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História Daddy Issues - Eu odeio ele, Jimin...


Escrita por: Fakiss

Notas do Autor


Annyeonghaseyo!
- Fanfic focada em Jikook +18
- Baseada na música 'Daddy Issues' da banda 'The Neighbourhood'
- Espero que goste e divirta-se!
Bye, bye.

Capítulo 1 - Eu odeio ele, Jimin...


Eu odeio ele, Jimin...

"Vá em frente e chore, garotinho
Você sabe que o seu pai também chorou
Você sabe pelo o que sua mãe passou
Você tem que descarregar isso logo, só descarregue"

 

- O que tinha para me dizer?

Jungkook o encarava atento e se sentia com as entranhas nas mãos. Estava a ponto de desmaiar, morrer e ser enterrado em suas próprias palavras. Sua mente o sufocava ao olhar para seu pai, um empresário sério e sem escrúpulos a sua frente. Engoliu em seco, mal sabia como prosseguir aquela conversa que começara anteriormente, mal sabia o que lhe esperava, seus olhos eram prensados por um olhar cheio de curiosidade e superioridade de seu pai. Sua garganta estava seca.

- Vamos, diga como um homem. - A voz de seu pai soou grave e impaciente. - Ou quer que eu lhe ensine?

- N-não, eu apenas... - Ele queria dizer, mas o medo era assustador dentro daquela sala iluminada. Queria correr para longe. - Pai eu preciso que entenda que eu não sou como você me vê...

- O que quer dizer garoto? - Exclamou alto. - Vá direto ao ponto. Sabe que eu odeio q...

- Pai, eu sou gay.

Fora feito. O que estava entalado e enterrado dentro de si fora liberto de sua boca como um disparo de uma bala. Jungkook sentiu o medo percorrer por todo seu corpo e junto a ele, um alívio singelo predominou seus pulmões. Mas era cedo demais para se sentir assim.
 Seu pai levantou lentamente o olhar para ele, de forma que o garoto pôde ver sua expressão incoerente e perplexa surgir de maneira intimidadora. O homem o olhou com calma, se aproximando do filho com cautela e precisão sobre o calcanhar, arrumando as mangas de sua camisa cor de vinho. Jungkook ao perceber tal aproximação se sentiu novamente com as entranhas nas mãos e a vontade de correr aumentou abruptamente quando tentou dar um passo para trás e sentiu a mesa de centro atrapalhando sua saída. Estava encurralado.

- Repita o que disse... - Seu pai lhe ordenou com a voz baixa, sem cortar o olhar banhado a sangue com o garoto.

Jungkook sentiu as mãos tremerem e a voz sumir com tal ordem repentina. Não se encorajou a se mexeu ou ao menos responder ao homem com tamanha fúria escondida por debaixo daquelas mangas. Estava paralisado.

- EU MANDEI REPETIR! - Gritou o homem agora mostrando-se incrédulo e irritado com tamanha demora.

Jungkook engoliu em seco, abaixando o olhar e tentando não entender a violência nas palavras de seu pai.

- E-eu sou...

Antes que pudesse ao menos terminar sua palavras falhas, sentiu a gola de sua camisa sendo puxada para cima e seus pés saírem do chão de forma bruta e violenta. Sua garganta foi apertando-se com a barra do tecido e com mãos fortes seu corpo foi jogado contra a parede mais próxima, fazendo com que sua cabeça e costas batessem ao mesmo tempo e lhe causassem uma dor horrível. Uma dor de desespero.

- Pai o-o que está fazendo?! - Tentou dizer por meio de toda dor e falta de ar que sentia.

O olhar de seu pai era irritado e descontrolável. Ele parecia um louco corrompido. Novamente, nada lhe foi respondido com palavras e um soco lhe atingiu o rosto. Forte e preciso. Seu corpo logo caiu para o lado e seu rosto queimou junto com todos os espasmos de seu corpo agora machucado. Jungkook poderia jurar que aquela era a pior dor que já havia sentido em toda sua vida. Não a dor que sentia por fora, mas sim por dentro. Uma mistura de perplexidade e uma inacreditável confusão se passava pela sua mente, como se a dor de ser ferido por seu próprio pai fosse algo impossível de se acontecer. Ate aquele momento.

Seu pai o encarava com um semblante de ódio sobre rosto, respirando pesadamente enquanto observava o filho caído e machucado aos seus pés. Jungkook continuava perplexo com tudo o que havia visto, ouvido e sentido por dizer aquelas palavras. Mal sabia o que lhe esperava. Tocou em seu próprio rosto, minimamente inchado, e virou-se lentamente para olhar dentro dos olhos de seu pai, seu agressor e agora, seu pior inimigo. Uma lágrima fina e transparente escorreu tímida pela sua bochecha esquerda. O gosto de metal salgado começara a invadir sua boca e azedar sua saliva quando seu pai virou-se despreocupado para o outro lado e disse em alto e bom som antes de caminhar para fora daquela sala. Jungkook pôde ouvir seu trincar de dentes. A tensão entre eles era mortal.

- Nunca mais diga isso de novo dentro dessa casa...

O som de sua voz agora era calma, um sussurro de nojo, mas sua superioridade e intimidação permaneciam cada vez mais gritantes. Cada vez mais perigosas. Cada vez mais... Preconceituosas. Jungkook sentiu algo revirar em seu estômago.

- Foi uma lição para aprender que aqui não é lugar para brincadeiras imbecis feito essas. 

XXX

O travesseiro estava molhado e com manchas vermelhas de seu próprio sangue. Sua cama estava fria e desarrumada. Jungkook se sentia horrível olhando-se através do reflexo do espelho de seu quarto, como se nunca tivesse visto alguém tão acabado em toda sua vida. As dores que sentia antes haviam se dispersado a algumas horas e agora toda dor que sentia era apenas psicológica. Seu rosto continuava inchado e dolorido, mas algo dentro si o apedrejava e fazia-o sangrar até morrer. 

Abriu a gaveta de sua escrivaninha, retirando uma pequena caixinha azul, onde se podia ver uma borboleta desenhada em seu centro. Era uma linda caixa. Uma linda borboleta. Uma caixa que possuía vários significados para ele. Abriu-a com cuidado, sempre encolhendo ela em suas mãos, como um vidro fino que pode quebrar a qualquer mínimo toque e retirou um colar prateado com um anel pendurado em seu meio. Encarou o anel em suas mãos, minuciosamente, deixando-se escorregar pela mesa como um peso morto até sentar-se sobre o chão gelado de seu quarto silencioso. Logo uma segunda lágrima fina molhou seu rosto. Uma lágrima que logo se transformou em outra e em outra e em outras. Logo sua visão ficara embaçada e um soluçar se fez presente no interior de sua garganta. Um soluçar baixo e agoniado. Seus dedos enrolaram-se sobre o colar prateado e sua cabeça tombou para frente. E ali, Jungkook chorou. Chorou o quanto podia, o quanto precisava, o quanto aquela dor não passasse dentro de seu peito. A dor de não ser amado, de ser ferido por alguém que por mais que soubesse que não era bom, ele amou. Sim, ele amou seu pai. E isso era o que mais lhe doía, amar alguém que não merecia nada de ninguém. Nem mesmo um sorriso. Seu pai era um monstro por dentro. Era um covarde. Por essa razão sua mãe fora embora e o deixara ali. O abandonara sem poder viver. Jungkook não podia viver enquanto estivesse ali Ele não podia amar e isso o matava. Matava-o saber que não podia amar aquele garoto de cabelos negros e olhos castanhos. Não poderia amar Jimin da mesma forma que antes. Não poderia estar com ele como antes, não poderia tocá-lo da mesma forma que antes. Por que? O medo o corrompia agora, pois agora sabia que seu pai era capaz de matá-lo se o descobrisse. E machucar Jimin estaria fora de sua cogitação. Isso nunca poderia acontecer. Não deixaria que nada levasse Jimin a se machucar por sua causa. Nunca. Nunca se perdoaria se algo acontecesse com ele. 

Se seu amor por Jimin o matasse... Então ele morreria feliz por saber que o amou enquanto podia.

E Jungkook o amaria até que aquele anel se corrompesse por entre seus dedos. Esse seria seu trágico fim.

- Eu odeio ele, Jimin... - Sussurrou quase inaudível. - Eu odeio meu pai...


Notas Finais


Perdão aos erros encontrados.


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