História Dangerous - Primeiros erros

"Bem, eu te observo parada como um cão raivoso e você tem esses olhos chorosos, que fazem eu querer me render e te envolver em meus braços." - Coming of Age, Foster The People.

Os dias da semana se passaram lentamente. Minha vida estava se resumindo em estudar e ir até o hospital. Evitei ao máximo contato com Harry e isso tinha um efeito estranho sobre mim. Sonhava com ele, passava horas perdida em meus pensamentos sobre ele e até me peguei imaginando mais beijos entre nós. Me sentia culpada com isso, mas era inevitável. Harry era um mistério a ser desvendado e isso me tirava o sono. Além de sua beleza física, algo no seu olhar me fazia querer conhecer toda a sua alma e toda a sua história.

Depois de duas semanas no hospital do Brooklyn, Allyson seria transferida para um hospital em Manhattan. Harry ganhou alta no mesmo dia da transferência. Eu estava saindo do hospital, quando ele estava acertando suas coisas na recepção. 

- Harry Styles, 22 anos - ele disse respondendo alguma pergunta feita pela secretária.

- Você é velho - disse chegando por trás dele.

Ele se virou e seus olhos secaram meu corpo. Depois, olhando em meus olhos, ele disse:

- Talvez você seja nova demais.

Ele voltou sua atenção para a secretária e depois de resolverem tudo, voltamos a conversar.

- Para onde está indo? - perguntei

Harry andava com certa dificuldade por causa da cirurgia e de todos os curativos. Ofereci meu braço para ele se apoiar, mas ele recusou.

- Meu amigo vai vir me buscar. Vou para casa. 

- Não sei se é uma boa ideia você ficar sozinho em casa. Você ainda tem que ficar de repouso. - disse realmente preocupada

Harry me olhou intrigado.

- Só falta querer ir para casa comigo. Vai querer? - era uma pergunta retórica e ele estava sendo irônico

- Vou - respondi séria ignorando sua ironia - só para saber se você vai se cuidar direito.

Ele me olhou e balançou a cabeça negativamente. Depois riu. 

- Tanto faz - ele disse por fim

Eu e Harry fomos para o lado de fora do hospital e lá estava o carro dele estacionado. Entrei super sem graça e me sentei no banco de trás e na direção estava um cara mais velho coberto por tatuagens coloridas.

- Quem é a gatinha? - o cara perguntou para Harry 

- Meu nome é Victoria - disse ríspida 

- Ei, por que está com o meu carro? - Harry perguntou

O cara tatuado demonstrou uma expressão não muito boa.

- Aquele merda do Justin fodeu com o meu carro. 

- Como assim? - Harry parecia confuso

- Eles destruíram o meu carro. Não sei porque, talvez como forma de aviso. 

Harry riu.

- Caralho, Hazza, eu tô falando sério! - o tatuado estressou com Harry

- Dirija Carter, vamos embora - Harry ordenou - E nós vamos resolver isso, fica tranquilo. 

Carter, o cara tutuado, dirigia em alta velocidade. Depois de muitos minutos chegamos finalmente a Manhattan. E lá estava eu de volta aquele prédio decadente. Carter entrou no pub onde vi Harry aquela noite, ele me explicou que Carter morava num lugar aos fundos e era o dono do bar. 

Chegando no quarto de Harry, ele se sentou na cama, tirando os sapatos e se encostando num monte de travesseiros. Pegou um maço de cigarros aberto no seu criado mudo e tirou um.

- Pega meu isqueiro - ele disse apontando para o mini bar 

Peguei e entreguei na sua mão. Me sentei na beirada da cama e disse:

- Você não deveria fumar, sério.

- Porque quis vir comigo? - ele perguntou

- Para conferir se você iria ficar bem. 

Ele tirou o cigarro da boca soltando fumaça. Balancei minha mão no ar freneticamente para tirar a fumaça de perto de mim.

- Victoria Ross Rivera - ele disse me fitando - 17 anos, certo?

Fiz que sim com a cabeça.

- Você é uma garota legal, mas já pode ir embora. Viu como estou cheio de problemas? Preciso resolver essas tretas, então, você pode ir. 

Me senti ofendida com o que ele disse. 

- Mas eu quero ficar - disse para contrariá-lo, mas não deixava de ser verdade.

Harry me olhou surpreso como quase sempre fazia e sorriu um pouco malicioso. Tirou sua blusa e só então eu vi suas tatuagens. Ele tinha inúmeras tatuagens pequenas, e as mais visíveis por serem maiores eram duas andorinhas no peito e um pouco abaixo uma borboleta enorme. E em um dos braços ele tinha um coração preto e um navio de guerra rasoavelmente grande.

Ele me olhou e chegando mais perto de mim, me envolveu com seus braços e me arrastou para mais perto. Começamos a nos beijar calmamente, mas Harry foi beijando meu pescoço dando leves mordidas e eu perdi o controle. Comecei a beijá-lo como se não houvesse amanhã e ele tirou minha blusa rapidamente. Não o impedi porque no momento estava gostando muito daquilo. Ele se deitou e meu corpo ficou em cima do corpo dele. O beijei com muita intensidade. 

- Pega leve - ele disse rindo fazendo uma careta de dor - ainda estou me recuperando.

- Me desculpa - disse rindo também

Ele passou a mão na minha cintura, depois na minha bunda e desceu para as minhas coxas. Perdi total minha consciência e naquele momento só existia eu, Harry e a incrível sensação que dominava meu peito. Ele apertou minha bunda, o que me fez morder o lábio inferior.

- Não faz isso - Harry disse - senão não respondo pelos meus atos.

- Nenhum de nós vai responder - disse - isso é tão errado. 

- Eu não acho que seja. Me parece bem certo quando estou com as minhas mãos em sua bunda. 

Ri alto e dei um tapa de leve em seu braço.

- É errado. Mas é bom. 

Saí de cima do seu corpo e me sentei na cama cruzando minhas pernas. Sentia meu corpo quente e meu coração estava disparado. Prendi meu cabelo em um coque bagunçado e respirei fundo.

- Você fica bem assim - Harry falou me olhando - incrivelmente gostosa - e mirou seu olhar em meus peitos.

Eu estava de jeans e um sutiã rosa claro. 

Eu poderia ter pegado minha blusa e vestido, mas gostava da sensação de Harry estar secando o meu corpo. E eu nunca havia sentido isso. 

Ele acendeu mais um cigarro e se encostou novamente nos travesseiros. 

- Do que vocês falavam no carro? - perguntei me referindo a conversa estranha entre ele e Carter.

- Não posso contar. 

- Qual é Harry, por favor. 

Ele respirou fundo soltando mais fumaça.

- Justin é um cara assim como eu, com bons amigos. Mas esses amigos não gostam dos meus amigos. E isso fez com que nós nos tornássemos rivais.

- E por qual motivo? 

Ele balançou a cabeça negativamente e riu.

- Esquece isso. Vem aqui - e dizendo isso ele esticou seu braço num gesto de querer me abraçar. Repousei com cuidado minha cabeça em seu ombro e sua mão acariciava minha coxa. 

- Eu não te odeio Harry. E me sinto mal por isso. Mas no momento, não há outro lugar que eu queira estar a não ser aqui. Isso é perigoso, para mim e para você.

Ele parou de acarciar minha perna e passou a fazer carinho na minha barriga.

- Meu anjo, você não sabe nada sobre perigo.