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História Daddy's Lil Monster - Planos falíveis.


Escrita por: dudagold

Capítulo 18 - Planos falíveis.


Sentia o nó em minha garganta por ter deixado tudo acontecer, porém não podia fazer mais nada. Só descarregar minha raiva no Coringa, ele merecia ouvir. Assim que terminaram de matar todas as vítimas, saíram, todos indiferentes, como se tivessem acabado um longo dia de trabalho.

- Como você pôde? - Empurrei-o contra a parede, queria socá-lo até perder minhas forças. - Como teve coragem?

Ele apenas revirou os olhos e me afastou abruptamente.

- Saí, mulher.

- Eu não terminei! Sabe o que você criou ali? Duas pessoas exatamente iguais a você, eles crescerão e se tornarão isso. - Apontei para ele, com o olhar de desdém.

- Não terei filhos Harley, estou deixando meu legado. - Sorriu, o sarcasmo quase batendo em meu rosto. Andou até o carro, ignorando todas as minhas reclamações, agora iríamos para Gotham, para depois pegar o Pablo, entretanto eu não estava com a mínima vontade de viajar em sua companhia.

Quando ele não estava olhando, pois estava conversando com o homem sem nome, Macabro aproximou-se de mim e sussurrou:

- Eu desliguei a chamada para eles no final, apenas nós estávamos vendo-os. 

- Como assim?

- As crianças e a mulher estavam histéricas, então não pararam de gritar, pareceu que ainda observavam tudo, mas, na realidade, só viam uma tela preta.

- Então ninguém viu o pai morrer?!

- Não. - Ele deu um sorriso lindo para mim e eu pulei em seus braços, abraçando-o o mais forte possível.

- Obrigada! Obrigada! Obrigada! - Tentei falar baixo.

- Quem vai acabar morrendo aqui sou eu, se você continuar. - Larguei-o rapidamente, chequei se o Palhaço estava vendo, e, graças a Deus, não. 

- Em... Mas aquele homem que estava com eles, ele viu que você desligou a tela... E se está contando agora para o Coringa?

- Relaxa... Pj é tranquilo, não apoia algumas coisas que o chefe faz, assim como eu.

- Pj? - Finalmente, o homem sem nome, tinha nome!

- O nome do cara, você tá aqui já faz uns dias, como não sabe?

- Ele que foi mal educado! Não disse nem "oi" para mim. - Fiz uma falsa expressão de tristeza.

- Porque é sensato, eu e Bomba estamos sendo é birutas por fazer amizade com você. Aposto que seu namoradinho já fez milhares de ameças contra nós.

- Não... Coringa nem comenta de vocês. - Sorri, falsamente, tentando passar tranquilidade.

- Você é uma ótima mentirosa, minha sorte é não confiar nem um pouquinho, sabia? - Dei um tapa estralado em seu braço.

- Idiota.

- Meu amor, vamos? Ou está ocupada? - Meu namorado olhava para mim apoiado no carro, bufei para sua ironia e entrei no veículo. Engraçado é que, meu coração ainda acelerava quando ele me chamava de amor, independentemente da minha raiva.

Ajeitei-me e o vi fazer o mesmo. Todavia fui surpreendida por uma atitude não rara. Agarrou o meu braço com força e me puxou para perto, beijando o meu pescoço, eu queria distancia naquele momento, portanto tentei me esquivar.

- A última coisa que eu quero agora é isto.

- Seu Pudinzinho está com saudade... - Beijou meu pescoço e eu o afastei, chutando-o. Infelizmente, provoquei sua raiva instantaneamente. - Deixa eu te explicar uma coisa... Só uma coisinha. - Sua mão descia para minha cintura e por fim, deu um jeito de me manter imóvel. Ele falava com a boca colada em meu pescoço. - Enfrentar-me na frente de todos, abraçar seu amiguinho, negar-me... São coisas que já deveriam ter te posto debaixo da terra, não acha? - Revirei os olhos, se ele queria tanto me matar, que acabasse logo com aquilo. Eu já estava morrendo por dentro de todo jeito, vivia para alguém que me amava e me ameaçava.

- Quer saber? - Consegui afrouxar seu aperto e coloquei-o direito em seu banco, subindo prontamente em seu colo. - Se acha que já passei do limites, toma. - Peguei minha arma e lhe entreguei. - Atira, acaba com isso. - Encarei-o, tentando manter minha respiração lenta, todavia era de extrema dificuldade, porque, no fundo, eu queria espancá-lo. 

Ele colocou a arma em minha cabeça, sorrindo para mim. Uma das mãos apertava minha cintura, fazendo meu corpo colar-se com o dele. Relembrei da cena do choque, quando fui presa naquela maca e pela primeira vez, fui torturada pelo amor da minha vida. Eu não tinha muita sorte com relacionamentos sérios, não é? Primeiro, um suicida, depois, um psicopata.

- Atira! - Fechei os olhos com força, e ouvi a arma sendo destravada e pressionada contra minha cabeça. Todos os tipos de sentimentos vieram a tona, sabia que ele era capaz, agarrei sua blusa, cravando minhas unhas e prendi minha respiração. Era o momento, o segundo em que eu me libertaria de tudo aquilo, comecei a rir, pois não sabia lidar com toda a pressão. 

Entretanto, ao invés da bala fria cortando meu cérebro, senti seus lábios quentes tocarem os meus. Abri os olhos e lá estava ele, beijando-me calmamente. O alívio tomou conta do meu coração, eu não queria aquele tiro, por mais que fosse uma espécie de fuga para mim, sair de todo o caos, seria insuportável a ideia de não tê-lo comigo, eu o odiava, todavia também o amava.

- Eu não vou matar você, só vou apenas lhe causar uma dor, muito, mas muito forte... - Sorri pela repetição da frase que usou no momento em que me deixou louca. Tinha sido no nosso início e parecia até adequado, julgando o que nós somos. - Pelo resto da sua vida. - Sussurrou roucamente, enquanto beijava minha mandíbula e descia para meu colo. Aquilo foi praticamente uma declaração de amor, ele disse que queria passar o resto da vida comigo!

Toda minha raiva havia virado pó, é isto que você ganha quando namora um louco: instabilidade. Retribui seus beijos, mantendo a lentidão, estava cansada demais para tentar algo intenso, precisava dormir. Havia passado por um turbilhão de emoções, e, convenhamos, até o maior dos vilões precisa de banho e cama.

Ele colocou a arma em meu coldre e eu sussurrei, antes de ir para meu banco e apagar:

- Pudinzinho, - Dei apenas uma mordida em seu labo inferior, e completei: - eu te amo.

 

Acordei sendo carregada pelo meu namorado, já estávamos em nosso apartamento, na sala. Ele me colocou no enorme sofá e eu me esparramei.

- Vamos atrás do Pablo, agora? - Minhas palavras saíram emboladas por culpa do sono.

Coringa riu de minha situação: sonolenta, descabelada, maquiagem borrada e provavelmente babada.

- Se você conseguisse sair daí sem cair, iríamos. 

- Mas é claro que eu consigo, estou perfeitamente disposta. - Soltei um bocejo involuntário, a ideia de levantar até passou pela minha cabeça, porém preferi virar para o lado e voltar a dormir.

 

Abri os olhos incomodada com a frestinha de luz que invadia a sala e batia diretamente em meu rosto. Havia dormido tão bem, sentia falta de descansar por horas. Fui correndo para o banheiro da suíte, eu precisava me ajeitar, estava um bagaço, literalmente. Arranquei todas as minhas roupas e fui direto para banheira, me demorando naquele banho, os jatinhos me faziam massagem, algo que vinha a calhar para meu corpo mais do que cansado. Queria fazer espuma, estava com saudades dessas coisinhas bobas. 

Joguei bastante essência e relaxei, me ajeitando no encosto e fechando os olhos. Era disso que eu precisava, na realidade, todos os criminosos, exceto aqueles que possuem fixação pelo Batman, só almejam isto: luxo. Poder desfrutar dele era uma benção. 

Minha verdadeira vontade era assaltar bancos, roubar vários até ter um montante de dinheiro. Estava ansiosa para quando começássemos a praticar assaltos, até agora foi apenas caçar gente. Era enjoado demais! Eu queria a grana, pouco me importava a discórdia. Infelizmente, meu Palhacinho preferia a vingança, e eu deveria acompanhá-lo.

Saí com a pele maravilhosamente macia. Sequei meu cabelo e o penteei, ainda estava impressionada com o quanto ele havia platinado. Fiz toda higiene bucal e, antes de ir para o closet, fui de toalha procurar o Coringa, não o tinha visto ainda. 

Andei por todos os cantos, não havia me avisado que iria sair, só faltava ter acontecido alguma coisa. Liguei para seu telefone e caía em caixa postal. Já estava nervosa, a mesma coisa acontecia quando eu ligava para Macabro. Se eles tivessem ido atrás do cara sem mim, ah, iriam ouvir muito!

Destranquei o escritório do Coringa e vi a mesa cheia de papéis, haviam infinitos planos de como chegar no tal Pablo. Ele só pensava nisso agora, era incrível sua genialidade. Fiquei pasma com tudo que estava escrito, fez em uma só noite. Tinha um cheio de explosões, era minha cara! Sorri com ideia de pô-lo em prática.

Resolvi olhar o cômodo, nunca tinha entrado. Achei um lugar onde ele guardava incontáveis granadas e armas, parecia coleção. Mexi em suas gavetas e achei uma foto minha que antes estava na penteadeira do meu antigo quarto, senti uma lágrima escorrer, ele gostava realmente de mim, de um jeitinho torto, mas gostava. 

Fui subitamente interrompida de meus pensamentos pelo barulho da porta sendo violentamente aberta. Peguei uma arma por reflexo e encarei o motivo da interrupção.

- Não queria te atrapalhar, porém a porta estava praticamente aberta. - Uma figura masculina estava parada, olhando fixamente para meu corpo, falava alegremente, como se tivesse acabado de ganhar um prêmio. - Perdoe-me a falta de jeito. Me chamo Pablo. - E o único pensamento que meu cérebro conseguiu processar foi: puta que pariu, estou seminua.

 


Notas Finais


Espero que gostem!


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