História Daily Races. - Capítulo I.

Capítulo I.
 

— Caralho, eles estão chegando! — Reduzi a marcha e fiz a curva pra direita em cavalo de pau, acelerando de novo fazendo meu carro tremer um pouco até arrancar em direção ao meio do mato seguindo a linha de trem. — Acho que aqui está bom. — Olhei para trás, e desliguei as luzes do carro, motor, voltando meu olho pros espelhos retrovisores vendo os carros de polícia passarem reto na via em que eu estava. 

— Caralho! Boa garoto! — Bati no volante e retornei o carro saindo da linha de trem. 
— Agora é descanso. — Sorri acelerando meu opala 1974 com quatro cilindros, cabeçote rebaixado e o carburador aspirado.
 

Flashback On. 
 

Av. Teotônio Vilela, 23:45 de uma sexta feira, dois opalas alinhados esperando apenas uma luz para arrancar... 
Os olhares apreensivos revezavam entre o semáforo e a avenida em que estavam. 
Pintou o verde, o Opala 74 tremeu e queimou os pneus traseiros saindo em arrancada, deixando seu rival para trás. A cada troca de marcha os olhos dele íam até os espelhos retrovisores procurando aquele que ficara lá atrás. 
Fez a curva fechada a esquerda, fazendo o caminho de volta, dessa vez, mais relaxado, porém sem desacelerar. 

Aquela multidão era o auge da sua excitação, ver aquelas pessoas torcendo, gritando, xingando, era o que motivava ele, alguns o invejavam, outros, criticavam, mas poucos tinham a ousadia de desfiá-lo naquela via, ela era dele. 

Algumas garotas o idolatravam, queriam ter o domínio sobre ele, queriam entrar naquele Opala 74 e se acabarem ali, seja a emoção da velocidade, o piloto daquela máquina, ou puro êxtase de sentar no banco do clássico possante e depois, só seguir a estrada até o paraíso... 
Enfim, o importante para ele naquele momento, eram aqueles olhos que o acompanhou desde que chegou, e o pior, despertou algo dentro de si, talvez pelo brilho, talvez pela cor verde que eles traziam, talvez possa ser os dois. 

O Opala 74 encostou na calçada e um alvoroço se amontoou ao redor dele. Saiu de seu carro com apenas um sorriso cretino, sua marca, nessa hora, calcinhas molharam. 
Cumprimentou aqueles que eram os mais próximos e saiu procurando aquele par de olhos que tanto lhe chamou atenção. 

— Sasuke!!! Você foi fantástico. — Karin apareceu abraçando o Sasuke. 

— É, me disseram. — Ele se soltou ainda em movimento. 
— Quando vamos dar uma volta no seu carro? — Perguntou agora agarrando o braço dele. 

— Me esquece, já falei pra você, no meu carro não entra qualquer uma, e você já foi meu lanchinho, hoje nem pra tira gosto você serve. — Ele se perdeu no meio da multidão e a jovem ruiva ficou com cara de tacho. 

Não demorou muito para que encontrasse com aqueles olhos verdes de antes, trocaram olhares profundos, onde verde se perdeu na escuridão que as orbes negras transmitiam. 

— Quem é aquela, Naruto? — Perguntou o jovem piloto. — Parece ser inocente demais pra estar aqui. 

— A de cabelos cor de rosa? — Recebeu um aceno de cabeça confirmando. — É a Sakura, amiga da Ino, por quê? 
— Nada não. — Deu um leve sorriso em interesse. — Já volto. 
Andou até aquela garota, jorrando seu charme sem ao menos perceber, apenas pelo jeito de andar e o movimento de sua jaqueta já era motivo de suspiro. 

— Oi. — Ela quem deu a primeira palavra.

— Hn, olá. — Ele meio que mediu ela de cima a baixo. 
— Oi Sasuke, parabéns, você foi incrível! — Disse a Ino me abraçando pelo pescoço. — Deixa eu apresentar, essa aqui é Sakura, minha melhor amiga e Sakura, esse é Sasuke, o melhor daqui, e não é exagero. 

— Eu percebi, prazer Sasuke. — Ela disse meio tímida com um sorriso. 

— O prazer é meu, mas Ino, não acha que esse é um lugar meio estranho pra uma garotinha como ela estar aqui? — Sasuke disse em tom irônico de provocação. 

— Não, é que... — Ino ia responder quando foi interrompida. 

— Acha mesmo que sou tão inocente assim? Escuta aqui querido, você se acha só porque tem um Opala 74 com 4 cilindros e carburador aspirado? Tudo bem, é um baita de um carro, mas  seja menos né! — Falou batendo o dedo no peito dele e com a outra mão na cintura. 

— Quem é essa garota? — Pensou meio incrédulo no que estava ouvindo. 

— E tem mais... — A rosada fora interrompida pela gritaria e correria que se instaurou no local. Sirenes de polícia começaram a ecoar, claro, corridas de rua são ilegais. 

— Sakura, vem! — Ino puxou ela e logo se perderam no meio da multidão. 

Sasuke correu até seu carro e saiu cantando pneu para fugir, buzinando para as pessoas saírem da frente, agora era tudo ou nada, seu Opala tremia e o jovem piloto junto, não por medo, e sim, adrenalina, era um entretenimento ver os carros de polícia tentar persegui-lo. 

Olhou de relance e viu Ino e Sakura entrarem num carro e saírem, não perdeu mais tempo e continuou sua fuga desviando de algumas pessoas e motos que saíam acelerando, pegou a primeira rua que viu e seguiu em direção ao cruzamento, com dois carros de polícia atrás dele. 

Flashback off. 
 

Continuei em velocidade permitida até chegar na rua de casa, guardei meu brinquedinho dentro da garagem. 
— Só porque se saiu bem, amanhã você vai ganhar um presentinho. — Acaricio o painel do carro, logo tirando a chave da ignição e descendo com um pano preto que estava de baixo do banco. 

— E então? — Perguntou meu irmão aparecendo na porta que dava acesso a minha casa. 

— Pronto. — Joguei um maço de dinheiro. — Foi fácil. 
— Bom garoto, aprendeu bem. — Ele tocou um minha testa com dois dedos. 

— Vou descansar, estou exausto. — Disse seguindo pra dentro de casa com ele. 

— Vá sim, amanhã te acordo cedo. — Respondeu. — Dorme bem, te amo irmãozinho. 
— Te amo também irmãozão. — Tiro sarro dele e vou pro meu quarto. 

Bem, este é Itachi, desde que papai e mamãe morreram, somos apenas ele e eu, as coisas apertaram, mas Itachi sempre esteve comigo, nos levantamos juntos e conseguimos nos virar bem, casa, carros, um emprego pra se manter, claro que não é dos mais bem vistos, porém, era meu sustento, nosso sustento. 

Ele nunca deixou faltar nada em casa, sempre cuidando de mim, dando um jeito pra todos os problemas que viessem, agradeço por isso.
Boa noite pra vocês, vou me retirar porque acordo cedo amanhã. 

Sasuke PoV Off. 

Sakura PoV On. 
 

Depois de toda a correria quando a polícia chegou, Ino e eu conseguimos fugir no carro dela, que não tinha modificações exuberantes, mas, onde passava chamava atenção, já que era um pouco baixo, com rodas roxas, a Lataria um roxo metálico, bem a cara dela. (-.-‘)

— Está entregue, tomara que a dona Mebuki não reclame. — Riu e abaixou o volume do rádio. 

— Ah, eu me entendo com ela depois, obrigada por me levar Ino, apesar de que não durou muito, foi bem divertido. — Eu disse soltando o cinto e pegando minha bolsa no banco de trás.

 De nada amiga, se amanhã tiver alguma coisa, eu te mando mensagem. — Me deu um abraço de despedida e eu saí do carro.

— Tá bom, e juízo com o Gaara viu. — Dei uma piscadinha. 
— Eu sou a dona Juízo, hahaha. — Disse terminando de passar o seu batom, e saiu com o carro. 

Abri o portão e segui pelo corredor até chegar em casa, minha mãe não sabia que estava vendo corridas ilegais, pra ela, estava na casa da Ino, o que gerava um pouco mais de tranquilidade pra coroa. 

— Haruno! Isso é hora de chegar em casa?! — Perguntou minha mãe com os braços cruzados escorada na porta da cozinha. — Estava mesmo com a Ino na casa dela? 

— Claro mãe, ela acabou de me deixar aqui na porta. — Apontei com a mão. 

— Se estiver mentindo pra mim menina, olha olha. — Bufou. — Os pais dela estão bem?

— Estão sim mãe. — Bocejei — Já vou me deitar, estou cansada, até amanhã mãe, te amo. — Beijei o rosto dela. 
— Tudo bem minha filha, vai descansar, durma bem. — Retribuiu o beijo. 

Subi as escadas e fui pro meu quarto, tirei meu jeans e minha regatinha, em seguida, o vans velho de guerra e meu sutiã, que alívio, coloquei um shortinho de pijama, e uma blusinha.

— Sasuke... — Dei um leve riso. — Apesar de ser metido, é um lindo. 

Bem, sou Sakura Haruno e moro com minha mãe Mebuki, estou no 3º ano do colegial, passei um tempo em Santa Catarina, Sul do Brasil, um tempo que digo, são 10 anos, voltei a morar no mesmo lugar de antes, perto de minha amiga Ino.

Bem, eu e minha mãe fomos pro sul por dificuldades aqui em São Paulo, meu pai nos abandonou quando tinha meus 7 anos, em seguida já viajamos pra casa dos meus avós. Foram tempos difíceis mas superados, agora estamos bem, tudo se encaminhando na paz. Segunda feira começo no colégio novo, estou um pouco ansiosa, mas meio apreensiva, não sei o que esperar.

Passei a gostar de carros depois que fui com meu avô num evento que ele organizava, de lá pra cá, não vejo a hora de fazer 18 e começar a dirigir por aí. 

Por enquanto é isso sobre mim, depois conto mais.