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História Damnation Eternal - A Better Future


Escrita por: nnigma

Notas do Autor


Finalmente estou começando uma longfic de verdade, com uma história de verdade! Demorei a começar a escrever por ter que fazer algumas pesquisas sobre palavras em latim, cidades futurísticas e tudo o mais, mas aqui está!
Realmente espero que gostem, não quero decepcionar ninguém, haha.

Diferente das outras fanfics que postei, essas vão ter capítulos revisados porque eu realmente quero que seja uma coisa completa e legal, mas qualquer erro, por favor me avisem!

Boa leitura. ♥
Nick.

Capítulo 1 - A Better Future


Fanfic / Fanfiction Damnation Eternal - A Better Future

 

Na sua época, se falava sobre escassez da água? Alguém tomava alguma atitude a respeito disso? Provavelmente não... Caso contrário o futuro não seria da forma que é.

 

Assim que as últimas fontes de água potável foram se esgotando, os últimos rios de água doce secando, o governo não viu outra forma senão intervir. A princípio, a água apenas ficou mais cara. Muito mais cara. Segundos de água correndo pela torneira da pia significavam horas árduas de trabalho à população.

Entretanto, ainda era pouco. Não muito após a primeira intervenção, o aumento do custo, o fornecimento de água encanada foi cortado. Não havia mais água livre no chuveiro, na pia, em lugar algum. Se a pessoa quisesse se lavar, quisesse cozinhar, quisesse simplesmente saciar sua sede, deveria ir a um dos centros de distribuição montados pelo governos em cada cidade.

O lugar era altamente vigiado pelo exército, a fim de evitar saques. Cada civil poderia pegar apenas dois galões de quatro litros por dia, mediante pagamento do valor cobrado e apresentação da identidade. É claro, nessa época a forma de identificação era apenas um simples cartão com foto, nome, número de documentos... A princípio, funcionava bem.

Os falsificadores começaram a surgir em grande escala, porém. Às vezes, um pai de família tinha até quatro identidades diferentes para conseguir suprir toda a necessidade de seus filhos, era apenas ir a centros de distribuição diferentes. Quando o governo começou a notar o quão comum isso passou a se tornar, colocou em prática a implantação de chips eletrônicos, substituindo as identidades.

Através do chip, conseguia saber-se não só o nome da pessoa, mas sua ficha criminal, caso houvesse uma, a quantidade de filhos, onde morava, onde trabalhava. O governo tinha muito mais controle sobre a população. E a população, muito menos controle sobre seu destino.

Aos poucos, pessoas começaram a morrer por conta da falta de água.

Afinal, uma coisa leva a outra. Agricultores tinham menos acesso à água também, irrigavam menos suas lavouras, produziam menos, os alimentos ficavam mais caros, mais raros de se encontrar e a população desnutrida. A morte em massa era algo certo a se esperar acontecer.

Conforme pessoas iam morrendo, algumas cidades se tornavam menos valiosas, ou menos produtivas... Quando isso acontecia, o governo fechava o centro de distribuição de água. Era como se abandonasse seu povo à sua própria deriva. À sua própria sorte e morte.

Enquanto isso, nos laboratórios, tentavam manipular genes a fim de conseguir tornar humanos mais resistentes, não tão necessitados de água para sobreviver. O dinheiro era bom, muitos homens se candidatavam para testes, para terem seus genes observados, isolados... Não era fácil, tinham que se submeter a altas taxas de medicação, irradiação, esforço intenso. Nem todos sobreviviam.

A princípio, era uma pesquisa fechada e sigilosa. Civis não poderiam saber, porém conforme pessoas iam desaparecendo após serem “contratadas” pelo governo, os boatos começaram. Diziam que estavam fazendo mutantes, que estavam cruzando humanos com raças animais, testes em laboratórios. Era cada vez mais difícil conter a reação da população.

Conforme pessoas iam morrendo nos testes, o governo se empenhava mais em achar meios de tornar a raça mais forte. Inferus era o nome dado para os que conseguiam sobreviver, mesmo que fosse por alguns contados dias. Apesar de considerados o futuro da população, ainda eram vistos como inferiores aos “humanos normais”, pessoas condenadas, pessoas fadadas à morte.

Anos foram passando, mais e mais dinheiro era gasto com pesquisas e finalmente o sol começou a brilhar, mostrando um futuro melhor. Os inferus que conseguiam resistir aos testes já não mais morriam após dias, na verdade, se tornavam bem mais fortes que um humano normal, seja por resistência a doenças, pouca necessidade de hidratação com água, mas também desenvolviam algumas “mutações” a mais.

Havia registros de força fora do comum, reflexos melhorados, envelhecimento retardado, inteligência superior. Não era como se acabassem se transformando naqueles super herois de antigamente, que voavam, lançavam chamas e lasers pelos olhos. Eles simplesmente tinham algumas habilidades normais a qualquer humano aumentadas.

Conforme eram devolvidos ao convívio com a sociedade, sempre de forma vigiada, e as reações eram as mais diversas. Os que não sabiam, tratavam-nos normalmente, os que desconfiavam tinham medo, ou então repulsa. É incrível como o ser humano tem coragem de tratar alguém “diferente” a si de forma tão hostil, sem motivo algum.

Os inferus começaram a constituir famílias, se reproduzir e conforme os filhos iam nascendo, as pesquisas do governo continuavam. Muitos fetos acabavam não se desenvolvendo direito por conta da potência do gene manipulado em seu sangue, não aguentavam, outros acabavam nascendo com alguma deficiência, mas conforme os anos corriam, mais bebês nasciam saudáveis e semelhantes a seus pais. Mais um sucesso brilhante da medicina moderna.

 

 

__

Somnium - 2075

 

 

“Meninos!” A mulher de fios curtos e lisos chamava de dentro do corredor do pequeno edifício. Já era quase oito horas da noite, o horário em que soava o toque de recolher e embora soubesse que os meninos, apesar de novos, tinham plena consciência de que deveriam estar dentro de casa antes da sirene soar, ainda pareciam gostar de ficar brincando no pátio até o último momento.

Jungkook, um dos mais novos, era o mais sapeca. Estava pendurado em um dos ferros do balanço – ou pelo menos do que um dia já foi um balanço – enquanto os outros rapazes corriam atrás um do outro há poucos metros. Sentados em uma pequena mureta, apenas conversando e tomando conta dos mais novos, alguns rapazes já mais velhos apenas conversavam. Entre eles, Yoongi.

Naquele bloco do condomínio, era onde moravam as famílias com crianças. O governo era ambíguo na questão da natalidade. Incentivavam aqueles que eram considerados inferus “superiores” a se reproduzirem, e os inferus normais a, bom... Não se reproduzirem. A diferença entre eles era que os normais eram apenas resistentes à falta de água, nada mais que isso. Enquanto a classe superior tinha desencadeado em si habilidades a mais.

Em Somnium, a cidade onde moravam, quase toda a população era composta de inferus normais, com alguns superiores, porém era difícil realmente diferenciar. Nunca era aparente, não podia ser detectado logo no nascimento, quando o chip de identificação era implantado no pulso dos recém-nascidos, então se misturavam bem entre si.

Aconteciam casos de aqueles que não têm habilidades a mais se relacionarem entre si e seus filhos nascerem diferentes, mas era raro. Ou pelo menos não tanto, já que dois dos rapazes que moravam naquele pequeno bloco faziam parte desse tipo. Seus pais eram inferus normais, enquanto ambos nasceram com algo diferente.

Jeon Jungkook conseguia enxergar perfeitamente no escuro. Ou melhor, em qualquer ambiente. Suas retinas se adaptavam a qualquer situação; escuro, tempestade de areia, poeira. Nada atrapalhava sua visão. Já Min Yoongi conseguia sentir a presença de outros inferus mais “desenvolvidos”. Ele mesmo não sabia explicar, mas se alguém por perto era, ele sabia, ele conseguia sentir onde estava. Tinha uma inteligência um pouco mais avançada também, mas esse era o menor detalhe.

 

Ali naquela cidade, se o governo soubesse que algum dos jovens tinha habilidades a mais, o recrutava para que fizesse parte do exército, muitas vezes de forma obrigatória. Por isso alguns pais faziam o possível para esconder seus pequenos. Era o caso dos pais de Jungkook. Entretanto, assim que Yoongi o conheceu, quando sua família se mudou para aquele condomínio, o menino ficou animado por saber que não era o único diferente.

As duas famílias se estranharam de início, porém viram que era mais fácil se acabassem se juntando para sobreviver ali. Eram vizinhos de apartamento. Os quatro adultos tinham que trabalhar quase quatorze horas por dia para conseguir suprir as necessidades de suas famílias. Estava tudo muito caro, muito escasso, mais difícil de conseguir.

Yoongi, Jungkook e as outras crianças ficavam na escola pela manhã e, pela tarde, Yoongi acabava sendo o responsável por cuidar de Jungkook, pelo menos quando já eram maiores. Cresceram juntos, brincando com os poucos brinquedos que tinham e agora mesmo que a diferença de idade se acentuasse mais, Yoongi com dezesseis enquanto Jungkook tinha doze, ainda eram bem próximos.

As crianças só entraram correndo para o pequeno prédio quando a sirene enfim soou e o toque de recolher foi instalado. Cada família se fechou em seu apartamento, trancando bem as portas e janelas. O boato era de que pela noite, aqueles que eram fora da lei, aqueles que não concordavam com seu governo saíam para realizar saques, crimes, então o toque de recolher era uma medida de segurança. Ao menos era isso que sempre lhes foi dito.

 

Assim que saiu do banho, de minutos contados e o mais rápidos possível, Yoongi foi até o quarto dos pais, acomodar-se sentado ao pé da cama enquanto os dois estavam deitados, praticamente prontos para dormir. “Eu queria falar com vocês...”

O pai do rapaz acabou sentando na cama, puxando um pouco melhor a coberta para si. Tinha as mãos um tanto calejadas e machucadas por conta do trabalho pesado que fazia diariamente, mas o toque ainda era suave e carinhoso sobre o ombro do rapaz sentado a sua frente. Sua esposa continuou deitada, mas sorria ao filho, mostrando que poderia falar.

“Ano que vem vão abrir inscrições para o exército... Eu acho que vou me inscrever. Os salários lá são melhores, eu posso mandar dinheiro para vocês e quem sabe levar vocês para lá depois, não é justo a gente ficar por aqui, viver sempre nessa droga de cidade e morrer de trabalhar para não ter quase nada.”

A mãe de Yoongi perdeu um pouco do brilho de seu sorriso, porém foi o pai quem apertou mais os dígitos no ombro do filho. “Yoongi... Qualquer coisa que você fizer na vida, queremos que seja para você... Eu e sua mãe estamos velhos já, você não precisa pensar em nós... Tem que pensar em ter uma vida mais tranquila do que a que nós tivemos quando tínhamos a sua idade, criar uma família, conseguir cuidar dela...”

“Nós vamos sempre te apoiar, filho... Queremos o que for melhor para você!” A mulher disse com um novo sorriso nos lábios e o rapaz acabou se acomodando entre os corpos alheios, aconchegando-se no carinho que sentiam. Embora tivessem dificuldades, embora as chances de melhoras fossem quase nulas, nunca perdiam a esperança e o amor entre si.

 

O ano seguinte chegou. Yoongi ainda estava decidido a se alistar para o recrutamento, não tinha o costume de desistir de alguma ideia quando a colocava na cabeça. Como todos os dias, voltava da escola junto de Jungkook, que caminhava ao seu lado. Tinham quatro anos de diferença, porém o mais novo era da sua altura e tinha praticamente o mesmo corpo. Talvez fosse uma das habilidades a mais pertencente a ele.

“Você vai amanhã mesmo?” O de olhos não tão repuxados, já que era mestiço, olhou para o amigo ao seu lado. Estava claramente sentido com a escolha dele, afinal... Nenhum dos jovens que se recrutaram ou então foram forçados a servir o exército jamais voltaram para suas casas. Nem para uma visita que fosse.

“Uhum... Logo cedo eu vou no centro de distribuição, eles vão estar recrutando lá.” Yoongi, apesar de tudo, tinha medo do que aconteceria. Tinha medo do que sofreria, como seria o treinamento, se realmente conseguiria mandar dinheiro para os pais e muitas coisas a mais que não deveriam passar pela cabeça de um jovem de dezessete anos.

“Meu pai diz que os homens do exército são maus... Eles tiram de quem não tem para dar para quem tem, eles fazem coisas ruins...” O rapaz de treze anos ainda não conseguia entender bem como tudo funcionava, quem eram as pessoas boas ou ruins, apenas seguia o que seus pais falavam. Não queria que seu melhor amigo se tornasse um dos caras maus.

“Eles não são maus! Eles quem cuidam da gente, quem dão segurança... Se não fosse por eles, estaríamos numa situação bem pior do que já estamos.” Ambos acabaram rindo com aquele comentário, mesmo que fosse um riso seco, com uma pitada de tristeza.

“Nós nunca mais vamos nos ver, certo?” Jungkook se encolheu um pouco mais na grande mochila que carregava nas costas e agora evitava encarar o outro ao seu lado. Tinha medo de acabar chorando na frente dele. Não queria que essa fosse a última lembrança que Yoongi levaria de si.

E o mais velho não soube o que responder. Não poderia afirmar que se veriam, pois essa era uma incerteza, mas também era difícil pensar que de fato não se veriam mais. Um simples e fundo suspiro acabou escapando de sua garganta. Mais doloroso do que pensou que seria. “Quem sabe?!”

 

 

__

Eternal - 2088

 

 

Yoongi não gostava de fazer tanto barulho àquela hora da manhã, mas não conseguia se sentir revigorado e acordado o bastante sem ouvir o ronco do motor de sua moto antes de sair da garagem do gigantesco edifício onde morava. Não era o mais chique, o mais bem frequentado, o mais caro nem nada do tipo, mas era perto do trabalho, perto do centro então o considerava perfeito.

O engarrafamento era intenso logo cedo. Milhares e milhares de pessoas indo aos seus escritórios, ou fosse lá onde trabalhavam. Porém... Por sorte o governo tinha uma faixa exclusiva apenas para seus funcionários, o que fazia com que não tivessem problema nenhum no caminho, tanto para irem ao trabalho, quanto quando tinham que ir às ruas como parte do serviço. Yoongi usava das duas possibilidades.

Os radares captavam os sinais dos chips de identificação dos motoristas, então se aquela pista era exclusiva para funcionários do governo, ninguém sequer ousava trafegar por ela sem permissão. Na verdade, em Eternal, poucos ousavam sair do ritmo normal da cidade, fora do padrão. Os “fora da lei” geralmente eram pessoas que vinham de fora e acabavam entrando na cidade ilegalmente.

 

Em quinze minutos, Yoongi já estacionava em sua vaga reservada no edifício da Securitatem Imperium, em outras palavras, o Comando de Segurança da cidade. O distintivo de prata da polícia brilhava forte em seu casaco, e seguiu em passos calmos até o corredor que levava ao elevador. Outros colegas de trabalho também adentraram, cumprimentou alguns e conforme os andares iam passando, cada um saía no correspondente a seu devido setor.

Quando seu andar chegou, Yoongi se adiantou pelo mesmo. O local era enorme, dividido com inúmeras divisórias de vidro. Em algumas partes estavam os arquivos, em outras a parte tática, a parte de inteligência, treinamento... O homem chegou em sua mesa e espreguiçou-se assim que sentou na confortável cadeira de couro.

Digitou a senha do sistema de segurança e então teve acesso à sua parte. Cuidava da captura de criminosos. Um pouco mais especificamente, saía com alguns outros policiais para procurar pessoas fora da lei, principalmente se houvesse suspeita ou confirmação de que aquela pessoa era um inferus mais desenvolvido. Afinal, Yoongi conseguia sentir a presença deles.

Abriu a lista de procurados, ao menos ninguém fora do normal, apenas os mesmos de sempre. Muitos achavam que a captura era sempre fácil uma vez que tinham tanto preparo, tecnologias, formas de controle da população. Mas em tempos onde no mercado negro se conseguia chips novos, com identificações novas, uma mesma pessoa poderia cometer crimes centenas de vezes, sob nomes diferentes e sumir do mapa no instante seguinte.

Era frustrante. Parecia que quanto mais o setor de inteligência e identificação conseguia avançar nas tecnologias, mais os hackers avançavam também e conseguiam burlar o sistema. Por isso acabavam precisando de pessoas como Yoongi, que tinham “algo” a mais, pois confiar inteiramente nos vigilum ou no sistema nem sempre adiantava.

Vigilum eram os ciborgues projetados para acompanhar os policiais em suas rondas, ou o que quer que fossem fazer. Respondiam a todas as ordens, eram rápidos, ágeis, e sua mira nunca falhava. Yoongi não tinha um só para si, como todos seus colegas. Ele dizia que não gostava de trabalhar em dupla nem nada do tipo e não precisava disso. Então quando precisavam dele, o chamavam e ele ajudava no reforço ou na procura, nunca saía por conta própria, ou sozinho, para resolver algo.

Em outras palavras, Yoongi era o antissocial da empresa. Até conversava com seus colegas de trabalho, mas na maioria das vezes apenas ficava sentado em sua mesa e atualizava os cadastros de suspeitos, analisava, tentava achar pistas de onde estavam escondidos. Em campo, não falava muita coisa, quase sempre conseguia encontrar os fugitivos, então após isso os vigilum continuavam o trabalho.

Era cansativo, às vezes tedioso. Mas pagando suas contas, estava bom.

 

 

__

 

 

“Yoongi?”

O homem ajeitava algumas pastas dentro do sistema quando escutou seu nome sendo chamado. Era o representante principal de seu chefe no setor. Eram raras as vezes que ele saía de seu posto para falar com alguém, mas quando isso acontecia, todos sabiam que era importante. Yoongi mesmo, assim que viu de quem se tratava, levantou-se, seguindo até o homem mais alto e velho que si.

“Sim?”

“Me acompanhe, por favor.” Em passos apressados, ambos seguiram até o escritório do representante. Ele logo acionou o escurecimento automático de sua sala pelo computador, fazendo que todos os vidros automaticamente ficassem mais escuros. Eles ainda podiam ver o que acontecia do lado de fora, mas os outros não podiam vê-los.

“Aconteceu alguma coisa?” Yoongi perguntou um tanto sério. Tinha os braços cruzados frente ao peitoral e encarava de forma determinada aquele homem, que fez menção para que ele se acomodasse na cadeira, porém o policial preferiu continuar de pé mesmo.

“Bom... Essa noite houve um vazamento de informações, aliás, essa madrugada, há algumas horas. Precisamos encontrar o alvo o mais rápido possível.” O homem parecia bastante nervoso e apreensivo, como se sua cabeça dependesse daquilo. Talvez fosse mesmo, sabia que seu chefe não era nem um pouco amigável.

Yoongi pegou seu celular do bolso, acessando por ele o sistema de segurança da cidade, seguindo para a parte de suspeitos e alvos. “Qual o nome dele?”

“Ele não está no sistema! É... É muito urgente, não há tempo de fichá-lo, e por algum motivo não querem que o façam também, não me pergunte... A ordem é atirar para matar.” Ele estava claramente agitado e parecia procurar alguma coisa dentro de suas gavetas, bagunçando todos os papeis que encontrava.

“Querem que a gente vá atrás de alguém que não tem ficha criminal, que não querem que seja colocado lá e ainda atirar para matar? Isso é contra todos os protocolos... Como vamos saber se é a pessoa certa?” Aquela história estava realmente muito estranha. Yoongi era alguém muito correto, entregava todos os seus formulários em dia, quando tinha que confrontar alguém que era apenas um suspeito, tentava ser o mais amigável e político possível – até certo ponto –, e detestava confrontar ninguém que não lhe desse motivos para fazê-lo.

“Eu não sei!” O homem acabou gritando. Parou por alguns instantes logo em seguida, tentando recompor-se. “Eu não sei... Me deram as características dele, é tudo o que eu tenho e temos que ir agora... Eu não estaria chamando você se não soubesse que você é capaz... Além do mais, meu cargo está em jogo se a gente não pegar esse menino ainda hoje.”

 

Yoongi com certeza não sabia o que fazer. Na verdade, sabia o que não queria fazer. Com certeza aquilo estava cheirando a algo muito errado. Algumas vezes, pessoas do governo acabavam dando seu jeito para ferrar aqueles que entravam em seu caminho, ou quem não gostavam. Não era comum, mas acontecia. Essas pessoas nunca eram fichadas, apenas sumiam do mapa após uma breve conversa com policiais. Todos os registros sumiam, absolutamente tudo, como se a pessoa não tivesse nem mesmo existido.

Parecia ser o caso. E a última coisa que Yoongi queria era se envolver com algo do tipo. Porém, sabia que se o cargo do representante estava em jogo... Assim que foi envolvido por ele, o seu também passou a estar.

Quando a conversa acabou, ambos saíram da sala e seguiram para dois andares abaixo de onde trabalhavam, onde ficavam os equipamentos. Colaram seus uniformes, os capacetes e o homem mais velho dava comandos pelo celular de que precisaria de uma viatura e dois vigilum disponíveis para acompanha-lo em uma missão nível cinco.

Assim que desceram, a viatura os aguardava frente à saída do elevador e adentraram a mesma. O endereço foi acionado pelo GPS no carro elétrico, não necessitava de motorista, então ambos poderiam armar alguma tática durante o caminho. No visor de Yoongi, para si, apareciam projetadas as informações do alvo. Geralmente com fotos, nomes, mas no momento, as únicas características eram: alto, asiático, moreno.

Ótimo, grandes informações. Viviam em uma cidade com bastante diversidade, diversas etnias, não era tão comum encontrar asiáticos, mas também não era raro. Com apenas aquilo, seria fácil se enganar e acabar pegando uma pessoa errada que estivesse na hora e local errado.

Yoongi verificava as balas de sua arma. Não gostava de usá-las e o fazia o mínimo possível. Talvez tenha atirado em campo no máximo cinco vezes em todos os seis anos em que já estava no cargo, apenas saía com ela por questão de protocolos e defesa pessoal. Deixaria toda a ação para os dois robôs que estavam sentados atrás de si no banco.

“Que tipo de informação foi vazada?” A curiosidade não era algo que andava junto daquele homem, mas em um momento daqueles, não podia deixar de perguntar.

“Isso é sigiloso.” Foi tudo o que recebeu como resposta.

“Eu preciso saber quem vou prender...”

“Não, você precisa prender. Esse é o seu trabalho. Você não vai precisar fazer nada na verdade, só ajude a encontrar ele... Eu já configurei os vigilum. Esse menino não vai ter nem chance.” O homem disse com um ar de diversão, como se estivesse indo para uma arena de paintball com amigos numa tarde de domingo e não para a procura de um fugitivo, uma pessoa de verdade e com armas de verdade.

Já Yoongi, continuava com um horrível pressentimento dentro de si. Seu estômago reclamava um pouco, parecia apreensivo e aquele policial realmente odiava sentir-se assim. Tanto quanto odiava sentir que estava fazendo parte de algo errado, como agora.

 


Notas Finais


Espero que o primeiro capítulo tenha cativado vocês! Os próximos serão com mais ação e acontecimentos, esse de uma forma ou de outra tinha que conter a introdução do ambiente mesmo.

Como sempre, comentários, críticas e sugestões são sempre bem vindos!
A ideia é atualizar uma vez por semana, já que quero fazer capítulos maiores e com mais conteúdo.

Obrigado por terem lido! ♥

See ya.
Nick.


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