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História Dandelion - Por trás da Máscara


Escrita por: KakaLeda

Notas do Autor


OIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIEIE MEUS CRAZYSSSSS<3<3<3<3

♬♬SO FAR AWAY♬♬ --> Essa música do Suga é linda demais (ele é o meu Bias >.<) (Leiam a letra da música pra vocês verem o poder desse compositor/rapper maravilhoso)
Gente eu acho que estou pegando vocês de surpresa com esse capítulo, não é mesmo? >.< É pq eu estou muito ansiosa para avançar logo a história(e também para chegar nas partes que quero chegar(。◕‿◕。) )
Obrigada por todos os comentários, vi que vocês bugaram bastante com os acontecimentos do cap passado kkkkkkk mas não se preocupem, tudo vai dar certo, vocês vão começar a entender a partir de agora.... Estão preparadas para saber se suas teorias estavam certas? Pois as repostas começarão a vir >.<
E mais uma coisa--> AI MEU DEUS, VOCÊS FIZERAM UM GRUPO NO WPP PRA DANDELION? Foi isso mesmo produção???? Se antes eu já estava tocada com os seus comentários de incentivo e de carinho, agora eu estou casada com a aresta da parede (porque o chão e o teto são de vocês e.e) e nós duas estamos tendo uma lua de mel em Dubai.
Obrigada por isso<3

Capítulo 54 - Por trás da Máscara


Fanfic / Fanfiction Dandelion - Por trás da Máscara

Lorenna

 

“Não confie naquele que você confia”, se Sophie queria me dizer algo com isso, porque ela não me disse de uma vez o que realmente queria me falar? Uma sensação de incômodo terrível adentrou minhas entranhas, alguma coisa estava muito errada. Parte de mim sabia o que era, mas minha cabeça insistia em não entender.

– Você disse que era um plano dele... – eu murmurei, de costas para Dimitry – Então por que não o expôs para todos aqui? Por que deixou que ele escutasse nossos planos?

Senti a presença de Dimitry se aproximar. Por um segundo o seu calor foi intimidante, como se ele fosse um predador e eu a sua presa. Mas foi tão momentâneo que me perguntei se aquilo que eu sentira havia sido real ou somente da minha cabeça.

– Eu já expliquei a você, Lô... Por que não está acreditando em mim? – sua voz demonstrava que ele realmente tinha ficado magoado, isso mexeu comigo.

“O que está fazendo? Se esqueceu que é o Dimitry? Foi ele quem nunca mentiu para você, ao contrário de Nathaniel...”, minha cabeça martelava, eu me sentia dividida e horrível.

Eu me virei para ficar de frente para Dimitry e soltei o ar.

– Desculpe, eu... Eu apenas ainda não consigo aceitar que o Nathaniel... – um nó se formou em minha garganta, mas o segurei para que com ele não viessem as lágrimas.

O olhar de Dimitry escureceu, e novamente eu senti aquela sensação sombria, agora com mais intensidade.

– Eu poderia ter ido com eles, mas se eu fosse... Perderíamos a chance – Dimitry se aproximou mais um passo de mim e pegou uma mecha do meu cabelo.

– Chance? De quê? – do que estava falando? Eu me sentia completamente confusa.

– De fugirmos – os lábios de Dimitry formaram um sorriso desconcertante e um tanto... Psicótico – Nem você e nem eu queremos fazer parte dessa loucura, desse jogo de poder... Vamos aproveitar e fugir agora.

Eu recuei um passo. Aquela proposta era tudo o que eu mais queria há algum tempo atrás, mas agora... Muitas coisas tinham mudado.

– S-seria bom, mas – eu tentei falar, mas Dimitry se aproximou mais, com uma expressão no rosto que estava começando a me assustar.

– Eles que se matem, se fugirmos agora nunca mais precisaremos responder a ninguém – Dimitry agarrou meus pulsos com firmeza e me puxou para ficar bem próximo dele. Próximo demais.

– D-Dimitry, o que está fazendo? Nossos amigos estão arriscando a vida deles lá... Não posso ignorar isso – eu falei enquanto tentava me soltar de Dimitry, mas ele era bem mais forte.

– Todos podem estar mortos amanhã, Lô, pense logicamente comigo... Venha comigo – Dimitry usou o tom de voz mais cínico que escutei em toda a minha vida.

Eu arregalei os olhos, incrédula com o que ele havia dito, e o empurrei para longe de mim.

– O que está dizendo? V-você... Você está aproveitando o fato deles terem ido, é isso? Você não está nenhum pouco preocupado com... Ai meu Deus – eu murmurei. De repente foi como se eu tivesse tomado um banho de água fria e que isso tivesse me despertado completamente. O olhar de Dimitry, o que ele estava falando, a forma como ele estava falando, o que Sophie me havia dito...

Eu tentei me recompor, tentei mesmo, esfriei minha expressão e tentei não tremer diante daquele homem desconhecido – pois o Dimitry que eu conhecia não era assim – então me virei e comecei a andar em direção à escada.

– Eu vou ver como Kim está – eu disse já subindo os primeiros degraus.

– Posso ir com você...

– Não!... Quer dizer, eu posso ir sozinha – eu acrescentei rapidamente, com um tom de voz menos alarmado, e me voltei para a escadaria.

No entanto, quando eu já estava prestes a subir o quarto degrau, a mão de Dimitry me puxou para trás, me fazendo tropeçar em meus próprios pés e, consequentemente, me levando a cair no chão. Se eu não tivesse reagido um milímetro, minha cabeça teria batido com força no chão.

– Por que você continua fazendo isso? – a voz de Dimitry estava irreconhecível, assim como a sua face, que antes sempre me pareceu séria e sensata, agora eu poderia compará-lo com um maníaco.

– O que aconteceu com você? P-por que está dizendo essas coisas...? – eu comecei a me rastejar para me afastar dele, mas meu corpo machucado não conseguia fazer muito – Por que está agindo assim?

Dimitry balançou a cabeça de um lado para o outro, com o maxilar trincado, tomado de uma raiva anormal.

– Eu me segurei por muito tempo, Lorenna, eu obedeci às ordens daqueles cretinos durante anos e agora, quando posso finalmente me livrar dele... – Dimitry se agachou para ficar perto de mim, ele estava totalmente irado – Isso não faz nenhum sentido, era para você estar odiando ele... Era para você estar dizendo sim para mim nesse exato momento para fugirmos...

– Dimitry, eu não entendo... P-por que está falando assim? – meus olhos estavam marejados, meu corpo agora tremia por completo – Pensei que você e Nathaniel fossem... Ah! – soltei um grito quando Dimitry bateu em meu rosto com a palma da mão.

– Amigos?! – Dimitry soltou uma risada sarcástica, mas depois de alguns segundos acabou se recompondo – Por que você não podia ter continuado burra como sempre foi, Lorenna? Na sua cabeça éramos amigos... Ha! Tudo aquilo não passou de uma relação entre subordinado e chefe, e eu estou cansado disso... Estou cansado de ser o subordinado!

– Dimitry, o quê...

– Mas quando ele morrer eu vou tomar o lugar dele – Dimitry estava com os olhos arregalados para mim, e eles tinham o mesmo brilho que o de uma pessoa insana e perturbada – E aí eu vou ter o poder de te deixar livre... Pra viver comigo.

De tão pasma que fiquei com a declaração de Dimitry, me arrastei ainda mais para longe dele.

– Mas ao lado de quem? – eu perguntei, meus lábios estavam quase paralisados.

– Como assim? – ele me encarou com um olhar cínico.

– Você conta tanto assim com a morte de Nathaniel... Assim como você conta com a morte de todos os outros... De que lado você está, Dimitry? – eu perguntei enquanto o encarava com intensidade. Se ele dissesse mentiras, eu saberia.

Mas Dimitry não iria mentir, ele nem quis fazer o trabalho de atuar para mim. Dimitry apenas sorriu um sorriso de desdém e me empurrou para que minha cabeça batesse com força no chão – força o suficiente para me fazer ver tudo duplicado – e me pressionou com uma mão em meu pescoço.

– Se não vai ser por bem, vai ser por mal. Até porque... – ele se aproximou de meu ouvido e sussurrou – Ninguém vai vir te ajudar, todos já devem estar pegando um avião para Rússia, então aceite logo e não lute mais...

Eu só entendi o que Dimitry quis dizer com lutar depois que ele prendeu meus pulsos com uma só mão e se colocou em cima de mim. A sua mão livre puxou um canivete e começou a rasgar os botões da frente do vestido que eu usava.

– Pare! Pare! Não faça isso, por favor! – eu gritava e esperneava, tentando fazê-lo parar. Mas era inútil.

Dimitry então largou o canivete e começou, ele mesmo, a puxar todos os botões e a arrancar todo o tecido que pudesse estar impedindo-o de se aproximar de minhas partes íntimas. Eu olhei para ele, no fundo de seus olhos, buscando o Dimitry que um dia pareceu ser meu amigo, e tentei conversar com ele.

– Por favor... Você não é assim, você não faria isso comigo – eu implorei a ele.

Porém a resposta de Dimitry foi um beijo, um beijo que me enojou profundamente, pois ele não estava ligando nenhum pouco para o que eu sentia. Mas foi nesse momento de distração que aproveitei para pegar o canivete e usá-lo para furar as costas de Dimitry. Dimitry se contorceu para trás de dor, o que me libertou de sua prisão.

Eu saí correndo para alcançar a escada antes que ele conseguisse se recompor, mas Dimitry acabou agarrando meu tornozelo, o que me fez cair novamente com a cabeça no chão. Mesmo vendo estrelas e com a cabeça completamente dolorida, eu dei um chute em sua mão para que ele me soltasse, e parti para o andar de cima. Minhas pernas bambas e minha visão turva quase me fez cair mais duas vezes durante o percurso.

Eu não tinha nenhum plano, tudo que pensei foi em me trancar no quarto em que Kim se encontrava e esperar por um milagre, ou, se de repente lá dentro tivesse algo para eu usar como arma, eu o utilizaria para me defender de todas as maneiras possíveis.

Porém, assim que alcancei o piso superior, me deparei com uma fileira de corpos jogados no chão, tudo indicava que ali acabara de ocorrer uma luta silenciosa e rápida. Todos eram os seguranças que vieram com Dimitry, o que explicava a ausência deles durante minha “discussão” com aquele traidor.

Fiquei paralisada ao ver os corpos, e a falta do meu avanço permitiu que Dimitry conseguisse me alcançar, subindo as escadas com rapidez e agarrando novamente meus punhos, impedindo-me de escapar.

– Quieta – ele sussurrou a ordem em meu ouvido e me puxou para dentro do quarto aberto mais próximo. Dimitry estava alarmado, ele sabia, assim como eu, que aqueles homens tinham sido mortos há alguns minutos, e que o assassino ainda estava ali dentro. E algo me dizia que Dimitry era o próximo alvo, pois os olhos dele procuravam qualquer sinal de movimento, de uma forma desesperada, como se agora a presa fosse o próprio Dimitry.

E eu tive a confirmação disso quando a voz daquele homem vibrou em meus ouvidos.

– Eu realmente não queria acreditar nisso – Nathaniel apareceu na porta do quarto, com um revolver prateado mirando a cabeça de Dimitry. Nathaniel estava enfurecido, seus olhos dourados estavam cegos de ódio e de repulsa.

– Por que você voltou? – Dimitry perguntou, ainda me segurando firmemente, como se eu fosse a sua refém – Ah... Por acaso a Kim acordou?

– É, e ela contou tudo o que aconteceu à Sophie, canalha! Durante todos esses anos esteve trabalhando para Olga e para o Francis! Estava esperando apenas o seu momento para assumir o meu lugar... Desgraçado! – Nathaniel atirou na direção de Dimitry, o que, consequentemente a bala passou quase de raspão em mim e infelizmente não acertou nem mesmo um fio de cabelo dele.

Dimitry apertou as mãos que me prendiam.

– Opa! Opa! Calma, Romeu, não vai querer acertar a Julieta. Quer dizer... Não vai querer que eu a mate – Dimitry então enlaçou um braço em meu busto, prendendo-me, e tirou um revolver do bolso do casaco, depois o apontou para a minha cabeça e destravou a arma, deixando-a pronta para atirar. No primeiro momento eu recuei com medo do que aquela coisa poderia fazer com minha cabeça, mas assim que pus meus olhos naquele objeto e em seus detalhes e características, eu quase perdi o fôlego. Aquela era a arma que Anna, minha irmã, havia usado para me ameaçar.

– Ora, ora... Estou tendo um Déjà vu – a voz de Dimitry era veneno puro, eu quase podia sentir o ácido corroendo minhas entranhas – Você deve estar reconhecendo minha mascote preferida que, por causa de toda aquela encenação ridícula de “superamigos”, eu tive que esconder para que ninguém descobrisse sobre mim – Dimitry exibiu um sorriso dantesco, naquele momento ele mais se parecia com um sociopata do que com uma pessoa – Mas digamos que eu também fiz aquilo para que você continuasse comigo... Bem, o que um homem apaixonado não faz, não é...?

            – Você é doente! F-foi você quem deu a arma pra Anna! Como pôde ser tão cínico e mentiroso?! – eu gritei, minhas lágrimas escorriam em minhas bochechas e encharcavam as mangas do casaco de Dimitry.

            – CALA A BOCA! – Dimitry me pressionou com mais força, tanta que machucou meu tórax – Eu sou o cínico...? E o seu galã aí? Sempre soube da arma, mas nunca fez nada a respeito.

            Eu encarei Nathaniel sem entender. Ele sabia?

            – Eu não sabia, Dimitry, apenas suspeitei uma vez quando a vi com você, mas foi apenas uma suspeita porque eu te considerava um amigo... Até eu te ver saindo, semana passada, do escritório do meu pai em Berlim. Desde então a ficha vem caindo para mim sobre quem você é de verdade – Nathaniel pressionou o cabo do revolver que segurava, seu maxilar trincado demonstrava o quanto ele estava se segurando para não partir para cima de Dimitry com unhas e dentes.

            – Amigo, sei... Amigos costumam dividir coisas, mas você nunca a dividiu comigo – Dimitry puxou meu cabelo, forçando minha cabeça cair para trás e deixando meu pescoço exposto. Ele então começou a roçar o nariz na minha pele exposta, e sua mão começou a assediar meu busto, na região onde o vestido se encontrava rasgado. Por mais que eu quisesse me debater, aquela arma apontada em minha cabeça me deixava mais fraca do que eu já estava antes.

            – Eu tenho nojo de você – eu falei entredentes, cuspindo cada sílaba.

            – Larga ela, Dimitry, o assunto aqui é entre você e eu – o tom de voz de Nathaniel era ameaçador.

            – Nada disso, eu sei muito bem que estou em desvantagem aqui, meus homens foram mortos e os seus devem estar só esperando o seu sinal para invadirem esse quarto... Lorenna é o que vai me manter vivo, não é, meu amor? – Dimitry havia perdido completamente sua sanidade, ele realmente apreciava me tratar daquela maneira, mesmo sabendo que eu não estava correspondendo nenhum pouco às suas ações.

            – Eu prefiro morrer a isso – numa atitude total de desesperança e de frustração, eu dei um empurrão em Dimitry, depois girei de maneira que seu braço libertasse os meus, deixando minhas mãos livres para alcançarem aquele revolver maldito. Eu não ligava mais se Dimitry poderia me matar ali, eu apenas queria que tudo aquilo terminasse, mesmo se para isso minha morte fosse necessária. Eu estava farta de ser refém.

            No entanto, enquanto eu lutava para manter a mira da arma de Dimitry longe de mim e de Nathaniel, um disparo de outro revolver ecoou. Um segundo depois Dimitry arregalou os olhos e soltou um berro de dor, ele caiu no chão e se contorceu, agarrando a própria perna cujo músculo estava com um buraco e sangrava horrivelmente. Olhei para Nathaniel, mas não havia sido ele, então encarei a pessoa encostada na porta. Havia sido Kim.

            – Cheguei tarde, mas cheguei – ela falou, mas mais parecia com um gemido. Kim ainda estava com o corpo fraco por causa dos tiros que havia recebido, ela só conseguia se manter em pé porque havia a porta para ela se apoiar.

            Olhei para o estado deplorável em que Dimitry se encontrava e lhe roubei o revolver. Minhas mãos tremeram quando aquele objeto pesado de metal tocou minha pele, pois tudo que aconteceu comigo e com minha irmã passou diante dos meus olhos, e eu voltei a chorar. Até que a mão quente de Nathaniel pousou em meu ombro e ele pegou o revolver para tirá-lo de minha vista. Depois o loiro me ofereceu seu casaco para que eu pudesse me cobrir, já que a parte da frente do meu vestido praticamente não escondia mais o meu sutiã.

– O que vai fazer com ele? – eu murmurei para Nathaniel, ainda com os olhos em Dimitry. Dimitry me encarava com os dentes expostos e com os olhos afiados, parecendo um cachorro louco.

– Vou interroga-lo, quero saber até onde Olga sabe sobre nossos planos – Nathaniel me respondeu.

– E depois? – eu perguntei ainda mais baixo.

– Está querendo saber se eu vou mata-lo...? – Nathaniel colocou uma mão em minha bochecha e virou meu rosto para que eu o olhasse nos olhos – Eu não sei... Mas meus subordinados esperam que eu faça isso porque ele é um traidor, Lorenna.

Eu balancei a cabeça levemente num gesto de entendimento e depois a encostei no busto de Nathaniel. Por mais que doesse saber de tudo aquilo naquele momento, eu queria também entender o que estava acontecendo.

– Por que voltou?

– Quando Kim acordou, ela disse à Sophie o que realmente tinha acontecido. Dimitry a usou para se aproximar de nós, e Sophie percebeu isso, então ela decidiu manter silêncio até que Dimitry tivesse total certeza de que havíamos caído da armadilha dele e baixasse um pouco a sua guarda, por isso ela me fez ir junto. Depois que fomos, ela nos contou tudo, e eu quase enlouqueci dizendo que ia voltar imediatamente – disse Nathaniel com um sorriso bobo – Mas Sophie me convenceu de que eu teria que fazer tudo com cautela e discrição, para ter o mínimo de baixas possíveis, já que, nesse momento, nós precisamos de todos os meus subordinados vivos – a cada novo detalhe à explicação de Nathaniel eu ficava mais impressionada com o raciocínio de Sophie.

Foi por isso que não escutei nenhuma luta no segundo andar, os homens de Nathaniel devem ter subido e entrado pelas janelas e matado rapidamente os seguranças de Dimitry.

– Obrigada... De novo – eu disse, sem jeito, e pressionei ainda mais minha face contra seu busto, inspirando profundamente para sentir todo o seu cheiro. Como era bom tê-lo ali...

Nathaniel me abraçou em resposta e me tirou do quarto, provavelmente para que eu não visse a interrogação. A forma como os Albaneses interrogavam o inimigo sempre me enojou, pois sempre envolvia tortura, e se eu os visse fazendo o mesmo com Dimitry... Eu provavelmente não suportaria.

– Ligue para a Sophie, ela está preocupada com você, eu tenho que voltar lá pra dentro – disse Nathaniel, e logo em seguida ele me deu um leve e demorado beijo na testa.

– Tem certeza que você mesmo vai fazer isso? – eu perguntei preocupada.

Nathaniel analisou meu rosto e passou a mão sobre minha cabeça, só depois respondeu à minha pergunta com um balançar afirmativo de cabeça.

– Coloque um gelo nisso – ele disse quando tocou em um galo que havia em minha cabeça. Eu me retraí com a dor latente. Depois disso, Nathaniel se desgrudou de mim e entrou no quarto.

Eu segui direto para o quarto de Kim, para onde ela havia retornado, e a encontrei semideitada na cama, com um celular no ouvido.

– Ah, ela está aqui... Está bem... – Kim falou à pessoa do outro lado da linha assim que me viu entrar no quarto, em seguida ela se virou para falar comigo e ergueu o celular na minha direção – É a Sophie, ela quer falar com você.

Eu peguei o celular e o encostei imediatamente em minha orelha.

– Sophie? – eu chamei.

– “Lô! Me desculpa, eu te deixei distraindo aquele cara sozinha, mas só fiz isso porque eu sabia que vocês eram amigos, e não contei a você o que eu estava pensando em fazer porque senão você provavelmente iria ficar confusa e poderia até duvidar de mim, já que o conhece a mais tempo do que eu, então ... Ah, dane-se! Foi loucura do mesmo jeito e muito egoísmo meu, sinto muito...” – Sophie mal respirou enquanto falava, ela parecia estar se sentindo completamente mal.

– Não se preocupe, na verdade você ajudou todo mundo e... Ajudou-me a tirar algumas máscaras. Agora é você quem deve tomar cuidado, ainda não sabemos ao certo o que Olga sabe sobre nossos planos – eu disse.

– “Estão interrogando-o?” – ela perguntou.

– Vão começar agora... – de repente um berro de dor irrompeu do quarto ao lado, eu encarei a porta e pressionei o celular em minha mão – Já começaram.

– “Sinto muito, Lô” – escutei Sophie dizer. Em resposta eu apenas formei uns sons com a boca e desliguei o celular, depois caí no pé da cama de Kim e abracei meus próprios joelhos.

Foram horas de interrogatório, horas incontáveis e longas, pareceram dias. Eu não consegui sair para comer alguma coisa, na verdade meu estômago se contorcia a cada gemido e berro que saía do quarto ao lado.

Eu estava cansada. Cansada de sentir pena de Dimitry enquanto que ele faria o mesmo comigo e com Nathaniel e nem sentiria remorso. Ele me provou que tipo de pessoa era naquela madrugada, e agora, quando o Sol já estava se pondo lá fora, meus nervos se encontravam além dos próprios limites.

Me levantei com um salto e saí em disparada para o quarto do interrogatório. Quando entrei, eu o encontrei sentado e amarrado numa cadeira, cheio de machucados, com os dedos das mãos virados em ângulos anormais. Dimitry estava sofrendo, isso era visível, mas ele mantinha o sorriso cínico e psicótico no rosto. E esse sorriso se ampliou ainda mais quando eu entrei.

– Conte de uma vez! Conte para acabarmos logo com isso! – eu mandei, com os dentes trincados, com a raiva inflando em minhas veias.

– Está preocupada comigo? – Dimitry pareceu tocado, mas aquilo não era nada para mim.

– Lorenna... Não precisa ver isso... – Nathaniel tocou em meu braço e me puxou para trás, mas eu o fiz me soltar e saltei na direção de Dimitry com minhas mãos mirando o pescoço dele.

– Pare de brincar comigo... Estou cansada de todos vocês que usam e abusam das vidas de pessoas comuns. Sim, Dimitry, uma vez eu cheguei a te amar, mas você conseguiu destruir tudo – a cada palavra a força em minhas mãos ao redor do pescoço dele se intensificava. O rosto de Dimitry estava começando a ficar roxo – Conte de uma vez o que você falou para aquela cretina!

Gasp... – Dimitry tentou proferir algumas palavras, mas eu estava apertando com tanta força que a sua voz não conseguiu sair. Eu acabei afrouxando o aperto, e ele tentou novamente – Que... Horas... São?

– O quê? – que tipo de pergunta era aquela? Olhei de relance para Nathaniel, mas ele parecia tão confuso quanto eu.

– Que... Horas... Gasp... São?! – Dimitry repetiu.

– Vinte e uma horas – um dos homens respondeu, olhando para o relógio do próprio celular.

Dimitry então sorriu um sorriso narcótico e sombrio, e soltou uma leve risadinha enquanto revirava os olhos vermelhos de sangue e lágrimas.

– Já é tarde demais para vocês, aquela “cretina” já sabe para onde eles estão indo e o que estão fazendo... – Dimitry cuspiu uma bola de sangue no chão – A essa hora já deve estar começando.

– Do que está falando? O que está começando? – Nathaniel puxou a cabeça de Dimitry para que ele o encarasse.

– A festa! – disse Dimitry, com uma risada maquiavélica.

“Quem é você? Esse tempo todo você não passou de uma farsa...?”, essas perguntas martelavam em minha mente enquanto eu observava aquela cena grotesca.

– Desculpe, Lorenna, mas a vida é feita de escolhas, e eu fiz as minhas... – Dimitry falou, me encarando de soslaio.

De repente a língua dele se revirou dentro de sua boca, como se ele quisesse alcançar o último dente. De início todos estavam tão chocados com os últimos acontecimentos que ninguém se deu conta do que Dimitry estava planejando fazer. Ele alcançou uma capsula de cianeto preso na parte traseira do dente e o trouxe para entre os dentes, e então o mordeu, liberando a toxina e se suicidando poucos segundos depois.

Ninguém teve reação, ninguém soube o que fazer, todos estavam chocados demais. Nathaniel recuou um passo, pasmo e sem palavras, e eu me joguei no chão, destruída demais para conseguir mover qualquer membro do meu corpo. O que havia acabado de acontecer? Aquilo tudo mais se parecia um pesadelo. “Por favor, eu quero acordar!”.

– Precisamos avisá-los – Nathaniel murmurou, provavelmente tentando controlar o que estava sentindo na frente de seus subordinados.

– A-avisar? – eu balbuciei e olhei na direção de Nathaniel.

Nathaniel engoliu em seco, seus olhos estavam fixos no corpo de Dimitry.

– Avisar aos outros. A festa que Dimitry estava falando é a do cruzeiro – disse Nathaniel.

 


Notas Finais


♬Música: https://www.youtube.com/watch?v=WIdJi5IE0P0

Foram pegas de surpresa??? E o que acharam desse capítulo?? Rolou algum choque por conta da revelação do Dimitry? Imagino que algumas estejam querendo me bater pq ele era o personagem mozão de algumas.... e.e Sorry
O coração de vocês acelerou? Se sim, não o acalmem ainda, pois eu prometo que o próximo capítulo será o mais chocante (pelo menos vai ser para mim) pois muitas coisas tensas irão acontecer. Estejam preparadas!!!
Até o próximo cap! Por favor não se esqueçam de comentar o que acharam do capítulo<3<3<3<3<3
Amo vocês<3


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