História Daddy (Camren) - Capítulo 87

Lauren Michelle Jauregui POV.

- Perdi? Como assim Camila? - Surtei.

Eu fiquei assustada, e eu simplesmente gritei. Tentei correr, mas eu só sabia ficar parada no banco daquele parque. Eu respirei, tentei me acalmar e quando eu olhei ao meu redor só tinham pessoas me olhando como se eu fosse alguma louca. Alguma pessoa que tinha acabado de sair de um hospício ou deveria ir para algum. Olhei para o lado tentando buscar ajuda da Camila, mas ela não estava lá.

Camila não tinha ido para lá.

Balancei minha cabeça várias vezes tentando processar aquilo, coloquei minhas duas mãos na minha testa, e eu estava ficando louca. Estava criando paranoias na minha cabeça. Aquela distância toda estava acabando comigo, eu precisava da ajuda de alguém. Disquei pelo nnúmero de Dinah, ela me atendeu e eu pedi para que ela fosse me ver em casa, precisávamos conversar. Dinah ficou assustada com minha ligação, eu só sabia gaguejar e quase não conseguíamos nos comunicar.

Eu deixei o meu carro onde ele estava. Não tinha condições de dirigir, apenas levei as chaves, e por sorte tinha um táxi ali perto. Eu entrei nele e pedi para que ele me deixasse em casa. O trânsito estava tão enorme que quando cheguei na rua da minha casa, eu já pude avistar Dinah cansada na frente do portão da minha casa.

- Lauren... Oque houve? - Dinah me abraçou assustada. - Você está pessima. Oque aconteceu?

- Dinah, eu fico criando coisas na minha cabeça. - Falei tentando abrir o portão, mas eu estava me tremendo tanto que as chaves caíram da minha mão. - Não é exagero. Eu fico vendo a Camila na minha frente, mas quando eu vejo, ela não está lá.

- Isso não é normal, Laur. Você precisa de um médico.

- Não. Minha cabeça só está cheia demais, muito trabalho, a empresa, o café, a falta de Camila... Eu quero que você cuide da empresa por uns tempos. - Falei e entramos em casa.

- Lauren, eu não sou totalmente qualificada para cuidar da empresa toda.

- Você irá ter toda ajuda, Dinah. Eu irei ligar para a Ally, vocês duas irão cuidar da empresa por mim, certo? Por favor, DJ! Eu preciso de um tempo. - Falei tentando convencê-la.

- Tudo bem, Palmito. Vai tirar férias? Vai viajar? - Dinah falou.

- Não. Eu só quero esquecer um pouco que minha vida está uma merda. 

- Você conversou com a Camila? - Dinah falou.

- Não... Ainda não. Eu irei conversar com ela depois.

- Lauren, está ficando tarde demais, você entende? Talvez Camila canse, ou...

- Ou? - Falei.

- Encontre outra pessoa.

- Eu sei... - Bufei. - Mas hoje eu só quero descansar, pelo menos um pouco. Você pode ligar para Ally?

- Sim, mais tarde eu ligo. Eu preciso ir agora, você vai ficar bem? - Dinah falou.

- Sim, irei. Obrigada Dinah. - Abracei a maior. - Obrigada, de verdade.

- Pode contar comigo para tudo, Palmito.

   [...]

Eu havia passado a noite toda dentro da Jacuzzi da minha casa. Eu estava cansada, muito cansada. Fazia tempos que eu não relaxava como eu relaxei naquele dia. 

Eu havia deixado algumas garrafas de vinho do meu lado. A minha solução sempre foi beber um bom vinho para esfriar um pouco a cabeça, mas daquela vez, já se foram duas garrafas e eu não conseguia "engolir" minha angústia e aquela solidão que estava habitando dentro de mim.

Alguns minutos relaxando e eu tive que sair da Jacuzzi. A campainha estava tocando. Provavelmente era Kendall chegando do trabalho e deve ter esquecido as chaves. Eu me enrolei na grande toalha branca que estava ali, e fui até a porta. Sem olhar o olho mágico.

Abri a porta e para minha surpresa não era Kendall. Nem era Dinah, Ally, ou Normani.

- Você nunca vai me procurar, não é mesmo?

- Camila?

E dessa vez eu estava conciente. Mas será que estava mesmo? Eu tinha bebido. Bebido muito. Será que a pessoa que estava na minha frente era Camila mesmo?

- Lauren. - Ela falou me olhando. - Você estava bebendo?

- Não. - Disfarcei. E Camila olhou para dentro de casa e certamente viu as garrafas de vinho. - Quer dizer, sim.

- Então eu acho que não seja uma boa hora para conversarmos. - Ela falou séria.

- Eu estou conciente. Só estou um pouco... Desnorteada. - Falei.

- Se não tivesse bebido, você não estaria assim.

- Não. Não é isso. Você está aqui... Depois de tanto tempo. Me desculpe. - Falei baixando a cabeça. - Pensei que não quisesse mais me ver.

- E eu não queria. Você me deu as costas, porém eu também errei. - Camila falou.

- Errou?

- Sim. Eu não te escutei, não te deixei falar que você era estéril. 

- Eu não sou estéril. Minhas chances de ter filhos são de 1%. É difícil. Mas eu sempre vi minha vida ao seu lado, e eu ainda quero construir uma vida com você, basta você querer. Basta eu ainda saber se você ainda me ama.

- Pode ser difícil, mas isso não quer dizer que seja impossível. - Camila falou e eu olhei para ela. - Você ainda me ama?

Eu não sabia oque falar, eu só olhei para Camila como se nunca tivesse visto ela na minha vida.

- Você ainda me ama? - Repeti oque ela falou.