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História Damned Blood - Capítulo 3


Escrita por: ThayEvyOfficial

Capítulo 4 - Capítulo 3


A LHS era um prédio extenso escolar de três andares, continha 15 salas de aula, dois banheiros para cada sexo, uma ginásio que era mais como um porão. A higiene, graças a Deus pouco estava em falta, então podíamos fingir que tínhamos uma algo decente. O corpo docente estava bem, tirando que a escola não tinha dinheiro o suficiente para pagar professores melhores, os pais estavam satisfeitos com o fato de que nenhuma matéria se encontrava sem professor, como se isso significasse que o nível de ensino da gente estava igual aos dos outros alunos de outras escolas. Por exemplo, um fumava enquanto ensinava, o outro simplesmente dormia na mesa pela ressaca, e assim por diante. A senhora Petterman era uma das poucas exceções, ela fazia o que podia dentro das possibilidades, mas pra uma professora de artes, ela nunca deixava de bancar a durona para que prestássemos atenção em suas aulas, porém eu sabia que era uma fachada, não tinha medo dela, aliás, de ninguém naquela escola. 
Eles me conhecem como Ammy, a estranha, uma versão rica e quase bonita da Carrie, só que, claro, sem os poderes telecinéticos e tudo mais, eu gosto de pensar que eles têm medo de mim, mas a verdade não é essa. A grande maioria dos retardados daqui ou já foram presos ou viveram perto da violência real do mundo, com pais drogados ou ladrões, ou até mesmo assassinos. Eu sou só uma garota de 16 anos com um cabelo ondulado, por vontade da natureza, uma pele meio rosada e olhos tão negros quanto a noite.
Não sou uma grande ameaça, sou franzina, tenho apenas uma amiga e não faço a mínima questão de ter mais, então eu acho que o sistema daqui é tipo "Se você tem bom senso de não querer andar com a gente, não mexa conosco que não mexeremos com você!". Junto com a vantagem de ninguém saber que eu era a filha do rei do Fast Food da cidade. É bom. Assim, pelo menos, evito confusões e conflitos desnecessários, o acordo com minha mãe foi ficar aqui só por um ano e depois eu poderia pegar a declaração de aprovada do segundo ano do ensino médio e cursar o terceiro em minha antiga escola, então eu só preciso aguentar mais alguns meses.
Me sentei embaixo de uma das árvores do jardim que ficava na entrada da escola, peguei meu livro e comecei a ler, mas logo parei, tomando um susto ao ver uma mão carregada de pulseiras pretas com espetos de prata, outras com caveiras e uma que dizia "Stay Strong" em cima do meu livro para me impedir de ler. Levantei uma sobrancelha e ergui a cabeça para a pessoa.
– Oi, Ali! - ela sorriu e se sentou do meu lado. Fechei o livro - Você sabe como eu odeio que faça isso.
– É, mas você estava começando a ler, então ainda não tinha viajado na narração, então, não valeu. - revirei os olhos.
– O que foi?
– Eu vi um vídeo no facebook que mostrava a nossa turma saindo do museu quando ele estava pra explodir pela segunda vez e... - a interrompi.
– Não tinha ninguém comigo. É, eu também vi. Não sei nem o que pensar disso.

Alison suspirou.
– Tem certeza que você não imaginou o cara? Vai ver você tá com saudade do Derick.

Olhei séria pra ela.
– Você tá brincando, né? - Derick Philips era um cara da minha escola antiga que eu namorei, mas quando eu vim pra LHS, ele aproveitou que eu não estava mais por perto pra vigiá-lo e pegou a primeira vadia que viu pela frente. Não... Posso ser nova nesse lance de namoro e ele pode ter sido o meu primeiro, mas eu não sou idiota.
Caras como Derick não merecem atenção dos meus pensamentos nem se eu estivesse desesperada, além do mais, o cara que me salvou no museu era bem diferente. Fisicamente.
– Ué, pode ser. - Alison deu de ombros - Você pode ter ficado carente de ter passado quase um ano sem beijar ninguém e pode... - eu não prestei atenção no restante de sua frase, pois estava pra desviar o olhar dela e voltar a ler o livro quando eu vi um pouco distante da gente, um garoto com cabelos cor de mel e os ombros largos, apertados em uma camisa preta, de costas, lendo algo enquanto estava sentado em um banco. Meus olhos se arregalaram e eu abri a boca, tomando ar. Era ele. Quem me salvou do museu estava bem ali - O que foi? - Alison me despertou do rápido transe.
– É ele. - sussurrei apontando pra minha visão.
– Ual. - ela disse - Tá, você não tá doida, pelo menos o cara existe. E, minha amiga, você teve sorte! - completou em um tom malicioso.
– Cala a boca! - eu ri - Ele estuda aqui.
– Isso tá óbvio, né? Mas o que a gente faz agora? Vamos lá e simplesmente tiramos satisfações por sua estranha e abençoada aparição ou ficamos aqui admirando sua beleza divina?
– E o que eu vou dizer? Oi, eu sou a garota que você salvou, queria te perguntar algumas coisinhas como agradecimento e talvez invadir a sua privacidade, você se
importa? - gesticulei, medindo os pesos - Não acha que vai soar estranho? Ele pode ser um agente do governo em missão, ou sei lá. Isso já explicaria muita coisa.
– Medrosa! - Alison se levantou, as botas de couro baixas fazendo um som impactante, apesar da grama.
– O quê? Aonde você vai? - eu a segui, tentando impedir que ela alcançasse seu objetivo, mas apesar de eu estar usando All Stars e uma calça jeans, não conseguia ser mais rápida que ela.

Ela parou atrás do cara e tocou seu ombro que se virou para ela, ou melhor, para a gente. Deus, ele era mais bonito ainda na luz do sol. O cabelo estava reluzindo, os olhos mais claros do que nunca sob os raios solares e assim, com o rosto erguido, só agora eu pude perceber no quão seus lábios eram carnudos.
– Eu... Posso ajudar? - ele perguntou, naquele tom de segundas intenções, o que me fez perceber que talvez esse fosse o jeito dele de falar e que pelo menos isso era minha imaginação.
– Sim, é que você realizou um ato heroico ontem no passeio da turma da senhorita Petterman ao museu de história da arte ao salvar a vida da minha melhor amiga. - Alison respondeu.
– Não foi nada. - ele riu levemente e finalmente olhou pra mim, pois eu estava um pouco mais atrás e eu posso não ser experiente nisso, mas aquele com certeza foi um olhar insinuativo acompanhado de um sorriso de canto.
– Ali, esquece eu mesma falo com ele.

Ela sorriu, vitoriosa.
– Sabia que isso te faria criar coragem!

Alison nos deixou, apertando meu ombro e sussurrando no meu ouvido "me conta tudo depois". Eu respirei fundo e espremi os lábios, me aproximei do banco, me sentando ao lado do estranho e pus uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, envergonhada pela situação. Mas ele parecia intrigado com a minha aparição e continuava com aquele sorrisinho condescendente no rosto.

– Eu só queria agradecer pelo o que você fez. - comecei - E fazer algumas... Perguntas.
– Hum. - ele deu de ombros e se curvou, os músculos ficando mais largos e destacados ainda - Se eu puder responder.
– Você sabia o que iria acontecer?
– Não. - ele riu - Como eu poderia saber? Além do mais, não acha que se eu soubesse eu teria evitado o desastre em vez de continuar lá dentro?
– Sei lá, você parecia querer me proteger.
– Você acha que é especial pra mim? - ele me encarou.
– É claro que não, eu nem te conheço. Mas você parece me conhecer... - eu sussurrei, lembrando que ele disse meu nome ontem sem eu ter lhe contado.
– Ammy, a estranha... Acho que todos sabem quem você é. - ele se encostou novamente no banco, olhando pra frente.
– O que quer dizer?
– Que essa fachada de garota estranha é só um truque, você gosta de atenção. Então pode voltar de onde veio, não vai ter isso comigo.

Agora ele pegou pesado. Tudo bem, ele não queria falar comigo e eu só agora eu percebia que devia estar incomodando. Mas não precisava lembrar que todos nessa porcaria de escola me achavam esquisita. E ele tava errado, eu tava longe de gostar disso. 
Respirei fundo e baixei os olhos.
– Já entendi, não vou mais te perturbar, fica tranquilo. - me levantei e caminhei de volta para dentro do prédio, me recusando a olhar pra trás.

Não importava se ele tinha salvado minha vida, se ele era bonito ou se tinha algo de muito esquisito nele em si, mas não valia a pena ser maltratada outra vez. Por ninguém.



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