Parecíamos até um casal comum enquanto comíamos, eu adorava essas situações, mesmo sendo um sonho impossível, ainda desejava tê-lo ao meu lado como marido e afins. Estar em um encontro me trazia esse sentimento de normalidade, e eu procurava me agarrar a cada segundo, pois eram rápidos e raros.
Nos retiramos, chamando Bomba para nos acompanhar. Fiquei de mão dada com meu Palhacinho, louca para ficar só com ele, entretanto sabia que demoraria para termos um longo tempo a sós novamente.
- Rapaz, eu comi tanto naquela cozinha, os caras com medo me deram até garrafa de Champanhe. - Gargalhei da forma como meu amigo estava, passava as mãos na barriga, acariciando-a. - Gente fina é outra coisa.
- Que falta de modos, Bomba. - Ele revirou os olhos para meu comentário.
- Engano seu, patroa. Apenas desfrutei de minha posição.
Coringa me puxou para o carro e seguimos para o galpão novamente, começamos a ver veículos policiais indo na direção contrária, estavam um pouco atrasados. Sorri para meu parceiro e ele fazia o mesmo. Havia dado tudo certo.
- Sabe... Eu amei meu presente, pudinzinho. - Passei levemente meus dedos em seu ombro, descendo para o braço e subindo em seguida. - Queria lhe dar um também, mais tarde. - Sorri maliciosamente.
Virou-se para mim, demonstrando interesse em minha oferta. Retribuiu meu sorriso, enquanto deixava uma mão no volante e outra em minha coxa, apertando toda sua extensão e subindo lentamente para onde eu queria. Meu sorriso aumentou e ele soltou uma risada rouca.
- Por que mais tarde? Temos todo o tempo do mundo aqui.
Animei-me com a ideia e o beijei, o carro acabou fazendo algumas oscilações indevidas na estrada, porém nada preocupante. Minhas mãos desceram do seu rosto e abriram o zíper de sua calça. Não parávamos um segundo sequer com o beijo, estremeci sentindo sua mão alisando minhas costas e passando pela minha cintura até chegar em meu peito. Apertou-o com força e eu gemi baixo, tê-lo dessa forma sempre fazia-me esquecer como era respirar, não importava quantas vezes já tivesse acontecido.
Uma de minhas mãos já estavam dentro de sua cueca, fazendo movimentos de ritmo lento em seu membro, ele me puxou pela cintura, aumentando a urgência do beijo, claramente dando-me um recado para aumentar a velocidade da coisa. Parei de beijá-lo e deixei sua boca deslizar para meu pescoço antes de eu começar a brincar de verdade com ele. Sua mão desceu para minha intimidade e a acariciou por cima da calça, agarrei seu cabelo instintivamente, passaria a usar uma saia, aquilo me criava problemas demais.
Beijei mais um vez sua boca e ele a mordeu, me fazendo sorrir. Desci para seu pau, que já pulsava em minha mão, e o lambi levemente, ouvindo meu amor arfar com o movimento, chupei-o o mais intensamente que pude, pelo meus cálculos, já estávamos chegando. Alternava entre movimento com as mãos e com a boca, Coringa gemia baixo e roucamente, me fazendo ficar cada vez mais excitada. Por fim, quando finalmente gozou, agarrou com tanta força meu cabelo que cheguei a sentir dor, todavia não odiei a sensação.
Ele me puxou para cima e lhe dei um rápido selinho, prontamente coloquei na boca uma bala de menta que, graças ao Pai, estava no carro. Provoquei gargalhadas nele por essa atitude, mas só correspondi com uma olhar de deboche. O carro já estava parado, tínhamos acabado de chegar.
- Mereço uma recompensa mais tarde. - Falei, tristonha.
- Pensei que fosse um agradecimento pelo meu presente.
- Ah, pouco importa. Só sei que não quero ficar na vontade o resto do dia. - Falava isso saindo já do carro, ele fechava a porta do mesmo, pegando nossas armas e colocando-as nos coldres. Me parou repentinamente, ficando de frente para mim, agarrou-me pela cintura e já me pôs no capô.
- Isso é apenas uma provinha. - Abriu um sorriso imenso para mim e eu o agarrei pela nuca, puxando-o para um beijo. Suas mãos corriam pelo meu corpo sem nenhum pudor, considerando o fato de estarmos em uma área na qual os meninos poderiam aparecer a qualquer momento. Puxou-me para mais perto pelas coxas e depois apertou-as.
- Já disse que adoro te apertar? Você é tão... Gostosa. - Me deu um tapa estralado onde antes apertava e eu gargalhei.
- Você acha, é? - Pus o dedo indicador na boca e levantei levemente as sobrancelhas. Ele riu de minha carinha.
- Dá para os pombinhos andarem logo? Estamos fazendo uma tortura aqui, porra! - Macabro gritou da janela, estragando todo o clima.
- Eu vou matar esse seu amiguinho antes que você tenha a oportunidade de dar sorrisinhos para ele, de novo. - Coringa bufou e desprendeu-se de mim, indo em direção à porta.
- É da sua gangue, é seu amigo também.
A risada dele foi estridente, a ironia presente chegou a me causar incômodo.
- Sim, sim. Somos praticamente confidentes, meu amor.
Revirei os olhos e entrei no local, ao seu lado.
Todos os quatro que capturamos estavam amarrados em cadeiras, dois já estavam desmaiados. Os que permaneciam acordados eram: nosso objetivo inicial e a mulher. Reparei que o homem sem nome não estava presente, eu não entendia o porquê dele não apresentar-se para mim, e eu ainda não tinha tido tempo para fazer amizade.
- Nossos convidados já falaram algo? - Perguntei para Bomba. Porém nossa vítima ouviu, e quis fazer-se presente.
- Não vamos falar nada. Não podemos.
- Ah... Mas é claro que podem, eu estou lhe dando opções, meu caro. - O Palhaço o encarou.
- Opções?
- Você pode morrer lá fora, com seu chefe... Entretanto, poderá ter tempo para avisar sua família, assim eles conseguirão fugir. Se preferir acabar por aqui, sua mulher e seus filhos irão ter o mesmo fim. - Ele riu alto, provavelmente pela angústia criada no homem, porém dessa vez eu não consegui acompanhá-lo, odiava brincadeiras com família.
- E-eu não sei do que está falando.
Macabro mostrou-lhe uma imagem no iPad, nela havia: duas crianças e uma mulher, todos amarrados. Nosso integrante desaparecido estava lá, segurando uma arma e rindo, aumentando o desespero dos pequenos. Senti um incômodo no fundinho da alma, porém ignorei-o. Meu namorado, ao contrário de mim, estava extremamente à vontade.
- Pelo amor de Deus, não! Não façam nada. - As lágrimas enchiam os olhos do coitado. - Deixem-os em paz, o nome do chefe é Pablo, ele é quem está nos comandando.
- Onde ele está? - Macabro questionou.
- Eu não sei a localização exata, porque suas ordens vem pelo celular. Mas já ouvi falar que está em Gotham.
- Ótimo, agora morrerei junto com você. - A moça gritou.
- Morrerá de qualquer jeito, querida, pois eu não gostei de você. - Sorri sarcasticamente para ela, e depois a atingi com meu taco. Porém reparei que a resposta do homem tinha sido muito rápida. - Como saberemos se ele diz a verdade?
- Ele não seria tão estúpido a ponto de mentir em uma situação dessas.
- P-pode checar... Eu juro por tudo que é mais sagrado.
- Temos um religioso aqui, em? Para provocar acidentes, você não reza, ou reza? - Coringa passou a mão em seu rosto e sorriu. Olhou para as crianças e para a mulher. - Um pai nem é tão necessário na criação, assim, sabiam? O meu, ha, teria sido melhor se nem tivesse existido.
- Não machuque meu papai! - A menininha falava aos prantos no vídeo, sendo obrigada a ver tudo.
- Eu disse tudo, nos liberte, por favor... Você falou que eu morreria, só que lá fora!
- Mudei os planos.
O incômodo aumentou dentro de mim, aquilo já estava passando dos limites.
- Macabro desliga a chamada. - Não conseguia mais deixar aquilo continuar, de forma alguma. - Anda.
- Cale a boca, Arlequina. Meta-se no que eu mandar. Mantenha isso. - Apontou para o eletrônico. - A diversão começou agora, para que estragar?
Jamais poderia permanecer ali, fui correndo para fora do galpão. Saí no momento certo, pois ouvi dois tiros e, logo em seguida, a risada perversa do Palhaço.
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