História Danger Love - Desconfiança

POV Mônica

- E quanto tempo faz que você começou a desconfiar disso? - perguntou Penha assim que fechou a porta de seu armário.

- A duas semanas atras, mas agora eu tenho certeza - fechei meu armário após guardar meus livros.

  Depois de meu aniversário, Magali me liberou de voltar para a escola, disse algo sobre aquela época do ano ser muito pesada para que eu ficasse no meio daquilo tudo. Agora Cebola me trás todos os dias para a escola e quando não pode me levar, meu maninho querido vem me trazer, meu irmão disse que eu não posso mais ficar andando sozinha por aí e que isso era para minha segurança. Procuro não me envolver nos assuntos dele, mas as vezes é impossível.

  Tem duas semanas que eu descobri sobre a minha suposta gravidez e perdi a conta de quantas vezes eu tentei procurá-lo para desabafar mas ele estava ocupado, noites que eu via ele saindo com os meninos e a Magali se trancava no escritório me deixando sozinha com o Monicão naquela casa gigante. Encontrei lugares naquela casa que a própria dona nem deve saber da existência.

 Meu irmão tem uma vida nova agora, estamos bem de vida novamente, igual quando vivíamos com nossos pais. Mas ele está se tornando muito distante de mim e eu não gosto disso, ele é meu melhor amigo, meu confidente, meu irmão, ele deveria pelo menos tirar um pouco de seu tempo para me dar atenção.

  Cebola e eu ficamos bem próximos depois do meu “presente” de aniversário  e DC pareceu se distanciar de mim assim como meu irmão, cada dia que passa Magali está ficando mais fria e calculista, nem parece aquela menina que fez desfile de cosplay comigo. Também não quero me meter em seus assuntos.

- Nikka, o que você vai fazer se for verdade? - Lola perguntou.

- Eu não sei, mas abortar é que não vai ser - suspirei, era frustrante imaginar um aborto.

- Se você pensar em fazer isso eu dou na sua cara - Penha não gostava muito das mulheres que tinham a dádiva divina de procriar e não as usava a seu favor, segundo ela essas eram as mulheres mais burras da sociedade.

- Nem coragem pra isso eu tenho - entortei a boca vendo que a Denise e seu grupinho de nojentas se aproximava.

- Oi cunhada, por onde anda meu neném? - Denise disse, sua voz fina me deu uma dor de ouvido.

- Comendo minha cunhada - disse, Penha e Lola fizeram um mini coro de “oooooo” e eu ri fraquinho.

- Mas querida, como ele pode estar sua cunhada sendo que eu estou aqui na sua frente e ele não está aqui? - perguntou com deboche e suas amiguinhas fizeram um toque esquisito com ela.

- Simples por que minha cunhada não é você - disse e lhe dei as costas.

 Eu não ia perder meu precioso tempo para ficar ouvindo as besteiras que ela fale.

   Por mais que minha vontade seja de virar a cara dela do avesso como diz Lola, eu tenho que me conter.

    Entrei na sala e prestei a atenção na aula que o professor de Biologia estava dando sobre múmias, confesso que comecei a gostar dessa matéria.

(...)

- Cansada? - perguntou Cebola me abraçando quando me aproximei dele.

- Morrendo - fiz uma cara de sofrida. - De fome - ele caiu na gargalhada.

- Eu sei de uma coisa que eu adoraria comer - ele me puxou pela cintura fazendo nossos corpos ficarem colados.

- Um mega lanche do MCDonald's, depois um do Burger King? - falei em tom animado e ele riu me soltando após me roubar um selinho.

- Você só pensa em comer - ele revirou os olhos abrindo a porta do carro pra mim.

- E você só pensa em me comer - ele me lançou um sorriso malicioso me deixando corada, eu amo esse jeito safado dele, mas estamos virando dois coelhos.

     Ouvíamos músicas aleatórias na rádio e conversamos sobre como foi nosso dia, mas o telefone dele começou a tocar, ele pediu para que eu conectasse o celular dele no carro e colocasse a chamada no viva voz.

- Cebola, me ajuda - era a voz da Magali.

- Onde você está? - ele perguntou já desviando nosso caminho.

- No galpão.

- O que tá acontecendo aí? - perguntou ele ao ouvir barulho de coisas sendo quebradas.

- Invadiram o galpão e estão roubando nossa carga - ouvi um barulho de tiro e um gemido. - Cascão!! - Magali gritou fazendo meu corpo gelar.

- Magali o que aconteceu com meu irmão? Magali?! - gritei mas a chamada foi encerrada. - O que aconteceu com ele? - comecei a chorar.

- Prometo para você que eu vou cuidar disso - ele entrou em uma ruazinha de pedra e minutos depois eu conseguia ver o galpão.

   Cebola me repreendeu quando viu que eu desci com ele do carro mas eu fingi não ouvir o que fora dito por ele, eu só queria saber se estava tudo bem com o meu irmão. Corremos até o galpão onde ainda ocorre um suposto tiroteio, Cebola foi na frente atirando mas antes me deu uma pistola e mesmo sem saber atirar ou em quem atirar eu atirava naqueles que miravam em mim ou nele.

  Não os encontramos no andar de baixo então ele supôs que eles  estivessem no andar de cima onde ficava o cofre e escritório, passei na frente de Cebola ouvindo ele falar um palavrão, ao me aproximar da porta vi muitos corpos caídos no chão, graças ao bom Deus não eram de ninguém conhecido e sim de pessoas vestidas de preto.

  Chutei a porta mas cai sentada ao ver o corpo de Magali estirado no chão, completamente inconsciente, sua testa sangrava um pouco e seu lábio inferior cortado. DC não estava no cômodo e nem o meu irmão, isso fez com que eu entrasse em estado de pânico.

- Magali, Magali fala comigo - eu chorava balançando levemente seu corpo. Cascão me ensinou que não se deve mexer muito quando a pessoa está machucada.

- L-levaram - ela murmurou bem baixinho tive que colocar minha orelha próximo de sua boca para ouvir. Seus olhos estavam roxos e completamente inchado.

- O que levaram? - engoli em seco com a possibilidade de terem feito algo grave com ela.

  Cebola estava tendo um ataque de nervos com alguém no telefone.

- Levaram e-eles - resmungou de dor ao tentar se mexer.

- Quem os levou? - perguntei.

- D-Dylan.