Sentado no banco redondo em frente ao balcão,de costas para mim,bebericou seu drink e devolveu o copo sobre o mármore,apoiou o cotovelo e massageou a nuca num gesto fatigado.Eu me aproximei e sentei no banco ao lado,ele levou um tempo até me perceber e rapidamente endireitou a postura,dando um sorriso tímido.
—Oi!—eu disse,e ele soltou o ar de uma vez,num riso desconcertado.
—Aceita uma?—ofereceu a bebida.
—Eu adoraria... Mas não posso...—ele entendeu e fez menção de se desculpar,mas eu continuei.—Tô dirigindo!—rimos juntos.
—Que tal um suco?—insistiu.
—Já que insiste...—aceitei,ele sorriu e fez o pedido.
Dei alguns goles no suco,e ele no drink.Mas diferente do que eu esperava,ele parecia não estar cem por cento ali comigo.Os olhos vagavam pelo salão,como se procurasse algo;e quando eu o encarava,ele sorria sem graça e voltava a beber.
—Hm... Você... Está esperando alguém?—perguntei despreocupado.
—Oh não!—até se assustou.—Só...Ahm... Então,você gostou dos chocolates? Digo...Argh,deixa pra lá...—murmurou cabisbaixo e envergonhado.
—Ahm...Na verdade...Eu estava esperando uma outra caixa chegar na semana seguinte,mas infelizmente...—dramatizei e ele riu alto,cobrindo a boca timidamente.
—Nossa,desculpa...—eu adorava aquele sotaque.
—Não,tudo bem...É assim mesmo,as pessoas,muitas vezes...—continuei entristecido e ele tocou meu ombro,sem conseguir parar de rir.
—Não seja por isso,a gente pode arranjar outra,mais tarde!—sugeriu rindo e eu não sei se estava brincando ou me convidando verdadeiramente.
—Eu...Queria pedir desculpas por não ter me lembrado de você!—ele parou de sorrir e balançou a cabeça,me achando bobo.—É sério,isso foi chato da minha parte!
—Super compreensível,Dallan! Você não tava no momento de reconhecer simples rostos que passaram na sua frente uma única vez...Além disso,fazia tanto tempo...—deu de ombros.
—Eu sei,mas… Se eu me esforçasse só um pouquinho mais,talvez...—indaguei,e ele franziu o cenho.
—Esqueça isso,é bobagem!Vamos fingir que aquele foi nosso primeiro contato… Lembre-se dos chocolates quando pensar em mim!—sorriu docemente.Aliás,era tão doce e compreensivo comigo.
—Os de caramelo...—revirei os olhos gostosamente e ele riu,concordando.—Agora eu sei quem é você.Nicholas,certo?—ele sorriu e correu os olhos de um lado para o outro.
—Na verdade...—tive medo de ter confundido com outra pessoa.—Eu prefiro Nick,soa menos sério!
—Oh,claro! Nick!—que alívio.
Notei sua incontrolável vontade de dançar,o corpo dava umas balançadinhas,os pés acompanhavam a batida bem discretamente,até que olhou para mim.Eu sorri e o imitei na dancinha,e não foi necessário fazer mais nada para ele me arrastar para a pista.
Voltamos para a multidão,que há essa hora fervia.Dançamos e dançamos como se não houvesse amanhã,nossos corpos se entendiam,os movimentos se encaixavam,tudo funcionava muito bem quando estávamos juntos.
E quando eu menos esperava,ele puxou as abas do meu casaco e me deu o primeiro beijo daquela noite.Antes que ele fugisse,eu o peguei pelos ombros e trouxe para mais perto,grudando nossos corpos.O mundo parou por um instante,eu esqueci da música,das pessoas,do tempo,do espaço.Suas mãos tocaram meu rosto,a língua ágil parecia prever tudo o que a minha pretendia fazer e dominava um ritmo que eu criei.Não sei se era muito mais experiente que eu,ou se apenas funcionávamos bem.Só sei que depois daquele beijo,vieram outros e outros até ele me arrastar consigo para fora da boate.
No táxi,não parávamos de nos beijar,aquele rostinho meigo e inocente me agradava tanto,m as ao mesmo tempo ele era quente como fogo.Caminhamos de mãos dadas por uma rua bem larga e deserta,o chão ainda estava úmido pela garoa de minutos atrás,o vento soprava gelado mas suas mãos eram quentinhas.Eu estava totalmente sóbrio,mas isso não me impedia de seguir meus impulsos e agarrá-lo de todas as formas possíveis.
Ele se virou para mim,sorrindo como sempre,puxou-me para um beijo e eu fui empurrando até colar suas costas num portão qualquer.Entre um beijo e outro,o calor do momento tomava nossos corpos,quanto mais nos beijavamos,mais queríamos um ao outro e isso parecia diferente de tudo o que eu já sentira pois eu mal o conhecia.
Talvez meu corpo ainda se lembrava do quão bom foi a primeira vez.Levantei-o em meus braços e ele enrolou as pernas ao redor do meu quadril,agarrando minha nuca num beijo faminto.
A rua escura e deserta criava um clima instigante.Há qualquer momento poderíamos ser vistos,e isso me deixava ainda mais excitado.Meu lábio inferior foi mordiscado e lambido provocantemente,ainda preso entre seus dentes.Deixei que descesse dos meus braços e agarrei sua cintura,notando um volume diferente em contato com a minha pélvis,não pude disfarçar a surpresa e ele riu com as bochechas coradas.
—Culpa sua!—me puxou para um beijo rápido.—Vem,vamos entrar que está frio!
Me puxou pela mão,passando duas ou três casas depois daquela,num sobrado grande,escuro e silencioso.Enquanto destrancava o portão,eu o agarrei por trás,beijando seu pescoço e orelhas.Ele riu baixinho e foi me arrastando para dentro da garagem,me beijando e tentando fechar o portão ao mesmo tempo.Fugiu de mim para a porta da frente e a destrancou,tentando não fazer barulho,entramos e eu o peguei novamente.
As luzes apagadas não me permitiam distinguir o ambiente,mas eu ainda podia ouvir e sentir os passos de Nick,que pendurou-se em meus ombros e atacou meus lábios mais uma vez.As mãos desordenadas apalparam algo do lado até encontrar uma mesa de canto e deixar o molho de chaves sobre ela.Prencei-o na parede,me deliciando com seu cheiro refrescante e suas mãos descendo pelo meu corpo.
—Eu...Preciso te contar...—sussurrou entre beijos.—Preciso te contar uma coisa...—tentou tocar seus lábios nos meus,mas eu o segurei.
—Oh,não me diga que tem menos de dezesseis!—segurei-o pelos braços e o forcei a me encarar,ele abriu os olhos e riu fofinho.—Sério,eu vou me sentir péssimo!
Ele me agarrou,atacando meus lábios com volúpia e me induzindo a segui-lo numa direção desconhecida.Abaixou-se rapidamente e retirou os sapatos,eu o puxei de volta,apertando sua cintura e descalçando os meus sapatos sem usar as mãos.
—Não... Não é isso!—respondeu entre beijos.
—Hmm..—ele mordiscou meu lábio,me provocando.
De repente,uma luz se acendeu no corredor ao lado da escada,alguém abriu a porta.
—Nicholas?—chamou ela,receosa.
Paralisei.Olhei para ele em tom de dúvida.
—Eu não moro só...—confessou,mostrando os dentes naquela carinha de quem fez algo errado e vai levar bronca.
—Nicholas,é você?—ela perguntou, assustada.
—Sou eu,tia! Desculpe,eu... Não queria te acordar!—respondeu,me pedindo desculpas em cochichos.
—Vê se isso são horas pra chegar em casa… Depois passa o dia dormindo,não faz nada da vida enquanto todo mundo tá cumprindo seus deveres!Ah,esses jovens de hoje...—ficou murmurando palavras inaudíveis.
Esperamos a luz ser apagada e tudo ficar em silêncio novamente,então eu gesticulei que ia embora,mas ele me segurou firme pela mão.Foi me puxando pela escada,seguindo por um corredor até chegarmos em seu quarto,mesmo eu achando uma má ideia.
Ele acendeu a luz,fechou a porta atrás de mim e caminhou até o enorme espelho na parede.Eu me sentei na cama.
—Por que não me falou que morava com seus pais?—perguntei,guardando as mãos nos bolsos.
—Meus tios.—corrigiu.—Meus pais ficaram no Rio de Janeiro quando eu resolvi vir pra cá para estudar! Aí meus tios me deixaram ficar aqui,já que meus primos foram fazer intercâmbio na Austrália,e…—parou e riu sem jeito,suspirando.
—Nossa,que loucura!—eu ri,e ele concordou.—E você não sente falta dos seus pais?
—Eu falo com eles as vezes,por telefone ou Skype...—contou conformado.
Foi retirando o casaco,o suéter e desabotoando as calças.Mesmo que não houvesse intenções além de se livrar das roupas desconfortáveis,aquela cena estava me seduzindo muito.
—Ahm... Você disse que veio pra estudar...—pigarreei para aliviar a tensão.
—Pedagogia,já comentei isso contigo,né?—relembrou.
—Ah é! Pensei que fosse ensino médio ou...—ele riu assustado.—É que você parece tão novinho,tão inocente!
O sorriso tornou-se diferentemente maroto,o olhar correu de um lado para o outro,enquanto se abaixava para retirar as calças,exibindo um bumbum redondo e carnudo.
—E como é que eu faço pra tirar isso da tua cabeça,hein?—perguntou num tom convidativo.
Assisti suas calças descendo vagarosamente,torturando meu desejo de vê-lo sem roupa,um ano depois,sem pressa,com luz,sem drogas.Os pés chutaram a peça para o lado,os olhos encontraram os meus através do espelho e eu preferi nem responder sua pergunta.Ele sorriu de canto e se virou para mim.
Enquanto caminhava em minha direção,retirou a camiseta e jogou no chão,o olhar foi mudando,agora era menos inocente e delicado.Ousado,empurrou meu peito e eu caí sobre a cama.Voltei a me sentar,mas ele me empurrou e fez-me ficar deitado.Sentou-se sobre mim,com uma perna em cada lado do meu corpo,lançou-me um olhar desejoso e tomou meus lábios num beijo convidativo que eu emendei em chupadas em seus lábios e ele retibuiu com mordidas.Minhas mãos acariciando suas costas estreitas,desceram pelas costelas até os quadris.As dele brincavam com meus cabelos,arrepiando meu couro cabeludo enquanto os cotovelos se apoiavam no colchão.
Foi beijando minha boca,meu rosto,pescoço,orelhas.Arrancou minha camisa violentamente e passou a chupar meu peito sem que eu pudesse fazer mais do que apalpar seus glúteos e coxas lisinhas.Suas mãos escorregaram para o cinto das minhas calças e foram abrindo sem cerimônia,tão rapidamente que quando pensei em protestar,ele já tocava meu membro por cima da cueca,e aí já era tarde.Entrei com as mãos por dentro de sua cueca e apalpei seus glúteos com vontade,vendo-o jogar os cabelos para o lado e rebolar discretamente sobre a minha pélvis.Se abaixou e me deu um beijo demorado,massageando meu membro já rijo embaixo de si.
Antes que ele fosse além e finalmente me tocasse de verdade,eu fui ousado em descer com os dedos até sua entrada e a toquei suavemente.Ele me beijou tão suave quanto.
Molhei meus dedos na saliva e voltei a massageá-lo bem devagar,fazendo pressão ao redor daquele orifício quentinho.O mesmo mordeu o lábio inferior e gemeu baixinho,me beijando em forma de aprovação,então continuei.Aos poucos fui entrando com o dedo em sua cavidade,fazendo agora movimentos circulares e de vai-vem,arrancando-lhe gemidos cada vez mais cheios de prazer.Subi os olhos até os dele e vi seu rosto contraindo-se em tesão,enquanto a cintura movimentava-se convidativamente sobre mim.Me beijou algumas vezes nos lábios,outras no pescoço,depois chegou bem perto do meu ouvido e gemeu manhosamente:
—Tire as calças...
Rapidamente,joguei-o na cama e me levantei.Enquanto tirava a roupa,ele me assistia com cara safada,abraçado a um dos joelhos sobre a cama.Me atrevi a baixar a cueca só um pouquinho,seus olhos seguiram meus movimentos,depois voltaram aos meus e ele sorriu mordendo o lábio,parecia aguardar ansiosamente por me ver nu;mas eu gostava de provocar,então mantive a peça.
—Vem?—gesticulou apenas com o dedo,num tom manço e sensual,que eu não pude resistir.
Me aproximei e ele já agarrou minha cintura,beijando e cheirando minha barriga como se sentisse saudades;foi descendo até abocanhar meu membro por cima da cueca.Seus lábios quentes e úmidos massageavam minha intimidade de forma a fazê-la enrijecer num instante,ele atreveu-se a puxar só um pouquinho a borda da minha cueca e me olhou nos olhos,pedindo-me permissão mesmo sem palavras.
Eu sorri de canto e assenti,ele foi puxando a peça receosamente até ver meu membro saltar em direção ao seu rosto,voltou-se para mim e riu empolgado.E sem muita cerimônia,pôs na boca e chupou com vontade.
Me saboreava como se eu fosse o sorvete mais delicioso da galáxia,não me dava tempo nem de respirar ou pensar.O cenho franzido e as mãos agarradas na minha cintura enquanto a boca ia e vinha com precisão,me engolindo ferozmente.Abriu os olhos e prendeu os meus,num olhar provocante e cheio de desejo,deslizando agora bem devagar,parando para lamber a glande,sorrindo maroto para mim.Juro que fui às nuvens e voltei.
Usei os poucos instantes de paz que ele me permitiu para recuperar o fôlego,segurando-o pelos ombros.Ele suspirou cansado e sorriu,lambendo e mordiscando os lábios.
—Gostoso!—elogiou-me cheio de tara,e eu ri incrédulo.
Voltou a chupar loucamente,gemendo com tanto prazer quanto eu,e tudo o que eu podia fazer era arfar e tentar segurar a pressão enquanto me agarrava em seus cabelos fartos e macios.Até que não aguentei e o joguei sobre a cama,e ele voltou no mesmo impulso tentando retomar a carícia anterior como um louco.
Puxei-o para um beijo profundo,e suas pernas foram se enrolando ao redor da minha cintura.Larguei seus lábios e rolei violentamente seu corpo na cama até ficar de bruços,sentei-me sobre ele e lhe ataquei o pescoço.De olhos fechados,ele gemia entre lábios e roçava a cabeça na minha,pedindo para ser tocado logo.
Sem controle dos meus impulsos,dei-lhe uma palmada bem cheia por cima da cueca e ele sorriu satisfeito,não perdi tempo e retirei a peça.Ele se apressou a me entregar um frasco de gel lubrificante que “por acaso” guardava embaixo do travesseiro.Lubrifiquei o necessário,voltei à posição mais do que dominadora e tentei entrar,ele contorceu o corpo e grunhiu baixinho.Forcei mais um pouco e ele reclamou,voltando atrás logo em seguida.Talvez fosse a posição,ou a falta de prática.
Me ajoelhei e puxei seu corpo até ficar de quatro,tentei novamente e seu corpo foi cedendo ao meu,mesmo sob incômodo. Fiquei um tempo parado,lhe fazendo um carinho,mas ele quis avançar assim mesmo.
Eu mal comecei a acelerar o ritmo e ele já me dominou de novo,mesmo naquela posição.Incrível como julgamos as pessoas de inocentes somente pela aparência,e acabamos subestimando-as.
Nicholas caiu de peito na cama,enroscando os dedos por entre os cabelos,se entregando a mim da forma mais sexy que eu já havia visto.Inquieto,levantou novamente,pendendo a cabeça para trás e acompanhando meus movimentos com os quadris.Puxei seu queixo e o beijei.
Ele caiu mais uma vez,rompendo o contato de nossos corpos para recuperar as forças.Virou de barriga para cima e levantou as pernas automaticamente sem que eu precisasse sugerir qualquer coisa.Entrei lentamente e retomei o ritmo,fazendo-o gemer alto e revirar os olhos,fechando-os para não me ver.
Deitei-me sobre seu corpo esguio e ataquei seus lábios,sentindo sua unhas descerem pelas minhas costas,ardendo gostosamente.Soltei do beijo e encontrei seus olhos nos meus,a forma que me olhava era como se me agradecesse,ao mesmo tempo em que pedia piedade.Porém,antes que ficassemos tempo demais nos entreolhando,ele me empurrou pelo peito até que eu ficasse sentado,e enfim sentou-se sobre mim,encaixando nossos corpos e cavalgando em mim com maestria.
O suor escorria da pele e molhava os lençóis,nossos corações batiam no mesmo ritmo acelerado como nossos quadris,ele jogava os cabelos para o lado e me olhava de canto me provocando,nossos gemidos escapavam livremente mas os dele me deixavam em êxtase.Eu era incapaz de pensar.
Deitei-me de costas,levando seus braços comigo,desizando as mãos por seu corpo e agarrando seus glúteos macios movimentando-se sobre mim. Impulsivamente,acabei dando-lhe uma palmada na nádega direita.Ele parou e me olhou no fundo dos olhos.
—Se vai bater,bate na cara!—sugeriu num tom firme,e eu ri envergonhado.
—Desculpa...—pedi baixinho.
—Desculpa o cacete! Vai,bate na minha cara!—pediu ainda sério.
—O-o que?!
—Anda,seu cretino! Você não queria bater? Então agora bate,mas com vontade!—ordenou mais empoderado.
Já que pedia,dei-lhe o que queria sem dó.Ele gemeu em aprovação,mas não satisfeito.Puxou-me pela nuca e me deu um beijo ardente e sufocante,instigando-me absurdamente.Num movimento rápido, passou a mão na minha testa secando meu suor e jogando meus cabelos grudados na pele,para cima.
Eu nunca fui violento,nem gosto de arriscar demais nas relações.Mas naquele exato momento,olhando Nick no fundo dos olhos,com aquela cara de safado me provocando descaradamente… Eu tive vontade de acabar com ele,por mais estranho que isso parecesse na minha mente confusa.E quando dei por mim já havia batido forte.Parei por um segundo,ele riu ofegante.
—Bate que nem homem,porra!
Foi então que tive certeza,ele era mesmo maluco.Bati mais forte e ele gemeu de prazer,rolando e me arrastando com ele até ficar embaixo de mim.Passei a estocar com força e precisão,ele cravou as unhas no meu peito mordendo o lábio inferior e contorcendo as costas de prazer.Dei-lhe outro tapa,dessa vez peguei-o despreparado e o mesmo respondeu com um gritinho entre gemidos,puxando meus quadris para mais perto com as pernas.Voltei a estocar com força,num ritmo firme, e ele parecia delirar.Nos beijávamos muito,com todo o desejo que tínhamos um pelo outro.Seus dedos escorregaram pelos meus cabelos e foram puxando,aumentando a força aos pouquinhos,me torturando bem lentamente.O vai-vem continuava,ele gemia de prazer e eu de dor,com o rosto afundado ao lado do seu e os cabelos emaranhados entre seus dedos.
Eu queria roubar suas forças,mas quanto mais rápido me movia dentro de si,mais forte ele me mordia e arranhava,como da primeira vez.A dor me fez bater em sua cara com mais força,numa palmada estalada que marcou sua pele alva numa mancha avermelhada.
Fora de si,ele urrava de prazer e pedia urgentemente por mais,mais forte,mais rápido,queria que eu o machucasse,que o chamasse de puta,que o puxasse pelos cabelos.Queria minha violência,e mesmo achando a coisa mais esquisita do mundo eu ainda sentia prazer em satisfazê-lo.
Até que ele atingiu seu ápice sem avisos e eu acabei atingindo o meu também. Desfalecendo de cansaço sobre ele,rolei para o lado e fiquei até recuperar o ar.Olhei para o lado e Nicholas permanecia na mesma posição,parecia desmaiado.
Foi rolando devagar,com os olhos fechados,deitou a cabeça no meu peito e dormiu.
(...)
Fui despertando preguiçosamente,já era de manhã e a casa estava silenciosa.Nicholas ainda dormia em meu peito,ambos nus naquela cama enorme e desarrumada.Me lembrei da noite lindamente bizarra e custei a crer que não foi só um sonho,parecia demais para alguém como eu,mas a prova estava ali,deitada do meu lado.
Sem acordá-lo,fiz carinho em seus cabelos cor de caramelo,alguns fios cobrindo aquele rostinho tão angelical,sem sinais de barba ou espinhas.Não era possível ser adulto.Será que eu meti os pés pelas mãos de novo?
Com cuidado,estiquei o braço até o criado-mudo e peguei sua carteira.Trouxe para mais perto e procurei algum documento dele,achei o RG.Tentei ler a data de nascimento,mas não consegui distinguir um número sequer.Estranhei minha visão embaçada,mas culpei o sono.Aproximei o documento um pouco mais e fiz as contas.Vinte e dois anos.
Ufa,menos mal,pensei.
Batidas grosseiras na porta me assustaram,rapidamente devolvi o documento na carteira e a deixei onde estava. Nicholas ainda dormia como um bebê,nem ouviu os barulhos. Mas a pessoa voltou a esmurrar a porta.
—Acorda,seu vagabundo!—ordenou uma voz masculina e velha.—Está na hora de fazer algo nessa casa,olha essa bagunça!
Nicholas se espreguiçou,resmungando ainda sonolento.Aquelas batidas estavam me assustando e eu fiz de tudo para não ser percebido,se já estavam com raiva de Nick sem saber da minha existência,imagine se soubessem.
—Nicholas,não me faça tirar a porta desse quarto de novo!—ameaçou ele,o garoto me olhou,piscando pesadamente.
—Hanf...—resmungou chateado.—Já vou,tio... Já vou.
—Rápido!—gritou furioso e desceu as escadas.
—Argh,que velho chato! Não pode nem dormir mais nessa porra!Caralho!—reclamou revoltado,depois me olhou.—Desculpa,meu tio é um pouco sistemático…
—Não se preocupe,nada que eu ainda não tenha visto!—rimos juntos.
Me sentei na cama e esfreguei o rosto,ainda me sentia cansado afinal,eram sete da manhã para quem passou a madrugada toda fora. Ele se levantou e caminhou para o banheiro daquela suíte,permitindo-me contemplar sua silhueta desnuda,rebolando em passos manços.
Ligou o chuveiro e adentrou o box,largando a porta aberta.Eu levantei e caminhei devagar até lá,parando num canto para assisti-lo lavando aquele corpinho miúdo mas incrivelmente sexy em sua particularidade.
As mãos finas passeavam pela pele alva,levando espuma consigo.Ele inclinou a cabeça meigamente para mim e sorriu com os lábios selados.
—Vem?—usou o mesmo tom e gesto da noite passada.
Transamos em baixo do chuveiro.
Ele me ofereceu um café da manhã,mas seria muita cara-de-pau da minha parte se aceitasse comer com os tios dele como se fôssemos todos amigos,eu não quis arriscar.
—Você vai voltar?—perguntou baixinho, pendurando-se em meus ombros.
—Você vai me convidar de novo?—retornei,lhe abraçando a cintura.
—Vou,com certeza!—respondeu convicto.
Ficamos nos olhando profundamente, seu sorriso foi se esvaindo até se transformar num olhar sério,como se estivesse hipnotizado.Eu o beijei,e ele voltou a sorrir simpaticamente.
—Eu gostei de você!—confessou assentindo.
—Eu também gostei de você,Nick!—respondi,e ele sorriu animado.
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