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História Dança Comigo? - My girl


Escrita por: lelehyuuga

Capítulo 4 - My girl



"Eu tenho a luz do sol num dia nublado
Quando está frio lá fora
Eu tenho o mês de Maio
Eu suponho que você diz
O que pode me fazer sentir deste jeito?
Minha garota"


Ir à escola jamais fora motivo de tamanha ansiedade para ela. Mas claro, esse sentimento não devia-se ao explêndido fato de que aquele dia seria muito bem preenchido com aulas de matemática, história, geografia entre outras disciplinas tão estimulantes quanto. Não. Toda aquela animação tinha por motivo um garoto com a pele de um lindo tom que lembrava chocolate, cabelo afro e olhos grandes, alegres, escuros e expressivos, que, coincidentemente, encontrava-se no mesmo estado de euforia naquela manhã. Mal podia esperar para sair de casa e encontrar a menina de olhos castanhos, brilhantes como as estrelas num céu de uma noite sem nuvens e lábios avermelhados e bem desenhados, como os de uma boneca de porcelana. Lábios os quais, para a sua imensa satisfação, os seus próprios já haviam tocado uma vez, mesmo que rapidamente. 
– Vamos logo, papai! — Pedia Diana, já na porta de casa.
– Acalme-se! Por que a pressa, menina? — Perguntou pegando a chave do carro.
– Apenas não quero chegar atrasada, a primeira aula hoje é muito importante! — Respondeu. Justamente naquele dia acordou mais tarde, pois o despertador não tocou.
– Ok, já está tudo pronto? — Perguntou, como se já não soubesse. — Vamos.

*

Michael esperava ansioso. Conversava com alguns amigos, mas não estava atento às coisas que falavam. Seus olhos vacilavam entre os ponteiros do relógio na parede e a porta da sala. O primeiro sinal tocou, abafado pelas vozes das crianças que entravam para o início da aula.
"Onde está ela?". Pensou Michael, caminhando até a sua própria cadeira, ainda sem desviar os olhos da porta.
– Michael, aqui está a sua borracha, esqueci de entregar ontem. Obrigada! — Disse Bia, atraindo sua atenção.
– Ah, de nada! — Respondeu. E no momento em que voltou-se novamente para a porta, viu Diana entrar apressadamente sem olhá-lo. Seu coração disparou.
Ela sentou-se em seu lugar habitual, no outro extremo da sala ao lado de Fernanda.

*

Ela sentiu o olhar de Michael sobre si, mas não o retribuiu. Estava nervosa demais para tanto, ao menos naquele momento não conseguiria encará-lo.
– Por que chegou a essa hora, Dee? Esqueceu que hoje o Chokito vai olhar os cadernos e distribuiur as merrecas? — Perguntou Fernanda, assim que ela se acomodou na cadeira ao seu lado. — Eu estava louca pra te contar uma coisa, mas agora não dá!
– O despertador não tocou, acordei atrasada! — Respondeu baixinho. — Depois preciso te contar uma coisa também!
Ajeitou-se na cadeira e pegou o material de história. Abriu o caderno, preparando-se para o início da aula, quando sentiu alguém cutucando seu braço.
– Recado pra você! — Disse Fernanda, com uma expressão de surpresa. E estendeu um pedaço de papel.
– De quem é?
– ... Michael. Foi o que me disseram. — Respondeu ela.

"Oi Diana, tudo bem? Preciso muito falar com você. Por favor, me encontre no banco do gramado no intervalo."
Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, então tratou de escrever "Tudo bem sim, Michael! Pode deixar, estarei lá!" e madar para ele através de sua amiga.
– Era dele mesmo? — Perguntou Fernanda, como quem não quer nada.
– Sim... — Respondeu reticente, disfarçando para que o professor não notasse a conversa.
– E então... O que ele queria? — Cochichou, sem poder esconder a curiosidade.
– Depois eu explico, senão o Chokito vai ver! — Respondeu baixinho.
-Tá! — Respondeu insatisfeita.

*

– Menina, depois da apresentação de ontem não te vi mais, você saiu assim que acabou né? Uma pena, porque depois eu encontrei o Michael, e nós coversamos bastante! — Disse Fernanda, num tom alegre e levemente presunçoso assim que o sinal do intervalo tocou. Então o objeto no pulso da amiga chamou-lhe a atenção. — A é! Pulseira bonita! 
– Eu sei que ele apareceu. Nós conversamos também! Aliás... Um pouco mais que isso!  foi ele que me deu essa pulseira!
Fernanda arregalou os olhos, surpresa.
– O que? Ele te deu a pulseira? Por que? E como assim "um pouco mais do que uma conversa?" — Perguntou, surpresa.
– Desculpa, Fe. Mas agora não dá pra explicar tudo. Ele quer falar comigo! — Disse, de repente anciosa. — À propósito... Ele não te disse nada, quando se encontraram ontem? Quer dizer, sobre... Mim?
– Falar sobre você? Falar o que?! E o que ele tem para falar com você agora? — Perguntou encomodada, tanto pela a falta de informação quanto pela repentina aproximação deles.
– Ora, se eu soubesse eu não precisaria ir até lá, não acha? — Perguntou, agitando nervosamente as mãos.
– Um... E por acaso aconteceu alguma coisa... Para ele querer falar com você agora? — Perguntou, desconfiada.
– Sim! — Respondeu alegre e nervosa ao mesmo tempo. Respirou fundo. — Ontem... Um selinho! — Respondeu, muito corada.
– O que?! — Indagou, surpresa. — Vocês se beijaram?! — Repetiu incrédula, um tom mais alto e agudo do que o normal.
– Shiiu! Fale baixo! — Pediu com um sorriso tímido.
– Desculpa! — Disse, tampando a própria boca. Deu um sorrisinho. — É que eu não estou acreditando numa coisa dessas! Que bomba! — Disse atônita.
– Pois é, e agora ele quer falar comigo!
– Então o que você ainda está fazendo aqui, menina?! 
– Acha que eu devo mesmo ir? O que será que ele quer dizer?
– Só vai saber se for!
– Pode ir comigo, Fe?
– Eu não! E ficar segurando vela?! Isso é com você, não comigo! Além do mais, ele não vai ficar à vontade comigo lá. Onde já se viu, um encontro com terceiros!
– Tem tazão! Então eu vou lá! Me deseje sorte! — Pediu, nervosa.
– Boa sorte. — Disse ao observar sua amiga correr em direção à porta.

*

Seu coração batia forte no peito, mais por conta do nervosismo do que pela pequena corrida até ali. E aquele pequeno órgão pulsante acelerou-se ainda mais assim que ela o avistou sentado no banco logo à frente. Parecia procurar alguém, com os olhos atentos virados para o outro lado.
– Oi! — Disse ela, timidamente.
– Oi Diana! — Disse ele, virando-se para ela. Parecia nervoso. — Sente-se.
Ela então se sentou ao seu lado. Estavam pouco a vontade, e não se olhavam nos olhos, apenas de soslaio.
– Então... Como você está? — Perguntou ele. — "Que pergunta idiota, Michael!" — Pensou.
– Estou bem! — Disse docemente virando-se para ele. — E você?
– Também.
Então algo chamou a atenção dela.
– Michael, o que é isso no seu rosto? — Perguntou curiosa, referindo-se a um pequeno hematoma um pouco acima da bochecha.
– O que? Isso? — Perguntou, pondo a mão sobre o ferimento. — Não é nada.
– Esse "nada" apareceu bem rápido, pois se eu me lembro bem, ontem ele não estava aí. — Disse ela, com um meigo sorriso.
Ele riu.
– É sério, não foi nada. — Disse, escondendo-o com a mão.
– Michael! Fala pra mim, o que foi? Se realmente não fosse nada, você não esconderia! Deixe-me ver. — Disse, tocando-lhe na mão que cobria o hematoma. Seus olhos se encontraram, e os dela o instigavam a fazer o que ela dizia, então com um suspiro de derrota, ele retirou a mão.
– O que foi isso? — Perguntou examinando o pequeno ferimento.
– Foi só o meu pai... Descobriu que fui ver a apresentação ontem. — Disse, encarando o chão.
– Ah Michael! Me desculpe! Desde o momento em que você disse que os seus pais não deixaram você ir, eu soube que ia dar encrenca! Me desculpe, não queria que isso acontecesse! — Começou a falar, nervosamente.
– Não tem problema, Diana! — Disse ele, com um sorriso.
– Como não tem problema? É claro que tem problema! Olha só esse machucado! — Dizia ela, sem parar.
– Acalme-se Nany! — Disse ele, gentilmente.
Aquela frase a fez calar-se, e seu coração disparar. Nany... Ninguém nunca a havia chamado assim.
– Não foi para falar disso que eu te chamei... — Disse ele. Respirou fundo. — Eu na verdade queria te perguntar uma coisa.
– O que? — Perguntou suavemente.
– É... Primeiro eu queria te dizer... Que eu... Bom, que eu... Acho você muito bonita, legal, inteligente, gentil... E Eu gosto m-muito de você! Há muito tempo. Então eu queria saber se... Você... Q-quer... Ser namorada minha! — Disse ele corado fitando o chão. As palavras jorraram rápidas e confusas. — Q-quer dizer, minha namorada... — Então olhou para ela.
Ela sentiu o rosto esquentar. Seus olhos brilhavam ainda mais, e um sorriso começava a surgir, enfeitando seus lábios de boneca.
– ...Sim! — Respondeu ela, baixinho.
– Sim? — Repetiu ele.
– Sim, eu quero! — Disse ela, num sorriso. — Eu também gosto muito de você!
Ele abriu aquele lindo sorriso, então abraçaram-se.
– Que ótimo! — Disse ele aliviado, ainda abraçando-a. — Como é bom ouvir isso, Nany! — Beijou-lhe a bochecha.
– Eu adorei isso! — Disse ela, voltando a olhá-lo nos olhos. As mãos de ambos estavam frias, trêmulas e juntas num abraço de dedos.
– O que? — Perguntou ele.
– Nany! Ninguém nunca me chamou assim! — Sorriu timidamente.
– Pois então agora eu vou chamar! — Disse ele, sorrindo para ela.
Ela riu, e beijou-lhe a bochecha.



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