1. Spirit Fanfics >
  2. Daisy >
  3. Fase Um: iniciada.

História Daisy - Fase Um: iniciada.


Escrita por: bydreamergirl

Capítulo 9 - Fase Um: iniciada.


Harry não foi em casa nenhuma vez na semana e pela primeira vez em meses (pelo o que meu pai teve o prazer em me contar) faltou ao jantar da sexta-feira. Até mesmo o Fill tinha ido, dessa vez levando Louise. Ele contou que Harry tinha um encontro e riu quando eu perguntei se era com a Erie, "Ele não tem coragem de falar com ela desde o dia que a beijou" me contou. Eu o perguntei quando o primeiro beijo tinha acontecido e descobri que tinha sido dois dias antes do nosso quase-beijo.

Dois dias.

Por mensagem, Harry me respondia com monossílabos, dando desculpas sobre não poder me encontrar, quando o perguntei sobre o encontro, ele nem mesmo se deu o trabalho de responder.

"Harry cancelou comigo, não vamos andar de moto" ouvi meu pai falando no sábado de manhã. Tinha acordado excepcionalmente cedo com a esperança de encontra-lo. Quando domingo chegou, eu cansei do silêncio.

Me arrumei e fui decidida até minha mãe que tomava seu café da manhã tranquilamente.

- Acabei de fazer café, querida. - ela disse sorrindo, enchi minha xícara e parei em sua frente.

- Mãe, eu preciso ver o Harry. - disse com seriedade.

- Ah, querida, eu também sinto falta dele, mas o coitado está tão ocupado esses dias que...

- Agora, mãe. - cortei-a. - Eu preciso o ver agora. Onde ele mora?

- Margarida, é cedo ainda. Nem mesmo sei se ele acordou e...

- Mãe, por favor. - implorei, pronta a me jogar de joelhos se fosse preciso. Por sorte, minha mãe não parecia disposta a discutir comigo.

- Eu te levo.

Menos de meia hora depois já estávamos na frente do prédio que Harry morava. Para a surpresa de ninguém, era o mesmo do meu irmão. Dois grandes idiotas.

Por ter ido lá dias antes, meu nome já estava liberado na recepção. Somente subi para o andar que minha mãe disse que Harry morava e logo estava apertando a campainha da sua casa. Depois de dez minutos ainda esperando para ser atendida percebi que realmente era muito cedo para aquilo, mas não iria desistir agora. Mais alguns minutos depois e a porta, finalmente foi aberta com certa brutalidade. Harry parou, seus olhos não se passando de fendas para conseguir me ver com toda a claridade. Seu cabelo jogado para todos os lados, os cachos amassados pelo o travesseiro.

- Muito. Cedo. - falou encostando na porta. Se ele ficasse ali mais alguns segundos voltaria a dormir.

Harry usava somente calças de pijama que estavam baixas deixando a mostra sua cueca. Seu peito estava a mostra e eu me forcei a não olhar muito aquela parte do seu corpo.

- Posso entrar ou terei que ficar aqui te vendo dormir de pé?

Ele abriu caminho para mim e ficou mais alguns segundos parado até ter coragem suficiente para se mover. Seu apartamento, como o escritório, tinha paredes brancas, mas daquela vez não tinha quadros de bandas pendurados, mas sim uma parede inteira feita de estante para guardar cada cd que Harry tinha. E eram muitos. Eu nem mesmo sabia se já tinha escutado aquele tanto de músicas, ainda mais completos. Tudo era limpo e arrumado. O sofá de couro preto estrategicamente posicionado de frente a televisão, o tapete tendo o tamanho perfeito para a mesa de centro. As decorações eram pretas e todos os móveis eram de mogno.

- Você tem o apartamento mais legal de todos. - elogiei, Harry contudo não parecia me ouvir ao se jogar no sofá de barriga para baixo para grunhir.

- Por que você está aqui tão cedo? - choramingou. - É domingo.

- Você sabe exatamente o que eu estou fazendo aqui. - acusei. - Se não estivesse me evitando eu não teria te acordado cedo em um domingo. E, de verdade, cancelar com o meu pai para não me ver? Isso foi tão cruel e infantil. Ele ficou devastado, você sabe que é o filho preferido dele, seu insensível.

- Não sei se continuaria sendo o filho preferido se ele soubesse o que eu quis fazer com a filha dele. - Harry grunhiu com a voz rouca e baixa. Sentei-me na poltrona sabendo que minhas pernas não aguentariam mais de pé depois te escutarem aquilo. - Estou evitando o seu pai também, eu não sei se consigo o olhar. Sinto que o traí. Até mesmo com o maldito do seu irmão. Você me estragou. Por isso que eu estou te evitando.

- Eu te estraguei? - revirei os olhos. Por dentro, tudo mexia. Eu me sentia próxima a um desmaio. - Não fiz nada para você, Styles.

Ele riu sem vontade e virou para me olhar, sentando-se na ponta do sofá. Forcei-me a não olhar a forma que seus músculos da barriga se contraiam com o movimento.

- Você voltou. - falou subitamente com uma frieza que não lhe pareceu comum. - Foi isso que você fez.

Esperei por uma explicação que nunca aconteceu. Revirei os olhos e grunhi, me afundando na poltrona.

- Você me odeia? - perguntei quando tive coragem, Harry voltou a se jogar no sofá, seus olhos em mim. - Bo?

Ele suspirou.

- Não.

Respirei aliviada. Pelo menos isso eu poderia tirar da minha lista de preocupações.

- O que você quis fazer comigo? - voltei a perguntar. Harry arregalou os olhos com a minha pergunta e escondeu o rosto com as mãos.

- Não. - exclamou parecendo exausto. - Não, eu não vou responder isso. É muito cedo. Eu não posso.

- Certo! - falei antes que ele entrasse em colapso. Harry parou de falar, mas não voltou a me olhar. Quis me aproximar para ver seus olhos, contudo continuei parada sabendo que ele não gostaria. - Não fizemos nada de errado, Harry, e você não traiu o Fill e o meu pai. Nada aconteceu.

- Por favor, Margarida, pare de falar. - choramingou. - Eu não consigo lidar com isso agora e não sei conseguirei um dia.

- Eu só não quero que você fique estranho ao meu redor, ou me evitar completamente. Você é o meu único amigo aqui, Harry, e eu não quero te perder porque você sente vergonha do que quase fez.

Harry voltou a me olhar e parecia subitamente muito serio.

- Você não entende, Margarida. - disse. - Eu não sinto vergonha do que quase fiz, por isso é tão ruim.

- Harry, foda-se! - exclamei exasperada. - Você quer esquecer? Certo, vamos esquecer e nunca mais conversar sobre isso. Eu somente não quero perder a porra do meu único amigo, você pode entender? Ou você cansou de mim?

- É claro que não.

- Então pare de agir assim! Você quase me beijou, acabou. Esqueça e siga em frente. E, pelo amor de Deus, pare de grunhir toda vez que eu falo "beijo", você tem vinte e seis anos. Onde está sua maturidade para lidar com um beijo?

- Pare de falar essa palavra.

- Beijo. - resmunguei, ele voltou a esconder o rosto com as mãos. - Beijo, beijo, beijo, beijo. B-e-i-j-o.

Então Harry riu. Seu rosto continuava enterrado em suas mãos, mas agora ele ria, o que definitivamente era algo bom.

- Você está me torturando.

Revirei os olhos.

- Se você parar de agir como uma criança sobre o nosso quase-beijo, eu te deixo tocar no meu rosto.

Harry apoiou o corpo com os cotovelos, segurei a risada, mas sorri de qualquer maneira.

- Você está sem maquiagem?

- Sim.

Ele hesitou por algum tempo antes de se sentar completamente.

- Vem aqui. - falou cruzando as pernas para me deixar espaço. - Como estão as costas?

Me sentei ao seu lado e dei de ombros, mesmo que elas continuassem doendo na maior parte do tempo. Harry tocou as costas dos seus dedos em minha bochecha e eu ri quando ele me tocou como se eu pudesse quebrar. Ele sorriu de volta e continuou passando as costas dos seus dedos por toda pedaço de pele que eu tivesse. Ele subiu para a testa, passou para a outra bochecha, tocou os meus lábios. Até mesmo foi ao pescoço, onde ele rapidamente mudou de ideia e voltou para a bochecha. Ficamos em silêncio enquanto minha pele era explorada e eu quis que seus olhos encontrassem os meus para tentar entender o que passava em sua mente.

Sua casa tinha um cheiro bom. De café, perfume amadeirado e menta. Eu gostava muito, muito daquele cheiro.

- Não é tão ruim o contato com outros humanos, huh? - Harry brincou, suas covinhas se afundando em suas bochechas. Estiquei minha mão para toca-las, e elas se aprofundaram ainda mais sob o meu toque. Corri a ponta dos meus dedos para o começo de barba que tinha em seu queixo e mordi a boca ignorando os pensamentos que aquilo que dava. Merda.

- Acho que vou embora. - resmunguei quase sem voz, abaixei minha mão e ele repetiu o ato me olhando triste. - O quê?

- Você não vai ficar? - perguntou baixinho. - É domingo. Podemos passar o dia no sofá assistindo filmes e ninguém poderá nos impedir.

Eu sorri, mesmo que meu coração se apertava por dentro. Agora não tinha mais tanta certeza sobre esquecer o quase-beijo. Droga, a única coisa que eu queria agora era aquilo. Eu somente queria sentir seus lábios nos meus e descobrir que gosto eles tinha. Queria saber que tipo de beijo Harry gostava e como seria ter mais que suas mãos em mim.

- Deita sua cabeça na minha perna, quero mexer no seu cabelo.

Porra.

Eu estava completamente fodida.

 

- Como foi o encontro? - perguntei assim que entrei na cozinha. Harry parou de cozinhar para me olhar pelo o ombro.

- Legal.

- Vocês se beijaram de novo?

Ele demorou mais para me responder daquela vez.

- Sim. Como você...

- Fill. - expliquei. - E você acha que tem um futuro para vocês?

- Que tipo de pergunta é essa? - ele riu.

Eu, entretanto, estava seria.

- Só estou curiosa. Relacionamentos na sua idade são considerados sérios, não é?

- Sim.

- Eu só quero saber se você está atento de que está com a pessoa certa para então entrar em um desses relacionamentos sérios que a sociedade julga importante. Afinal, é interessante para a economia que duas pessoas se casem e ainda mais tenham um filho. Mas ter um filho é também interessante...

- Margarida, o que você está falando? - Harry riu. O encarei boquiaberta e forcei uma risada.

- Não sei.

Eu não estava feliz. Na verdade, estava praticamente na miséria. Eu queria ir embora, mas ao mesmo tempo o pensamento de me afastar de Harry e do cheiro do seu apartamento me machucava.

- Você está bem? - ele se aproximou e tocou meu rosto. - Você quer conversar?

- Não é nada.

- É o... Zeke?

Não, idiota. É você. Eu não consigo falar com o Zeke desde domingo passado, porque estava com medo de ter estragado as coisas entre nós.

- Não.

- Então o que é? - ele estava verdadeiramente preocupado. Aquilo de alguma forma me machucou ainda mais.

- Se o papa morre... - comecei a falar a primeira coisa que veio em minha mente. - Ele é demitido ou promovido?

O seu rosto se quebrou em um sorriso de covinhas e olhos inocentes.

- Eu nunca pensei nisso. - respondeu esquecendo do assunto anterior. - Eu acho que... Oh, meu Deus. Você está fazendo minha mente derreter.

- Pessoalmente, eu acho que ele é promovido.

- Faz sentido. Ele chegou ao nível superior, está com Deus. Mas, ele também é demitido porque alguém entrou no seu lugar.

- Exatamente. - exclamei. - Você me entende, Styles.

Ele beijou minha testa de uma forma doce.

- Sabe o que eu penso? - perguntou encostando seu queixo no topo da minha cabeça. Automaticamente o abracei pela cintura e fechei meus olhos, em seguida me arrependendo de ser tão aberta ao seu toque. - Se pessoas ruins vão para o inferno, por que o diabo as maltrataria? Ele não deveria as receber com um "ei, eu vi o seu pecado no dia cinco de dezembro, parabéns! Toma aqui uma cerveja, vamos festejar"?

Ri sem acreditar que Harry Styles com vinte e seis anos conseguia ter pensamentos idiotas como aquele. E eu, com dezenove, estava me apaixonando para ter novamente meu coração despedaçado. Talvez fosse um vício.

Harry gostava de me torturar, e eu gostava de ser torturada por ele.

Ótimo.

- Você está certo. - respondi. - Se ele pune pessoas pelo os seus pecados, ele deveria ser considerado bom, não é?

Harry se afastou e eu quase grunhi, porém seus braços continuaram ao meu redor. Abri meus olhos para encontrar os seus.

- Eu nunca pensei nisso. - ele assumiu. - Ah, meu Deus. Nós estamos começando a ver a vida da forma que ela é, isso pode ser perigoso.

- Podemos ficar loucos ou o governo pode tentar nos matar.

- Teremos que mudar nossos nomes e morar em uma ilha deserta.

- A comida está queimando. - falei subitamente, Harry franziu a testa sem entender o que aquilo tinha a ver com a nossa fuga. - O fogão, Styles.

- Ah!

Ri o vendo correr para desligar o fogo e xingar baixinho por ter queimado o fundo da panela.

- Quer comer a sobremesa primeiro? - Harry perguntou sorrindo, revirei os olhos.

- Não, hoje vou seguir os padrões.

- Vai?

- Sim, eu já te deixei me tocar. Estou me sentindo excepcionalmente normal hoje.

- E como a experiência está sendo?

Dei de ombros o assistindo derrubar o macarrão em nossos pratos. Quis o pedir para deixar aquilo para depois e voltar a me abraçar, mas não tive força o suficiente para conseguir fazer as palavras saírem. Engoli em seco como se tentasse as fazer sumir.

- Pensei que seria pior, mas não tenho tanta repulsa do seu toque.

- Bem, fico feliz em saber disso. - riu. - Pegue o seu prato, Margarida, temos um filme a continuar assistindo.

 

Dirigimos até minha casa quando o sol começava a se por. Harry, depois de alguns minutos, finalmente aceitou jantar em casa. Por todo o caminho ficou inquieto e quase passou no sinal vermelho porque eu falava do nosso quase-beijo. O vendo agindo assim fazia meu peito se encher de felicidade. Ele sentia traindo meu pai por me querer.

Silenciosamente, me perguntava por que eu não simplesmente o beijava já que a decisão estava tão difícil para ele. Nós queriamos. Mas o medo era maior. Ele poderia se afastar e então, me ignorar de uma vez por todas. Eu não poderia o ter longe de mim novamente. E se isso significava que eu teria que morrer um pouco mais todo o dia o vendo sem poder o tocar, tudo bem, não é como se eu não fosse capaz de aguentar a dor.

Talvez eu devesse seguir em frente. Não era tão difícil, já tinha passado pelo o processo de desintoxicação uma vez na minha vida. Harry gostava de Erie, me lembrei. Eu tenho dezenove anos e começarei a universidade em algumas semanas. Conheceria pessoas novas e interessantes, e eu já tinha uma pessoa nova e interessante que me queria. Zeke.

Ao sair do carro estava decidida. O plano superar Harry Styles havia começado.

- Tenho uma surpresa! - gritei abrindo a porta de casa.

- O quê? - meu pai gritou do segundo andar. Ouvimos os seus passos pelo o corredor e ele logo apareceu no topo da escada abrindo um alegre sorriso. - Harry!

- Seu filho preferido voltou. - cantarolei.

Não obtive resposta, entretanto. Meu pai estava muito entusiasmado abraçando seu filho preferido. Harry não tinha mais a mesma expressão de antes e também abraçou minha mãe quando ela desceu a escada.

- Não preparei nada! - minha mãe disse exasperada. - Nem mesmo sabia se você iria jantar em casa, Margarida. Passei a tarde te ligando, mas parece que o usa o celular de acessório. Nunca mais me deixe sem resposta, eu estava quase indo a casa do Harry te buscar pelo os cabelos.

- Que pessoa carinhosa. - resmunguei ironicamente. - Tenho certeza que você pensará em algo para comermos, mãe, acredito no seu potencial. E enquanto isso nós poderiamos jogar sinuca...?

- Oh, sim. - meu pai rapidamente concordou.

- E me deixar com todo o trabalho?! - mamãe exclamou ofendida. - A culpa foi sua por eu não ter preparado nada, então você cozinhará e nós jogaremos sinuca.

- O quê? - perguntei boquiaberta. - Mãe, você sabe que eu não cozinho.

- Não me importo. - retrucou. Grossa! - Vamos, meninos?

Minha mãe e pai andaram em direção a garagem, Harry ainda do meu lado riu e passou seu braço ao redor do meu ombro.

- Vamos, Margarida, eu te ajudo.

Ao entrarmos na cozinha, Harry não me deixou fazer nada. Olhou pelo os armários e começou a tirar ingredientes, cortando cebolas e dentes de alho. Quando tentei o ajudar ele me pediu para "fazer um grande trabalho" como disse, e picar uma cenoura inteira.

- Você tem que lavar antes, Margarida. - resmungou. O olhei de sobrancelhas levantadas. - Só estou te lembrando.

Suas dicas, entretanto, não pararam ali.

- Corte em tamanhos menores. - falou.

- Não segure a faca dessa maneira, pode escorregar e acabar te cortando.

- Você realmente lavou essa cenoura? Ela parece suja...

Quando Harry reclamou sobre a forma bruta que eu cortava a cenoura, eu joguei a faca sobre a pia e dei um passo para trás.

- Eu juro que vou te matar, Styles. - falei entre dentes. - E não com a faca porque será mais fácil, mas com as minhas mãos. Vou te torturar, arrancar fio por fio do seu maldito cabelo e arrancar sua pele. Diga mais uma única palavra que será um homem morto.

Harry piscou em minha direção e mordeu a boca tentando esconder um sorriso. Suas covinhas, entretanto, já estavam a mostra.

- Tem algo a falar? - perguntei, ele mexeu a cabeça para os lados. - Fico feliz que entramos em um acordo.

Voltamos a trabalhar em silêncio. Harry colocou azeite em um panela e juntou a cebola e alho que havia cortado. Ele voltou a andar pela a cozinha, pegando mais ingredientes e temperos, seus olhos virando para a cenoura.

- Pelo amor de Deus, Margarida, você é um perigo ambulante.

Grunhi.

- Cuide da sua própria vida!

- Você vai acabar se cortando ao segurar a faca dessa for... EU NÃO DISSE?

No segundo que eu virei para o olhar, a faca não cortava mais o legume. Agora, entretanto, estava em meu dedo indicador. Harry se aproximou a passos largos, tirando a faca e a jogando dentro da pia para ver o machucado que começava a sangrar. O líquido vermelho se espalhou rapidamente ao redor, pingando e escorrendo por minha mão.

Quis me afastar do seu toque, mas ele já havia deixado o corte sob a água corrente.

- Está doendo.

Harry olhou para mim, mas minha atenção estava no sangue se misturando com a água. Seu braço livre passou ao meu redor enquanto o outro insistia em me segurar sob a cascata de água fria. Quando finalmente fechou a torneira, Harry envolveu meu dedo com um pano seco, segurando com força para o sangramento parar.

- Não quero falar isso, mas...

- Você avisou. - completei irritada. - É, eu sei. Vá a merda. Eu não sei cozinhar, não sei nem mesmo segurar uma faca, meu dedo está sangrando e doendo, eu não preciso ouvir você agora, Styles. A faca já me deu uma lição.

- E qual foi?

- Que eu deveria ter a usado para te matar em vez de ameaçar em usar minhas mãos. Ela se sentiu traída. A culpa é toda sua.

- Minha? - riu.

- É claro! - me afastei para sentar sobre a mesa, Harry cruzou os braços e me olhou divertido. - Se você fosse mais maduro sobre o nosso quase-beijo não teria ignorado o jantar na sexta e nem o passeio de moto com o meu pai. Eu não teria ido na sua casa hoje e você não estaria jantando aqui, o que significa que não teria cortado a merda do meu dedo.

Ele não me respondeu, o que foi estranho. Somente ficou ali, me olhando, de uma forma que eu não entendia.

- O quê? - perguntei por fim.

- Você está dizendo que foi minha culpa por não ter sido maduro sobre... você sabe e não pelo... você sabe?

Oh, merda.

- O que você está falando?

Eu sabia o que ele estava falando.

- Você acabou de falar que era a minha culpa por eu não ter levado o assunto do nosso... quase-beijo - oh, merda, ele disse. Merda, merda, merda - de uma forma tranquila em vez de me culpar por eu ter tentado te beijar.

Meeeeeeeeeeeeerda.

- Sim. - concordei.

- Você não está brava?

- Não.

Harry desviou o seu olhar para o chão e molhou os lábios calmamente, eu o assisti hipnotizada.

- Você quis? - sua voz saiu baixa como se tivesse medo do que perguntava. Minha garganta secou e eu tinha esquecido como que se respirava. Então ele olhou para cima e tudo que eu sentia piorou. Eu iria desmaiar.

- E-eu...

- Que cheiro de comida queimada é essa? - meu pai perguntou entrando subitamente na cozinha. Harry piscou algumas vezes e virou a cabeça de volta para o fogão.

- Porra! - exclamou desligando o fogo. - Eu torrei tudo.

- Como vocês não sentiram o cheiro? - meu pai nos encarou boquiaberto.

- Eu cortei o meu dedo. - contei uma meia verdade. - Acabamos nos distraindo.

Meu pai me aproximou preocupado e eu o assegurei que agora estava bem, mostrando o machucado que agora não sangrava mais.

- Vai deixar cicatriz. - ele disse beijando minha testa. - Como você se machuca tanto? Ainda nem mesmo se recuperou de ter caído da escada.

- É um dom. - brinquei.

- Certo, crianças, deixem as panelas de lado. Vou pedir pizza.

Meu pai saiu da cozinha com seu famoso sorriso acolhedor e no momento que eu olhei para Harry soube que novamente ele se sentia estar o traindo.

- Eu não posso fazer isso. - sussurrou. - Não com ele, Margarida.

Revirei os olhos quando fiquei sozinha na cozinha e aproveitei para pegar o meu celular. Entrei em minhas mensagens e apertei para o teclado aparecer, com a mão boa, digitei:

Ei, Wildcat, a convite continua de pé?

Me surpreendi quando a resposta veio em seguida:

Nunca negaria algo a uma sonserina.

Mordi o canto da boa enquanto meu pai me avisava que a pizza já tinha sido pedida, digitei:

Pode vir a Cambridge amanhã?

Em um piscar de olhos a resposta apareceu em minha tela:

Amanhã, estarei aí.

A primeira fase do plano Superar Harry Styles estava feita. E eu me sentia suja por usar Zeke.

Droga, Harry, você me estragou.


Notas Finais


hello
to com cólica
SEI QUE SUMI MAS NÃO FOI POR QUERER, mais ou menos. eu talvez tenha esquecido dessa história? talvez. mas meu computador também estava no concerto então hehehehe a culpa não foi total minha.
mudei de cidade então minha vida ta uma loucura.
cara, eu to com muita cólica!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
tenho que sair daqui a dezenove minutos e ainda não levantei da cama, beleza.
até mais
xx
ps.: não me odeiem.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...