando novamente. 

Ela sabia que tinha de fazer alguma coisa enquanto ele estivesse lá. Afinal, ele era responsável pela vida crescendo em sua barriga, e alguma coisa visceral estava compelindo-a a confrontá-lo. 




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