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História Dallan - Terceira Temporada - Na boate...


Escrita por: Caroli_cunha

Capítulo 31 - Na boate...


Fanfic / Fanfiction Dallan - Terceira Temporada - Na boate...

Já irritada,mamãe foi atender o casal e eu fiquei com papai na porta.

—Pois não?—perguntou ela,e Anna cruzou os braços.

—Eu quero saber quem foi que chamou meu filho de cadela!—Vinícius observava de longe.

—Como?

—É isso mesmo,meu filho chegou chorando em casa porque um canalha qualquer humilhou ele!Eu quero conversar com esse sujeito!—olhei para papai,que suspirou cansado.

—Hm...Espera,quem é seu filho?—perguntou mamãe,despreocupada.

—O Viktor,ex-namorado do seu filho!

—Ah,você quis dizer “o cretino que trocou meu filho como se ele fosse um objeto”?Sei,estou me lembrando dele...—mamãe foi sarcástica,mas Anna não gostou muito.

—Não ouse a falar assim do meu garoto,sua…!

—Ninguém aqui humilhou seu filho,a gente só pôs ele para fora da nossa casa!Que eu saiba,é meu direito!—explicou mamãe.

—Não,vocês ameaçaram ele!—retrucou ela.—Eu não sei quem esse moribundo pensa que é para tratar meu filho assim,problemático!

—Nossa,que coisa,né?! Meu filho é o problemático e o seu é que faz escândalo atoa... Que mistério,não?—mamãe a provocou,e papai e eu rimos por dentro.

—Espere aí,quem vocês pensam que são?!—gritou ela.

—Eu te pergunto o mesmo! Ninguém brinca com meus filhos,muito menos na frente da minha casa! E fique sabendo que ele não é nenhum moribundo,meu filho já salvou muitas vidas!—mamãe me defendeu,e eu tive mais orgulho dela.

—Salvou vidas?! Quem fez isso foi meu filho,que se não fosse ele...—mamãe a interrompeu.

—Se não fosse ele,o Dallan não tinha sofrido tudo isso! Aquele débil mental acabou com meu filho e você vem dizer que ele “salvou” a vida de alguém?!

—O que?! Débil mental?!—gritou ela.

—É,débil mental,problemático! Um moleque arrogante,sem respeito nem educação,acha que todo mundo tem obrigação de engolir o que ele faz e se a gente não aceita,ele chora e esperneia igual criança! Desculpe,mas isso não é normal e se eu fosse vocês,procurava um tratamento pra ele!—os olhos azuis da mulher tremeram de raiva,e eu me aproximei já esperando as agressões que viriam à seguir.Papai preferiu não se envolver nisso de novo.

—Lave sua boca antes de falar do Viktor! Vocês deviam estar agradecidos por ele ser o único que se importou com esse favelado aí!—insultou-me e eu ri indignado.—Tome muito cuidado antes de falar mal dele,porque enquanto você dormia,seu filho exemplar se matava aos poucos!E sabe aonde ele encontrava apoio? Na minha casa,onde ninguém julgava nem oprimia ele,onde ele tinha carinho,segurança e o mais importante,voz!—mamãe quase teve um infarto,Anna olhou fixamente para mim.—Você pode ter o quanto de raiva que aguentar,mas precisa admitir que conhecer o Viktor foi a luz no fim do túnel….Por mais “débil mental” que ele seja!

—Nossa,Dallan!Tire essa mulher da minha frente,antes que eu faça uma besteira!—pediu mamãe,furiosa.

—Não precisa,eu já estava de saída!—respondeu ela,indo em direção ao carro.

Eles se foram e nós entramos até a sala.Minha mãe estava tão nervosa,mal podia crer no que acabara de acontecer.Papai lhe deu um copo d’água e eu a fiz sentar-se no sofá.

—Como ela tem coragem de vir aqui e me insultar dessa maneira?!—perguntou indignada.—Meu amor,não é verdade o que ela disse sobre você!Ela só queria nos humilhar,tá?

—Mãe,não se preocupe com isso! Eu a conheço bem...Ela é assim mesmo,gosta de provocar!—tentei tranquilizá-la,e ela me olhou chateada.

—Filho,ela te chamou de moribundo e um monte de outras coisas!Eu não vou permitir que digam isso do meu filho,não na minha casa!—respondeu convicta.

—É,Dallan! Se for preciso,eu pego minha chave de fenda,mas essa gente não vai brincar com a minha família,não!—ameaçou papai,furioso.

E foi ali que eu decidi que não dava mais pra ficar na casa dos meus pais.Apesar de ser ótimo tê-los por perto,me amando e cuidando,era de certa forma desconfortável.Eu os incomodava com meus cigarros,eles me incomodavam com o barulho.Sempre que saía à noite,mamãe perdia o sono e papai já imaginava mil besteiras.Se quisesse dormir com alguém,teria de alugar algum quarto ou “me esconder” nas casas alheias,pois jamais poderia levá-los para a casa dos meus pais. E para completar,agora eu tinha uma família alemã para importunar a minha.

“Okay,acho que já fiquei o bastante.” foi basicamente o que eu disse e voltei para meu querido apartamento,solitário,cheirando a mofo,cheio de lembranças de dias mais românticos...mas ainda assim,o lugar perfeito para mim.

(...)

Despertei com uma criança chorando irritada,parecia vir do apartamento ao lado direito.Rolei para o lado e cobri as orelhas,tentei dormir mais um pouco,mas a criança gritava cada vez mais alto e com mais raiva.Na verdade,eu já estava ficando com raiva dos pais dela,que não faziam nada à respeito.Francamente.

Já que dormir não dava,me levantei e fui aos meus afazeres,tomei café da manhã,limpei a casa,joguei algumas partidas de videogame e resolvi dar uma volta pelo quarteirão.Quando pisei no corredor,u m dos vizinhos me chamou.Olhei e vi um gordinho barbudo segurando a mão de um japonezinho bravo.

—Ai que bom,você voltou a morar aí?—perguntou sorrindo,e só então eu o reconheci,um dos “irmãos” casados.

—Oh! Oi,Lorenzo!—dei-lhe um abraço rápido.—Sim,voltei…

—E o que houve,não deu certo com o seu parceiro?—perguntou inocentemente,e eu tentei disfarçar o desconcerto.

—É,então... É a vida,né?—suspirei e forcei um sorriso confortável,ele concordou,massageando meu braço.—E esse principezinho,quem é?—brinquei com o menino,que tinha os olhos úmidos das lágrimas e uma cara marrenta.

—É o Mauro,meu novo filho!—contou animado.

—Sério?! Oh,meus parabéns,papai!—disse animado,o abraçando.—Meu Deus,quanta coisa eu perdi….!

—É sim!—riu ele, e fomos caminhando.—Ele está bravo,porque quer andar e eu não.Mal acorda,já quer passear,e eu tão cansado,tenho que sair e dar pelo menos uma voltinha...Se não ele não me dá paz!—contou rindo,e eu ri também.

—Mas é a melhor fase da nossa vida,né? Não tem responsabilidades,nem contas pra pagar,nem preocupações...—ele riu concordando.

—Tem muito o que viver ainda,só tem quatro aninhos!—disse com carinho,pegando a criança nos braços.

—Ai,que gracinha! Parabéns,eu estou feliz por vocês!—eu disse lhe tocando o ombro,e apertando a bochecha do menino.

—Obrigado,Dallan! Eu também to feliz por você ter voltado...—deu aquele sorriso ambíguo,que eu nunca sei se é simpático ou sacana.—Vai lá em casa,tomar um suco,ouvir choro de criança…—rimos juntos.

—Vou sim,aproveitando que eu não trabalho mais!—ele arregalou os olhos,eu acenei para os dois e fui andando.

Naquele mesmo dia,à tarde,eu encontrei a Thaís—aquela que deu em cima de mim na festa do Leonardo.Ela me arrastou para seu apartamento,e enquanto conversávamos meu celular vibrou.Era Nicholas me mandando mensagem.

Passei a manhã toda pensando em você! O que eu faço?  -Nick”

Não pude evitar o riso,eu nunca havia visto alguém tão sincero assim.Thaís,curiosa quis saber do que se tratava e eu acabei contando toda a história.Mas diferente do que pensei,ela não achou assim tão fofo.

—O que foi?—perguntei ficando sério.

—Nossa,que atiradinho,né?—comentou surpresa,e eu ri desconcertado.

—É o jeito dele…

—E você gosta dele...—soou mais como uma afirmação do que pergunta.

—Ah...Sei lá,ele é legal...—ela ficou me olhando com um sorrisinho e eu ri timidamente.

—Que bom que você encontrou alguém rápido,né? Ninguém merece ficar sofrendo por ex!—eu concordei.—Mas...Se quer um conselho,sugiro que nem leve esse Nicholas a sério!

—Ué,por que?—estranhei.

—Olha,esse tipo de gente “fácil”,que mal te conhece e já te ama... Geralmente,quase sempre... São assim com todo mundo!—torceu a boca.

—Sei,tipo puta?—brinquei,e ela riu alto.

—Tipo isso! São sempre os “simpáticos” com todo mundo,estão sempre flertando,não importa com quem!E se você der bola,meu querido...Quantas vezes vocês se viram?

—Depois que eu tive alta,só uma!—ela riu surpresa.

—E ele já foi liberando assim,de primeira?—eu assenti acanhado.—E como foi,ele é bom de cama?

—Thais!—chamei-lhe a atenção e ela riu.—É,ele é sim...Muito!Assusta até!

—Sério?!—eu ri,cobrindo o rosto.

—Ele tem uns fetiches estranhos...Gosta de apanhar!—sussurrei e ela gargalou incrédula.

—Mentira!—eu confirmei.—Gente,que puta que ele é! E ainda tá te chamando pra outr!Esse gosta,hein...

—Não,ele só quer...Me ver!—minimizei a situação e ela revirou os olhos.

—Okay,então...Da próxima vez que vocês forem “se ver”,aproveita bastante!—brincou e eu ri,sentindo as minhas bochechas queimarem de vergonha.—Mas não se ilude,não! Do mesmo modo que ele é “fofinho” com você,ele pode ser com outros.Você talvez não seja o único... Infelizmente a vida tem dessas,melhor proteger o coração!

—É...Tem razão!—murmurei desanimado.

Pensando por esse lado,faz sentido ele guardar um frasco de lubrificante embaixo do travesseiro...Mas tudo bem,eu posso lidar com isso numa boa,somos apenas colegas.

Noame expôs uma opinião diferente,quando eu contei a mesma história.Segundo ele,eu devia aproveitar e me jogar sem medo.

—Se ele quer e você também,pra que ficar inventando obstáculos?!—fez-me pensar.

Bem,não era de se esperar um conselho diferente,vindo de um garoto de programa.E confesso que gosto da forma super bem-resolvida como ele lida com a vida,parece que sofre menos e ama mais.Mas olhando para mim,pensando no meu modo de ser,acho melhor ir mesmo com calma.Afinal,até agora eu só me ferrei,mas isso não me impede de curtir.

À noite,fomos juntos para a balada,pois fazia mesmo muito tempo que não o fazíamos.Ele me levou de volta àquela boate onde eu conheci o Nick,bem antes de ser sequestrado.Com a diferença que era noite de sábado,quente e três vezes mais agitada.Ou seja,loucura total.

Noame já chegou aprontando,bebendo igual uma vaca velha e flertando com todo mundo.Mas sim,eu permaneci fiel às minhas restrições para conseguir uma recuperação rápida e saudável.

Mesmo sóbrio,eu dancei e me diverti muito,até Noame me convidar para sair um pouco,pois ali estava muito cheio e quente.Okay,saímos e fomos caminhando para outra boate há duas quadras dali.Essa menos insana,mas ainda sim muito animada.Nos infiltramos pela multidão e começamos a dançar,ele sempre fazendo de tudo para me pôr pra cima,tanto que nem quis tocar no assunto do ex-marido para não amargar a noite.

Ele pediu um minuto e foi ao banheiro,então eu fui para o balcão e pedi um suco. Olhei para um canto e avisei Nicholas.

Ele sorria lindamente como sempre,ajeitava os cabelos de forma charmosa,os olhos eram fixos num ponto específico.Até que me encontrou no meio de todas aquelas pessoas,eu sorri e esperei algo dele.Porém,seus olhos se desprenderam dos meus e seguiram um homem alto e forte pelo salão,que se aproximou dele e tocou-lhe o peito.Ele sorriu mais aberto,deixando que o homem acariciasse seu braço,lhe dizendo algumas palavras.

Sem voltar a me olhar,ele pegou o homem pela mão e o arrastou para fora,do mesmo modo que fez comigo, semana passada.

Okay,por mais que sejamos apenas colegas e que tudo o que vivemos não passe de um sexo casual,confesso que me senti um pouco enciumado por saber que Thaís tinha razão.Ah,o que eu queria dele? Ser único na vida de um garoto tão quente e cativante? Ele já fez mais do que eu esperava,sendo tão atencioso e compreensivo e prestativo e carinhoso e...Deixa pra lá.

Peguei o copo e caminhei até a área de fumantes,onde havia quatro rapazes;três fumando e conversando,e outro isolado,falando ao telefone.E foi exatamente este que me fez pensar em voltar para dentro da boate.

A camisa azul estampada em âncoras brancas me fez lembrar de cenas que eu gostaria de nunca ter visto,ele apoiava-se na parede e implorava ao telefone.Parecia passar muito mal,a fala era mole e ofegante.Ele ajeitou os cabelos loiros que já estavam bem bagunçados em visto o quão impecável costumava ser.

Até que largou o celular no chão,virou para o lado oposto aos rapazes e vomitou.Eu não soube o que fazer,então voltei rapidamente para dentro e fingi não ter visto nada.Mas minha consciência me acusou dois ou três passos depois.Okay,eu tinha muita raiva dele,e se tivesse me escutado e parado de beber,isso nem estaria acontecendo.Mas ele estava muito mal e eu sabia como ajudá-lo.

Olhei para trás e o vi chorando apavorado,tentando falar no telefone.Os olhos inchados e vermelhos,a voz já rouca pelo estado dele,a língua parecia amortecida e os malditos ao redor ainda tinha coragem de zombar e rir da cena como se fosse a melhor piada do mundo.

Não,por que ter pena dele?! Tanto mal me fez,tantas lágrimas me fez derramar,tanta dor eu senti quando ele me jogou fora que nem se eu fosse um lixo sem sentimentos.Se está sofrendo,é porque merece….

É,mas se for assim,eu também mereci o que vivi nos últimos meses.

—Que merda!—bufei irritado com a minha bondade e voltei até ele.

—Amor,por favor...Vem me buscar,eu to muito mal!—implorava ao telefone,não me notando parado ao seu lado.—Por favor,Guto! Eu não consigo nem... Não consigo nem andar,eu não sei onde eu estou,como sair daqui... Não sei voltar sozinho!

Ele parou e ficou ouvindo,o outro louco desligou na cara dele e o deixou falando sozinho,dane-se se ele estava mal ou não.Assustado,ele pôs as mãos na cabeça e se apoiou na mureta,deixando o vento sacudir seus cabelos loiros,trazendo às minhas narinas um cheiro de perfume de limão misturado com cigarro e álcool.

—Viktor,o que você bebeu?—perguntei secamente,ele nem me ouviu.Então me atrevi a tocar suas costas quentes e úmidas por cima da camisa.

Ele se virou meio zonzo para mim,se desequilibrando e indo para trás,mas eu o peguei pelo braço rapidamente.O rosto já tinha alguns ferimentos,de possíveis quedas até chegar ali.

—Dallan,você...—resmungou surpreso e aliviado com a minha presença,mas não soube como completar a frase.

—Vem,vamos sair daqui!

Ele permaneceu calado,então eu o arrastei para dentro,descendo as escadas e saindo pela porta.Assim que pôs os pés na calçada,vomitou novamente,dessa vez acabou caindo de cara no chão sem que eu pudesse segurar.Rapidamente,eu o peguei pelos braços e levantei,um galo vermelho já se formava na testa ralada,que ele cobriu com a mão por causa da dor.

—Meu Deus!—exclamei indignado,e as pessoas ao redor nem me ajudavam,apenas assistiam curiosamente.

E na dor e confusão,ele só choramingou “Ai…” e ficou sentado no chão,com a mão na testa.

—Me ajuda...a chamar o ônibus? Eu não tô enxergando nada...—bateu nos bolsos das calças.—Roubaram meus óculos...E minha carteira…

—Que ônibus?! Você não vai conseguir chegar em casa assim,eu vou é te levar pro pronto-socorro!—puxei-o pelas mãos até ficar em pé e continuei guiando-o para o ponto de táxi.

Chamei um que estava livre e Viktor foi caindo pesadamente no meu ombro,sonolento e fraco.E eu fiquei naquela saia justa,querendo ajudá-lo e dar apoio,mas sem que ele me abraçasse pois estava fedendo e eu tinha raiva dele.

O carro chegou,eu consegui forçá-lo a entrar e nós seguimos para o hospital.



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