História Danganronpa 0.5: Shinkibou - Capítulo 4: Descobertas - Segredos (Ato 2)

  “ Ah...mais um dia...”

Foi uma das coisas que ele disse...não muito tempo antes de morrer...

Será que isso é bom? Será que isso é ruim?

Nós nunca mais vamos vê-lo...nunca mais vamos poder conversar com ele...

Mas ele está livre...

Será que podemos realmente considerar quem o matou o vilão?

Não, o que eu estou pensando?! É claro que a pessoa que o matou é má! Ninguém tem o direito de tirar a vida de outra pessoa!

-Kenji, o que está fazendo parado aí? (Fumio)

-Fumio? Onde você estava? (Kenji)

-Eu cheguei agora há pouco. Eu estava tentando decodificar aqueles arquivos...quando ouvi o anúncio. Akio...ele era um bom companheiro. (Fumio)

Kimiko ainda estava desmaiada. Haruka tentava acordá-la.

-Acho que eu já sei como acordá-la! (Yoshie)

Yoshie pegou um bolinho de seu bolso, abriu o pacote e colocou-o perto de Kimiko. Estava quentinho...eu podia sentir o cheiro saboroso até de onde eu estava.

-Bolinho! Bolinho! (Kimiko)

A garota rapidamente acordou, derrubando para trás Izumi, que a segurava.

-Bolinho!! (Kimiko)

-Ótimo! Ela acordou! (Yoshie)

Kimiko selvagemente pulou em cima de Yoshie, as duas estavam deitadas no chão enquanto a loira tentava pegar a guloseima.

-Haha! Isso faz cócegas! Tome, tome! (Yoshie)

-Vocês não estão percebendo?! Akio está morto! Nós temos que investigar, pelo amor de Deus! Parem de brincar! (Ayaka)

-Desculpe. (Yoshie)

-Desculpa eu. (Kimiko)

-Hm. Okay. Mas não vamos ficar enrolando, não temos muito tempo. (Ayaka)

Izumi se levantou e sacudiu a poeira de sua roupa, tomando a liderança do grupo que estava lá.

-Ayaka está certa. Temos que investigar. (Izumi)

-Onde está o Arquivo Monokuma? (Kazuki)

-Ahá! Estava esperando para ver se alguém ia cobrar! Que bonitinho...aqui está! (Monokuma)

Monokuma distribuiu os arquivos para nós, e eu logo comecei a ler.

-Vítima: Akio Tsumeo

-O corpo foi encontrado no palco no quarto andar

-O horário da morte foi por volta das 6:00

-De novo, não temos a causa da morte. (Haruka)

-Das últimas vezes, o Monokuma omitiu informações que poderiam entregar completamente o verdadeiro desenrolar do crime. (Izumi)

-Ou seja, ele só nos dá as informações básicas, e quer que descubramos o que é mais importante. Admito que é um bom jeito de jogar isso. (Fumio)

-Jogar? Isso é um jogo para você? (Kenji)

-Não foi isso que eu quis dizer, Kenji, se acalme. (Fumio)

-Hum...pessoal, eu não sei se notaram, mas na verdade o Monokuma disponibilizou sim uma informação importante. (Izumi)

-Está se referindo ao horário da morte, não é? (Haruka)

-Sim. Isso pode nos ajudar a reduzir o número de suspeitos. (Izumi)

-Mas quem é que estava acordado antes do anúncio matinal do Monokuma? (Kazuki)

-Bem, obviamente o Akio! (Kimiko)

-E também a pessoa que o matou. (Yoshie)

-Agora vamos começar a investigar mais a fundo. Olhemos o cadáver. (Ayaka)

Havia bem menos pessoas para investigar. Talvez levasse até um pouco mais de tempo para analisarmos todo o perímetro.

-Não dizia a causa da morte no Arquivo Monokuma. (Kazuki)

-Então provavelmente temos que adivinhar a causa da morte analisando o corpo. (Ayaka)

-Vejam o que conseguem ver nele. (Izumi)

Olhei o corpo de Akio de cima a baixo (que frase estranha), ele estava deitado de costas, e por isso tinha algo que era impossível não notar.

-A faca nas costas dele! (Kenji)

-Exatamente. Você notou o mais óbvio. Parabéns, Kenji! (Izumi)

Não sei se ela foi sarcástica ou queria realmente me parabenizar.

-Essa faca...ela não parece com a Monofaca? (Ayaka)

-Não é a Monofaca. Olhe bem. (Izumi)

-As cores do cabo...elas estão diferentes. (Kazuki)

O cabo da Monofaca tinha uma faixa branca e outra preta, da esquerda para a direita, como o Monokuma. Mas essa era ao contrário: preta e depois branca.

-Continuem olhando. (Kazuki)

-O sangue na roupa dele, parece ter algo bem errado. (Ayaka)

-Não só o sangue...mas a localização da faca em si, os ferimentos. (Izumi)

-Esse ferimento não parece nem ser muito profundo... (Kenji)

-Então talvez a causa da morte não tenha sido por causa da facada. (Haruka)

-Mas então o que matou o Akio? (Kazuki)

-Espera, tem algo errado em baixo dele. (Fumio)

-Em baixo...? (Kenji)

Rolamos um pouco o corpo de Akio para o lado, e em baixo havia um símbolo estranho escrito com sangue.

-Isso é um kanji. (Ayaka)

-Kanjis...são ideogramas japoneses, não é? (Haruka)

-Você sabe o que significa, Ayaka? (Yoshie)

-Esse kanji...”shi”, significa “morte”. (Ayaka)

-Mas por que Akio escreveria isso? (Yoshie)

-Espera, como saber se foi ele mesmo que escreveu? (Kimiko)

-Bem, considerando que está escrito com o sangue dele, e onde o assassino provavelmente não poderia alcançar... (Izumi)

-Será que é uma mensagem? (Kenji)

-Uma mensagem...Talvez! (Fumio)

-Parece ter uma mancha de sangue meio longe do corpo dele... (Haruka)

-Eu acho...que ele vomitou sangue. (Izumi)

-É possível vomitar sangue com uma facada? (Kazuki)

-Pelo que eu sei, é meio incomum. (Ayaka)

-Então isso reforça a ideia de que a morte não foi causada por esfaqueamento. (Haruka)

-Vou dar uma olhada na mochila dele. (Kazuki)

-Isso não seria bisbilhotar? (Kenji)

-Bem, eu bisbilhotei a roupa da Raiden! Acho que estou virando um saqueador de corpos profissional! Minha classe agora é Ladino! (Kazuki)

Não acho que isso seja algo para se orgulhar.

-Hum...peças de xadrez...tabuleiro de xadrez...e o que é isso?! (Kazuki)

-Isso é...a outra Monofaca?! (Izumi)

-Sim, ela estava na mochila dele! (Kenji)

-Será que ele pegou com o Fumio? (Izumi)

-Tem umas migalhinhas estranhas perto da boca dele... (Fumio)

-Migalhas de quê? (Ayaka)

-Eu não sei. Vou analisar. (Fumio)

-Fumio! Já que está aqui...nós achamos a Monofaca original. Ela estava com você, não estava? (Kenji)

-Eu deixei ela no armário junto com o laptop. As únicas pessoas que tinham acesso eram eu, Kazuki e Akio... (Fumio)

-Estranho... (Izumi)

-Também tem pegadas se estendendo desde a cena do crime até fora do palco. (Yoshie)

-Pegadas? De quem? (Kimiko)

-Do assassino, oras. (Kenji)

-Pensando bem...eu lembro de ter ouvido sons de passos. (Haruka)

-Você estava por aqui na hora do assassinato? (Kenji)

-Eu acho que sim...eu estava no necrotério... (Haruka)

-Entendo... (Yoshie)

-Eu podia ter impedido...Que droga! (Haruka)

-Não se culpe... (Kimiko)

-Desculpe, Kimiko. Eu sei que você era mais próxima dele do que todos aqui. (Haruka)

-Akio... (Kimiko)

Kimiko começou a chorar, e teve que ser tirada da sala.

-Hum...Kenji, venha ver isso aqui! (Izumi)

-O que foi? (Kenji)

-Veja. As pegadas somem aqui. (Izumi)

-E tem uma pequena pocinha de sangue... (Kenji)

-Acho que esse foi o ponto em que o assassino notou as pegadas e decidiu se livrar de seus calçados. (Izumi)

-Nós podemos facilmente descobrir o assassino usando as pegadas, não é? (Kenji)

-Teremos que analisar o tamanho dos pés de cada um, e os calçados também. (Izumi)

E, Izumi e Kimiko estávamos usando tênis, e não coincidiam com o tamanho das pegadas.

-Pelo visto não é nenhum de nós três! (Kimiko)

-Sim. Eu vou olhar os pés dos outros depois. (Izumi)

-Ai! (Kimiko)

Kimiko tropeçou e caiu no chão.

-Você está bem? (Kenji)

-Sim, Kimiko está bem. Apenas...meio tonta ainda... (Kimiko)

Segurando para não chorar, Kimiko saiu de cena. Izumi ia a seguir, mas eu sugeri que não.

-Temos que focar na investigação, por agora. (Kenji)

-É...eu acho. Será que é importante olhar mais lugares além daqui? (Izumi)

-É sempre importante olhar em todos os lugares que tivermos tempo. (Fumio)

-Fumio, você apareceu aqui do nada! (Kenji)

-Eu estava pensando em descer para o primeiro andar. Eu tenho que...terminar de decodificar aqueles arquivos logo. Pelo bem de Akio, afinal, foi ele que me ajudou a pegar aquele computador. (Fumio)

-Alguém devia ficar guardando o corpo, não é? (Izumi)

-Ayaka e Kazuki vão ficar aqui. Haruka e Yoshie virão conosco. (Fumio)

-Vamos nos separar. (Haruka)

Descemos para o primeiro andar, e eu, Izumi e Haruka resolvemos olhar o depósito de lixo.

-O assassino pode ter tentado dispor de alguma evidência. (Izumi)

-Mas seria meio impossível, considerando que tem um baita portão nos separando do incinerador. (Haruka)

Foi o que achamos, mas quando chegamos lá...O portão estava aberto?!

-O quê?! (Izumi)

-Alguém conseguiu abrir o portão. Mas como? (Kenji)

-Hm...deve ter algo a ver com aquilo. (Haruka)

Haruka apontou para o canto do portão, e podíamos ver parafusos no chão.

-Então o assassino teve o trabalho de desparafusar o portão para poder passar...mas não deve ter tido tempo de arrumar de volta. (Kenji)

-Vamos olhar no incinerador. (Izumi)

-Tem um pedaço de...alguma coisa. (Haruka)

-Parece...borracha...ou algum tecido...eu não sei... (Kenji)

-Parece o tipo de material de que são feitas capas de chuva. (Izumi)

-Uma capa de chuva? (Kenji)

-Sim. (Izumi)

-Mas o que será que uma capa de chuva tem a ver com o caso...? (Haruka)

-Talvez tenha tanta importância quanto esse pedaço de cadarço. (Izumi)

-Um pedaço de cadarço...Ah, sim! O assassino trocou de calçado, então deve ter vindo aqui para se livrar dele. (Kenji)

-E estava bem apressado, se deixou todas essas pistas. (Izumi)

-Pessoal! Eu achei uma coisa! (Yoshie)

-Yoshie! Onde estava? (Kenji)

-Eu estava...na enfermaria. Eu achei isso aqui! (Yoshie)

-Esse remédio...ele é tarja preta! E a garrafa está meio vazia! (Izumi)

-O que será que isso quer dizer? Será que é mesmo o que eu acho que é? (Haruka)

-Eu acho que vocês vão gostar de ver isso, também. Vamos todos nos reunir lá. (Fumio)

Depois de chamar Ayaka e Kazuki (afinal, tínhamos certeza de ter visto tudo na cena do crime, não tinha mais por que ficar protegendo o corpo. Ele ia para o necrotério, logo, logo...), nos reunimos todos na sala de banho. Fumio nos mostrou seu laptop.

-Vejam...eu consegui decodificar os arquivos. E o que eu descobri...é meio perturbador. (Fumio)

-Conta logo! (Kimiko)

-Aparentemente, também aconteceu algo parecido com o que estamos passando na Topo da Esperança. (Fumio)

-Na Topo da Esperança?! Aquela escola?! (Ayaka)

-Sim...aparentemente, 15 alunos foram presos e forçados a matarem uns aos outros. Não tenho dados sobre sobreviventes...apenas sobre participantes. E parece ter alguma coisa aqui sobre os tipos de mortes que já aconteceram. (Fumio)

-Mas o que isso importa agora? (Kazuki)

-Ora, o que importa aqui é que diz que a quarta vítima cometeu suicídio. (Fumio)

-Você acha que foi isso que aconteceu com Akio?! (Yoshie)

-Akio...cometer suicídio...? (Izumi)

-Por que ele faria isso...? (Kimiko)

-Será que tem algo a ver com o que descobrimos? (Kazuki)

-O que vocês descobriram? (Kenji)

-No palco...enquanto estávamos lá...achamos uma coisa meio suspeita. (Ayaka)

-Conte logo! (Kenji)

 

-*Bing bong ding dong* Ahem! O Julgamento Escolar está para começar, cessem as investigações! Obrigadinho.
Venham para a secretaria e entrem no elevador lá. Eu estarei esperando, pupupu... (Monokuma)

-Nosso tempo acabou... (Haruka)

Fomos todos para a secretaria mais uma vez, depois de deixar o laptop escondido novamente.

-Vamos pôr um fim nisso logo. (Yoshie)

-Eu quero saber quem foi que matou ele... (Kimiko)

Entramos no elevador e começamos a descer, descer, descer...Toda vez que fazíamos isso, parecia que demorava mais para chegar.

As portas se abriram e nos encontramos novamente naquela corte, e que mais uma vez estava mudada, agora decorada com padrão de xadrez: tudo preto e branco e quadriculado.

Olhamos, com dor no coração, para todas aquelas placas...que ficavam no lugar dos nossos colegas mortos. A de Akio já estava lá.

Todos nós nos colocamos em nossos lugares

-Isso aqui está ficando bem vazio...bem, pessoal, vamos começar? (Monokuma)

E assim, o quarto Julgamento Escolar começou.

-Quem matou o Akio, se entregue logo! (Kimiko)

-Não vai ser tão fácil assim. (Fumio)

-Como vamos descobrir...por onde começar? (Haruka)

-Devíamos começar revisando o Arquivo Monokuma... (Izumi)

-E descobrindo o que não está nele! (Kazuki)

-O que não está no Arquivo Monokuma...é a causa da morte. (Kenji)

-Tinha uma faca nas costas dele! Deve ser isso que matou ele! (Kimiko)

-E tinha algo bastante peculiar sobre aquela faca... (Yoshie)

-Algo peculiar sobre a faca...Sim, era como a Monofaca. (Kenji)

-A Monofaca! Quem estava com a Monofaca era o Fumio! (Yoshie)

-Mas não pode ser a Monofaca. (Ayaka)

-Sim, as cores do cabo estavam invertidas! (Kenji)

-Mas...ainda é incontestável que ele morreu pela faquinha, não é? (Kimiko)

-Na verdade, isso está errado. O sangue, o ferimento, a profundidade da faca...não tem como aquela faca ter matado ele, no máximo o feriria! (Kenji)

-Mas ainda assim, o Fumio estava com a Monofaca, não estava? Ele tinha uma arma. (Yoshie)

-Não, ele não estava com a Monofaca. (Kenji)

-Eu realmente não estava. Ela estava guardada num armário. (Fumio)

-E depois, a Monofaca foi achada na mochila da vítima. (Izumi)

-E quem pegou a faca no armário? (Ayaka)

-As únicas pessoas que tinham acesso ao armário éramos eu, o Kazuki e o Akio. (Fumio)

-Er...na verdade, eu perdi a minha chave. Hehe. (Kazuki)

-Isso não quer dizer que outra pessoa poderia ter achado sua chave e usado ela para pegar a faca? (Haruka)

-Hehe, é verdade! (Kazuki)

-E isso ainda não nos responde o que foi que matou Akio. (Ayaka)

-Eu posso sugerir que demos uma atenção a outros detalhes do corpo? (Izumi)

-Detalhes...detalhes...Sim, como as migalhas! (Kenji)

-Aquelas migalhas que não sabemos do que eram? (Ayaka)

-Se juntarmos as migalhas com uma outra pista, podemos ter uma hipótese sobre a causa da morte. (Izumi)

-Se juntarmos as migalhas com o remédio tarja preta que Yoshie achou na enfermaria, podemos imaginar que alguém deu comida envenenada para ele! (Kenji)

-Isso também explicaria por que ele vomitou sangue! (Kazuki)

-Ele vomitou sangue? Que horrível! (Kimiko)

-Com a causa da morte definida, vamos tentar descobrir as relações entre as outras pistas. (Haruka)

-Vocês não pensaram numa possibilidade. (Kazuki)

-Qual? (Kenji)

-E se Akio cometeu suicídio!? (Kazuki)

-Suicídio?! (Ayaka)

-Sim, assim como a quarta vítima da Topo da Esperança! E se ele cometeu suicídio para impedir que nós sofrêssemos aquele terrível destino que o Monokuma nos mostrou? (Kazuki)

-Ora, mas que heroico! (Monokuma)

-Mas eu não acho que foi suicídio, Kazuki... (Fumio)

-Por que não seria? Akio se sacrificou por nós! (Kazuki)

-Mas aí você estaria desconsiderando pistas importantes, como o testemunho de Haruka! (Kenji)

-O testemunho da Haruka... (Kazuki)

-Eu estava no necrotério na hora que Akio morreu. Eu ouvi sons de passos. (Haruka)

-Será possível que o espírito dele saiu andando pelo plano material?! (Kazuki)

-Espera, a Haruka acabou de dizer que estava lá na hora do crime! Isso não torna ela suspeita? (Yoshie)

-Sim, eu sei...Mas eu não matei ele. Você pode checar as pegadas. (Haruka)

-Havia pegadas de sangue na cena do crime. Se checarmos os calçados de todo mundo...podemos ter uma pista. (Kenji)

-Monokuma? (Fumio)

-O quê?! Eu sou inocente! (Monokuma)

-Queremos saber se podemos inspecionar os calçados. (Fumio)

-Bem, não demorem! (Monokuma)

Fumio olhou os pés de cada um. Foi meio estranho.

-Hum...Izumi, algum sapato se parece com o da pegada? (Fumio)

-Não... (Izumi)

-Isso é ruim. (Ayaka)

-Sabemos também que o assassino se livrou dos calçados que usou durante o crime. (Haruka)

-Por isso havia um pedaço de cadarço no lado de fora do incinerador. (Izumi)

-Espera, como o assassino chegou perto do incinerador? O portão é trancado! (Kimiko)

-O assassino usou alguma ferramenta para tirar os parafusos do portão e levantá-lo. (Kenji)

-Mas ele não consertou... (Izumi)

-Ou seja, provavelmente estava bem apressado. Por isso deixou o pedaço de cadarço de fora. (Kenji)

-Um pedaço de cadarço? Bem, isso reduz as suspeitas! Nem todos aqui têm calçados com cadarços! (Ayaka)

-Acho que você é a única que se encaixa nisso, Ayaka. (Kenji)

-Então quer dizer que ela é a assassina?! (Kimiko)

-N-não! Eu sempre usei calçados leves assim! (Ayaka)

-Também tem outra coisa no incinerador que pode ajudar... (Haruka)

-Havia um pedaço de uma suposta capa de chuva também perto do incinerador, que o assassino deve ter esquecido de queimar. (Kenji)

-Para que uma capa de chuva? (Kazuki)

-Talvez para se proteger do sangue...O sangue que espirrou quando o corpo de Akio foi esfaqueado. (Haruka)

-Mesmo depois de morto, ele ainda podia jorrar sangue. O assassino deve ter pensado isso... (Kenji)

-Mas não pensou muito bem, já que deixou pegadas. (Fumio)

-Por falar em sangue...O sangue de Akio nos dá uma pista valiosa. (Izumi)

-O sangue de Akio...Ela está falando daquela “mensagem”? (Ayaka)

-A mensagem que Akio deixou...ele deixou um kanji, um ideograma japonês, que significa “morte”. (Kenji)

-Mas por que “morte”? O que isso tem a ver...Kimiko está confusa! (Kimiko)

-Morte...o segredo...qual será o segredo por trás desse ideograma... (Kenji)

-Talvez não devêssemos olhar o significado. (Fumio)

-Não olhar o significado...Sim! É isso! Não devemos pensar no significado do kanji, mas sim em sua leitura! (Kenji)

-A leitura daquele kanji é “shi”. (Ayaka)

Pense, Kenji...essa pista pode levar direto ao assassino

Shi...

Shi...

-Shizuka! Kimiko Shizuka! (Kenji)

-O que tem meu nome? (Kimiko)

-Você é a única pessoa em que consigo pensar que pode ter alguma relação com aquela mensagem... (Kenji)

-Aquelas migalhas...Bolinhos. (Haruka)

-Faz muito sentido! (Yoshie)

-Espera. (Kimiko)

Ela estava surpreendentemente fria, como se não estivesse sendo acusada de matar a pessoa que amava.

-Espera! Você mesmo disse que eu estava livre da suspeita das pegadas! (Kimiko)

-É porque eu não lembrava de uma certa coisa, Kimiko. (Izumi)

-Que coisa? (Kimiko)

-Aquela hora em que estávamos andando. Kenji, você lembra? (Izumi)

-Kimiko tropeçou. Os sapatos dela...estavam grandes demais! Ela trocou de calçado! (Kenji)

-Sim, se eu me lembro bem, Kimiko costumava usar botas! E ela não está de bota agora! (Ayaka)

-E-eu só resolvi mudar meu estilo! (Kimiko)

-A única pessoa que sabia exatamente o tamanho do seu pé era Akio. (Kazuki)

-Como você sabe? (Kimiko)

-Eu vi. Na mochila dele. É o lado bom de ser um bisbilhoteiro. (Kazuki)

-Pessoal! Vocês estão demorando demais, vamos logo votar? (Monokuma)

Os botões apareceram, e votamos. O resultado: Kimiko.

-Acertaram de novo, mas que coisa! Kimiko Shizuka foi a assassina de Akio Tsumeo! (Monokuma)

-Mas...por que...? (Ayaka)

-Por que você mataria ele? (Haruka)

-Akio...AKIO...! (Kimiko)

Ela começou a chorar desesperadamente, um misto de arrependimento, culpa, dor, saudade e vários outros sentimentos.

-Você o amava, por que o matou? (Kenji)

-Akio descobriu uma coisa. Mas...ele não tinha tempo. (Kimiko)

-O que quer dizer com “não tinha tempo”? (Fumio)

-Será que o que ele descobriu é o que nós descobrimos? (Ayaka)

-Ele descobriu algo que ele achou que seria um bom jeito de sair daqui. Mas o tempo estava acabando...ele não podia deixar que aquilo que o Monokuma mostrou se realizasse! Mas ele tinha que avisar vocês de algum jeito que ele não descobrisse... (Kimiko)

-Mas se você falar alto ele vai descobrir! (Haruka)

-É verdade! Desculpa... (Kimiko)

-Continue contando. (Kazuki)

-Ele ia se suicidar e deixar uma mensagem para vocês...Mas eu não queria deixar ele se matar. Eu queria...eu queria ficar com ele...Então nós decidimos.
“Se eles não te descobrirem, você vai ficar livre deste lugar. Mas se te descobrirem, nós vamos ficar juntos do outro lado”
Foi o que ele disse...Eu dei o bolinho envenenado para ele. Eu usei a segunda Monofaca que eu e ele achamos para perfurar o corpo dele, e ele escreveu com o próprio sangue aquela mensagem. Eu tentei dispor da evidência no incinerador, mas eu não tive tempo de arrumar tudo quando saí para ir “reencontrar” o corpo com Izumi. Eu fiz tudo isso por ele e por vocês... (Kimiko)

-Eu não sei o que pensar sobre tudo isso... (Kenji)

-Eu só espero...que vocês possam sair daqui... (Kimiko)

Kimiko entregou uma folha de papel para Fumio Manabu, e segurava as lágrimas. Ela era bem sensível, mas numa hora dessas, estava tentando parecer forte.

-Akio...me espere... (Kimiko)

-Pupupu...vocês acham que conseguem me ludibriar...É hora da punição!! (Monokuma)

-E pessoal, lembrem-se. Nem tudo é o que parece ser, às vezes foi só sorte...Kimiko já vai indo! (Kimiko)

 

Execução de Kimiko Shizuka: Desenhista Nível Super Colegial

Uma folha de papel, com um desenho de criança. Monokuma desenha Kimiko nela, e ela subitamente ganha vida: temos a impressão de que aquele desenho animado era uma representação do que realmente estava acontecendo com Kimiko em algum lugar...

Ela tentou sair do desenho, mas as bordas da folha a prendiam. Monokumas surgiram dentro do desenho e começavam a espetar lápis no chão, Kimiko tentava fugir.

Até que ela se viu encurralada pelos Monokumas e suas lanças de lápis. Quando finalmente aceitou seu destino...O Monokuma desenhista a apagou com sua borracha e amassou a folha.

­-Kimiko...Akio... (Yoshie)

-Sobrou menos da metade do pessoal inicial... (Fumio)

-Será que nós vamos realmente sair daqui...? (Ayaka)

-Sim, nós vamos! Vocês não perceberam a valiosa pista que eles nos deram? (Izumi)

-Sim, graças a eles, nós temos uma chance! (Kazuki)

-Pupupupu...Vocês acham que vão conseguir sair daqui? Ah, a esperança...ela é tão bonita! Continuem, jovens, continuem determinados! (Monokuma)

-Nós definitivamente vamos sair daqui, Monokuma! (Kenji)

Tentei soar o mais heroico e determinado possível.

-Nós não vamos desistir. (Haruka)

-Por favor...eu só quero sair daqui. (Yoshie)

Yoshie nos comoveu, todos saímos daquele lugar.

Subimos de volta no elevador.

De volta para mais um dia. Naquela escola maldita...E aquele jogo de assassinato...