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História Daddy's Little Boy - Cerejinho


Escrita por: bonjourtk

Notas do Autor


Oi gatinhos!

Tem recadinho para vocês lá nas notas finais, deem uma olhadinha por favor.

Perdoem os errinhos e boa leitura!

Capítulo 13 - Cerejinho


Fanfic / Fanfiction Daddy's Little Boy - Cerejinho

Despertei daquele soninho gostoso de uma maneira parcialmente singular. No cômodo, tudo se encontrava tácito, de uma quietitude que eu desconhecia. Os únicos sons sendo proferidos provinham da minha própria respiração – em conjunto da referente à aquela pessoinha que se encontrava tão próxima – e do soar do vento agitando as cortinas do quarto. 

Contudo, eu tinha a certeza de que Jungkook estava acordoado pois sentia as mãozinhas trabalhando em um carinho nos meus cabelos.

Isso mesmo, Jeon Jungkook estava me fazendo cafuné. 

E que cafuné.

Os dedos passeavam por minha cabeça e nuca em um massagear lento e vez ou outra arrumavam alguns fios bagunçados em minha franja. Estava muito bom. 

E eu estava prestes a me manifestar. Abriria meus olhos e assustaria o Baby. Muito provavelmente o provocaria um pouquinho e em seguida iria dizer que estava adorando a carícia. Mas devido a passos no corredor e a porta sendo aberta, não o fiz.

 O Jeon se remexeu na cama no que creio eu ter sido uma tentativa de se esconder somado a fingir estar adormecido, e a julgar pela risada, ele falhou miseravelmente. O riso divertido que veio da entrada do aposento também serviu para identificar a pessoa que o adentrou. Foi sem dúvidas a tia. 

— Jungkook, Jungkook... — a mulher cantarolou em um tom brincalhão e eu resolvi ser um pouco cara de pau. Vou ficar aqui e simular um cochilo somente para ouvir qual será a explicação, ou melhor, qual será a desculpa esfarrapada que o Baby dará para justificar o fato de estar abraçado a mim neste exato momento.  

— O que? — o moreno proferiu, se fazendo de desentendido. — Só estávamos dormindo...

— Estou vendo. — Sook andou um pouco mais e se aproximou da cama. — O Tae fica fofo dormindo. — obrigado tia, eu sempre suspeitei. — E você meu filho, você é engraçado. 

— Por que? Eu já disse que só estávamos dormindo. 

— E eu acredito, o engraçado é que você reclama, faz cara feia, e no final termina assim. — se referiu a nós, a nós e a nosso abraço apertado que tinha total consentimento do moreninho. Eu estava "insconsciente" afinal. — O coitadinho até mesmo faltou por sua causa e no fundo, você adora tê-lo junto a ti. 

— Claro que não! — o Jeon contrariou, beirando tirar os braços de meu pescoço. Porém acabou desistindo pois mesmo que ele se afastasse, eu ainda agarrava sua cintura e não estava nada disposto a soltar. — Você acha mesmo que eu queria estar aqui? 

— Meu amor, se você não queria, o que faz aí? — a mais velha indagou com plenitude e sabe, eu me faço a mesma pergunta. 

— Taehyung me agarrou, não é óbvio? — falou com toda a certeza e convicção do mundo e tive que me segurar muito  para não rir. — Ele é do mal! 

Depois dessa, não consegui me conter e desatei em gargalhadas. O corpo de Jungkook tremeu em espanto, estava tão ocupado falando sobre quão mau eu sou que até se esqueceu de minha presença. 

 Seria ele o ser humano mais sonso e cínico que este universo já teve a honra de conhecer?  

— Que bom que você sabe quem é o verdadeiro vilão da história, tia. — brinquei, me desvencilhando do mais novo e me sentando no colchão almofadado. O Baby me fitou com indignação no olhar, mas que culpa eu tenho se o cafuné gostosinho dele me acordou? 

— Mãe, o vilão é esse... É esse Kim. — o moreno pronunciou meu sobrenome com um descaso tão profundo que era quase palpável. — Ele me agarrou. 

— Eu Kim agarrei ele. — admiti. — Mas o seu plimplo me agarrou de volta. 

— Não agarrei nada. — contradisse cruzando os braços. E olhem o nariz crescendo, tenho aqui do meu lado o Pinóquio ou um Jeon Jungkook? 

— Não? — Sook questionou com sarcasmo. 

— Ah, me errem vocês dois! — o menor resmungou se acobertando em seu esconderijo: o edredom de flores. 

— Agora ele está assim, tia, mas hoje cedo... Você tinha que ver. —  comentei sorridente com a lembrança. Não é todo dia que eu tenho a sorte de estar no encalço de um Jungkook dengoso. E não é todo dia que ele me concede tanta liberdade para realizar meus carinhos. — Estava tão manhosinho que parecia uma cerejinha. 

— Uma cerejinha, Taehyung? Que porr... — o menor se auto interrompeu, olhando para a progenitora que ergueu as sobrancelhas em função de seu belo vocabulário. — Que afronta!  

— Você é uma cerejinha! — ralhei observando que o Jeon se sentou também, e com isso, concluí que poderia voltar a abraçá-lo. Passei meus braços pelo tronco dele em um abraço de lado, porém este foi recusado. 

— Sai! — berrou me empurrando para longe. 

A mãe riu pela birra do filho e me lançou um sorriso alegre. A tia me compreendia e estava se divertindo com nossas brincadeiras e ações conturbadas. Ela era uma cerejinha querida igual a Jungkook. 

— Mas escuta, plimplo. — chamou-lhe e atenção. — Seu pai conseguiu uma brecha no trabalho e vem almoçar em casa hoje. Eu estava pensando em fazer espaguete ao curry, o que acha? — quando a mulher pronunciou curry os olhinhos de Jungkook brilharam. 

— Omma, você sabe que eu e o appa amamos curry e ainda pergunta? — a tia riu, tamanha animação instalada na sentença do moreno. 

— Então vou fazer! — comemorou se encaminhando para a saída do cômodo. — Só lembrando que a loucinha de hoje não é minha. Se resolva com seu pai para ver quem vai lavar. 

— Vai sobrar para mim. Com ele aqui até parece que você vai deixá-lo lavar louça. — o Jeon lastimou. — Você vai é querer ficar com ele que eu sei. 

— Mas meu amor, eu vou fazer curry! — a mãe lembrou, arrancando um sorriso do filho. 

— Tudo bem, eu amo você. Eu lavo a louça. — se deu por vencido, feliz pelo alimento que teria e então olhou para mim. — E você Kim Taehyung, volte para sua casa. Já me aporrinhou demais por hoje. 

— Nada disso, mocinho. O Tae vai ficar para o almoço. — Sook intermediou, sorrindo cúmplice para mim. 

— A tia que manda. — retribuí o sorriso e dirigi um debochado a Jungkook, que revirou os olhos com a notícia. 

A mulher deixou o quarto e assim ficamos mais uma vez só eu e o Baby. O garoto pegou seu celular no móvel ao lado e depois de um tempo, se levantou. Rumou sua mochila e voltou para a cama com o estojo e alguns livros. 

— O Minhyuk disse que teve lição de biologia, que eu só preciso ler o resumo do capítulo e dá para fazer. — articulou, retornando a ficar junto à mim. 

— Viu, Baby. Não é mal algum faltar uma vez. 

— Não é mal algum se você volta e entende a matéria, então agora eu vou tentar entender. — sorriu artificialmente, um semblante que eu sabia muito bem que significava "não me atrapalhe". 

E eu não atrapalhei, somente recorri a meu celular e passei a jogar um joguinho e trocar algumas mensagens com Jimin.

O Park estava aparentemente bravo por eu ter faltado. Me dirigiu algumas palavras feias, mas após os xingamentos começou a falar de seu rolinho com Hoseok. 

Jimin está apaixonado. 

Estava a rir, um riso mudo para Jungkook não me bater, quando olhei para o garoto e percebi o quão atento ele apresentava-se.

A concentração era concreta mesmo com a postura relapsa e o corpo encostado na cabeceira de forma desalinhada. O Baby escrevia com perícia e tinha um joelho dobrado e a outra perna estirada. Esta última me levantando a ter um desejo. 

Me locomovi com extrema lentidão, não queria que o menor me barrasse. Quando estava juntinho dele, fui rápido e me deitei em sua perna. 

A coxa de Jungkook é melhor que muitos travesseiros que vemos por aí, portanto, me agarrei a ela.

— Taehyung, que porra? — perguntou sem nem parar de escrever.

— Só estou deitado, Baby. — falei com pressa buscando evitar futuros conflitos, e não deu certo, pois o moreno já havia me direcionado um olhar mortífero. — Não se incomode. 

Comemorei, porque após um suspiro ele acabou por dar de ombros, voltando às anotações e à leitura. E eu fiquei mais do que satisfeito com meu novo travesseirinho quente e macio.

Voltei ao chat com o Park no intuito de não interrompe-lo novamente, mas depois de um tempo, quem quebrou o silêncio foi o próprio Jungkook.

— Taehyung? — chamou-me e lhe dirigi o olhar. — Qual é o presente de hoje? 

— O presente de hoje... — sentei-me ao seu lado, procurando uma resposta. Para ser sincero, nem havia pensado nisso. O atraso ocorreu muito cedo e eu esperava que Jungkook fosse até minha casa após aula para resolvermos isso. Acabou que eu vim parar aqui. — Não vai ter presente hoje.

— Não? — perguntou confuso. Na realidade, eu tinha ciência de que o moreno adorou ouvir aquilo. 

— Não. Passamos um bom tempo juntos, não acho que há necessidade. 

— Ótimo. — solenizou voltando sua atenção aos livros. Ele voltou ao livros mas eu incrivelmente não voltei a me apoiar em sua perna. 

Dentro de poucos segundos o moreno já mantinha-se imerso em seu estudo e eu o estava admirando, observando os cilícios do Jeon, a marquinha que ele possuía na maçã do rosto e a feição bonita que sua face adquiria em meio a seriedade. 

Jungkook ficava realmente muito bonito quando concentrado. 

Bonito e adorável. Vez ou outra ele mordia os lábios, franzia o cenho e resmungava palavras baixinho para melhor compreensão. Era uma graça.

— Por que está me olhando dessa maneira? — indagou pacato. Jungkook disposto é outra coisa. Do jeito que o menor é, poderia muito bem me dar uns xingos por tê-lo encarado. Vai ver nossa soneca foi tão boa e efetiva para ele que o deixou alegrinho. —Tem algo de errado com o meu rosto? 

— Não, Baby. É só que você é muito fofo. — ri, deixando um selar na bochecha branquinha.

— O que caralhos foi isso?

— Um beijo. — respondi com rapidez, afinal, o que mais poderia ter sido? 

— Foi nojento, asqueroso e repugnante. — ergui minhas sobrancelhas espantado com o vocábulo um tanto inusitado do mais novo. Porém no fim das contas, ele soltou um risinho brincalhão. — Faz de novo. 

E surpreendido eu fiquei. Um vocábulo inesperado e um pedido mais inesperado ainda. 

Pela expressão do Jeon, aquilo muito possivelmente não  se passava de uma brincadeira. Mas acontece que eu Kim Taehyung não brinco em serviço. 

Um sorriso travesso despontou em meu rosto com velocidade, e esse repentino fato alarmou Jungkook, que arregalou os orbes escuros.

— E-eu não estou falando sério... — procurou remediar, contudo, já era tarde demais. 

Joguei o livro que o mais novo tinha em mãos em algum canto do quarto, o qual não me dei o trabalho de ver, derrubando aquele corpo esbelto no colchão e me pondo por cima deste.

O que se sucedeu logo em seguida foi um ataque de minha parte. Um ataque de beijos na bochecha de Jungkook. 

Deixei inúmeros selares no local, ao menos um em cada pedacinho da epiderme alva e aveludada, desfrutando como eu podia desse momento proveitoso. 

O moreno tinha as mãos firmadas em meus ombros e soltava reclamações em meio a risos rasteiros, porém ele quem havia pedido. 

E ficamos nessas ocorrências até eu achar que já tinha carinhado o suficiente com aquela bochecha gorducha. Após isso permaneci deitado sobre o garoto, enterrando minha cabeça na curvatura de seu pescoço. 

— Você vai mesmo ficar em cima de mim? — perguntou com certo pesar. 

— Vou. — afirmei passeando com meu nariz pela tez do cangote do Jeon, e mais uma vez aquele cheiro invadiu o meu olfato. Gostaria de poder identificar a fragrância, talvez fosse algum condicionador, lavanda ou até mesmo o aroma natural de Jungkook. Não sei ao certo, porém não era forte como a essência de um perfume. 

— Mas eu estava estudando e você me atrapalhou! — disse com manha no tom de voz. 

— Você que pediu, Baby.

— Não era para levar a sério. — prontificou, todavia não dei importância. — Sai de cima, vai! 

— Você é forte o bastante para me tirar daqui se quiser. — e diferente do previsto, Jungkook não me empurrou. Muito pelo contrário. O que o garoto fez foi repousar os braços em minhas costas, me abraçando.

Agradei-me com a ação e continuei aspirando seu pescoço, agora também alisando com meu polegar  a bochecha que anteriormente foi vítima de meus beijos.

— Daddy. — exprimiu com calma, em um chamado baixo e por mais nada ter sido falado me afastei para analisá-lo. 

— Hm? — mesmo após minha resposta, nada foi dito. Talvez ele só quisesse pronunciar a palavra, essa era mais uma das coisas que eu não teria como saber. Mas sorri quando Jungkook sorriu para mim. Um sorriso doce e tranquilo. 

O Jeon estava tão risonho hoje que eu até me assustava, um susto feliz, pois independente da causa – causa esta que eu desconfio ser eu, já que ele ficou grande parte do tempo sozinho comigo neste quarto e o menor não é nenhum louco para ficar sorrindo para o além – o brilho daquele sorriso era lindo. 

Deixei um selar demorado no nariz rechonchudo e me ergui na cama, estendendo minha mão para o moreno e o ajudando a sentar-se também. 

— Agora o Daddy promete ficar quietinho e não te atrapalhar mais. — garanti. 

— É que eu na verdade já acabei. 

— A tarefa? — perguntei surpreso e o menor assentiu. Podia jurar que não passaram muito mais que 20 minutos. — Nossa. Que rápido, Baby. 

— Eu já tinha começado essa lição... Ontem. — Jungkook não tem jeito. Fez todo um drama sobre ser um "vadio preguiçoso" sendo que já estava todo adiantado. — Mas bom, eu já acabei. 

— Acabou. — repeti, buscando captar o que o Jeon desejava agora pois havia um leve cintilar em seus orbes. Algo como espera, expectativa. Foi então que liguei alguns pontos. — Acabou e está me avisando porque quer ficar de chameguinho comigo de novo. É isso? 

— Não, eu só avisei... Só avisei por avisar... — ri pelo moreno ter se enrolado nas palavras e me deitei novamente, já o puxando comigo e envolvendo-o prontamente.

— Não há nada de errado em falar o que quer, Jungkookie. Se você quer, é só dizer. — o menino concordou com um menear e foi aninhando a cabeça em meu ombro. 

A partir deste instante o menor calou-se. Inclusive fechou os olhos, era uma demonstração gratuita de que ele apreciava o afago que retornei a realizar em sua bochecha.

Era um sujeito manhoso mesmo.

— Agora que você terminou a lição, o que vai fazer quando eu for embora? — articulei, trazendo-o inteiramente de encontro a mim. Agora permanecíamos completamente agarrados, ambos os corpos colados.

— Hm... Acho que vou desenhar um pouco. Faz tempo que não chego nem perto do meu caderno de desenhos. 

Então lembrei-me do quanto Jungkook gostava de desenhar. Costumava ser seu passatempo e pela forma com a qual eu o abraçava, possuía total visão da parede oposta à mim. A parede atrás do Jeon, que se encontrava em um tom de cinza claro, porém inteiramente vazia. Divergente das restantes no cômodo, que possuíam a escrivaninha, a estante e inclusive alguns quadros policromáticos.

Aquela parede apresentava-se esquisita e sem graça, e sem demoras me recordei do motivo.

— Você desistiu do painel. — comentei levando o Baby a se afastar minimamente e seguir meu olhar até o canto vago do aposento. 

Este que antes era ocupado pelo painel de desenhos, pinturas, fotografias e até mesmo figuras bordadas em bastidores, todos feitos por Jungkook, que fazia questão de fixar um a um na superfície lisa. Era um pouco de tudo que meu dongsaeng gostava e dava um ar aconchegante ao quarto. 

Ele ainda não havia preenchido toda a área, mas grande parte daquela parede estava antes comprometida, e posso afirmar que bem bonita também. Era algo onde Jungkook exercia sua dedicação e tudo vindo dele nesse estado ficava muito bem feito. 

Foi anormal eu somente me lembrar disso agora, logo eu que reparo tanto no quarto do Jeon para ver o que há de novo. Foi deveras anormal. 

— Ah, sim. Já faz uns meses que eu desisti. — fez pouco caso, regressando a se aninhar em minha pessoa e deixando-me curioso. 

— Por que? 

— Eu não sei... Achei que estava sem tempo para algo tão fútil. E achei que eu não conseguiria completar então tirei as coisas que já tinha colado. 

— Mas desenhar é um de seus hobbies. Não é algo fútil. — adverti vendo o Baby comprimir os lábios.

— É... Eu... Eu não sei. Meio que desanimei. — sorriu triste. 

— Estava ficando tão bonito. — lamentei. 

— Aish, agora acho que senti falta. — o moreno riu. — 'Pra quê que tu foi me lembrar, desgraça?

— Eu senti falta também. — ri o acompanhando. — Você ainda tem as pinturas? 

— Sim, está tudo guardado em uma caixa embaixo da cama. — explicou casualmente. — Deve ter algumas aranhas dentro mas está tudo intacto. 

— Por que você não volta a fazer? — vi o mais baixo ponderar com um bico. — Eu te ajudo se quiser. Até com as aranhas. 

— É... Acho que eu consigo fazer isso. — balançou a cabeça, em seguida consentindo e atendendo ao incentivo que lhe dei. 

— Claro que consegue. — belisquei a ponta do nariz alheio, o que ocasionou em uma careta mimosa. — Cerejinho. 

— Nem vem, não me chama assim não. — esbravejou. 

— Por que? Você fica triste por se parecer com uma cerejinha? 

— Eu não me pareço com uma cereja!

— Se eu estou dizendo que parece é porque tem um motivo... — na verdade haviam dois. O primeiro é que eu adoro comer cereja e adoraria comer Jungkook também. Mas aposto que ele vai me agredir se eu disser isso, então vamos ficar com o primeiro motivo. 

— E qual é? 

— Seu cheiro é igual ao de uma cerejinha, Baby Boy.

— Ah, cala a boca! — o Jeon gritou, logo ponto a mão em minha cara e me causando uma gargalhada. 

Continuava a rir, desta vez com o Baby, que espelhou meu gargalhar e apertou meu nariz com uma força desmedida – talvez aquele fosse meu castigo por ficar cheirando seu cangote – quando escutamos três batidas na porta. Batidas estas que foram seguidas pela voz suave da tia:

— O almoço está pronto, meninos! 

 

[-]

 

Ao descermos, encontramos o tio Joon Jae, já sentando à mesa e animado como sempre. Eu diria que hoje o homem estava um pouco mais animado que o usual, acredito que isso seja devido às propriedades do amado curry. 

Logo Sook apareceu também, trazendo consigo uma jarra de suco e chamando a mim e a Jungkook para sentarmos junto a eles. O menor nem ao menos esperou, correu em direção ao móvel rústico como se sua vida dependesse daquilo e por fim, estávamos todos unidos e postos à mesa. 

No momento em que peguei uma primeira garfada e o alimento ocupou meu paladar, aí sim compreendi a animação do Baby. 

— Isso está muito bom! — e foi como se ele tivesse lido a minha mente porque céus, aquilo estava saborosíssimo. 

Sook era a deusa da cozinha, e como se o espaguete não bastasse, a mulher nos inventou uma sobremesa. 

Cerejinho estava repetindo aquele delicioso pudim de leite pelo que creio eu ser a segunda vez, quando o Jeon mais velho veio com uma notícia boa. 

Ou não tão boa para Jungkook e Sook.

— Então amores, hoje quando eu saí do trabalho passei em frente a um pet shop no caminho para cá e na vitrine deste tinha um cartaz escrito: doa-se gatinhos. — Jae fez uma pausa, e ao fim de sua sentença Jungkook já havia deixado o doce de lado, sendo acompanhado pela mãe que o entreolhou em alarme. — Aí eu fiquei pensando nisso e... Posso pegar um? — o homem perguntou com uma feição infantil e tombou a cabeça para o lado.

Eu, sinceramente, não seria apto a resistir aquele pedido tamanha fofura que proveio dele. Já sua esposa e filho... 

— Eu não acho que seja uma boa ideia, querido. — a tia apontou, amável e plena, porém aquilo não foi suficiente para convencer o marido. 

— E por que não? 

— Porque... — dirigiu o olhar a Jungkook, buscando ajuda, mas este não tinha o que dizer e voltou sua atenção ao pudim, levando uma colherada a seus lábios às pressas. — Quem vai cuidar desse gato? 

— O Jungkook, é claro. — falou óbvio e não segurei um riso quando o mencionado engasgou-se. 

— Eu?! — praticamente berrou. — Mas eu também não acho uma boa ideia! De gatinho nessa casa já temos eu, não acho que precisamos de outro. — mas olhem se não é um convencido.

— E quem foi que disse que você é gatinho? 

— O Taehyung! — apontou a colher em minha direção e sem demoras o tio me olhou entristecido. 

— Perdão, tio. Eu disse mesmo... — revelei triste. Não queria ser a pessoa a impedi-lo de ter o tal gatinho. 

— Qual é família, um pequeno filhote de gatinho, peludinho e indefeso precisa de um lar. É sério que vocês irão negar isso a ele? — questionou com um tom tão severo e teatral que aos poucos e sem perceber, Sook e Jungkook estavam sendo convencidos de que se tornariam mal feitores se não abrissem as portas para o pequeno felino. 

Com aquela carinha o tio nem parecia o homem de negócios e postura séria que eu sabia que ele era. Mas somente a postura, pois como vocês podem ver, Joon Jae era assim como o resto de sua família, o querido de um cerejinho. 

Talvez eu precise parar com essa minha obsessão pro cerejas, porém lamento, não encontrei uma palavra melhor para descrevê-lo. 

— Aposto que o Tae me apoia. — e foi ao escutar meu nome em meio aquela frase que saí de meus devaneios, fitando-lhe assustado. — E vocês, o que me dizem? Adoto ou não adoto o gatinho?

— Onde esse gato vai dormir? — o Baby respondeu com outra pergunta. Ainda não estava 100% de acordo com a possibilidade de um novo morador na casa. 

— Em uma cama, filho. Se será na sua ou na minha e de sua mãe o deixaremos escolher. — explicou sereno o amante dos animais. — Ele é um animalzinho necessitado e que muito provavelmente foi abandonado. Melhor oportunidade que morar aqui conosco ele não terá.

— Eu não sei... 

— Amor... E filhinho... — o homem chamou com uma manha que eu sabia ser suficiente para derreter ambos os corações ali na mesa. 

—  Achamos uma grande responsabilidade.

— Por favorzinho! — suplicou tristonho e os outros dois Jeon’s acabaram por suspirar, se dando por vencidos. 

— Certo, o gato pode vir. — a mulher informou e o tio comemorou com um largo sorriso. 

 

Após isso, ainda houve uma pequena discussão para decidirem o nome do gato, gato este que foi por fim nomeado como Steve o Gato. Escolha do tio, que ainda por cima prometeu que traria o novo integrante no dia seguinte.

E então chegou a hora da louça, que como previsto, sobrou para Jungkook. Ele já não estava muito feliz com a ideia do animal, quando viu a pilha de pratos que teria de lavar seu humor só decaiu. 

Obviamente, eu não seria capaz de deixar meu Baby Boy na mão, então prontamente o ajudei e nos encontrávamos agora na porta da casa. Seria a despedida dessa manhã e começo de tarde tão cheios de carinho. 

— Antes de você ir, eu queria me desculpar por ter te feito perder a aula. 

— Eu já disse que está tudo bem, Baby. — andei até parar junto do moreno. — E foi muito bom dormir agarradinho com você. Se quiser faltar mais vezes, estou aí. — brinquei recebendo um riso soprado e um revirar de olhos. 

— Idiota. 

— O idiota pode te dar um último beijinho? — pedi e Jungkook depois de hesitar um pouco, fez que sim com a cabeça, em seguida virando a bochecha para mim. 

— Aí não, Baby.

— Na boca? — murmurei um sim em resposta e o Jeon cruzou os braços. — Eu vou deixar. Mas só porque você me ajudou com a louça. Não pense que amanhã terá mais que um. 

— Então eu posso? 

— Pode. — sorriu minimalista e uma dúvida surgiu em minha mente. 

— Mas e se eu te ajudar com a louça amanhã também? 

— Vai ter um selinho só, sem extras. 

— Hm, está bem. — lamuriei com um bico mas logo me aproximei, deixando um curto selo nos lábios róseos. — Tchau, Baby. Até amanhã.

 

— Tchau, Daddy. 

 


Notas Finais


E foi isso gatinhos!

Eu não saio do fluffy e ele não sai de mim. Mas acho que vocês gostam de ver o otp de chameguinho, não é?

A parte do beijinho na bochecha foi uma ideia que eu tive com uma fotinha que eu vi no whi antes do meu quebrar. Sad.

Kaka.

Ah gatinhos, e kaka, não é uma risada (vou explicar porque vocês vão ver isso demais nas notas já que é meu novo vício e muito provavelmente em algum texting da fic). Kaka é o barulho de uma ave.

Kaka.

Sobre o novo apelido cerejinho, perdão, são os Cherry Bomb entrando no meu subconsciente.
Aliás gatinhos, vocês já ouviram Cherry Bomb hoje? Muito topsons, recomendo.
https://youtu.be/WkuHLzMMTZM
Taeil é um nenis cerejinho lindo.

Esses últimos dois caps não tiveram presente e consequentemente não tiveram links. Esse teve um só e isso é muito estranho para mim, okay? Sinto um vazio interno então vai aqui mais um.

Olha o aviãozinho:
https://spiritfanfics.com/historia/o-aviao-de-papel-9010684

Okay, agora eu parei. É que eu tô felizinha hoje gatinhos e eu já sou meio doida por natureza, então...

Bom, antes de ir, eu queria muito agradecer os 700 favoritos. É um número bem grande e se 700 gatinhos se deram o trabalho de favoritar, significa que esses 700 gatinhos gostam da fic e isso não poderia me deixar mais feliz. Vocês são uns cerejinhos, muito, muito obrigada por estarem gostando e por serem tão queridos. Meu coração de big barata não aguenta, ai.

(fotinha do cat Steve logo mais em Daddy's Little Boy)

Até o próximo capítulo!
Beijobeijo.


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