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História Dangerous - Seven


Escrita por: jiminfave

Notas do Autor


Olá meus amores, não vou falar muito hoje então só quero desejar uma boa leitura. Agradeço pelos favoritos e comentários que recebo, tanto aqui como no twitter, e tbm quero avisar pra vocês se prepararem pros próximos capítulos rsrs.

Tenham uma boa leitura e um ótimo dia! (perdão pelos erros)

Capítulo 7 - Seven


Rose desatou o coque e agitou sua cabeleira de um lado para outro, a deixando minimamente desorganizada. Aproximou-se do espelho, espalhando o gloss pelos lábios macios, e os massageou seguramente. Encarou os dois detetives pelo reflexo e sorriu antes de girar a cadeira de frente para eles. 

– O que acharam? – indagou, erguendo as mãos para o figurino e levantando-se do assento.

– Não está parecendo uma adolescente. – Jeon foi mais rápido e atacou. Rose devolveu o seu olhar penetrante. 

– Claro que estou parecendo, só falta uma coisinha. – pegou uma presilha em cima do suporte e a colocou no cabelo delicadamente. – Seokjin, o que acha?

– Tem certeza que eles não vão desconfiar? Você tem muito... corpo para uma adolescente de dezessete anos. – usou as palavras delicadamente para não incomodá-la. – Precisamos ser perfeitos, Rose.

– Ai, por favor. Vocês são tão dramáticos. Eu já fiz isso antes e deu certo, dessa vez não vai ser diferente. – agarrou a pequena bolsa sobre a mesa e atravessou entre os dois homens, que se entreolharam de relance.

– Pelos menos você sabe o que está procurando? Não adianta ir até lá, enrolar eles e não descobrir nada que seja do nosso interesse. – Jungkook proferiu as palavras ardilosamente, fazendo a mesma parar no meio do caminho e virar para encará-lo firme.

– Querido, você não faz ideia do que eu posso descobrir. – o canto de sua boca se alargou em sinal de aviso. Jeon permaneceu galgaz e com o semblante sereno, por mais que significasse que ela estava disposta a dificultar sua mente . – Precisamos saber o que há nesse lugar, se ficarmos parados eles podem continuar agindo.

– Vale ressaltar que é um lugar protegido e só quem recebeu o cartão tem passagem. – Seokjin exprimiu, ela acenou em afirmação. – Está usando o microfone? Eu e o Jungkook vamos com você, quero garantir que vai ficar segura. Se realmente for eles, eu quero o máximo de proteção.

– Não se preocupe, Senhor. Vocês podem ficar no carro enquanto eu faço todo serviço. Sabe que sou ótima nisso. – seu olhar denunciava convicção e alguma coisa que Jungkook julgou ser.... intimidade?

– Jungkook. – o detetive, que permanecia estudando as expressões da outra, o encarou de lado. – Pegue as chaves do carro principal e chame dois policiais para ir conosco. Não conte para os outros o que estamos prestes a fazer, quanto menos pessoas se envolver melhor vai ser.

– Discordo. – sua voz soou rouca. – O que mais eles precisam saber é com quem estamos lidando. É uma máfia. Não há uma ou duas pessoas, são dezenas. Eu não duvido que há alguém aqui dentro que está com eles também.

– Está insinuando que um dos meus agentes está trabalhando pra eles? – arqueou as sobrancelhas, esperando uma resposta coerente.

– Ou alguém já esteve presente no lugar onde eles trabalham. O senhor mais do que ninguém sabe que é proibido menores de idade trabalharem em casas de prostituição, então é óbvio que eles não vão contar. 

– Nenhum dos meus agentes foram nessas casas para passar o tempo com prostitutas, isso eu posso garantir. – seu olhar perfurava as pupilas fulminantes do moreno. Este permanecia analisando as linhas tensas em torno da boca de seu patrão.

– Não estou afirmando.

– Mas está especulando, e eu não gosto de hipóteses. – retrucou com firmeza, fazendo todo ambiente se tornar silencioso.

Jeon organizou seus pensamentos, não queria colocar em risco a sua imagem e, principalmente, a sua carreira como detetive. Achava estranho Seokjin confiar cegamente em seus homens, mas ele poderia até considerar a hipótese. Tudo podia ser possível, ainda mais quando se tratava de visitas à lugares impróprios.

Porém, estava no FBI. Os mesmos são treinados para defender com unhas e dentes o seu país e, principalmente, manter em sigilo as suas ações. Não podiam trair, sabiam que o preço de uma traição era miseravelmente apavorante. Talvez tenha sido precipitado demais ao ponto de apontar o dedo para os agentes do departamento. 

Ansiava para descobrir alguma coisa significante sobre essa máfia, mas parecia que toda prova arquivada era insuficiente. Eles pareciam estar dois passos à frente do FBI. E Jungkook odiava ser feito de idiota com suas análises.

Esperou alguns segundos até voltar a encarar o mestre e pensar detalhadamente o que precisava fazer para pensar como o seu inimigo. Porque afinal, era disso que eles precisavam, procurar pensar da mesma maneira que essa máfia.

– Desculpe, senhor. Vou buscar as chaves e deixá-lo sozinho com a Rose. Sei que é isso que está esperando que eu faça. – lançou-lhe um olhar petulante e arrastou os pés para fora daquela sala, deixando-lhe sozinho com a outra.

 

✦✦

 

– Hoseok, finalmente chegou! – a voz de um dos homens o chamou, quando este adentrou a vasta mansão de agência fotográfica.

Hoseok andava corretamente bem, com as palmas escoradas dentro do sobretudo vermelho e um óculos com lentes espelhadas delineava sua feição. Sorriu quando aproximou-se do homem e segurou em sua mão com gentileza.

– Espero não ter me atrasado. – falou com um tom divertido, arrancando uma risada do outro, cujo nome era Jackson.

– Chegou em perfeita hora. As meninas estão na outra sala se vestindo. – Hoseok acenou em concordância e começou a espreitar o local com os seus lindos olhos castanhos atrás do óculos escuro. – Vai levá-las, caso goste de alguma?

– Esse é o objetivo aqui. A boate precisa de caras novas... e de garotos também. – Jackson franziu a testa. – O chefe me ligou hoje e disse que os clientes estão exigindo garotos. É, eles estão deixando de serem modestos.

– É difícil encontrar meninos que queiram uma carreira de modelo. O Namjoon está exigindo demais. – queixou-se de maneira frustrada e percebeu Hoseok levantar o óculos para fitá-lo.

– Primeiramente, não diga o nome dele em voz alta, nosso patrão exige discrição. E segundo, estamos caindo e precisamos mudar a cara da boate se quisermos ganhar dinheiro. Não estamos tendo lucro como antes.

– Isso é sério? Eu pensei que as coisas estavam ocorrendo muito bem. – sua expressão denunciava incredulidade pela afirmação do outro.

– Aqui nos Estados Unidos vocês não ficam por dentro de nada, mas lá no Canadá as coisas estão piores. – declarou com impaciência, olhou para o relógio preso no pulso e ergueu a cabeça.– Cadê essas meninas? Eu não tenho o tempo todo, preciso voltar ainda hoje para o Canadá.

– Vou ver se terminaram e volto pra avisar.

Antes que pudesse sair, as meninas adentraram no cenário fotográfico totalmente eufóricas. Hoseok observou as mesmas sorrirem em sua direção e acenou para elas com um ar fingido no semblante e um sorriso convidativo nos lábios.

– Vou indo lá, preciso buscar minhas propriedades. – escondeu seu olhar dentre as lentes dos óculos e atravessou ao lado de Jackson, indo em direção as garotas. – Olá meninas, como vão?

Sua voz grave mudou drasticamente para um som suave e ameno. Aquele que muitas julgariam ser a melodia para os seus ouvidos. Ele sabia ser enganoso quando queria. As garotas alargaram o sorriso ao sentir a disciplina rodear a figura de Hoseok.

– Meu Deus, eu nem acredito que estou realizando um sonho. – uma garota falou com a voz trêmula devido ao nervosismo.

– Meu pai nem acreditaria se soubesse que estou indo para o Canadá. – outra contestou de maneira divertida.

– Calma, são muitas novidades e vocês vão poder aproveitar bastante assim que chegarem lá. – Hoseok afirmou calmamente ao notar a ansiedade das mesmas. – Infelizmente vocês sabem que aqui é uma competição, então nem todas vão poder ir. – as meninas acenaram tristes e convencidas daquilo. – Mas podem voltar outras vezes para mais um ensaio, caso não consigam. Podemos começar?

Com as costas sustentadas na parede e os braços fixos sobre o peitoral, Hoseok vislumbrou as garotas se arrumarem para tirar as fotos. Algumas sentaram-se no chão esperando pela sua vez, enquanto uma de cada vez fazia poses em frente as câmeras.

Seu sorriso alargou-se quando seu olhar deparou-se com uma menina de cabelo castanho e corpo perfeitamente delineado. Parecia estar na medida certa, a medida que os clientes desejavam sentir.

Anotou o nome da garota no papel enquanto seu olhar dançava nas curvas do corpo dela, a mesma situava-se em cima de um sofá enquanto exercia uma sequência de posições para a câmera. Por mais que aparentasse ter uma idade maior, ela só tinha dezesseis anos e ele sabia muito bem disso.

Porém não podia contestar, não podia ser contra as ordens de seu chefe. O mercado buscava garotas jovens, quanto mais nova fosse melhor seria a qualidade. Hoseok avaliava todos os possíveis itens, e um deles, é o físico. Os clientes sentiam-se atraídos, primeiramente, pelo corpo e depois pelo íntimo.

– Hoseok. – uma voz sussurrou adjunto ao seu ouvido, e este virou minimamente a cabeça para o lado. – Tem uma garota lá fora, e ela diz que veio para o ensaio.

Subitamente, seu pensamento buscou lembranças de quantas pessoas estavam marcadas para o ensaio de hoje, mas uma confusão desorganizou sua memória. Estava com a cabeça cheia de coisas, e uma delas incluía Jimin. Por mais que fosse loucura, Hoseok sentia falta de estar com ele, ainda mais quando não confiava em seus capangas para cuidar do menino. Tinha medo que Eric ousasse quebrar a sua ordem e abusar de Jimin por suas costas, entretanto faria pagá-lo miseravelmente caso isso acontecesse.

– Quem é ela? – perguntou a primeira coisa que surgiu em sua mente.

– Não sei, senhor. Mas ela tem o cartão e disse que ficou marcada para hoje. – afastou-se para analisá-lo e constatou Hoseok comprimir os lábios, pensativo e desconfiado.

– Certo, vamos ver se a vadia me convence. – com um gesto, o chamou para acompanhá-lo até a outra direção.

Seu ar era rígido e demonstrava estar mergulhado na impaciência que o cercava. Se a garota for uma impostora ele irá desconfiar, afinal nunca se enganou com ninguém. Precisava analisar as respostas da mesma e identificar se ela realmente valeria a pena para o mercado. Não podia gastar tanto dinheiro com passagem onde as meninas não seriam válidas para os fregueses.

Avistou uma silhueta de costas para si, seu corpo parecia bem caprichado aos seus olhos e os cabelos negros estavam presos em uma trança.

– Olá, posso ajudá-la? – perguntou educadamente e a mesma virou-se em sua direção, ela demonstrava estar encantada com a divisão do local.

– Oi, meu nome é Sunhee. – ela esticou a mão de maneira frenética, como se estivesse desesperada por atenção. Hoseok fitou o movimento e voltou a encará-la desconfiado.

– Posso ver o cartão? – sorriu de lado e verificou a moça recolher o braço quando não obteve resposta. A mesma abriu a bolsa rosa que segurava e retirou um pequeno cartão de dentro, entregando-lhe segundos depois.

– Eu conversei com você pelo site de modelos, e me disse que era pra eu vir na quarta. – falou tudo apressadamente e verificou Hoseok girar o cartão de um lado para outro até voltar a contemplar seus olhos serenos.

– Bom, eu não sou o responsável por direcionar vocês até aqui. – a menina, cujo nome era Rose disfarçada, engoliu em seco. – Minha obrigação é escolher a modelo ideal para desfilar no exterior.

– Ah, então eu falei com outra pessoa e ele me disse que era hoje. – soltou um riso nasal, mas por dentro não sentia ânimo algum. – Cheguei um pouco atrasada, me desculpe.

– As modelos não podem se atrasar... – alertou, fazendo a mesma abaixar a cabeça e acenar tristemente. – Só que eu abrirei uma excessão pra você. Quantos anos tem?

– Dezessete. – Hoseok caminhou com os olhos pela silhueta de seu corpo e captou as curvas torneadas de suas pernas. Ergueu o canto dos lábios, pensativo.

– Seu corpo parece dizer o contrário.

– É genética. Sabe, minha mãe também tinha esse corpo quando era mais nova. – seu tom soou divertido, fazendo Hoseok soltar uma risada contida.

– Mostre-me sua identidade. – pediu com firmeza, mudando o tom arduamente. Rose sentiu o pelo de sua nuca eriçar em ímpeto.

Estava ciente de que não poderia afirmar corretamente que aquela agência era a responsável pelo tráfico de pessoas. Entretanto, algo chamou sua atenção. A exigência deles com a identidade, e até a forma que tratava suas modelos, era uma prova viva de que eles podiam ter algo a esconder.

Queria descobrir quem era o dono da empresa. Sabia pelo nome mas nunca o viu pessoalmente. Talvez pudesse estudar as expressões dele, mas naquele momento o semblante do outro parecia não lhe mostrar nada. Estava inexpressivo. Se ele sentisse medo ou qualquer outro sentimento, provavelmente ela não saberia identificar. 

Abriu a bolsa e retirou um cartão com sua foto. Entregou-o com receio de ele estudar alguma falha transparente. Mas ela sabia que ninguém é mais inteligente do que o 

– Faz dezoito anos ano que vem? Isso é bom. – falou ainda segurando a identidade entre os dígitos. – Para ser uma modelo você precisa passar no teste. – devolveu-lhe a identidade e levantou os óculos no nariz, sorrindo com benevolência.  

– E como funciona isso? Porque meus pais não gostam dessa ideia, então eu não pretendo contar pra eles. – usou o típico argumento de um adolescente para convencê-lo da sua ingenuidade.

– É até melhor que não conte, não exigimos assinatura dos pais. Imagina eles te assistirem em algum programa e se surpreenderem com a fama da filha? Pensamos muitos nisso. – a segurou pelo braço e deslizou os dígitos por ele. – Você é a cara da modelo que estamos procurando, mas hoje está cheio.

– Nossa, eu me preparei para as fotos e não vai acontecer?

– Não se preocupe, são cinco garotas por semana, então você pode voltar semana que vem. – segurou em sua mão e a ergueu até os lábios. Depositou um rápido selar, sem desviar dos olhos ofuscantes da garota.

– Eu agradeço. Meu sonho é poder desfilar pelo mundo. – sorriu fraco, sem mostrar os dentes. Não queria demonstrar incômodo pela ação do outro. – Eu gostaria de saber como funciona isso, eu vou poder morar no exterior ou apenas vou para desfilar?

Rose queria avançar nas respostas. Queria mostrar para Jungkook que era capaz de obter informações essenciais para o caso. Iria avançar, nem que isso custasse se intrometer no particular deles.

– Se passar no teste, no dia seguinte você viaja com a gente para o exterior e lá vai fazer um ensaio para o dono. – Rose sentiu que estava perto de conseguir alguma coisa útil, então prosseguiu na tentativa.

– Ele precisa gostar de mim? – usou uma voz inocente, fazendo Hoseok passar os dígitos pelos fios escuros, com certa urgência.

– Sim. Ele precisa se agradar com você e aí teremos uma modelo completa. – observou a garota sorrir amplamente com a resposta.

– Meu Deus! E onde eu vou desfilar pra ele?

– As vagas vão fechar semana que vem, então as modelos que passarem vão poder participar do desfile no sábado. Tanto pra ele como para outros empresários. Pessoas famosas e bem requisitadas, se me entende. – Rose começava a raciocinar tudo, ela só precisava do lugar exato desse desfile.

– E onde vai ser esse desfile? – tentou aprofundar as perguntas, porém observou Hoseok distanciar-se um passo para trás. Seus olhos escureceram momentaneamente. 

– Desculpe, preciso voltar a trabalhar. Daqui a pouco estou de volta ao Canadá para trabalho, então se quiser concorrer volte semana que vem. – sua voz deixou escapar um suspiro desagradável. – Ah, antes de qualquer coisa, preciso que preencha uma ficha para garantirmos que você vai voltar.

– Claro. – sua voz vacilou. Por dentro se condenava miseravelmente por não ter conseguido nem uma informação a respeito do lugar. Provavelmente, Jungkook iria rir da sua cara.

Na verdade, ele já devia estar rindo da sua cara por ter ouvido toda conversa. O microfone situava-se na presilha que colocou em seu cabelo. Podia ter feito isso sem precisar passar por vigilância, mas Seokjin exigiu segurança e ela não podia contestar.

Seguiu o homem até uma mesa e recebeu um papel para preencher. Colocou todos os dados falsos, aqueles que havia combinado com os detetives para usar, e acompanhou o mesmo homem para fora do estabelecimento. Afastava-se ligeiramente do prédio, por dentro, sua cabeça implorava para voltar lá e fazer tudo de novo, só que desta vez, corretamente.

Não havia conseguido uma informação coerente a respeito dessa agência, apenas aquilo que todas faziam: se inscrever, passar no teste, viajar para o exterior e se tornar modelo internacional. Todavia, algo estava martelando em sua cabeça: por que eles não exigiam assinatura dos pais, já que os adolescentes são de menores?

Tudo bem que eles ficariam responsáveis por vigiar e cuidar do passaporte desses adolescentes, mas nada justifica fazer isso escondido dos pais. Havia algo por trás disso tudo e ela suspeitou otimamente. Só precisava voltar lá na próxima semana para poder recolher as respostas ocultas debaixo do tapete. 

Virou a esquina e olhou para trás pela última vez só para certificar-se de que não foi seguida por eles.

– Parece que a Mestra não conseguiu nenhuma informação. – Jeon falou, quando a mesma adentrou o carro com certa hostilidade. 

– Eu estava quase conseguindo, mas ele pediu pra que eu saísse. – retirou o batom rosa dos lábios e arfou impaciente. 

– É, eu vi o seu fracasso. – finalmente ela o encarou. – Na verdade, senhor, teria sido muito melhor eu ter ido no lugar dela. – queixou-se para o outro, que mantinha-se quieto observando a rua. 

– Maldita hora que pensamos nessa agência. – reclamou calmamente, atraindo olhares dos dois detetives. 

– Como assim? Você não viu que eles não exigem assinatura dos pais? É como se preferissem fazer escondido deles. – Rose protestou, induzindo o olhar do diretor em sua direção.

– Precisamos de provas contra essa agência. Não podemos fazer nada precipitado. 

– Seokjin, eles só contratam meninas menores de idade, você mesmo viu isso. – seu tom de voz agravava-se conforme sua avidez tornava-se presente. 

– Eu sou seu chefe, detetive. Então não ouse me chamar pelo nome mais uma vez. – Jungkook preferiu não se concentrar naquela conversa dos dois, então ficou em silêncio. Sabia que isso se transformaria em mais uma lição, independentemente do que dissesse.

Ele não tinha certeza do que dizer, então escolheu manter-se calado enquanto seu cérebro processava detalhadamente toda conversa que escutou. Talvez esta empresa não tivesse nada a esconder, podia ser só mais uma como as outras. Mas soava estranho não exigir subscrição dos responsáveis. Isso era suspeito. 

O par de olhos negros estavam vidrados no vidro do carro, hipnotizados pelo silêncio de sua mente. Procurava estudar perfeitamente as vantagens que poderia surgir na conversa que ouviu. Em alguns momentos, a voz do homem soou debochada e ao mesmo tempo resistente, como se quisesse intimidá-la de algo. 

Quando foi perguntado sobre o lugar que ocorreria o desfile principal, o mesmo se esquivou e usou uma desculpa para fugir da resposta. Viajar para trabalho não era muito convincente ultimamente. Sua voz vacilou e Jeongguk identificou claramente o tremor se envolver na mesma.  

"Daqui a pouco estou de volta ao Canadá para trabalho".

A lembrança da voz dele flutuou como um flash na cabeça de Jungkook. O mesmo afastou a mão do queixo, onde mantinha-se pensativo, e soltou o ar dos pulmões. Foi invadido por uma sensação de questionamento. A ideia o confundia, mas no fundo existia um pouco de coerência. 

Tentou recolher as informações que surgia a tona em sua cabeça e formular uma resposta coerente. Talvez ele estivesse certo e a máfia estaria centralizada no Canadá. Ou então estava sendo precipitado o suficiente ao ponto de considerar uma conclusão o que o homem dissera.

Jungkook sentiu como se várias peças do quebra-cabeça que estivera flutuando em sua mente de repente se conectassem. A resposta ainda não era clara, ainda faltavam algumas peças, mas, estranhamente, tudo começava a fazer sentido.

Com base nas informações que tinha agora, considerou a hipótese de investigar essa agência e colocar um basta. Por mais que não houvesse provas, ainda era suspeitoso aqueles homens agir de maneira exigente e totalmente despreocupados com suas modelos.

Havia algo na voz de Hoseok e Jungkook concebeu nitidamente isso. Ele sabia que o mesmo ocultava qualquer vestígio no tom de sua voz. Tentava parecer sereno, mas no fundo a impaciência e austeridade predominava.

– Está ouvindo? Cheque os arquivos e veja o nome. – a voz se Seokjin, falando ao celular, atravessou sua audição, o fazendo afastar as ligações que estava unindo em sua cabeça. – Isso. Eu já estou voltando, então deixe em meu escritório.

– É isso! – Jungkook sussurrou com entusiasmo. – Eu acho que sei onde eles estão.

– O quê? Espere na linha. O que está dizendo? – Seokjin questionou diretamente para Jungkook de forma indecisa.

– Eu sei onde eles estão. É no Canadá. – afirmou convictamente.

– Como pode ter certeza disso, bonitão? – Rose se atreveu, atraindo o olhar de Jungkook para si.

– Esse homem com quem você conversou, ele disse que precisava voltar ao Canadá para trabalho. Deve ser pra levar as garotas. – argumentou, fazendo Rose e Seokjin se entreolharem de relance. – Senhor, eu tenho certeza disso.

Não era exatamente adivinhação, mas ele podia formular algumas teorias bastante prováveis. E alguma coisa em sua mente o alertava de que poderia estar certo diante daquela declaração.

– E o que sugere? – Seokjin indagou, esperando por uma réplica.

– Deixe-me cuidar disso. Eu vou para o Canadá investigar essa agência e procurar saber sobre ela. – sua voz soava firme, totalmente certo do que falava.

– Jungkook, nós não temos nem certeza disso. – Rose protestou usando uma voz amena.

– E só vamos ter certeza se investigarmos. – rebateu com um ar superior. Seus olhos negros brilhavam intensamente. – O que me diz?

Perguntou diretamente para Seokjin, o fazendo suspirar pensativo. Não queria colocar em risco a vida de um agente seu, ainda mais quando se era tão competente quanto Jungkook.

Por mais que Jungkook permanecesse sob vigilância do FBI, sentia-se na responsabilidade de cuidar da segurança dele. Sabia que o rapaz era prestativo o suficiente ao ponto de viajar e cuidar das estratégias. Mas, e se essa agência fosse só mais uma comum? Ele não podia afirmar que havia algo por trás de uma empresa que aparentava ser legalizada.

Cuidar da segurança do país e, principalmente, investigar ações anormais dentro de uma sociedade, era o que Seokjin mais exigia em seu trabalho. Jungkook poderia viajar para o Canadá e recolher informações sobre as casas de prostituição que havia no país, ou até mesmo reconhecer algum rosto das vítimas.

– Nossa identidade é secreta. Ninguém saberá quem eu sou. – Jungkook falou, cortando seu raciocínio. – O caso é meu, me deixe cuidar disso.

– E o que pretende fazer quando chegar lá? – questionou em um tom afinado.

– Eu vou para esse desfile. Quero ver se vou reconhecer as vítimas, e então se isso acontecer, eu chamo reforço.

– E então vamos ter certeza que Jung Hoseok é o chefe da máfia. – Rose completou, parecia pensativa e convencida da ideia do outro.

– Não sabemos se ele é o cabeça de tudo, mas ele também pode trabalhar nela. Devemos considerar a hipótese e investigar. – retrucou com convicção e voltou a fitar Seokjin. – Eu vou à esse desfile.

– Você acha que eles vão deixar os rostos de adolescentes desaparecidos por aí?

– Eles estão fora do país, ninguém acha que estão sendo forçados, muito menos que são traficados. – Jungkook tinha uma amenidade que rodeava sua voz, o fazendo ganhar uma postura diferenciada. – Eu preciso ir nesse desfile. 

Seokjin pareceu absorto por alguns instantes. Deveria considerar a ideia do detetive, era o seu dever avaliar todos os recursos que indicavam estar fora do padrão. Teria que deixá-lo ir para o Canadá disfarçado. Ele sabia que Jungkook seria o único a desvendar um caso que o atormentava há anos.

– Certo. Vou permitir a sua viajem para o Canadá, contanto que não vá sozinho. – Jungkook franziu as sobrancelhas, tentando direcionar sua atenção para a expressão que seu chefe tinha. – É uma máfia, e se estiver certo, eles agem em conjunto em vários lugares. Precisamos estar por dentro de tudo o tempo todo, não quero falhar na sua segurança. Amanhã mesmo eu vou organizar a sua identidade falsa e o passaporte.

– Certo, se quer que a Rose vá comigo, tudo bem. – deu de ombros.

– Não, o Yoongi vai com você. – Jungkook surpreendeu-se inesperadamente. – Ele é ótimo em disfarces. Não se preocupe, vocês vão ficar hospedados no nosso hotel, sob segurança vinte e quatro horas por dia. Qualquer coisa, eu digo qualquer coisa mesmo, eu exijo estar por dentro.

 Foram necessários alguns instantes até que as linhas em volta dos olhos de Jungkook se destacassem sob o brilho do dia, este sorriu vastamente, sentindo-se estranhamente satisfeito consigo mesmo. 


Notas Finais


VEM ENCONTRO JIKOOK QUE EU TO PREPARADA!!!!11111!!!

jikook se encontrando no canadá é o meu sonho de princesa.... vai demorar um pouquinho pra acontecer o encontro mas tá muito mais perto do que nunca. Como agora o yoongi vai voltar a ser parceiro do jungkook, vocês vão entender pq ele deixou o caso por pouco tempo.

Aproveitem o dia de vocês e não se esqueçam de comentar, beijinhos e até uma próxima atualização!


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