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História Daisy - Isso é azul


Escrita por: bydreamergirl

Capítulo 11 - Isso é azul


Robin me contava sobre o seu dia de trabalho e eu escutava com tanta atenção que tudo a minha volta parecia ter se tornado um borrão. Ele estava tão animado que sua alegria me contagiando e logo estávamos sorrindo junto sobre a paciente que ele havia curado do câncer.

- Boa noite.

Rob se virou para cumprimentar o enteado com um longo abraço e eu, durante algum momento, tive coragem suficiente para olha-lo. Harry usava uma camisa social preta que a barra estava escondida sob a calça social da mesma cor. Nos pés, um sapato de bico quadrado da Gucci. Ele carregava o paletó no braço e eu havia me arrependido de ter virado. Seu cabelo estava uma bagunça, mais ondulado do que jamais foi, alguns fios caindo por sua testa.

Era quase uma ofensa sua beleza.

- Oi. - ele se virou para mim, um sorriso tímido brincando no canto de seus lábios rosados. - Posso conversar com você no andar de cima por um momento?

- Eu estava ocupada com o...

- Ah, não tem problema. - Robin me cortou. - Eu já tinha terminado a conversa. Vocês podem ir.

- Mas...

- Vão. - nos motivou.

Sem ter escolha virei-me para a escada e esperei por Harry. Ele, ao contrário do que havia pensado, continuou o caminho pelo o corredor para entrar em um quarto. Ao entrar percebi que estava em seu antigo quarto que era uma versão contrária do meu. Tudo era basicamente azul. Em vez de bonecas, carrinhos. Em vez de bailarinas, astronautas.

- Isso é azul. - comentei ironicamente, ele sorriu ao lembrar de ter usado as mesmas palavras ao ver o meu quarto pela primeira vez.

A porta foi fechada e a luz acesa. Cruzei os braços sobre o peito e olhei ao redor. Skate, gibis da Marvel, video-games... Nada que meu irmão não tivesse em seu antigo quarto.

- Você estava certa. - ele disse atrás de mim. Continuei descobrindo o seu quarto.

- Não precisava me trazer aqui para falar isso, eu sei que estava. - respondi e peguei uma bola de beisebol. Segurei minha vontade de perguntar como aquilo havia parado lá sendo que nem mesmo era um esporte tão famoso no país.

- E você tem toda a razão do mundo para estar brava comigo e...

- Pare de falar coisas que eu já sei, Styles. - resmunguei incomodada e finalmente virei para olha-lo. - Eu sei que estou certa e que tenho razão para estar brava. Eu não preciso de você para me falar isso. Pensei que tivesse entendido agora. Eu não preciso de você para me falar o que posso fazer, mas se não entendeu isso ainda... por que eu estou aqui?

- Margarida, por favor. - ele abaixou a voz. - Não me trate como se eu fosse machista...

- Você agiu como um. - lembrei-o. - E isso me mostrou uma parte sua que eu não sei se estou muito afim de conhecer, para falar a verdade. Eu pensei que você fosse diferente.

- E sou.

- Então por que agiu como todos os outros? - voltei a deixar a bola de beisebol em seu lugar para cruzar os braços sobre o peito de forma ofensiva. - Você me tratou como um objeto, Harry! Tem ideia de como me fez sentir?

- Margarida... - ele falou ainda mais baixo ao se corrigir: - Magie... Eu estava bravo. Sei que isso não muda o que eu disse, mas também mostra algo. Eu não pensei, ok? Era o meu ciúmes ali, assumindo todo o controle e causando caos. Por Deus, eu estava pronto para socar o pobre garoto se ele voltasse com você. Eu não sou assim e te prometo que nunca mais irei agir daquela forma, porque esses últimos dias foram como o inferno. Somente o pensamento de te perder me aterrorizava e não farei nada que possa te afastar de mim novamente.

Harry deu um passo em minha direção.

- Por favor, acredite no que eu digo. - continuou. - Eu não sou aquela pessoa e ainda não sei o que aconteceu comigo. É só que... a cada segundo de espera eu mergulhava ainda mais no ciúmes e nada mais importava. E não estou tentando me justificar, o que eu fiz foi imperdoável. Você é uma mulher e nunca deveria ter te tratado como menos que isso, eu...

- Eu sou uma mulher? - perguntei sem conseguir me controlar. A raiva havia passado e naquele momento eu só conseguia pensar em como havia sentido a sua falta. Quis me jogar em seus braços e ficar para sempre. Ou até ser expulsa.

Harry franziu a testa como se minha pergunta não fizesse sentido.

- É claro. Eu não vou a encontros com garotas.

Meus olhos se arregalaram.

- Encontros?

Ele sorriu, seus olhos brilhando da maneira indecifrável. Até que não eram mais. Encarei-o boquiaberta entendendo o que aquele brilho significava, reconhecendo o mesmo brilho que eu tinha em meu olhar ao olha-lo. Era malícia.

Harry me queria. Meu coração parecia perto a explodir. Ele realmente me queria.

- Eu acho que tenho que melhorar em minhas demonstrações de interesse. - ele riu. - Eu te levei a dois encontros. O primeiro não saiu da forma que deveria, porque eu sou um idiota, mas foi importante então continuo o considerando. O segundo foi bom... não terminou como planejado, entretanto. Deveria ter ignorado a maldita ligação e te beijado. - Harry se aproximou lentamente. - Por que você parece tão surpresa? Eu estava claramente tentando te impressionar te levando ao meu trabalho e agindo como o grande chefe que todos amam. Eu te levei a restaurantes e passamos a noite em hotéis em vez de voltar para casa porque sou um maldito egoísta e não queria me afastar de você. Eu inventada qualquer desculpa para conseguir te tocar.

- Mas... - minha voz saiu baixa e sem ar. Harry estava tão perto que tudo que conseguia sentir era o seu perfume. - Eu pensei que você me via como uma criança.

- Não. - ele assumiu, sua palma quente escorregando por minha bochecha até seus dedos se entrelaçarem com o meu cabelo. - Eu tentei, tenho que assumir. A maior parte do tempo eu agia da forma que achava certa, por mais que criasse motivos para te manter sempre ao meu lado. Quando eu te vi descer aquela escada na sua festa de boas-vindas, soube que estava acabado. E... se for para falar a verdade... eu acho que sempre gostei de você, Magie. Não é comum um adolescente passar a maior parte do seu tempo tentando chamar atenção da irmã mais nova do seu melhor amigo, mas eu estava praticamente obcecado com isso. Não tinha coragem de contar a ninguém o que fazia, porque sabia que era algo a mais do que uma simples piada... eu nunca nem mesmo vi dessa forma. Eu sabia que gostava de te ver envergonhada ao me olhar sem camisa e ciumenta quando estava com outra garota. Por mais que você é seis anos mais nova, sempre passei tempo demais te observando, mas sabia que era errado. Por Deus, era tão errado. Você tinha treze anos quando se foi, eu tinha acabado te completar dezenove. Então eu me convenci que era uma brincadeira e meu plano estava indo muito bem... até você voltar.

Ele sorriu e seus dedos massagearam meu couro cabeludo. 

- Foi em um dos jantares de sexta que seus pais contaram que você ia voltar. Eu fiquei tão feliz e ansioso que precisei me afastar de todos para me acalmar antes que eu fizesse papel de idiota. Quando seu irmão contou para os nossos amigos, eu comecei a perceber que estava fodido. Eles fizeram as piadas sobre irmãs, sabe? "Ela é maior de idade agora", "Estou ansioso para a ver, se é que você me entende" e todo mundo estava brincando e rindo, mas eu? Porra, eu estava tão irritado que eu e Fill precisamos ir embora, e pelo o caminho inteiro eu estava o xingando por não ter te protegido. O idiota é tão cego que acha que eu te vejo como uma irmã.

- Você disse que me via como uma irmãzinha.

- É, estava tentando me convencer disso. Velhos hábitos nunca morrem, certo? Quer dizer, não esse. Esse hábito está morto agora.

- Tem certeza?

- Sim. Completamente. Cem por cento.

Eu ri bobamente, meus dedos nervosos correndo para os seus ombros. Harry deu um passo mais para frente e sorriu.

- Preciso de uma prova. - consegui sussurrar, ele inclinou sua cabeça para frente e fechou os olhos. Desci minha mão para o seu peito, a posicionando sobre o seu coração. O senti batendo com força e suspirei aliviada por não ser a única nervosa.

- Sim. - ele respondeu em um sussurro. - Completamente. Cem por cento.

O olhando daquela forma, não pude me segurar. Levantei meus calcanhares e bati meus lábios contra os seus. Por um momento ficamos assim, nossos lábios juntos, nossos corações batendo em um ritmo rápido e ensurdecedor. Minha barriga estava embrulhada e fechei meus olhos com tanta força que parecia estar com medo de voltar a abri-los e descobrir que aquilo não havia se passado de um sonho.

Seus dedos se moveram em meu cabelo, meus fios sendo segurados de uma forma delicada. Harry soltou o ar que prendia contra o meu rosto e entreabriu seus lábios. Automaticamente, fiz o mesmo. Nossas línguas se encontraram no meio do caminho, Harry suspirando profundamente ao perceber que eu o queria da mesma forma. Aquilo fez meu coração bater ainda mais forte. Eu afundava cada vez mais minha palma sobre o seu peito, obcecada em sentir o seu coração batendo.

Sua língua se arrastou pela a minha, devagar e curiosa, e seu corpo reagiu ao se aproximar mais de mim. Sua outra mão foi a minha cintura e eu quis gemer em sua boca ao derreter aos poucos. Ele tinha gosto de café doce e bala de menta. Seu cheiro estava em todo o lugar, seu corpo se moldando em contato ao meu. Harry arrastou o seu nariz pelo o meu, sua cabeça deitando para o outro lado e tinha uma sombra de sorriso ao me beijar. Suas mãos me apertaram com mais força e soltou outro profundo suspiro, como se estivesse continuamente esquecendo de respirar.

Levei minha mão ao seu cabelo e ele respondeu ao toque juntando seu quadril ao meu, terminando de vez de nos juntar. Um barulho desconhecido saiu do fundo da minha garganta e por um momento pensei que Harry se afastaria ao perceber quem beijava. Como se qualquer som meu fosse o despertar e ele se afastaria para surtar, falar que estava traindo o meu pai e que eu era uma criança. Ele não fez isso, entretanto. Continuou lá, suas mãos me segurando com força, seus lábios se pressionando contra os meus. Ao ouvir o meu gemido (por mais que tenha sido muito profundo para parecer um), voltou a sorrir, seus dentes mordiscando meu lábio inferior. Ele havia gostado.

Abri meus olhos e encarei o seu rosto pacífico, seu sorriso inconfundível. Ele seria o causador da minha morte.

Voltei a fechar meus olhos e o beijei com mais força, arrastando minha língua pela sua com mais coragem. Harry se afastou, o mesmo coração disparado posicionado sob a minha mão e seus olhos verdes abriram para me encarar. Por segundos ficamos assim. Não se afaste, eu o pedia em silêncio com medo de ter o assustado. Sua mão soltou o meu cabelo, arrastando pela bochecha e descendo para o meu pescoço, quando parou por último em minha nuca recebi mais um de seus sorrisos.

- Não vou a lugar nenhum. - sussurrou parecendo ler os meus pensamentos.

Quando voltamos a nos beijar toda calma e insegurança havia desaparecido. Harry me tinha contra o seu corpo, me segurando e puxando, sua língua arrastando sobre a minha. O barulho voltou a surgir sem ser chamado, me forçando a puxa-lo para mais perto, tendo que tirar minha mão do seu peito porque eu precisava de mais. Seu quadril se arrastou timidamente pelo o meu, como se visse se tinha liberdade para aquilo. Foi minha vez de sorrir ao retribuir o gesto, o autorizando. Sua reação ao meu toque foi diferente do que achava, contudo.

Harry quebrou o nosso beijo, seus dedos puxando minha cabeça para trás no mesmo momento que seus lábios tocaram o meu pescoço. Segurei seus ombros com força e olhei para o teto azul, vendo estrelas de plástico. Quis desligar a luz para as ver brilhando, mas antes que eu pudesse continuar o pensamento, meus olhos se fecharam sem minha permissão quando seus dentes encontraram minha pele.

- Merda. - ele se afastou em um pulo e olhou para o meu pescoço como se nunca tinha o visto antes. - Merda, merda, merda, merda, merda...

- O quê? - perguntei confusa, minha mente demorando para processar o que acontecia. Ele tinha mordido o meu pescoço. - Harry?

- Eu sinto muito. - pediu desolado confirmando meus piores pesadelos, ele havia deixado um chupão em mim. - Eu não pensei e... - seus olhos subiram para o meu rosto e ele pareceu esquecer sobre o que falava. - Continuo não pensando.

Apesar de me preocupar com o chupão, a única coisa que fiz foi sorrir. Ainda sentia a pressão de seus lábios sobre os meus e olhando os seus, imaginei que estivessem da mesma forma, levemente inchados e rosados. Quis me inclinar para frente e morder sua carne macia, mas Harry continuava passando seus olhos pelo o meu rosto como se eu fosse uma nova pessoa.

- Eu quero ficar com você. - ele sussurrou sem ar, esquecendo novamente de respirar. - Mas... não estou... preparado para contar a todos ainda.

Seus olhos olharam detalhadamente minha reação e pareceu aliviado quando não mostrei nenhum sinal de raiva.

- E não acho que seria inteligente que contássemos agora, também. Nosso relacionamento será algo muito... delicado, então devemos ir aos poucos. Vendo como eles reagiriam e decidindo quando seria o momento perfeito.

- Deveríamos os contar separadamente. - sugestionei.

- Sim.

O seu rosto se quebrou em um sorriso, seus olhos quase se fechando.

- Você é tão linda.

Quando ele me olhava daquela forma, eu não poderia o negar. Eu me sentia linda e era um sentimento incrível. Sorri de orelha a orelha, me aproximando para o beijar. Meu plano mudou no caminho, entretanto. A porta do quarto começou a se abrir então eu tive que recorrer a uma segunda alternativa, o abraçando. Um abraço inocente. Harry fez o mesmo e eu encarei em silêncio o intruso. Meu irmão olhou sorridente para nós, Harry jogando meu cabelo para frente antes de se afastar de vez.

- Vocês se resolveram! - comemorou. - Finalmente vamos voltar a ser uma grande e feliz família. Agora vamos, o jantar está pronto.

Descemos em silêncio e ocupamos os nossos lugares a mesa. Como costume, Harry sentou a minha frente e por um tempo evitei o olhar enquanto colocava comida em meu prato, mas enquanto meu pai agradecia a Deus pela as nossas vidas abençoadas, da mesma forma que sempre fazia, meu olhar encontrou os seus que brilhavam como diamantes. Aquilo foi o fim da linha. Uma vontade de rir incontrolável subiu pelo o meu peito e não consegui me segurar, da mesma forma que Harry. Enquanto todos falavam "amém" e pegavam seus talheres, eu e Harry nos olhávamos e ríamos como duas crianças.

- Qual o problema de vocês? - Anne perguntou confusa.

- Piada interna. - Harry respondeu rapidamente. Olhei para o meu prato e me forcei a comer por mais que não tivesse fome.

Sorri pelo o final do jantar, felicidade explodindo em meu peito de uma maneira forte e Harry sorria de volta.

Aquilo era a melhor parte... Ele sorria de volta.


Notas Finais


E AI AMORES
eu disse que ia voltar e volteiiiiiiiii, yay
a história tá acabando :( mas relaxem porque muitas coisas ainda vão acontecer
até amanhã (talvez, sem promessas)
HOJE TEM GAME OF THRONES, CUZAO, SE PREPARA QUE VAI TER DRACARYS PRA TODO LADO, AAAAAAAAA


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