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História Dangerous - Noite fria


Escrita por: gKnowles

Capítulo 4 - Noite fria


Fanfic / Fanfiction Dangerous - Noite fria

“Gostaria de poder encontrar meu verdadeiro amor esta noite. Acha que ele poderia ser você?” – Serial Killer, Lana Del Rey.

Acordei na segunda com muito mau humor. A ideia de ver Zayn logo de manhã me deixou irritada. Mas eu não tinha ideia que aquela segunda iria virar minha vida de cabeça para baixo.

Tomei uma ducha quente e me arrumei; desci para tomar café da manhã com meus pais, mas eles já tinham saído para o trabalho. A nossa empregada tinha preparado panquecas, então comi lentamente a fim de adiar o máximo possível minha ida para a escola. Mas não teve jeito.

Saí pelas ruas de Manhattan rumo a escola e a brisa fresca do outono me deixava um pouco menos mau humorada. Ao contrário das outras pessoas apressadas, eu caminhava devagar e apreciando a vista daqueles arranha-céus de tirar o fôlego.

Chegando na escola, não demorei muito para encontrar Carly e Jessie nos corredores.

- E aí gente – disse cumprimentando

- Já esbarrou com aquele babaca do Zayn? – Carly perguntou enquanto Jessie me abraçava.

Fiz que não com a cabeça. Não tinha visto ele e nem queria.

Enquanto conversávamos sobre o final de semana, vi que alguém acenou para mim de longe. Liam.

Andei depressa até ele, e o grupinho de amigos que o cercava se desfez quando eu cheguei, nos deixando a sós.

- Oi – disse e lhe dei um abraço rápido

- E aí? Tudo bem? – ele perguntou

- Nada é muito bom na segunda feira, porém sigo firme. E você?

 

Ele fez que sim com a cabeça sorrindo.

- Viu Zayn hoje? – perguntei por perguntar, estávamos sem assunto e esse era o nosso único assunto em comum.

- Zayn não vai vir na aula hoje – ele disse rindo – acabou rolando um baseado na festa sexta e os pais dele descobriram. Não me pergunte como.

- Não acredito – disse gargalhando. A imagem de um Zayn de castigo era hilária – Bem, pais sabem o que fazem – disse debochada

Nesse o momento o sinal tocou.

- Te vejo no almoço – Liam disse sorrindo e saiu andando para a sua sala.

Liam era um garoto gente boa e fiquei feliz que ele quisesse falar comigo de novo.

Tive aulas horríveis que passaram lentamente e quando o sinal do intervalo bateu, eu nem acreditei.

Sentei na área externa como de costume com minhas amigas e logo Liam apareceu. Ficamos conversando sobre várias coisas. Percebi que Liam era um garoto muito tranquilo e Carly deu de cima dele o tempo todo. Aquilo era muito engraçado e confesso que me peguei pensando em como os dois ficariam bonitinhos juntos. Eles eram opostos e dizem que os opostos se atraem. Carly era estressada enquanto Liam era calmo e isso já os deixava perfeitos juntos.

No fim da aula Carly foi embora com Liam. Jessie me chamou para fazer compras depois da aula na 5th avenue, aceitei prontamente.

Cheguei em casa e tinham muitas mensagens da Carly no meu celular, uma delas era “Liam é um fofo. Vamos na casa dele assistir um filme haha.” Comecei a rir, porque sabia que essa coisa de ‘assistir um filme’ não existe. Era só uma desculpa para eles ficarem e sabe-se lá o que mais.

Troquei de roupa e liguei para Jessie para nos encontrarmos em uma loja. Foi uma tarde maravilhosa. Compramos muitas coisas, fomos ao shopping e ficamos de bobeira até que já era noite. Me despedi dela e decidi ir caminhando para casa. A noite estava um pouco fria, mas estava linda.

Virei uma esquina de uma rua não muito movimentada e com prédios um pouco mais baixos. Eu não me lembro de ter passado por ali antes, mas segui meu caminho. Conforme ia andando ouvia uma música abafada chegando cada vez mais perto; então vi que naquela rua tinha um pequeno beco sem saída entre dois prédios e no fim dele tinha uma pequena entrada para o que devia ser um bar secreto, desses que existem em Nova York e que rolam coisas ilegais.

Estava cheio de motoqueiros na entrada; bebendo, fumando, rindo e falando alto e entre eles vi um rosto conhecido, Harry, o namorado da minha irmã. Ele que devia passar os dias de semana estudando no Bronx. Observei por mais um tempo, ele conversava animadamente com os motoqueiros, mas acho que não era um deles, já que os caras usavam um colete de couro com alguns escritos que não enxerguei muito bem, mas Harry usava roupas normais.

Me aproximei deles um pouco receosa, mas, se Harry estava enganando toda a minha família, não iria enganar a mim.

- Harry! – gritei

Todos olharam para mim. Harry logo jogou seu cigarro no chão e falou alguma coisa com os caras e todos eles voltaram a conversar. Harry veio até mim com uma expressão de dar medo.

- O que você está fazendo aqui? – ele perguntou sério. Só então percebi que ele tinha o sotaque britânico.

Ele estava mais bonito do que a ultima vez que o vi. Seus olhos estavam fundos e avermelhados. Apesar do cheiro de tabaco, consegui sentir seu perfume.

- O que você está fazendo aqui? – devolvi a pergunta

- Por que quer saber?

- Você devia estar no Bronx – disse séria, porém não conseguia olhar diretamente nos olhos dele enquanto ele me olhava.

- Mas não estou. Agora responde minha pergunta – e com um tom de voz alto, quase gritando, ele perguntou - O que está fazendo aqui?

- Só estava passando. Estou indo para casa.

- Mas esse não é o caminho certo.

- Então eu me perdi.

Merda! Onde é que eu estava?

- Você não está muito longe. – ele disse como se tivesse lido meus pensamentos - Mas se continuasse seguindo essa rua talvez não continuasse viva. – ele disse e riu ironicamente.

Fiz uma expressão de tédio e revirei os olhos.

- Minha irmã sabe que você é um vagabundo?

Ele riu como se estivesse conversando com uma criança.

- Eu não sou um vagabundo. Talvez você seja, mas eu não.

Sem pensar duas vezes dei um tapa no rosto dele. Ele ignorou totalmente.

- Sustentada pelos pais, vida fácil, roupas de marca – ele disse me olhando de cima em baixo.

- E qual é seu problema com isso? – perguntei sentindo meu coração acelerar, estava ficando com medo.  

- Na verdade, nenhum.

Dei as costas para ele e quando dei um passo ele segurou meu braço com força.

- Vai sozinha? – ele perguntou

Não respondi nada. Ele continuou segurando meu braço e me levou até o prédio ao lado. Era um lugar velho e mal iluminado. Subimos ás escadas até a cobertura, que era um cômodo cheirando a cigarro e seu perfume.

- O que estamos fazendo aqui? – perguntei

- Eu moro aqui. – ele respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Era um cômodo com apenas uma cama, um sofá e um mini bar com muitas bebidas. Tinha uma porta, que imaginei ser a do banheiro e outra porta que era de vidro e dava para uma área externa. Fui até lá.

Assim que abri a porta senti o vento gelado e que parecia puro por me livrar daquele cheiro horrível de tabaco do quarto. A vista era incrível. Eu podia ver o Chrysler Building de perto e aquilo parecia irreal de tão lindo. As luzes da cidade eram mais fortes ainda vistas de cima.

- O que está fazendo aqui? – Harry perguntou surgindo do lado de fora e me dando um susto.

- Gosto de vistas assim.

Ele me olhou com cara de tédio e se aproximou para observar comigo. O vento estava frio, batia em meu rosto e bagunçava meu cabelo.

- O que você veio buscar aqui? – perguntei

- A chave do meu carro. Vou te levar em casa.

- Não precisa – disse séria

- Você está perdida! Não se faça de difícil, só vou te levar em casa.

- Por quê?

- Porque eu quero, porra! – ele gritou – Vamos! – dizendo isso ele puxou o meu braço com força e eu tentei me soltar, mas isso só o fez segurar com mais força e eu acabei me aproximando muito dele.

E foi ali naquela noite com um vento frio e com os prédios em volta de nós, que eu beijei Harry pela primeira vez. Sua boca fria vinha ao encontro da minha e estávamos em perfeita sintonia. Fiquei na ponta dos pés e entrelacei minhas mãos eu seu pescoço, ele passava suas mãos e minhas costas e descia cada vez mais me fazendo arrepiar. Meu corpo ficou quente em questão de segundos e logo meu rosto começou a queimar. Eu o empurrei lentamente para interromper o beijo e pela primeira vez olhei direto em seus olhos. Verdes, intensos e frios.

Nos afastamos. Harry passou as mãos em seu cabelo, parecia nervoso. Eu também estava. Não entendi como aquele beijo tinha acontecido.

- Vamos – ele disse e saiu andando. Eu o segui.

Harry tinha um Mustang 67 preto, que estava estacionado do outro lado da rua. Entrei no carro em silêncio e ele também. Eu estava nervosa e ele de repente era a calmaria em pessoa. Acendeu um cigarro e começou a dirigir rápido. Fiquei o tempo todo olhando as ruas através da janela. Ele me deixou na porta do meu prédio e eu desci sem dizer uma palavra. Assim que fechei a porta ele arrancou com o carro. 


Notas Finais




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