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História Da vingança ao amor - Capítulo 29


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 29 - Capítulo 29


Clara podia sentir que tudo estava mudando ao redor deles, o que a fez se sentir ainda mais nervosa do que já se sentira com aquele homem,  Lorenzo virou-se abruptamente, passando uma mão pelos cabelos. 

― Sou eu que devo me desculpar, foi inteiramente culpa minha você ter acabado no hospital. 

Clara meneou a cabeça. 

― Não, Lorenzo o médico disse que o que aconteceu é muito comum, não é culpa de ninguém. 

Com isso, um sentimento estranho o envolveu, não podia entender por que Clara não aproveitava aquela oportunidade para culpá-lo. Quando ela se dissolvera em seus braços, os soluços desconsolados tinham rompido alguma coisa em seu interior também, mas ele não pudera extravasar. 

Nem podia agora ter o corpo suave e flexível de Clara contra o seu lhe despertara um desejo feroz de protegê-la, Lorenzo procurou desesperadamente por equilíbrio, por alguma coisa familiar na qual se agarrar, não estava negando o papel que ela tivera nos jogos do irmão... mas mesmo isso estava mudando. Tornando-se menos claro, ela levantou-se e estendeu o braço para sua mala, mas Lorenzo chegou antes, com uma mão a detendo ao primeiro toque dele, ela recuou. 

― O que você está fazendo? 

A impaciência dele fez Clara se sentir mais segura, num terreno mais conhecido. 

― Estou indo embora deve ser isso que você quer saber? 

Lorenzo a encarou e, por um momento, Clara podia jurar ter visto algo que lembrava sofrimento nos olhos dele. 

― Eu não desejaria para ninguém o que você passou, Clara. 

O rosto dele estava tenso com raiva... e alguma outra coisa. Naquele momento, ela soube que Lorenzo não era tão sem coração quanto imaginara. E tal conhecimento a abalou afinal, ele não lhe mostrara nada além de desprezo desde que revelara sua verdadeira identidade, e Clara não gostava de admitir que talvez aquilo fosse alguma coisa que vira nele antes que a máscara caísse. Percebeu que ele poderia estar passando por seu próprio tumulto particular, por mais ambivalente que tivesse sido sobre o bebê. 

― Desculpe, eu não pretendi ser rude. Só quero dizer que agora você irá querer que eu volte para casa. 

― Não está se esquecendo de seu débito? 

Clara empalideceu dramaticamente e Lorenzo censurou-se, não sabendo o que havia com aquela mulher que o fazia falar a primeira coisa que lhe vinha à cabeça, a primeira coisa que lhe ocorrera para mantê-la lá, sob seu controle. Ele praguejou em italiano. 

― Ouça, esqueça o que eu disse, os últimos dias foram de muita tensão. Você não está bem para ir a lugar algum, Clara voce está fraca, e ainda em choque. Meu pai está preocupado com você. 

Então Lorenzo ainda estava querendo se vingar, pensou Clara com tristeza. Por que outra razão mencionaria o que ela ainda lhe devia? Ela forçou-se a parecer mais forte do que se sentia. 

― Sim, mas eu não me importo de ir embora, talvez seja melhor antes que seu pai passe a esperar mais alguma coisa de nós... 

― Não, Clara, eu não a deixarei ir embora assim. Você precisa descansar e se recuperar admita isso, pelo menos está pálida como um fantasma.  

Naquele momento, como se o corpo dela concordasse com ele, uma tontura a fez balançar um pouco. Num instante, ele estava lá, ajudando-a a se sentar na cama. 

― Está decidido sem discussões, Clara... por favor, pelo menos por enquanto. Pedirei que Lúcia suba com alguma refeição, e para ajudá-la a se preparar para cama, e depois você deve dormir. 

Clara tentou protestar, mas estava realmente sem forças, mal ouviu Lorenzo sair, ou Lúcia retornar com uma massa fragrante, pão e suco. A mulher mais velha gentilmente ajudou-a a vestir uma camiseta, supervisionou-a durante a refeição, e só faltou colocá-la na cama. 

Clara estava dormindo quando Lorenzo entrou silenciosamente no quarto um pouco mais tarde. Ele permaneceu sentado no canto por um longo tempo, observando-a, ela era um enigma. Ou era a irmã manipuladora e interesseira do irmão igualmente corrupto... ou era uma pessoa para quem ele não tinha referencial. 

Uma coisa era certa, ele não iria permitir que ela partisse tão cedo... não até que descobrisse quem ela
realmente era, Clara estava muito mais fraca depois do aborto do que imaginou que ficaria e concluiu que tal fraqueza era uma combinação de perder seu irmão, do estresse de saber que estava grávida e da procura de emprego improdutiva. Tudo a estava atingindo agora, e, no fim de cada tarde, sentia-se tão exausta que ia dormir no mesmo horário que Silvio.

Quase três semanas se passaram numa espécie de rotina tediosa enquanto ela se recuperava, Lorenzo era muito educado, todavia distante nunca mencionava a dívida, ou a partida dela. Ela encontrava grande consolo em Silvio, e passava tempo em sua companhia todos os dias... lendo ou jogando xadrez, ou conversando sobre qualquer coisa.

Doppo, o cachorro de Alice, também se provara um aliado, seguindo-a para todo lado com uma devoção que Clara sabia que devia ser, em parte, porque ele sentia falta da dona de qualquer forma, ele era também seu conforto Lorenzo às vezes aparecia, depois de alguns dias viajando a negócios, e o coração de Clara nunca deixava de disparar cada vez que o encontrava.

Uma noite, depois que Silvio se recolhera para dormir, Clara saiu no terraço para uma xícara de chá parou no meio do degrau ao ver Lorenzo sentado à mesa de ferro, bebendo café. Ele olhou para cima quando a ouviu, o coração dela bombeou.

― Desculpe... ― Ela virou-se para ir. Ele levantou-se.

― Não, espere.

Ela virou-se, sentindo-se sem graça.

― Ouça, realmente...

― Clara, sente-se, eu não vou morder.

Ele parecia cauteloso e, quando Clara aproximou-se, viu que ele tinha um maço de papéis sobre a mesa. Ela sentou-se e, após um momento, perguntou:

― Você estava trabalhando? 

Lorenzo deu uma risada curta. 

― Pode-se dizer que sim, analisando as falcatruas de seu irmão... traçando a oferta de tomada de poder de Bruno para que isso não aconteça novamente.

Clara estremeceu por dentro.

― Ainda está trabalhando nisso? Mas eu pensei... você disse que a oferta era grosseira...

― Era... mas foi a falta de sofisticação de Bruno que lhe permitiu causar tantos danos.

Quase antes de perceber o que estava fazendo, Clara perguntou: 

― Há algo que eu possa fazer para ajudar? Eu conhecia Bruno talvez eu enxergue coisas que você não consiga enxergar. ― Ela acrescentou, quase na defensiva: ― Eu realmente tenho qualificações.

Lorenzo a estudou por um longo momento, então murmurou:

― Por que não? Uma ajuda com processamento de dados não seria nada mau para mim. Preciso ir para Roma em alguns dias, mas eu gostaria de adiantar as coisas aqui, primeiro. 

Clara não duvidava que ele a estava testando em algum nível, e foi conduzida para o escritório moderno dele pela primeira vez. Era enorme, com computadores e copiadoras, ele a levou para uma mesa que continha folhas impressas com colunas e
números imediatamente, Clara se sentiu em casa. Entendia de números tinha mergulhado no estudo dos números nos últimos anos, a fim de escapar de Bruno. Ele gesticulou para a mesa e Clara sentou-se.

― O que você vê aqui é uma bagunça que ainda estou organizando parte do ataque foi liberar numerosos vírus em nosso programa de contabilidade. Estou tentando desembaralhar isso primeiro, apenas para me certificar de que nada falte.

Clara olhou-o e tentou esconder seu choque, saber que seu irmão tinha feito aquilo era muito desconcertante.

― Embora a empresa esteja sendo monitorada mais seguramente que antes, a violação me deixou nervoso... motivo pelo qual quero saber exatamente o que seu irmão
fez antes de qualquer outra pessoa. 

 Ele deu um passo atrás, a figura dominante e poderosa. 

― Tenho de admitir que a idéia de você, irmã dele, se oferecer para resolver isso contém certa ironia deleitável.

Clara ergueu o queixo, determinada a não ser abalada por ele.

― Por que simplesmente não me mostra o que quer que eu faça?




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