História Dangerous - Capítulo- I

11 de setembro de 2014. Londres, Inglaterra. [Flash back]

Havia um alvoroço naquele local fechado, todos queriam saber quem seria a nova “voz”. Passada uma semana da morte do líder da empresa, finalmente seria o dia em que todos escolheriam um novo, e todos os funcionários estavam ansiosos e preocupados, será que seria um deles? Como um jogo de azar, outra empresa da mesma cidade, que trabalhava no mesmo ramo, também estava no mesmo processo, coincidência? Talvez.
Assim que o conselheiro da empresa entrou na sala onde estavam todos, os cochichos cessaram, e os olhos foram voltados para o velho senhor que todos conheciam. Ele jogou uma pasta vermelha transparente sobre a mesa que o separava dos demais, e encaro todos por cima dos óculos com seus olhos inexpressivos. Todos o olhavam apreensivos.

— Já temos um novo presidente. — Ele declarou.

Os cochichos voltaram mais altos do que antes, um dos funcionários cotados era um jovem que havia entrado a pouco na empresa, ele era um ótimo espião, e executava seus trabalhos com destreza, era esperto e calculista. Ele mesmo se achava capaz de se tornar o presidente, mas ninguém ali presenta apostava completamente no jovem rapaz.

— Silencio! — O senhor, já sem paciência esbravejou, todos se calaram imediatamente— O presidente foi escolhido, mas deseja permanecer em sigilo, já que nosso último líder foi assassinado.

— Ele é um de nós? — Uma voz ecoou pela sala.

— Sinto em dizer, mas não. Ele não é um de nós. — O homem respondeu se retirando da sala, já que sua missão já estava completa. 
O silêncio foi quebrado por murmúrios de todos os tipos, alguns satisfeitos, mas muitos revoltado, afinal porque teria que ser alguém de fora?

***

20 de outubro de 2016. Londres, Inglaterra. [ Now ]

Dinah espreguiçou-se olhando para a janela praguejando mentalmente o fato de estar fazendo sol. Ela odiava o sol, odiava o calor. 
Levantou se arrastando para o banheiro, pois não havia tomando banho na noite anterior como de costume. 
Ela demorou quarenta longos minutos dentro daquela banheira enorme de espumas, relaxando todos os seus músculos tensionados graças à noite passada. A arte da sedução era mais intensa do que todos imaginavam.
Olhou para o relógio constatando que ainda eram dez horas da manhã, e praguejou novamente, outra coisa que a loira odiava era ter que ficar o dia todo em casa, certamente preferia passar o dia preenchendo a papelada da empresa, ou resolvendo alguns dos vários casos inacabados. Mas Dinah só retornaria ao escritório na parte da tarde, como a voz havia ordenado.

***

—Senhorita Hansen? — A secretaria de Dinah entrou em sua sala.

— Sim? — A loira respondeu seco, sem olhar para a ruiva no canto da sala, mantendo seus olhos voltados para a visão privilegiada de sua sala para o centro de Londres.

—Ele quer falar com você. — A ruiva disse, segurando sua inseparável prancheta.

—Ok, pode sair agora, Chloe. — Assim que a moça saiu da sala, Dinah sentou-se em sua cadeira confortável e apertou um botão recebendo a chamada que vinha do escritório dele. 
Ele. Era assim que todos na empresa se referiam a voz.

— Hansen? — Ele disse, demostrando certa preocupação, o que fez com que Dinah estranhasse a situação.

— O que te preocupas? — A loira respondeu.

— Temos um caso difícil dessa vez. —Ele disse.

— Não para mim. — Respondeu calmamente.

—Até para você. — A voz continuou a demonstrar preocupação.

—Apenas me dê fotos e suspeitas, será fácil, como sempre. — Respondeu mantendo seu tom de confiança.

— Não será tão fácil, eu preferia tratar isso diretamente com você, preciso te dar explicações.

—Que seja. — Recolheu alguns papéis que estavam sobre a mesa, os organizando em sua pasta marrom. —Mas você vai deixar eu te ver?

—Não. Não será tão diretamente assim. — Ele respondeu com frieza. — Nos vemos amanhã.

—Certo. —Respondeu no mesmo tom, desligando em seguida.

Dinah gastou o restante das horas do dia trabalhando em alguns casos inacabados. Terminando mais cedo toda a papelada, ela voltou para casa. 
Não havia nenhum alvo ou missão para ela, então não tinha nada complicado o suficiente que a mantivesse no escritório. Todos a chamavam de exibida e arrogante, já que demonstrava claramente total desprezo para os demais membros daquela empresa. Ela sabia que era a melhor, e era boa o bastante para deixar isso claro.

Chegando em casa depois de ficar duas horas presa em um engarrafamento no centro Londrino. Dinah notou que havia um bilhete de sua empregada na porta, onde avisava que a mesma estava doente, então não poderia fazer suas refeições até que estivesse recuperada. Ela arrancou o papel com certa brutalidade, praguejando mentalmente, a única coisa que ela precisava naquele momento era jantar e cair na cama. Como não era boa cozinheira, resolveu ir até um pequeno restaurante do outro lado da rua.
Ao entrar no estabelecimento, sentiu uma estranha sensação de que alguém a observava, mas ignorou, já que seus sentidos eram aguçados demais devido ao trabalho.
A loira se dirigiu até o balcão sem saber o que pedir, só precisava de uma boa refeição para repor as energias. Ela procurou por algo saudável mas resolveu apostar nos doces, escolhendo uma bomba de chocolate para o cardápio da noite.

—Eu não levaria isso se fosse você. — Dinah sentiu a presença de uma das funcionárias do local, que tinha um sorriso absurdamente irônico nos lábios rosados.

—Poxa, ainda bem que eu não sou você. — Respondeu por fim, sorrindo ironicamente para a moça, pegando sua bomba de chocolate e a colocando na cesta de compras.

—Uau, já ouvi falar de mau humor, mas você... — A menor disse ainda sorrindo.

—Você costuma ser sempre tão intrometida? — Dinah passou a analisar a morena de cabelos pretos e olhos de esmeraldas a sua frente. Ela era gostosa, tinha lábios tentadores, seria perfeita para Dinah se divertir, porem era intrometida demais.

— E você costuma ser sempre tão educada? — Um sorriso sarcástico tomou conta dos lábios da morena, fazendo a loira ficar mais irritada.

—Sim. Agora se me der licença eu vou lá pagar a MINHA bomba de chocolate. — Disse, caminhando até o caixa, procurando por algum funcionário do local para atende-la.

—Oi de novo, mau humorada. — A morena sorriu.

—Inferno, você de novo? — Dinah por fim demonstrava sua irritação.

— Considere como quiser, mas se quiser levar seu jantar para casa, é a mim que vai ter que pagar.

—Nenhuma outra opção? — Ela disse quase se rendendo.

—Vê outro caixa por aqui? — A menor encarou a loira.

—Ok, então seja rápida.

Ela fez todo o processo lentamente apenas para deixar Dinah ainda mais irritada. Com um sorriso no canto do rosto, observou cada um dos doces que a maior escolheu, levando o dobro do tempo para finalizar o processo de compra.

—Volte sempre. — Sorriu.

—Acredite, não voltarei. — Respondeu seco.

—Ah sim, você vai voltar, e com certeza irá procurar por Lana Jaasen. — Piscou para a Polinésia, a deixando mais aborrecida.

—Esse é o seu nome? —Perguntou fingindo interesse.

—Sim. — Respondeu alegremente.

—É patético, tanto quanto a dona. Adeus Lana Jaasen, até nunca mais. — Dinah seguiu andando sem se dar o trabalho de olhar uma última vez para a garota.

—Você vai voltar. — A morena de olhos verdes gritou.

— Veremos. —A loira respondeu mais para si mesma do que para a outra. Definitivamente ela não voltaria aquele lugar.