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História Danganronpa 0.5: Shinkibou - Capítulo 5: Coragem - Medo (Ato 2)


Escrita por: Phantasmagoric

Notas do Autor


Pela primeira vez, não vou colocar a imagem da vítima no Ato 2 porque a imagem da vítima já foi mostrada antes :v
E só estava faltando a Kimiko para mostrar. Espero que não se confundam!
Achei que esse caso seria curtinho, mas até que foi bem longo. Espero que gostem!
Quem matou Izumi Sayuri?

Capítulo 11 - Capítulo 5: Coragem - Medo (Ato 2)


Fanfic / Fanfiction Danganronpa 0.5: Shinkibou - Capítulo 5: Coragem - Medo (Ato 2)

-Kenji...Kenji, acorde! (Ayaka)

-Kenji! (Kazuki)

-Hã...Eu...desmaiei? Por quê? (Kenji)

Todos pareciam meio tristes...o que tinha acontecido?

Eu me levantei do chão e olhei em volta...foi aí que eu lembrei...

Izumi estava morta...

Eu quase gritei de novo, mas...

A esperança me tomou. Talvez...só talvez...

-Izumi...Izumi, acorde! Por favor! Acorde!! (Kenji)

-Kenji, ela não vai acordar... (Haruka)

-Izumi!! Por favor!! (Kenji)

A mão de Fumio segurou uma das mãos com as quais eu tentava reanima-la e acordá-la.

-Kenji...desista. (Fumio)

-*Ding dong bing bong* Um corpo foi encontrado! Um Julgamento Escolar irá começar em breve, então tomem seu tempo para investigar! (Monokuma)

-Isso é prova o suficiente? (Fumio)

-Não....não pode ser... (Kenji)

Lágrimas corriam como cachoeiras pela minha face.

Izumi...realmente morreu?

Mesmo depois de ela ter me impedido de morrer...

Mesmo depois de ela ter se declarado para mim...

Ela estava tão determinada a sair daqui...

E agora...

Eu não vou perdoar.

Não vou perdoar a pessoa que a matou.

Eu nunca vou perdoar quem matou ela!

-Eu nunca vou perdoar quem matou Izumi, ouviram bem?! Eu vou descobrir!! (Kenji)

-Kenji, você está alterado. (Ayaka)

-Por que vocês estão tão calmos?! Ela acabou de morrer! Izumi morreu, e algum de vocês matou ela!! Como podem estar tão calmos diante disso?!! (Kenji)

-Kenji! (Kazuki)

O tapa que Kazuki me deu me trouxe de volta à realidade.

-Você não lembra o que Izumi nos ensinava? Ela sempre tentava nos ajudar a manter a calma nessas situações. (Kazuki)

-Ficar em pânico não vai ajudar em nada. (Haruka)

-N-nós...nós temos que nos juntar para descobrir o assassino... (Yoshie)

-Nós temos que fazer justiça. (Ayaka)

-Estamos muito perto do fim disso...não podemos desistir agora. (Fumio)

...

-Olá, pessoal! (Monokuma)

-O que quer agora?! (Ayaka)

-Não sejam tão rudes! Eu vim aqui trazer comida para vocês! Afinal, eu disse que vocês estariam livres desta sala quando alguém morresse, não é? (Monokuma)

Ele nos entregou um sanduíche e o Arquivo Monokuma.

Ele acha que iríamos conseguir comer numa situação dessas?

Bem...

Embora embrulhasse meu estômago, eu estava tão faminto que devorei o sanduíche em duas mordidas. Os outros fizeram o mesmo.

-Tomem seu tempo para investigar, logo, logo, teremos mais um Julgamento! Pupupupu! (Monokuma)

Então é isso...

Vou ter que investigar o corpo de Izumi...

-Não se preocupe, Kenji. Nós vamos achar o assassino. (Kazuki)

Kazuki parecia muito sério.

-Izumi era minha amiga também, você sabe. (Kazuki)

-Não éramos tão próximas, mas ela também era minha amiga...ela também vai fazer muita falta... (Ayaka)

-Não podemos perder tempo, pessoal! Izumi quer que sobrevivamos! (Yoshie)

-Sim. É isso. Nós vamos sobreviver! (Fumio)

Tenho que sobreviver por ela.

O assassino dela vai ter a punição que merece!

Vamos investigar!

-Vamos dar uma olhada primeiro no Arquivo Monokuma. (Haruka)

-Sim... (Kenji)

Vítima: Izumi Sayuri

O corpo foi encontrado na diretoria no quinto andar.

O horário da morte foi aproximadamente às 22:00

A causa da morte foi uma facada no coração.

-22:00?! (Yoshie)

-Então...o assassino matou ela enquanto dormia...? (Haruka)

-Que frieza... (Ayaka)

-Se nós não estivéssemos dormindo...poderíamos ter impedido... (Fumio)

É sério?

Se eu não tivesse dormido...

Aah!!

Agora não é hora para me culpar...

-Eu vou investigar o corpo. (Kenji)

-Eu vou com você. (Ayaka)

-Eu também. (Kazuki)

-Eu tenho que ver...também... (Fumio)

Ainda me dava agonia ter que ver ela daquele jeito...

Mas resolvi engolir seco e tentar ter um pouco de frieza, assim como ela fazia quando tinha que investigar.

Comecei notando a arma do crime:

-É a Monofaca de novo! (Haruka)

-Ela está perfurando o peito dela...Então o Arquivo Monokuma estava certo. (Fumio)

-Essa Monofaca... (Kenji)

Foi a Monofaca que eu quase usei para me matar...

Ela estava comigo...

E aí depois Izumi pegou.

E o assassino a usou para matá-la...

Isso só me faz ficar mais culpado.

Eu vou ver o que mais consigo achar.

-Izumi está sem óculos... (Fumio)

-O que será que aconteceu com os óculos dela? (Kazuki)

-Os óculos dela...ela pode ter derrubado eles no escuro quando o assassino foi tentar ataca-la. Deve ter tido alguma resistência, não é? (Haruka)

-Será que os óculos estão pelo chão? (Ayaka)

-Cuidado para não pisar! (Yoshie)

-Eu não acho que esteja no chão...mesmo com a claridade que temos agora, não dá para achar ele em nenhum lugar. (Fumio)

-Então o que aconteceu com os óculos? (Kenji)

-Também não está no armário... (Kazuki)

-Espera, o que é isso? (Haruka)

-Isso parece...a armação dos óculos dela! Mas parece meio quebrada... (Kenji)

-Então talvez algum de nós tenha pisado neles enquanto investigávamos, sem querer. (Ayaka)

-Mas não parecem ter cacos de vidro perto. (Fumio)

-O que isso pode significar...? (Kazuki)

Havia também algo na boca dela. Era um pedaço de pano.

-É como uma mordaça. (Haruka)

-Por que amordaça-la? Que cruel! (Yoshie)

-E de onde veio essa mordaça? Não tem como o assassino ter saído daqui para pegar no depósito, tem? (Ayaka)

-Bem, mas ele poderia ter pegado pano de outro lugar. (Fumio)

-Das nossas roupas. (Kenji)

-Algum de vocês está com alguma peça de roupa faltando? (Fumio)

-Acho que uma das minhas faixas está sumida! (Kazuki)

-Então foi ele que amordaçou ela! (Yoshie)

-Eu estava dormindo! E não sou sonâmbulo...eu acho. (Kazuki)

-O assassino deve ter pegado a faixa de Kazuki enquanto ele dormia. (Fumio)

-Izumi parece ter mordido a mordaça bem forte... (Yoshie)

-Ela deve ter sentido dor... (Ayaka)

-Grr...que droga! Ela não devia ter sofrido... (Kenji)

-Então a morte não foi instantânea? (Kazuki)

-É verdade...se a morte tivesse sido instantânea, ela não teria sentido tanta dor. (Ayaka)

-O corpo dela não parece ter nenhuma outra ferida. Então o golpe foi único e fatal. (Haruka)

O que mais tem pela sala...?

-Hm...Eu achei isso aqui no chão. O que é isso? (Kazuki)

-Isso parece com uns óculos de visão noturna... (Kenji)

-Fica bem escuro aqui durante a noite, não é? O assassino não poderia enxergar. (Ayaka)

-Izumi também não. (Fumio)

-No entanto, se algum deles tivesse um artefato desses, poderia enxergar perfeitamente! (Kazuki)

-Provavelmente foi o assassino que usou os óculos, acho que o motivo é bem óbvio. (Haruka)

-E por que deixar ele simplesmente jogado por aí? (Ayaka)

-Ele não está tão aleatoriamente jogado assim...A localização dele é bem importante. (Haruka)

-Ele está perto do armário...o armário em que o corpo foi encontrado. (Kenji)

-Mas o que isso quer dizer? Será que importa? (Kazuki)

-Por falar no armário, acho que devíamos analisa-lo, também. (Fumio)

-Bem...ele é bem empoeirado por dentro. (Yoshie)

-E parece bem velho. (Ayaka)

-Ele parece velho...mas por quê? (Fumio)

-Ele está meio rachado e a madeira está um pouco mofada...e as portas rangem, acho que elas são meio bambas. (Kenji)

-Não dá para trancar? (Kazuki)

-Eu acho que dá, mas o trinco já está desgastado, também. (Ayaka)

Fumio analisou o trinco do armário.

-Hum...isso é bastante peculiar. (Fumio)

-O que descobriu? (Kenji)

-O trinco do armário. Ele fica pelo lado de dentro. (Fumio)

-Então esse armário se tranca por dentro. (Kazuki)

-Mas o armário não estava trancado quando encontramos o corpo, estava? (Yoshie)

-O corpo caiu de dentro do armário...então as portas estavam abertas, não é? (Kenji)

-Hm... (Fumio)

-Tem também uma mancha de sangue na parte do fundo do armário... (Kenji)

-Continuem procurando por pistas na sala. (Haruka)

-Eu me pergunto onde foi parar a outra Monofaca... (Kazuki)

-A outra Monofaca? (Ayaka)

-Sim, a Monofaca número dois! (Kazuki)

-Monofaca número dois é a que Kimiko e Akio encontraram, certo? (Haruka)

-Sim. Se me lembro bem, quando fomos explorar aquela sala, Kenji e Izumi estava com as Monofacas. (Kazuki)

-Qual Monofaca estava com você, Kenji? (Fumio)

-Eu estava com....a faca que está no peito de Izumi... (Kenji)

-Entendo. (Fumio)

-Então onde está a faca que estava com Izumi? (Haruka)

-Eu não sei... (Kenji)

Fumio rapidamente chegou perto e começou a me apalpar sem nenhuma vergonha.

-Desculpe, estava te revistando. (Fumio)

-Você me surpreendeu! (Kenji)

-Kenji não está com a outra faca. (Fumio)

-Será que a outra faca é realmente importante para o caso? (Haruka)

-E por que ela está sumida? (Yoshie)

-Eu vou procurar ela! (Ayaka)

Ayaka saiu rapidamente explorando a pequena sala tentando achar alguma coisa. Ela era realmente bem rápida.

-Hey, pessoal, eu achei uma coisa aqui! (Ayaka)

Ela estava em cima da mesa, se esticando para tentar tocar alguma coisa na parede, bem perto do teto.

-Parece um pequeno compartimento para alguma coisa...logo atrás do monitor. E olha só o que está aqui. (Ayaka)

-É a outra Monofaca! (Kenji)

-Ela estava na abertura do compartimento...como se fosse para abrí-lo. (Ayaka)

-Talvez quem tenha o tentado abrir, não foi até o fim. (Haruka)

-Mas o que tem nesse compartimento? (Yoshie)

-Hum...vejamos...é difícil quando se tem essa altura! Que droga! (Ayaka)

Como se para caçoar dela, Kazuki a pegou pela cintura e a desceu da mesa, deixando Ayaka envergonhada e irritada. Em seguida, ele subiu na mesa e pôs-se a abrir o compartimento misterioso.

-O que está escrito aqui...? Meus óculos estão embaçados. (Kazuki)

-Há! Deixe-me ver. (Ayaka)

Ayaka subiu novamente na mesa e ficou na ponta dos pés.

-“Gás sonífero do Monokuma” (Ayaka)

-Gás sonífero? (Haruka)

-Então era por isso que nós sempre ficávamos com tanto sono...? (Yoshie)

-Aqui também estão algumas coordenadas... (Kazuki)

-“22:00...por 30 segundos.” (Ayaka)

-Será que isso é o tempo programado para o gás ficar no ar? (Kenji)

-Eu imagino que seja isso. (Fumio)

Será que tem mais alguma pista...?

Mais alguma pista...

Eu preciso de mais pistas.

Não tenho nenhuma ideia de quem pode ser o assassino.

E nem tenho vontade de acusar mais alguém...

Por mais que a morte de Izumi me doa, não quero ter que ver outra execução.

-Está pinicando! (Yoshie)

-O que foi, Yoshie? (Kenji)

-Ela disse que tem algo machucando ela. Eu fui mexer na roupa dela e achei isso. (Haruka)

-Isso parecem caquinhos de vidro. (Kenji)

-São caquinhos de vidro. (Haruka)

-O meu casaco é bem felpudo...às vezes as coisas podem ficar presas nele. (Yoshie)

-Mas como você poderia ficar com cacos de vidro presos no casaco, Yoshie? (Kenji)

-Eu não sei! Não sei de onde podem ter vindo esses cacos de vidro! (Yoshie)

-Hum...hey, pessoal, eu preciso fazer perguntas. Algum de vocês aqui tem hábitos estranhos durante a noite, como sonambulismo ou algo assim? (Fumio)

-Bem...eu rolo bastante enquanto durmo, mas eu acho que é só isso. (Yoshie)

-Eu nunca tive problemas enquanto dormia. Eu só...ronco às vezes. (Haruka)

-Eu tenho insônia às vezes. (Kenji)

-Bem, você é um game designer, é de se esperar que fique noites acordado. (Fumio)

-Eu também tenho tido insônia desde que chegamos aqui...mas eu nunca tive nenhum problema antes disso. (Ayaka)

-Eu durmo como um bebê! Como uma princesa adormecida por feitiço! Como um gigante selado por um grande mago! Como um... (Kazuki)

-Tá certo, eu já entendi. Bem, eu também não tenho problemas para dormir. (Fumio)

-Por que está perguntando isso? (Kenji)

-Por nada, na verdade. Eu apenas queria eliminar suspeitos. (Fumio)

-Está pensando que alguém com uma forte insônia poderia sobrepujar o efeito do gás ou algo assim? (Kenji)

-Mais ou menos isso...E aliás, Kenji, você ainda não leu o poema que Izumi lhe deu, não é? (Fumio)

-O que...como sabia dele? (Kenji)

-Ora, eu vi você segurando a folha. Como você estava com ela logo depois de ficar com Izumi na sala de banho, imaginei que era ela que havia lhe dado; e vindo de Izumi, só poderia ser um poema. (Fumio)

-Você é realmente um bom observador...e um pouquinho obsessivo quando se trata de Izumi. (Kenji)

-Eu realmente gostava dela...ela era minha única família. Meus pais não me davam muito valor, sabe. Eles achavam que eu não ia ser ninguém na vida. (Fumio)

-Que dureza... (Kenji)

-Foi então que eu mostrei para eles. Eu cometi um dos maiores crimes cibernéticos da história...e eu me sinto culpado por isso, mas não me arrependo. Afinal, esse foi o começo da minha carreira, e foi por causa disso que eu vim para esta escola. (Fumio)

-Mas é por causa disso que você está preso aqui...Você não se arrepende de ter esse talento? (Kenji)

-Quem se arrependeria de ter um talento, Kenji? Não importa o que ele te traga, um talento é um talento. Você deve se orgulhar de tê-lo e manter sua reputação até o fim. (Fumio)

-Você é bastante orgulhoso. (Kenji)

-Eu sou, não sou? Ah...eu fico lembrando de todos os momentos bons que tive com Izumi...ela me salvou muitas vezes. Eu já contei a história do incêndio, não é? (Fumio)

-Sim, você contou ontem. (Kenji)

-Desculpe, minha memória não é tão boa. Mas, bem, Izumi tinha um fôlego realmente bom...me pergunto se o talento oculto dela não seria Prendedora de Respiração Nível Super Colegial! (Fumio)

-Hehe... (Kenji)

Bem, você devia ler esse poema. Nunca se sabe as pistas que podem vir com ele. (Fumio)

-Okay, eu acho que vou ler ele, então... (Kenji)

Peguei a folha de papel que agora me dava uma leve dor no coração e a desdobrei.

Estava escrito “De Izumi para Kenji”...

É, nem preciso dizer que aquilo me apertou o coração.

Bem, vamos logo começar a ler.

“Kenji, eu devo confessar

Algo de que não me orgulho

Mas eu te peço para não me odiar

E te peço para não gritar com barulho

 

Te peço para enfrentar o desespero

Com toda a esperança que há em ti

Porque é essa esperança

Que faz a luz que em você eu vi

 

Kenji, devo te dizer

Que apesar de eu te amar

Jamais poderemos juntos viver

Pois alguém um dia irá me matar

Porque é para isso que estamos aqui

Matar ou ser mortos

Então por favor saia daqui

Sei que vocês são espertos

 

Você pode achar que somos parecidos

Mas a triste verdade

É que somos inimigos conhecidos

Uma antiga rivalidade

 

Eu não posso negar meu amor

Mas não posso negar meu destino

O desespero que já me contaminou

Te impede de viver comigo

 

Meu passado me condena

E eu pretendo me redimir

É realmente uma pena

Mas tenho que continuar a fugir. ”

 

-Izumi...o que ela quis dizer...? (Kenji)

Nunca poderíamos ficar juntos...?

O passado dela a condena...?

O desespero que a contaminou...?

Ela sabia que seria morta?

E que passado é esse?

Eu estou ainda mais confuso e mais triste agora...

Eu queria poder gritar...

-*Bing bong ding dong* Ahem! O Julgamento Escolar está para começar, cessem as investigações! Obrigadinho.
Venham para a secretaria e entrem no elevador lá. Eu estarei esperando, pupupu... (Monokuma)

-Droga, essa foi rápida! (Ayaka)

-Temos que ir logo, não devíamos deixar o urso esperando. (Haruka)

-Eu estou com medo... (Yoshie)

-Vamos andando. Temos que continuar firmes. (Fumio)

-Eu vou na frente. (Kazuki)

Todos estavam bem abalados, mas foram mesmo assim. Eu fui o último a sair de lá...

Eu dei uma última olhada no corpo de Izumi.

Me abaixei perto dele...

Eu pensei “ela até que fica bonita sem os óculos, queria ver ela sorrindo assim. ”.

Mas aí me lembrei que nunca mais veria o sorriso dela...

Passei a mão em seu rosto uma última vez.

Ele estava frio...

Uma lágrima rebelde escorreu pelo meu rosto.

Mas eu não tenho tempo para chorar.

Eu tenho que acabar com isso para que o assassino dela receba o que merece.

Então, eu saí da sala determinado.

-Dói, não é, Kenji? (Fumio)

-Fumio? Você está aqui? Achei que já estava na secretaria. (Kenji)

-Eu fiquei te esperando aqui. Não posso deixar ninguém ficar para trás. (Fumio)

-Não me diga que suspeita de mim... (Kenji)

-Eu não posso dizer ainda de quem eu suspeito ou não. (Fumio)

-Diga, Fumio...Você disse que a história de o que aconteceu com a família de Izumi ficaria para outro dia, não é? (Kenji)

-Sim. (Fumio)

-Hoje já é outro dia. (Kenji)

-Mas...eu acho que ainda não é a hora certa. (Fumio)

-... (Kenji)

-Não se preocupe, eu vou ter que contar para todos uma hora ou outra. Isto é, se Izumi já não tiver te contado. (Fumio)

O que ele quis dizer...?

Será que estava falando...do poema?

-Anda, não podemos demorar. (Fumio)

-S-sim... (Kenji)

Fui com Fumio até a secretaria, onde estavam os outros quatro, nos esperando.

Assim que chegamos, todos entraram no elevador, e nós os seguimos.

Ficamos todos em silêncio enquanto descíamos.

E aquela descida nunca foi tão longa e torturante...

Chegamos finalmente na corte depois do que pareceu uma eternidade.

Ela estava predominantemente rosa e com vários desenhos e padrões diferentes.

E sim, a placa com o rosto de Izumi em preto e branco e o “X” vermelho estava lá...

Nos posicionamos.

E assim, o quinto Julgamento Escolar começou.

-Certo, esse caso vai ser mais fácil, porque temos menos pessoas para suspeitar. (Kazuki)

-Talvez não seja tão fácil assim... (Ayaka)

-Vamos começar pelo começo, o mais importante: a causa da morte. (Haruka)

-É unânime que a causa da morte foi a facada no peito, não é? (Fumio)

-Sim, o Arquivo Monokuma e a Monofaca que estava cravada em seu peito reforçam isso... (Kenji)

-E a morte dela não foi instantânea! (Kazuki)

-Certo, então o primeiro tópico foi respondido. (Haruka)

-Qual é a próxima coisa...? (Yoshie)

-É importante destacar que o Arquivo Monokuma diz que ela morreu durante o horário noturno. (Haruka)

-Foi exatamente às 22:00...assim que o horário noturno começou. (Kenji)

-Então o assassino matou Izumi enquanto dormia? (Ayaka)

-Sim, é o mais provável. (Kenji)

-Mas tem um problema...como o assassino acharia ela? (Kazuki)

-É muito escuro para se ver naquela sala... (Yoshie)

-É para isso que o assassino usou os óculos de visão noturna! (Kenji)

-É verdade, eu tinha me esquecido! (Yoshie)

-Mas como o assassino pegou os óculos ainda é um mistério... (Ayaka)

-Ele não poderia ter saído daquela sala, não é? Só tinha nós sete lá! (Yoshie)

-A não ser que...o assassino não tenha saído da sala. (Kenji)

-Talvez os óculos de visão noturna estivessem com ele o tempo todo. (Fumio)

-Nesse caso, o Kazuki é suspeito! Foi ele que disse aquele dia que havia equipamento de espionagem no depósito! (Haruka)

-Não, não fui eu! Izumi era minha amiga! (Kazuki)

-Então por que a sua faixa estava amordaçando ela? (Haruka)

-Eu não sei! O assassino pegou enquanto eu dormia! (Kazuki)

-Sim, o assassino deve ter pegado a faixa de Kazuki enquanto ele dormia. Não tem como ele ser o assassino, porque...a arma do crime estava comigo. (Kenji)

-Então o Kenji é o assassino? (Yoshie)

-Kenji! (Kazuki)

-Não! Eu não sou o assassino! Porque...a faca estava comigo, mas não na hora do assassinato. (Kenji)

-Então com quem ela estava? (Ayaka)

-Estava com Izumi. (Kenji)

-Mas por que Izumi estaria com a Monofaca? Ela já tinha a dela...para, sei lá, se defender. (Kazuki)

-É porque...naquela noite...eu tentei me suicidar. (Kenji)

-Kenji! Por que fez isso?! (Kazuki)

-Ora, seu idiota! Não faça mais isso! (Ayaka)

-Deixem ele terminar. (Fumio)

-Eu queria que vocês pudessem sair de lá...mas o Monokuma só deixaria se alguém morresse... (Kenji)

-Tecnicamente, seria se alguém matasse alguém. Um suicídio conta como um assassinato? (Yoshie)

-Ora, claro! Um suicídio quer dizer que você assassinou a si mesmo! (Monokuma)

-Izumi me pegou, e mandou eu lhe entregar a faca. Ela disse que a esconderia. (Kenji)

-Então, ela estava com as duas facas... (Haruka)

-Não, espera, ela não estava! Porque a Monofaca dela estava na borda do compartimento do gás sonífero! (Kenji)

-Gás sonífero? Essa não, vocês acharam! (Monokuma)

-Mas ainda não entendemos o porquê disso... (Ayaka)

-Eu imagino que o assassino descobriu sobre a existência do compartimento e usou a faca para tentar abri-lo. Izumi provavelmente o emprestou a Monofaca porque não tinha mais uso para ela. (Haruka)

-Então o assassino sabia sobre a existência do gás. Podemos imaginar que ele desativou-o, e então de noite, com seu óculos de visão noturna, ele pegou a faixa de Kazuki, colocou-o como mordaça em Izumi e, com a própria Monofaca que ela tinha, ele a matou e colocou no armário. (Ayaka)

-Não, isso não pode ser! Isso não explicaria porque o óculos dela estava no chão... (Kenji)

-O assassino poderia ter derrubado os óculos na hora de mover o corpo... (Fumio)

-E então ele pisou nele, por isso a armação estava quebrada. (Ayaka)

-Mas onde estavam os cacos de vidro? (Kazuki)

-Os cacos de vidro estavam na roupa de Yoshie! Porque foi ela que quebrou os óculos! (Kenji)

-Kenji, você está acusando minha pessoinha? (Yoshie)

-N-não! Você quebrou os óculos enquanto dormia...porque você tem o hábito de rolar durante o sono, então acabou rolando por cima dos óculos. (Kenji)

-Mas ela não se machucaria com os cacos de vidro? (Kazuki)

-Não, porque o casaco dela é bastante protetor. Mas também é bem felpudo, e as coisas costumam prender com facilidade nele. (Kenji)

-Então foi Yoshie que quebrou os óculos. Mas o resto da minha lógica ainda está certa? (Ayaka)

-Na verdade, tem uma coisa que eu acho que está errada. (Fumio)

-Hum...o que será que está errado...? (Kenji)

-É, o que está errado? (Ayaka)

-Já sei! A parte em que você disse que o assassino colocou o corpo dela no armário... (Kenji)

-Mas ele poderia ter colocado o corpo dela no armário, não é difícil. (Haruka)

-Mas se ele tivesse o feito, o corpo teria caído e nós o veríamos assim que acordássemos. Se me lembro bem, quando acordamos ele ainda estava preso lá dentro, em pé. (Kenji)

-Ele poderia ter trancado as portas do armário... (Kazuki)

-Não! Porque aquele armário só podia ser trancado por dentro! (Kenji)

-Mas se ele só podia ser trancado por dentro, então a única pessoa que poderia ter se colocado lá era a própria Izumi. (Fumio)

-Talvez ela tenha se escondido lá para fugir do assassino. (Ayaka)

-O trinco era bem frágil, ele poderia ter quebrado. (Kazuki)

-Mas se ele tivesse quebrado, não teria como acontecer o que eu disse com o corpo! (Kenji)

-Kenji, você entende que está dizendo que Izumi cometeu suicídio? (Haruka)

-É exatamente o que estamos dizendo. (Fumio)

Espera....

Izumi cometeu suicídio?!

É isso mesmo...?

-Existem provas incontestáveis de que Izumi cometeu suicídio. Kenji, apresente elas. (Fumio)

-Eu? (Kenji)

-Mas por que Izumi cometeria suicídio? Ela era a pessoa que sempre nos ajudava a continuar vivos! (Kazuki)

-O assassino a matou enquanto ela dormia, você não lembra? (Yoshie)

-Não, isso está errado! O assassino não pode ter matado ela enquanto ela estava dormindo...porque todos estavam dormindo. (Kenji)

-O gás sonífero. (Ayaka)

-Mas se todos estavam dormindo, então Izumi também estava! (Yoshie)

-Não, ela não estava. Porque ela conseguia ficar com a respiração presa por grandes períodos de tempo...ela conseguiu facilmente prender a respiração durante os 30 segundos em que o gás sonífero ficou no ar. (Kenji)

-Mas então...porque os óculos dela caíram? (Haruka)

-Nós estávamos esse tempo todo achando que o assassino que pegou os óculos de visão noturna...mas na verdade foi a própria vítima. Ela teve que tirar seus óculos, e provavelmente os derrubou, ou os deixou no chão mesmo. (Kenji)

-Então Izumi se trancou no armário e se matou... (Ayaka)

-É por isso que havia uma mancha de sangue dentro do armário... (Kenji)

-E além disso, Kenji disse que ela havia escondido a Monofaca que ele tentou usar para se matar. Assim sendo... (Fumio)

-Ela era a única que sabia onde a arma estava... (Haruka)

-Exatamente. (Fumio)

-Então... (Kazuki)

-Então...eu vou repassar o caso...para que tenhamos certeza. (Kenji)

Estávamos presos naquela sala já havia uns 3 dias. Estávamos morrendo de fome, e eu resolvi cometer suicídio para salvar os outros, usando a Monofaca. Izumi me impediu e pegou a faca de mim, assim ficando com as duas. Quando fomos todos tentar dormir, ela tirou seus óculos e deve ter o derrubado no chão (Yoshie depois ia passar por cima dele, já que ela rola enquanto dorme, e ficar com cacos de vidro presos em seu casaco), e pegou os óculos de visão noturna que ela já havia trazido do depósito antes...e ela deixou uma das Monofacas no compartimento suspeito que ela notou. Ela achou o gás do sono, que era o motivo de sempre sentirmos tanto sono quando começava o horário noturno; sabendo do tempo dele, ela deixou a faca lá como um sinal para nós...

Então, quando o horário noturno começou, ela prendeu a respiração para não sofrer os efeitos do gás, e quando todos dormimos, ela pegou a faixa de Kazuki para abafar seus próprios gritos de dor, caso seu plano desse errado e a morte não fosse instantânea, deixou os óculos de visão noturna no chão e entrou no armário. Ela o trancou por dentro e desferiu o golpe fatal contra si mesma com a faca, e seu corpo caiu para frente; de manhã, o trinco já estava cedendo por conta do peso, e por isso, quando toquei nas portas, elas se abriram e o corpo de Izumi caiu.

-Ou seja, no fim...Izumi é a assassina e a vítima! (Kenji)

-Então, vamos votar!! (Monokuma)

Monokuma interrompeu nosso momento de choque ao descobrir sobre o verdadeiro desenrolar do caso.

Eu ainda estava meio assustado por ter aceitado aquilo com tanta facilidade, mas...

Eu votei em Izumi. A própria vítima.

-E...sim!! Vocês acertaram de novo, seus danadinhos! Izumi Sayuri foi a própria assassina! (Monokuma)

-Então...não vamos ter execução? (Yoshie)

-Bem, eu não posso executar alguém que já está morto, não é? Mentira, eu posso sim! (Monokuma)

-O quê?! (Kenji)

Monokuma parecia mais doentio do que o normal...

Ele realmente ia fazer uma execução com o cadáver de Izumi? Ele ia profana-la tanto assim?

Aparentemente sim...

Execução? de Izumi Sayuri: Poeta Nível Super Colegial

O corpo de Izumi estava sendo usado como marionete por um Monokuma. Ela estava sentada numa mesa, “escrevendo” com uma caneta de sangue num papel, a frase “Monokuma é demais” várias e várias vezes; até que aparentemente ele se cansa e joga a caneta longe, e o urso move Izumi para fazer parecer que ela estava descansando sobre a mesa.

Então, a mesa se afunda no chão e o corpo dela é puxado para trás pelo Monokuma. A cadeira a prende (apesar de desnecessário) e a sala toda se desmonta para revelar um grande foguete de caneta, ao qual a cadeira estava colada.

O foguete decola, com a cadeira, o corpo de Izumi e o Monokuma controlador, que voam em alta velocidade, até que a cadeira e o Monokuma voam longe, apenas deixando o corpo de Izumi preso a caneta gigante, que voava à base de tinta.

Logo a tinta acaba, e o foguete começa a cair...mas no meio do caminho, ele explode! Enquanto o Monokuma, sentado na cadeira, comia pipoca e recitava poemas à distância...

-Por que...por que fazer isso...? Ela já estava morta!! (Fumio)

-Eu tenho motivos! (Monokuma)

Todos estávamos horrorizados e chorando silenciosamente...até mesmo Fumio.

-Isso é horrível... (Haruka)

-Eu estou com medo... (Ayaka)

-Eu também estou... (Kazuki)

Kazuki abraçou Ayaka.

-Seu urso maldito... (Fumio)

-Eu vou te matar! (Kenji)

Tentei me lançar para cima do Monokuma, mas Haruka me segurou.

-Nada de bom vai vir disso, Kenji. (Haruka)

-Pupupupu! Vocês estão tão estressados! Vão tomar um suquinho! (Monokuma)

-Vamos embora daqui.  (Kazuki)

-Eu não quero ficar nesse lugar por muito mais tempo... (Yoshie)

-Gr... (Kenji)

Eu estava com muito ódio. Eu queria matar aquele urso, matar o diretor...

Mas obedeci, e todos saímos da sala.

Izumi...

Eu ainda não entendi o seu poema...


Notas Finais


O que acharam? :v Me perdoam? ;u;
Deixem seus comentários
Estamos perto do fim da fic :c
Mas é ai que entra: SEGUNDA TEMPORADA CONFIRMADA! E possivelmente será interativa! Mas eu vou precisar da ajuda de alguém ;-;
Bem, até a próxima :D


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