História Confronto em Ginjh - Bosque da grande árvore

– Já fazem 5 horas, onde está essa garota? — fala um homem alto, de cabelos prateados, batendo um dos pés no chão como forma de demonstrar seu nervosismo.

– Acalme-se, Turi. Já mandei os guardas irem buscá-la — fala uma mulher, que aparentava ser sua eposa, ela era um pouco mais baixa, tinha cabelos loiros claros.

– Toda vez é isso... — Se senta na cama da garota que estavam esperando — Nossa filha pode ser especial, não se machucar no sol sem precisar de magia como nós precisamos, entretanto, ela só tem isso. Não podemos mais deixar ela sair como bem quiser, Íris não é tão forte quanto outros da nossa espécie, mesmo sendo de linhagem real.

– A gente não pode prender ela. Íris é uma adolescente, está se descobrindo, ainda é muito nova se comparada aos outros irmãos — diz a mulher se sentando ao lado dele e colocando sua mão na perna dele.

– Eu sei, Irina. Mas não posso deixar ela correndo perigo, ao menos algo precisamos fazer.

– Colocar um guarda deixaria ela meio receosa, com certeza ela fugiria.

– Minha querida, pensaremos juntos em algo depois. Temos uma reunião com os outros reis da União. Daille, filho de Tygas, veio nos informar. Pelo visto, deve ser algo importante, enviar o próprio filho para trazer mensagem de uma reunião, alguma coisa pode estar acontecendo. Vamos encontrar Íris primeiro. Laila e Cairo já estão prontos?

– Acredito que sim. Vou ver, aproveite pra melhorar esse seu rosto, você parece bem estressado, não vai querer se apresentar como não amigável logo no reino dos lobos, certo?

– Lógico que não, estragaria as relações de séculos que temos com a União. Tygas não gosta de pessoas com más olhares.

Ambos se levantam da cama e caminham para suas direções. Enquanto isso, num bosque, nas suas proximidades, Íris caminha até encontrar uma enorme árvore que se destacava entre tantas. A jovem se senta próxima de uma das raízes, o som ao redor era calmo, o cheiro de algumas flores de um jardim era levado pelos ventos até a mesma. Ela se acalmava com o semblante do local, até que resolveu se encostar em uma das raízes.

Não parecia ser uma má ideia, caso no lugar onde ela havia sentado não tivesse próximo de uma entrada para um largo buraco abaixo da árvore. Um local todo enraizado, com algumas teias de aranha. Como a árvore se mantinha em pé com tamanha cratera abaixo de si? A árvore era grande o suficiente para poder se sustentar em outros locais, aquele buraco apesar de grande, não era suficiente para ser um problema quanto à isso.

– Caralho, como eu vou sair daqui? — fala Íris enquanto estava presa em algumas raízes — Alguém me ajuda! Tem alguém me ouvindo?!

Ninguém respondia. Já estava escurecendo, a única brecha, que foi de onde veio, era o que trazia luz ao local. Ela já estava desistindo, até que em seu último grito um jovem apareceu tampando a luz.

– Quem está aí?! — pergunta ela nervosa.

– Sou a pessoa que vai te tirar daí — responde ele em frente a entrada — consegue se soltar dessas raízes?

– Sim. Mas o problema é como você vai me tirar daqui.

– Espera só um pouco — Ele entra se segurando em algumas raízes e desce um pouco até ela — se segura em mim, vou te levar até o buraco.

– Okay — Íris concorda. Ao se soltar se segura nele rapidamente e ele a leva até a saída. Ela sai do buraco e ajuda ele a sair de lá também.

– Pronto, agora eu tenho que ir, melhor você voltar para sua casa.

– Acho que é mesmo. Obrigado pela ajud- — antes que pudesse terminar de agradecer, ela olha nos olhos dele e fala: você é um lobo?

– E você uma vampira — retruca ao ver os olhos dela também — que mundo pequeno, certo? Bom, de certa forma estamos próximos de Tarfhna, então não sei por qual motivo estou surpreso. Enfim, cuide-se, estou de saída — ele se levanta, ajuda ela a levantar e sai correndo com pressa.

– Qual o seu nome? — Íris tenta perguntar, mas ele já estava longe — o papai já deve estar furioso, melhor eu ir antes que ele bote um guarda para me seguir todos os dias.

A jovem, de cabelos prateados assim como seu pai, retorna para sua casa e recebe a notícia sobre o baile. Era hora de tomar um banho para se limpar de toda terra que havia em seu corpo após o incidente. Ela veste seu vestido favorito, de cor azul turquesa e deixa seus cabelos soltos.

Os 5 se reúnem e vão juntos para o baile. No fim, eles chegam após uma hora no baile em Xärid, reino dos lobos. Os pais e o filho mais velho vão até uma reunião com reis de outras nações que são aliadas. Era uma reunião sobre um novo ataque aos 5 reinos da União. Enquanto isso, Laila e Íris ficam no baile juntas com outros convidados, em grande parte, lobos. Alguém chama atenção de Íris, era Daille, o garoto que ela até então não sabia o nome, mas que havia ajudado ela até umas horas atrás.

– Menino lobo... — fala ela soltando um sorriso.

– Conhece o Daille?

– Como sabe o nome dele, Laila?

– Ele é filho de um dos 3 reis de Xärid. Mais precisamente, do rei mánjor.

– Rei mánjor...?

– É um título para o rei superior do reino. Como a tradição é que tenham 3 reis, o mánjor é aquele que vai tomar as decisões finais, ele quem escolhe os outros 2 reis também e é o que tem poder absoluto.

– Você sabe muito sobre os lobos.

– Eu tenho que estudar política de outros reinos se eu quiser ultrapassar nosso irmão Cairo. Ele é uma boa pessoa, é um ótimo guerreiro, só não tem senso de liderança, mas por ser o mais velho, ele quem vai suceder o trono do nosso pai, eu quero mostrar que serei uma melhor rainha do que Cairo seria um rei.

– Acho que o papai com toda certeza sabe que você é bem melhor do que ele para o reino.

– Então por que ele não me leva para as reuniões?

– Talvez ele só não goste de envolver as filhas dele.

– Ou por ele não querer mesmo que uma de nós governe.

– Então que tal você ir participar desta reunião por conta própria?

– Certo... obrigada pela ideia, farei isso. Boa sorte com sua paquera.

– O quê?!