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História Dallas - Gabby - capítulo 5


Escrita por: biancamota

Notas do Autor


obrigada de todo coraçãozinho por todo mundo que acompanha essa história. vcs são perfeitxsss <3

Capítulo 5 - Gabby - capítulo 5


Gabby - capítulo 5   19/03/2019

Minha Nossa Senhora das Virgens de Dezessete Anos, alguém precisava tirar aquele garoto de perto de mim.   

Tinha me esquecido dos motivos para odiá-lo, quando entrou no café. Era tão alto, tão confiante e tão... lindo! 

Estar tão confusa assim fazia minha cabeça doer.  

–Dallas? Você tá bem? –ele estava na minha frente, com os braços apoiados no balcão, soando realmente preocupado. 

Tirando a barriga oca, a pressão na cabeça e a pele formigando, eu não parecia prestes a desmaiar, o que era mais do que o suficiente para dizer que estava ótima.  

–Sim. –até certo ponto. 

Richard, que passava do meu lado para pegar uma água, cutucou minhas costas. 

–A mamãe tá perguntando o que você quer comer. 

–Ah, qualquer coisa. De verdade. O que for dar menos trabalho para ela. –controlei a vontade de dizer que não precisava de nada, porque apreciava demais estar comendo de graça no café deles. 

Tobias nos encarou por um momento, analisando a situação. 

–Já pedi o almoço dela, Ric. Tá tranquilo. 

–Eu não gosto de burrito de queijo. –resmunguei, apoiando os pedidos do time de futebol e da equipe de torcida inteiros em uma bandeja. 

–Claro que gosta.  

–Ah, então agora você virou telepata? –eu sabia que deveria estar andando para entregar os pedidos, mas meus pés estavam pesando demais para não ter de sair de perto de Tobias. 

–Pode ser que sim, pode ser que não. Eu não costumo revelar meus segredos. 

–Tudo bem então, Super Trenty. Me avise se precisar de alguma coisa. –revirei os olhos. 

–Na verdade, um turbante e um lugar perto da estação é uma boa. Sabe, para ajudar nos negócios. 

Eu nunca tinha conhecido alguém com tantas respostas na ponta da língua. Ele sorria, como se estivesse se divertindo muito.  

–Veja pra mim os números da loteria, e podemos conversar sobre o turbante. –revirei os olhos, saindo para entregar nas mesas os pedidos. Tobias veio ao meu lado. 

–Sabe o que eu vejo? –ele pegava algumas coisas da bandeja, levando na própria mão. Não tentei impedir, porque estava realmente pesado. –Eu e você almoçando juntos daqui, tipo, dez minutos. Aposto meu fígado nisso.  

–E não vai ter nada a ver com você ter pedido meu almoço e me chantageado a sentar ao seu lado? –estava sorrindo, e odiava estar sorrindo por uma coisa tão boba. Caraca, eu estava virando uma boba.     

–Óbvio que não. Já falei que sou um cavaleiro, nunca faria um suborno tão baixo. –sem querer, seu braço esbarrou no meu. E, meu Deus, meus joelhos cederam tanto que tive que parar de andar para não cair. 

O nível de ridículo que eu estava atingindo era patético. Quer dizer, não podia estar tão nervosa assim porque o cara tinha encostado o braço em mim, pelo amor de Deus. 

Ele estava sorrindo, e me obriguei a olhar para qualquer outro lugar. Não tinha como conviver com aquilo. 

Respirei fundo algumas vezes. Tinha medo que, se abrisse a boca, minha voz ia entregar toda a confusão interna que estava acontecendo. 

–Você vai demorar mais quantos anos? –Tiffany falou alto, me olhando com nojo. Certo. Eu ainda trabalhava. Isso. E eu ainda tinha mamãe em casa, que precisava desse emprego tanto quanto eu. 

Tobias não mudava nada disso. 

–Desculpa. –respondi, abrindo um sorriso. Os garotos todos me encaravam. 

–Não sabia que você e Trenty tavam de rolo. –um ruivo falou, e eu tinha quase certeza que fazíamos Literatura Inglesa juntos. 

–Não é como se você soubesse muita coisa, Caleb. –Tobias falou, revirando os olhos. 

–Bom, eu tenho média dez em Educação Física e não sabia disso também. 

–Isso é porque você disse ao treinador Jones que ele tinha emagrecido. -um outro menino, que eu podia apostar que se chamava Ivan bateu na cabeça do outro. Lembrava mais ou menos de ter me implorado para explicar uma matéria que o professor tinha acabado de passar, umas três vezes. Era realmente muito burro.  

Eu estava quieta, enquanto distribuía os pedidos. Eles tinham pedido tantas bebidas que meus braços cansaram de tanto mexer. Tobias começou a entregá-los junto comigo, sabendo o que cada um tinha pedido sem nem perguntar. 

–Então vocês tão mesmo de rolo? –outro perguntou.

Era um grupo enorme de testosterona reunido ao redor de uma mesa. Garotos tão lindos que poderiam facilmente ser confundidos com o elenco de alguma série adolescente norte americana, com seus uniformes de time e músculos extravagantes. 

Em uma competição constante de quem era mais idiota. 

–Não. -cuspi a palavra. 

–Mais ou menos sim. –Tobias falou, ao mesmo tempo que eu.  

O que? 

–Ti, você vai quebrar o copo assim. –Lea falou, olhando assustada pra garota. 

Com isso, Tiffany derramou toda a Coca-Cola pela mesa, me encarando como se fosse levantar e puxar meus rins para fora a qualquer momento. 

Quantas horas eu aguentava viver sem os dois rins? Devia pesquisar sobre isso. Era interessante. Se tivesse que escolher, eu pediria que ela arrancasse o direito. 

–Você pode limpar essa merda, ou vai ficar aí me encarando? –murmurou, com nojo. 

Vaca. Ela que limpasse aquele negócio com a língua. 

Argh. 

–Deixa que eu pego um pano. –Trenty disse, sorrindo pra mim um pouco envergonhado. Antes que eu pudesse descontar toda a minha raiva nele, saiu correndo para detrás do balcão como se já tivesse feito aquilo muitas vezes. 

–Então, você tá ou não de rolo com ele? –um menino loiro perguntou, se inclinando na minha direção. Será que todos os garotos daquela cidade tinham músculos enormes assim? 

Eu estava prestes a bater em alguém. Mas talvez não fosse a melhor conduta para o segundo dia de trabalho, estapear os clientes.

–Não. 

–Isso quer dizer que pode sair comigo na sexta? –o suposto Ivan perguntou, piscando para mim. Ele tinha olhos castanhos bonitos.  

–Cai fora, cara. –um outro cara disse. 

Deus. Será que eles estavam fazendo isso para me deixar confusa? Porque eu, definitivamente, estava confusa. E enojada. Quer dizer, alô, onde estava a noção deles? Não era só porque estava solteira que queria sair com aqueles exemplares de heterossexualidade e beleza desperdiçada. 

–Cala boca, Eric. –a garota sentada ao lado dele grunhiu, com raiva. Toda a equipe de líderes de torcida parecia prestes a me enforcar. 

Tobias parou ao meu lado, com um pano fedorento na mão. 

–A Marny tá te chamando. –ele piscou para mim, se inclinando sobre Tiffany e limpando a Coca-Cola. 

Meu coração acelerou. Não sabia se era pela piscada maravilhosa que tinha dado, ou por estar limpando o que era minha obrigação, sem nenhuma cara feia. Parecia até contente em estar me ajudando. 

Tanto fazia. Estava odiando aquela sensação. 

–Chamou? –perguntei, me apoiando no balcão. Marny me encarou em dúvida, mas depois negou com a cabeça. 

–Não que me lembre. 

–Mas Tobias disse... –então me virei, e ele estava sorrindo para mim. 

–De nada. –falou, sem emitir nenhum som. 

Mais uma piscada. Uma incrível, maravilhosa e sedutora piscada. E um sorriso. E... argh! 

Devo ter parecido irritada, porque ele me olhou como se perguntasse o que tinha feito de errado. 

–Você vai comer aqui então? –Ric perguntou, me encarando de forma estranha. 

–É, querida. Achei que tinha dito que iria almoçar em casa hoje. –Marny parecia quase com dó. 

É. Eu ia. Mas quando cheguei em casa depois da escola, tinha um bilhete de mamãe falando em uma caligrafia horrível que ela ia fazer algo importante. Mais importante do que almoçar comigo pela primeira vez depois de cinco anos. O que não era surpresa nenhuma, mas tinha aberto uma cratera no meu peito. 

Não sabia porque isso me surpreendia, nem porque doía tanto. Mas, inferno, doía demais. 

–É. Minha mãe precisou resolver umas coisas da mudança. –dei de ombros, abrindo um sorriso. 

Então nós três viramos para encarar a confusão que os garotos do time de futebol estavam fazendo. Um deles tinha enfiado dois canudos na boca e fazia uma imitação muito ruim de Edward em Crepúsculo, enquanto uma garota imitava a Bella. 

Era horrível, imaturo, nojento e... engraçado. 

–Eu era assim ano retrasado? –Ric perguntou, com cara de sofrimento. Marny fez a pior atuação do mundo negando. 

–Claro que não! –mas, quando ele virou de costas, ela murmurou: –Você era pior.

Fui incapaz de rir, porque o olhar de Tobias queimava meu rosto e meu corpo. Ele caminhava em nossa direção.

Colocou o pano no outro lado do balcão, sem parar de sorrir ou quebrar o contato visual comigo por nem um segundo sequer. 

–Então, Dallas. Agora você já tá odiando menos as pessoas, no geral? 

Odiando? Eu não conseguia nem ficar irritada com ele por tempo suficiente, quem diria odiá-lo. 

–Não sei. Você ainda tá perseguindo as pessoas por aí? –queria parecer rude. Indiferente. Qualquer coisa que desmanchasse aquele sorriso maravilhoso de seus lábios. 

–Algumas. –as covinhas se tornaram ainda mais evidentes, fazendo meu estômago doer. 

Mal conseguia me manter de pé. Minhas pernas estavam tremendo, meu pulmão estava sem ar, e tudo porque ele estava apenas perto de mim. Sem nem sequer ter contato físico. 

–Fiquei sabendo que vamos ter muitas aulas juntos. –suas sobrancelhas se levantaram. 

–Foi o seu poder de ver o futuro de novo? –perguntei, apoiando o cotovelo no balcão. Não parecia haver mais nada. 

Tobias era como um sol. Todo o ar, visão, sentido e tempo girava ao redor dele. E aquilo era tão patético, porque eu realmente não conseguia prestar atenção em nada além de como se rosto era maravilhoso, ou como o tamanho de suas mãos era excitante ou como o cabelo dele estava caído de uma forma perfeitamente sexy nos olhos.

Ah. Ah. Ah! Que ridículo! 

–Não, dessa vez foi a Tyna da secretaria. Mas a sua opção me faria parecer menos idiota. –ele franziu o rosto, como se estivesse arrependido de não pensar nisso antes. 

–Então a Tyna resolveu que vamos ter muitas aulas juntos? 

Tobias piscou.

–Sou bom em persuasão. Você devia tomar cuidado. 

Eu já estava tomando cuidado, mas não parecia nem de longe ser o suficiente. 

–Gabby? Ei, Gabby! –essa era a voz de Richard. Bem ao meu lado. Me chamando como se não fosse a primeira vez. –Meu Deus, Gabrielle, você é surda? 

Ele parecia muito mais que irritado.

–Desculpa. Desculpa! –me apressei para pegar os pedidos que estavam estendidos pelo balcão, tentando não encarar a linha grossa que se formava entre as sobrancelhas de Ric.

Aquele era meu trabalho. O que estava pensando? Que poderia passar horas encarando Tobias, quando todos os amigos dele estavam aqui, nos olhando também? Ou quando Marny e Richard precisavam da minha ajuda? Ou quando tinha todos aqueles pedidos e... 

–Calma aí. –Tobias falou, abrindo um sorriso e pegando alguns pedidos da minha mão. Sem tocar de verdade em mim. –Te ajudo. 

Ah. Como eu gostava dos olhos dele. 

Dez minutos depois, o restaurante estava finalmente em silêncio enquanto o grupo de hormônios se preocupava em comer, e não falar. Era paz para os meus ouvidos. Eu tinha me enfiado no depósito para fugir de Tobias, com a desculpa que ia revisar o estoque, quando ouvi a porta do restaurante abrindo. 

Trenty estava sentado em um dos bancos no balcão, falando com Ric sobre futebol. Não tinha passado nem um minuto sentado com os outros meninos, desde que entrara. Eu apreciava aquilo. Não sabia o que pensar da índole de alguém que aceitava as coisas que aqueles idiotas falavam. 

Fui para o balcão, caso precisassem de ajuda.

–Minha pequena-grande Kylie-Popp! –Marny falou alto, limpando a mão no avental e correndo para abraçar a menina que tinha acabado de entrar. 

Parecia uma Barbie. Uma pequena, bem estruturada e perfeita Barbie. Não precisei olhar duas vezes para saber de quem era irmã.

Os cabelos não eram pretos e grossos como o de Tobias; caíam em ondas perfeitas loiras até a cintura em contraste com os mesmos olhos azuis dele, embora fossem maiores e não tivessem todas aquelas cores diferentes, sem misturar verde, marrom e azul em um só como Tobias. Mas o sorriso era, definitivamente, da mesma intensidade. Cobria o restaurante todo. 

–Ei, Tobby. Acho melhor você me pagar aquele milk-shake agora. –Kylie o encarou, levantando uma sobrancelha, tentando fazer cara de irritada. 

A visão de Tobias a encarando como um pai babão, mesmo que estivesse revirando os olhos, derreteu todo meu coração. Ele se aproximou dela e me apontou com a cabeça. Os olhos da garota pousaram em mim, sem muito ânimo. 

–Essa é a Gabrielle. –Tobias me encarou, com um sorriso tão grande que me fez doer as bochechas por ele. –Ela não é minha namorada. E eu não estou fazendo psicologia reversa. 

–Hm. Então era nela que você ficou pensando o dia inteiro ontem?

–Kylie! Pelo amor de Deus, eu tô tentando me fazer de difícil.  –Tobias bagunçava o cabelo dela, como punição. 

Ele balançou a cabeça e me encarou, parecendo minimamente envergonhado. Se não sentasse em dois segundos, eu com certeza iria cair. Ou talvez vomitar. Ou talvez cair e vomitar, não exatamente nessa sequência. Porque o jeito como olhava para mim me fazia sentir como se nunca tivesse sido tão... querida por alguém, a minha vida toda. E o sentimento era tão bom que doía.  

Nem sabia se a palavra inodiável existia. Mas, em todos os sentidos, para todas as razões e com todos os fatos, Tobias Trenty era inodiável. 

 



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