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História Dança Comigo? - Let me carry your school books


Escrita por: lelehyuuga

Capítulo 5 - Let me carry your school books



"Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... "
 
                                                                   (Pablo Neruda - Saudade)

– Oi Diana! — Cumprimentou Fernanda, aproximando-se dela no intervalo.
– Oi Fe! Por onde você tem andado? Não tenho te visto esses últimos dias nos intervalos! Parece até que tem me evitado...
– Bem, é que agora você só passa o tempo com o seu namorado! — Disse cruzando os braços.
– Eu passo os intervalos com ele porque não consigo te achar! Toda vez que o sinal toca você agora sai correndo da sala! — Respondeu-lhe. — Estava mesmo com saudades de conversar com você, mas durante as aulas não dá.
– Mas onde está o Michael, a propósito?
– Ele não veio hoje. Nenhum dos irmãos veio. — Disse dando de ombros. Ao ouvir aquilo, os olhos de Fernanda mostraram o que parecia ser um lampejo de desapontamento.– Sente aqui comigo, tenho muitas coisas para te contar!
– E como anda o... Namoro? — Perguntou sentando-se.
– Ah, está tudo ótimo! Sabe, ontem mesmo Michael me levou até em casa! — Disse animada.

___

– Posso te acompanhar até a sua casa hoje, Nany? — Perguntou-lhe assim que o sinal tocou. A frase pegou-a de surpresa.
– Me acompanhar até em casa? — Repetiu.
– Sim!
– Tudo bem... Desde que isso não vá trazer problemas para você! 
– Não vai, já falei com o meu irmão. É só o tempo da aula dele acabar.
– Bom, se é assim...
– Então vamos? — Disse oferecendo-lhe a mão.

*

– Então nós fomos, e ele levou os meus livros! — Relatava Diana para sua amiga e confidente Fernanda. — Me deixou na porta de casa e... Me deu um beijinho! — Disse corada. — Rápido! Fiquei tão nervosa! Já pensou se alguém aparece? Minha mãe, meu pai?! Me arrepio só em pensar!
– Um... Quer dizer que a coisa está séria, né? — Perguntou ela com um pequeno sorriso forçado. — Que bom para você, amiga! Mas... Por que eles não vieram hoje afinal?
– Bom... No caminho nós fomos conversando, e ele disse que não viria hoje... Lembra que eu te disse que ele e os irmãos iriam àquele programa de televisão?
– Sim, o que tem?
– Os planos mudaram... Eles foram ontem mesmo para o estúdio da Motown em Detroit!
– Ora, mas isso é bom! E quando eles voltam? 
– Provavelmente no domingo! — Disse-lhe animada.



***



A manhã de segunda-feira finalmente chegara. Um pouco antes, mais precisamente no fim da tarde anterior, o talentoso grupo de irmãos Jacksons e seu progenitor adentravam, coincidentemente, na rua Jackson número 2300 trazendo consigo muitas novidades e euforia. Após dividi-las com suas irmãs e mãe na noite do regresso, era hora de compartilhar aquilo tudo novamente, mas dessa vez com Nany. Ao chegar na sala de aula, porém, Michael deparou-se com a ausência dela, o que realmente não era comum e o surpreendeu.
Ele seguiu assistindo às aulas, mas sempre atento à porta caso ela chegasse. Mas isso não aconteceu nem mesmo após o som longo e estridente que anunciava o intervalo ter soado. Então resolveu perguntar sobre seu paradeiro à sua melhor amiga.
– Oi Fernanda! — Disse-lhe com um sorriso amigável.
– Oi Michael! — Respondeu-lhe com os olhos brilhando de encantamento. — Como foi a sua viajem?
– Foi muito boa, obrigado! — Respondeu cordialmente. — Você sabe da Na... Quer dizer, Diana? 
O sorriso dela diminuiu imediatamente, e seus olhos tornaram-se mais duros. Ele só conversava com ela pra saber da namorada?! Só Diana e Diana?!
– Ah... Ia dizer Nany, não é?  — Respondeu mais séria.
– É... Na verdade sim! — Disse com um sorriso sem graça. — Eu a chamo assim.
– Eu sei...
– São muito amigas não é? Ela te conta tudo? — Perguntou com um sorrisinho curioso e um pouco acanhado.
– Sim, ela me conta... Somos mesmo muito amigas.
– Ela gosta muito de você... Sabe por que ela não veio hoje? — Perguntou. Ela demorou um pouco para responder.
– Ué... Ela não te contou? — Perguntou. Sua expressão mudou de dura para surpresa e confusa.
– Me contar o que?
Fernanda pôs a mão sobre os lábios. Seus olhos, arregalados.
– Oh! Como ela não te contou? 
– Não me contou o que? — Perguntou.
– Diana foi embora, Michael!
Michael piscou algumas vezes, sem entender.
– O que? Como assim?
– Ela foi morar no Texas! Não sei exatamente onde, só sei que é mais para o sudoeste. Parece que a avó dela está com problemas de saúde e os pais decidiram ir morar lá para cuidar dela. Estão planejando essa viajem desde umas três semanas antes de vocês começarem a namorar! Ela não te disse? — Perguntou incrédula.
– Não ela... Não me disse. — Disse fitando a parede atrás de Fernanda. Então olhou-a nos olhos. — Isso é sério mesmo?
– Claro que é! Eu não inventaria isso! — Disse. Então pôs a mão no ombro de Michael. — Você está bem? Eu não sabia que ela não tinha te contado!
– Não eu... Estou bem, só... Não entendo! — Disse perplexo.
– Eu sei, eu sei! Sinto muito! 
 
*

Naquela noite lágrimas frustadas e silenciosas foram derramadas por ele sobre o travesseiro. Como ela pôde fazer isso?
Ela tinha partido. Ela tinha partido, e sem dar a ele a chance de se despedir! Ela tinha partido sem ao menos lhe avisar que um dia o faria dessa forma e tão cedo. Ela sabia que partiria e mesmo assim fez questão de fazê-lo sofrer, dando-lhe a felicidade de estar com ela e, sem mais nem menos, arrancá-la. Ela sabia que partiria e mesmo assim teve a coragem de o fazer entregar-lhe o coração sem reservas, para então levá-lo para bem longe. Levá-lo para os dias quentes e noite frias dos desertos texanos. 
Mas isso jamais se repetiria. Ao secar a última lágrima derramada por causa ela, prometeu a si mesmo que não deixaria mais nenhuma garota o magoar, e que esqueceria Diana por bem ou por mal. Seria difícil, um trabalho longo e árduo, mas prometeu que um dia conseguiria tirá-la de seus pensamentos, e quando esse dia chegasse, ela seria apenas uma vaga lembrança trancafiada num cofre bem no fundo escuro de sua mente, uma vaga lembrança de um amor que foi embora para sempre rumo ao Texas.
 



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