História Daddy's Lil Monster - Noite imperfeita.

Arlequina:

Estava usando um longo e justo vestido vermelho vinho, dando um destaque gigante aos meus seios com o decote em V e às minhas pernas com a fenda lateral. Era maravilhoso em cada detalhe, resolvi deixar meu cabelo repartido ao meio, prendendo duas mechas finas da frente com um elástico na nuca e jogando o resto sobre os ombros. A maquiagem foi somente meu batom vermelho e olhos de gatinho, junto com uns cílios gigantes e uma pele bem feita. Vi Hera começando a se arrumar e logo uma questão veio-me a cabeça.

- Se pretendemos não chamar a atenção demais, o que vai fazer com essa sua pele verde? - Olhei para ela, rindo junto com a Gata. A ruiva só revirou os olhos.

- Maquiagem faz milagres, meu bem. 

- Eu já ouvi falar que existem uns corretivos verdes, para apagar espinha. Você usa isso de base? - Ri ainda mais alto.

- Não preciso de maquiagem para o dia-dia, minha pele já é boa, cara pálida. - Ela piscou para mim.

- Isto aqui pode ser banho de lua, existe isso. - Fiz língua para ela. - É chique.

- Sei...

Olhei para a Mulher Gato, estava usando um vestido branco que destacava ainda mais a cor perfeita de sua pele. Usava apenas um batom nude e uma pele em tom de bronze, combinando com a pouca sombra, já o cabelo estava solto, seu corte curto deixava tudo moderno. Hera colocou um vestido dourado, com alças finas e as costas nuas, não era colado no corpo como o meu, deixou a boca com um batom rosa claro, combinando com a maquiagem leve, seu cabelo ruivo e longo deixou tudo sensual, caindo em ondas até sua cintura.

Nos olhamos no espelho e estávamos deslumbrantes. Faríamos direitinho nossos papéis de mulheres fatais, ri com a ideia.

- Sabe o que falta? Diamantes de verdade.

- Conseguiremos todos que precisamos hoje, querida. - A Gata falou enquanto terminava os detalhes da maquiagem. 

Fui atrás de minha arma, estava guardada dentro da mala com as minhas coisas. Olhava-a bem, enquanto lembrava do dia em que o Coringa me deu, tinha sido tão romântico, dando um closet inteiro de roupas para mim, nunca cheguei a usar mais do que três roupas do negócio. Senti uma pontada de saudade do Palhaço. Onde estaria agora? Provavelmente em alguma boate aqui de Gotham, ou em algum esconderijo com os rapazes. Sentia falta dos nossos momentos.

Balancei minha cabeça e me obriguei a voltar para a realidade, eu até poderia amá-lo demais, porém me amava ainda mais. Não deixaria levar-me de novo pela minha fantasia. Eu estava bem com as meninas, enriqueceríamos juntas, sairíamos com vários garotos e nenhum deles me obrigaria a cair em um tanque ácido, ou me enforcaria e então eu seria feliz com eles.

- Vamos logo? Eu to doida para achar uns milionários. - Prendi a arma no suporte que havia em minha coxa.

- Vamos. Aluguei uma limousine, precisamos chegar lá em luxo.

- Onde você arranja dinheiro para essas coisas, em? - Hera perguntou. - Foi nos buscar de helicóptero.

- Tenho meus contatos e meus favores. Acha que sou uma bandidazinha qualquer?

- Claro que não, é uma bandidazinha que gosta de comida de gato. - Sorri para ela e esta mandou dedo para mim.

- Não estrague minha consideração por você, garota.

A limousine chegou e dela saiu um homem mais do que lindo. Usava roupas de motorista e, mesmo debaixo de todo o traje, o corpo mostrava-se bem malhado. Todas entramos e a Gata explicou o local da festa. 

- Mostrarei qual o homem que devemos traçar. - Ela sussurrou para nós.

- Selina, como entraremos sem sermos convidadas? - Hera falou, fazendo com que eu enfim soubesse o nome dela.

- Estamos bonitas boba, ninguém vai nos barrar.

- Qualquer coisa você beija eles. - Abracei Hera e ela sorriu para mim.

Coringa:

Chegamos em meu esconderijo e mandei todos irem embora. Se ela chegasse, queria estar sozinho. Os caras haviam me entregado meus antigos planos que estavam em meu antigo apartamento invadido, mas foram salvos por Harley. Guardei-os e fui procurar algo para o Batman. Estava com saudades de perseguí-lo, passei tempo demais atrás daquela garota, deixando de lado coisas importantes. 

Fiquei lendo alguns artigos de jornais que delatavam os últimos lugares em que ele esteve presente, porém meu subconsciente só ficava esperando a chegada da Arlequina, aquilo era ridículo, já havia esperado tempo demais. Já eram onze da noite e nada dela, tinham se passado três horas e meia desde o aviso de sua fuga. A inquietude estava me infernizando. 

Ouvi barulhos em minha porta e sorri, lá estava ela. Com certeza estaria chateada, mas nada que um sexo não resolva. Destranquei e dei de cara com um homem, parecia ser mais um desses mendigos parasitas de Gotham.

- V-você é o Coringa! Meu nome é Klaus. - Olhava-me como um louco, sorrindo extasiado. - Olha eu sou seu fã, eu já matei um monte de gente, igual a você! Eu queria um autógrafo, por favor, ou até entrar na sua gangue, eu sou muito bom! Quer ve...

- Você quer um autógrafo? Entre, mostre-me o que sabe fazer. - Sorri para ele. 

- Claro, olha eu te procura há anos, aqui está. - Deu-me fotos de algumas de suas vítimas, tive um momento de felicidade ao ver que meu trabalho estava ajudando pessoas.

- Venha cá, vou lhe dar o que está pedindo. - Pegou um papel em seu casaco e andou em minha direção, indo entregar-me junto com a caneta. Coloquei minha mão em seu braço dando-lhe entender que seria para um abraço, porém peguei em seu pescoço com a outra mão e bati sua cabeça na mesa. O homem tentou empurrar-me e eu lhe soquei, porém ele era bem maior do que eu e conseguiu prender-me com o braços, ri alto de sua estupidez, mordendo em seguida sua veia jugular e a arrancando com os dentes. Peguei minha arma e dei vários tiros até vê-lo, por completo, esburacado. 

Além de não ser alguém que poderia ser amado, também não deveria ser adorado. Deixei o corpo ali e liguei para um de meus homens, pedindo para limpassem a bagunça. Aquilo havia me divertido por alguns minutos, porém o fato dela não aparecer cortava qualquer prazer. Quem ela pensava que era para sumir assim? Se estivesse aqui, estaria rindo do homem, mas não, preferiu se demorar em outras coisas. 

Mandei um dos caras ficar no esconderijo, eu a procuraria. Não gostava nem um pouco que me fizessem esperar.

Arlequina:

- Santa Riqueza, olha esta mansão! - Tínhamos entrado na festa, após termos feito charme para os seguranças. - Não sei vocês, mas eu vejo milhares de vítimas neste lugar. - Olhei para os vários caras ricos que nos encaravam.

- Foco, Harley. Precisamos do dono. - Hera me repreendeu. - Onde está? - Perguntou para Selina.

- Ali. - A Gata apontou para um homem velho que vinha em nossa direção.

- Vocês vieram desacompanhadas, queridas?

- Sim. Estávamos a procura de diversão e ouvimos falar de sua festa. 

- Agradeço a preferência, eu seria um mal anfitrião se não as apresentasse, não acham? - Sua mão tocou meu braço e eu sorri forçadamente para ele.

- Claro, Sr. Stark.

- Chamem-me de Richard, senhoritas.

Só na apresentação já o tínhamos no papo, Hera faria mais algumas cortesias até que enfim o beijaria. Olhei em volta, procurando algo de bom nesta festa, até que encontrei um homem. Haviam muitas mulheres em sua volta, por isso chamou-me atenção, quando pude ver seu rosto, me espantei. Era o milionário Bruce Wayne, se ele me visse, estávamos ferradas pois eu bati naquele homem com uma arma. Clamei para que ele não se lembrasse de minha aparência. Eu estava coberta de maquiagem, para tapar minhas tatuagens e me deixar em um tom mais bronzeado, mas ainda sim, era fácil reconhecer-me.

Virei-me e puxei a Selina, enquanto Hera trocava elogios com o Richard.

- Tá vendo aquele homem ali. - Apontei para o Bruce.

- Sim, qual o problema?

- Ele sabe que sou criminosa, se nos ver vai desconfiar! - Sussurrei, fazendo-a arregalar os olhos.

- Acalme-se, nos manteremos longe dele. Dará tudo certo. 

- Eu espero.

Continuamos a conversar. Ele nos apresentou a vários milionários e eu sorri para todos, mesmo não tendo um pingo de interesse em nenhum. Eram tão chatos, entediavam-me só com o "oi". Estava imaginando o momento em que botaríamos a mão na grana, porém fui despertada do devaneio quando vi o Bruce vindo em nossa direção. Virei-me para conversar com o primeiro que vi em minha frente. Era um dos que tinha acabado de conhecer.

- Então... Você gosta de cachorros? - Sorri para ele e este espantou-se com a pergunta, mas começou toda uma história de sua infância privada de animais. 

Ouvi perto de mim a conversa de minhas amigas e os dois milionários, Selina tentava não deixá-lo olhar em minha direção e Hera não estava entendendo nada. Apenas elogiava o Senhor Stark na primeira oportunidade que tinha, ri um pouco com toda a cena, fazendo o homem com quem eu conversava se ofender, pois estava falando sobre sua alergia aos animais. Olhei de lado e vi o Bruce virando-se para sair, me afastei do alérgico e voltei para perto das garotas, infelizmente, ele voltou para comentar mais alguma coisa e me viu. Afastei-me novamente, mas senti seu olhar ainda em mim.

Selina o distraiu e saiu andando com ele até um lugar onde haviam várias garotas, fazendo com que essas voltassem a persegui-lo. Virei-me para ir novamente onde o Richard estava, porém vi Hera beijando-o e sorri, vendo a Gata ter a mesma expressão. Fomos correndo em direção aos dois.

- Sabe uma coisa que me impressionaria? Seu cofre. - A Ruiva sorriu para ele.

- Você quer vê-lo? - O coitado respondeu-a prontamente.

- Mas é claro! 

Eles saíram e eu e Selina fomos atrás, tentando não chamar atenção dos outros. Olhei e vi Bruce ainda ocupado com as meninas. Chegamos em um espécie de escritório, o velho apertou um botão que movia uma parede toda de livros, colocando em seguida a mão em um detector, depois apertou alguns botões, que provavelmente seriam a senha para a abertura do cofre. Quando este abriu, minha boca fez um perfeito "O", haviam montanhas de dinheiro naquele lugar. 

Hera mandou ele dormir na cadeira do escritório e Selina nos entregou sacos, nos mandando encher o máximo que conseguíssemos. Quando enchi o meu, pus dinheiro até em meu sutiã. E as duas fizeram o mesmo, encontramos joias raras também, como colares de diamantes. 

- Era disso que eu estava falando quando disse que faltava joias. 

Elas riram e nós terminamos. 

- Precisamos pular a janela e ir logo, vão sentir falta dele.

- Acorde-o e o faça esquecer tudo que aconteceu. Quando você o hipnotiza, comanda o cérebro dele. Então consegue fazer isso. - Disse para a Ruiva

- Ok, Harley. Fechem o cofre.

Eu e Selina ajeitamos tudo.

- Tchau tchau, coisa mais linda. - Fiz um biquinho me despedindo daquele maravilhoso dinheiro.

Abrimos a janela, o lugar era muito alto para pular, iríamos ter que ir para o andar de baixo e sair por outra janela. Corremos disfarçadamente pelos corredores, descendo por uma pequena escada e chegando, enfim, em outro quarto. Abrimos a porta e havia um casal na cama, fazendo as coisinhas deles. Estava tudo escuro

- Não se preocupem conosco, estamos de saída.-Selina os acalmou e eu ri.

Abrimos a janela e pulamos, arrancando a barra de nossos vestidos. A parte de fora provavelmente teria câmeras, então corremos o mais rápido que podíamos, até que encontramos seguranças perto de seus carros blindados. Atiramos em dois e no último que sobrou apenas apontamos nossa arma para ele, até que Hera se aproximou o suficiente para beijá-lo e o fez ser nosso motorista. Entramos no carro e ele dirigiu o mais rápido que conseguia. 

- Estamos ricas, meus amores! - Selina gritou.

- Quero ir em uma boate. Vamos gastar esta noite! - Rimos alto, comemorando nosso crime bem sucedido.

- Vamos aonde quisermos Harley, porque somos ricas! - Não conseguia parar de rir, era muito dinheiro naquele negócio.

Continuamos falando sobre com o quê gastaríamos o dinheiro e quanto ganharíamos com as jóias, até que algo caiu no capô do carro, fazendo com que nosso motorista freasse.

- Que merda é essa? - Selina gritou. 

Saímos do veículo com as armas em mãos e lá estava o motivo da freada.

- Você tinha que estragar uma noite perfeita, não é mesmo? - Falei para o Batman.