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História Dança Comigo? - Capítulo 2


Escrita por: Agathinha_sama

Capítulo 2 - Capítulo 2


 

Bastou eu me sentar no banco do carona pra sentir aquele perfume extremamente doce, aquele que te faz nunca mais desejar ver um doce na vida, e bem no meio do console estava o culpado daquele cheiro enjoativo, um frasco pequeno de cor violeta. Escrito em seu rótulo em letras grandes – aromatizar de veículos. Nossa!

Passaram-se apenas míseros dez segundos e já estou implorando, pedindo aos céus que ela não more longe, mas como sempre as coisas nunca acontecem como quero, a moça que me contratou abriu a porta do carro, fechou a porta, fechou as janelas (todas) e ligou o ar condicionado colocando na temperatura mais gelada possível.

Ótimo! Posso escolher a causa da minha morte! Ou por falta de ar ou de hipotermia! (rs)

- Ai que calor! E logo de manhã! – enquanto guardava os óculos em um porta-trecos (havia incontáveis porta-trecos no carro) ela tirava um batom vermelho gritante do porta-luvas e passava nos lábios com uma habilidade que me fez sentir inveja. Ligou o rádio, ajeitou o cabelo, o casaco, verificou espelhos, e eu lá respirando aquele veneno que podia ser encontrado em qualquer mercado ou loja de conveniência.

Depois de uma eternidade ela finalmente deu a partida entrando numa fileira enorme de carros, pra ajudar o trânsito estava lento, isso em plena 9:00 da manhã, uma coisa bem incomum de acontecer, não acha? Mas como sempre digo, é só comigo que essas coisas acontecem! Já nem reclamo mais, só deixo acontecer.

O carro brecava a todo momento, meu corpo fazia aquele movimento de vai e vem a cada cinco segundos, me sentia montada num jegue, e ela estava ali, tranquila, cantarolando a música que tocava no rádio, ora olhando o retrovisor lateral, ora se admirando no espelho por sobre os óculos.

Fico pensando, será que foi uma boa ideia aceitar esse emprego logo de cara? Apesar de que tecnicamente, ela não me dera nem chance de escolha. Sabe quando você sente uma pulga atrás da orelha, quando algo te incomoda e você não sabe dizer o que é? 

Quando a esmola é demais o santo desconfia! Ou é apenas uma pegadinha do meu subconsciente?

- Então você não é daqui? – ela me pergunta, ainda bem que ela começou porque eu não fazia ideia de como quebrar aquele clima de trânsito lento e solavancos. – É de onde?

- Tokyo. – parece que eu apenas respondi a pergunta dela, mas acho que minha voz soou meio rude, não sou muito boa conhecendo pessoas novas. Pra ajudar um pouco mais, as mãos começam a ficarem escorregadias devido ao suor, odeio ser uma pessoa ansiosa!

Por mais um tempo ficamos caladas, ela dirigindo e eu respirando com a boca pra não vomitar ali mesmo, não que já não estivesse com vontade. Pra tentar me distrair eu observava o lado de fora, pessoas andando por aí, cada uma com seus compromissos e vida, e eu ali, calada feito uma múmia sem nem saber como se comportar na presença de outro semelhante. Talvez se fosse um Et eu me sentiria mais aberta a discussões e conversas calorosas, quem sabe?

- Sakura, não é? – ela pergunta quebrando minha linha de pensamentos novamente.

- Sim.

- Já estamos chegando, então quero te passar algumas instruções. – nessa hora eu tremi um pouco e nem sei dizer ao certo o porquê, ela desligou o som e se ajeitou melhor no banco, limpando a garganta antes de começar a falar – Em primeiro lugar, hoje eu não quero que entre em nenhum dos quartos, fique ou na cozinha ou na lavanderia, deixe a limpeza para amanhã, a prioridade agora é o almoço. Em segundo lugar, quero que lave algumas roupas que deixei na lavanderia, menos o vestido amarelo, ele eu vou levar em uma lavanderia especializada, e por último, deixe toda a comida disposta na mesa, não precisa servir, você só prepara.

Estava tão concentrada nas regras que só percebi que havíamos chegado quando o carro parou e ela puxou o freio de mão com força.

- Aqui – ela disse me entregando um pequeno controle preto com dois botões vermelhos – o da direita abre e o da esquerda fecha o portão pequeno, este controle pode ficar com você, não o perca. 

- Hai! - assenti que sim com a cabeça.

- Sakura, tudo tem que estar pronto às onze horas em ponto, meu marido não gosta de atrasos. – falando assim eu até imagino um grande ogro mal-humorado (rs) – Hoje eu não virei almoçar, meu marido já está ciente. No fim do dia nos falamos. – dei um leve sorriso me agarrando a minha bolsa e abri a porta do carro saindo.

- Até log... – mal comecei a me despedir (sinal de boa educação) e ela saiu acelerada dobrando a esquina e sumindo de minha visão periférica (sinal de má educação). Esqueci! 

Viro-me a procura do portão e sinto minha boca abrir aos poucos, como se pesasse mais do que qualquer outra parte de meu corpo. ‘Esse controle é de qual portão?’ – me pergunto encarando cinco portões. Porque uma pessoa normal compraria uma casa com cinco portões?

Aperto o primeiro botão que sinto abaixo do meu polegar e nada acontece. Olho para minha mão e só aí entendo: “Então né Sakura, o de abrir o portão é o da direita! Dã!”. Aperto o tal botão e escuto um clic, um portão relativamente pequeno se abre. Assim que dou o primeiro passo sinto um frio na barriga... eu estava prestes a entrar na casa de alguém e estava sozinha, e esse alguém eu nem conhecia, só sabia mesmo era o nome – Karin – e nem me lembrava do sobrenome, sem falar de que eu teria que preparar uma refeição para alguém que nem fazia ideia do que gostava de comer! (momento pânico!)

- Respire fundo Sakura! Vai dar tudo certo no final, você vai ver! – disse a mim mesma. Sim, eu converso comigo mesma! Gosto de conversar com pessoas cultas, modestas e inteligentes! 

Entro fechando o portão atrás de mim e o que encontro me deixa fascinada. Normalmente, em casas normais (que não era o caso desta casa), encontramos na parte da frente um jardim ou algo do tipo, mas essa casa não, quem precisa de jardins quando se tem sete carros enfeitando sua garagem!

- Tá explicado os cinco portões... – nem sei de que marca são, os nomes então... 

A porta da frente estava aberta e dava direto para a sala, e que sala! Acho que saber limpar não deve ser o suficiente, nessa casa eu penso que talvez se faça necessário um curso intensivo de empregada doméstica. O tapete todo branco e macio ocupava uma boa parte do ambiente, contrastando com os sofás pretos que pareciam nunca terem sido usados antes. Na estante toda de vidro que ocupava o canto direito da sala, um enorme som se fazia imponente em meio aos incontáveis dvd’s, e para quebrar o gelo algumas flores distribuíam sua cor aqui e ali, um pouco de vermelho, um pouco de branco. 

- Onde será que é a cozinha? – me pergunto em voz alta enquanto meus olhos percorrem rapidamente algumas mídias da estante.

Olhando ao meu redor, a casa parecia ser imensa, e achar a cozinha parecia missão impossível – Olá!? Tem alguém em casa? 

Mais nem o eco me responde, ao que parece, a casa se encontra vazia. Então era isso, eu na casa de um desconhecido completamente perdida e sem nenhum guia turístico ou mapa, mas sei que a situação pode piorar um pouco mais, sempre pode. O que resta, afinal, é explorar, e me atentando mais as horas, terei que explorar da maneira mais rápida possível sem direito a paradas para fotografia!

Contei no mínimo uns seis cômodos diferentes antes e chegar a um corredor pouco iluminado, mas muito bem decorado, com pelo menos umas dez portas distribuídas. 

- Esses devem ser os quartos de que ela falou. – penso. Voltando um pouco e pegando outra direção, dou de cara com uma mesa de jantar muito linda, toda trabalhada na madeira e em seu centro uma linda cesta com flores e frutos que deviam ser de cera. – A cozinha não pode estar longe. – Dito e feito! 

Na porta lateral encontro uma cozinha, e que cozinha! Estilo americano com pias de mármore e toda equipada e paramentada! Dava para fazer pratos requintados e um jantar para no mínimo cem pessoas ali! Tá, reparar nos detalhes da casa dos outros é muito divertido, muito legal, mas a hora esta passando. O relógio marca 9:40 e eu ainda tenho que ver o que tem pra cozinhar.

Pequenos desafios do dia-a-dia! “Mãos à obra!” 



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