1. Spirit Fanfics >
  2. Dangerous >
  3. Pain

História Dangerous - Pain


Escrita por: PaulooHenrique e SnowFrost

Notas do Autor


Alô alô, vocês sabem que sou eu?

Desculpe a demora para atualizar ambas as fanfics, mas eu e o Paulo estavamos ocupados com a vida e acabou atrapalhando. No entanto, estamos de volta. Toda quinta-feira atualização. Além disso, estamos na reta final dessa história... ansiosos?

Sem mais delongas, espero que gostem :)

Capítulo 7 - Pain


i.

Cisco andava lentamente pelas ruas, olhando freneticamente de um lado para o outro se certificando que não estava sendo seguido. Nenhum policial, apenas a piranha da Laurel. A vadia estava em seu encalço desde que escaparam do depósito e insistiu em continuar viagem com ele, sem muito o que fazer, aceitou, contanto que ela fosse discreta.

Surpreenderam um casal de americanos que passavam por um dos becos e deram dois tiros certeiros em suas cabeças, antes que o sangue pudesse cair sobre as roupas, arrancaram-nas jogando em um canto e com certa dificuldade, jogaram os dois corpos na caçamba de lixo. Agora vestido em uma calça social amarela, camiseta preta estampada com alguma referência da cultura pop americana, boné, óculos pretos e uma máquina de bater foto em volta do pescoço completava seu disfarce, já Laurel se encontrava em um simples vestido azul, saltos brancos e chapéu fedora também branco e uma bolsa bege.

Pareciam um casal de turistas comuns e até fingiram momentos românticos para despistar olhos curiosos, já que ambos seus rostos estavam estampados em todas as televisões da cidade, mas para suas sortes ninguém os reconhecera. Imbecis.

“Onde estamos indo?” Laurel questionou, um pouco mais alto do que deveria. “Me diga que você tem um plano.”

Maldita vagabunda que não calava a boca!

“Eu mandei você ser discreta!” Ele respondeu, puxando-a pela cintura e forçando um beijo para distrair pessoas que passavam por eles na rua e os encaravam estranho. Moveu os lábios para o ouvido dela, num gesto que parecia ser romântico, e murmurou. “Estamos indo ao aeroporto buscar minha irmã, então aja naturalmente.”

“Você está louco? Precisamos fugir! Não há tempo para irmos atrás daquela vadia.” Ela murmurou de volta o mais calmamente possível, mas por dentro queria apenas gritar com o homem à sua frente. Que obsessão era aquela com a mulher?

“Ela é minha irmã.” Cisco respondeu deixando claro que a resposta deveria ser o suficiente. Se não fosse agora, iria perdê-la de vez.

“Ela foi a x9, Vibe! Você não precisa de uma traíra contigo, além disso, você tem a mim agora. Eu sou mais do que suficiente.” Ela insistiu, começando a perder a calma.

“Mais uma palavra.” Ele grunhiu, apertando a mão na cintura dela deixando claro sua intenção. Não precisou dizer mais, Laurel calou-se, acenou e continuou a andar. Ótimo, uma vadia a menos para controlar.

ii.

As três jovens continuavam apreensivas, olhando para todos os lados freneticamente. A adrenalina corria em suas veias tão rápido quanto o sangue que pulsava e estavam tão tensas que seus músculos doeriam mais tarde. Se houvesse um mais tarde para elas. Não tinham dúvidas que ele estava a caminho para buscar Caitlin e assassinar Sara e Kara.

Caitlin olhou para a direita e virava a cabeça para a esquerda novamente quando o enxergou. Vibe estava bem disfarçado, mas ela o conhecia desde criança, sabia seu jeito de andar e reconheceria aqueles olhos prontos para estraçalhar com as próprias mãos qualquer um que entrasse em seu caminho, segundos depois reconheceu Laurel.

Vadia!

Não tinha a menor ideia do por que ela estaria ali. Qual era seu proposito em tudo aquilo? O que ganharia? Seria ela a nova parceira de crime de seu “irmão”?

Muitas perguntas, nenhum segundo para perder tentando encontrar as respostas, aquele não era o momento para isso. Agarrou o braço de Sara e a mão de Kara e largando sua pouca bagagem para trás, ficando apenas com a bolsa pessoal, começaram a caminhar apressadamente para a direção oposta.

Chegaram até a esteira de malas e aproveitando que estava vazia, pularam-na e se esconderam dentro da sala de serviços. Haviam diversas caixas ali e enquanto Sara e Caitlin ficavam de olho na porta, Kara as revirava com aparente desinteresse. Quando Vibe saiu de suas vistas, retornaram a caminhar para a alfândega o mais sutilmente possível e passaram pela vigia tentando parecer calmas. Sara deu a descrição de Vibe e explicou que era o homem que a polícia procurava, alertou que deveriam tomar cuidado, afinal ele era perigoso.

Mas para o azar de Caitlin, seus olhos encontraram os maliciosos de Laurel que não perdeu tempo em apontar na direção das três. Vibe perdeu toda a compostura e começou a correr para ali derrubando tudo o que via pela frente, idosos, malas, funcionários, crianças. Um segurança até tentou detê-lo e recebeu um soco cruzado que o acertou no queixo e o fez desmaiar na hora. Driblou mais dois seguranças e correu a toda velocista quase alcançando as três.

Assim como Vibe, as meninas também tiveram problemas com seguranças, um deles percebendo que elas estavam envolvidas na recente confusão ali dentro, mas para a surpresa das duas, Kara imobilizou os dois que agarraram Sara e Caitlin. Era comum que algumas prostitutas soubessem alguma forma de defesa pessoal, afinal era necessárias inúmeras vezes com o antigo trabalho que tiveram... ou apenas por serem mulheres em uma sociedade machista.

Vendo que não tinham como embarcar no momento com Vibe em sua cola, mudaram de rota e Caitlin tomou a dianteira assim que deixaram o aeroporto, afinal era a que melhor conhecia a cidade. Kara estava logo atrás, já Sara, ainda com dores pelo corpo, ficava cada vez mais distante das duas. Pararam para respirar e esperar a loira, e juntas passaram os braços de Sara por seus pescoços. Misturaram-se a multidão de turistas e no vai e vem de pessoas e ruas, torceram que Vibe e Laurel tivessem as perdido de vista.

“Onde estão?” Cisco questionou, olhando de um lado para o outro. Por que caralhos Caitlin não conseguia enxergar que ele só queria ajudá-la? Piranha teimosa! Quando a pegasse, mataria as outras duas antes mesmo que pudessem implorar por perdão e nunca mais deixaria Caitlin sair de sua vista. Nunca mais arriscaria perder a única pessoa que ainda tinha como família.

“Ali.” Laurel apontou dando um passo na direção, mas foi impedida por Vibe. Ele levou a mão ao lábio ordenando que ficasse calada e fingiu que não as viu cobrindo ambos os rostos com seus chapéus. Caitlin, Kara e Sara, não notando os dois, relaxaram o passo por causa do peso que era carregar a amiga e não perceberam que o mafioso e a loira agora estavam em seu encalço.

“Não dá, não consigo mais.” Sara falou entre lufadas de ar quando chegaram a ponte sobre um dos canais. Já não conseguia dar outro passo e além de sua respiração pesada, o mundo parecia girar. Estava a um passo de desmaiar, mas foi segurada por uma competente Kara.

“Caitlin!” Uma voz rosnou atrás das três. “Para o meu lado, já!” Viraram-se lentamente e deram de cara com Vibe e Laurel apontando suas armas para as três. Ele segurava a Colt 1894 Bisley, seu bebê mortal e a loira uma Colt Python 357 Magnum, também da coleção privada dele.

“Não!” Ela respondeu se pondo na frente das outras duas. Não iria com Cisco, mesmo que significasse sua morte. Mas apenas de aceitar seu destino, não queria que Kara e Sara morressem, infelizmente sabia que era exatamente o que aconteceria caso não fizesse alguma coisa. “Pulem no canal.” Murmurou para as duas. Sara acenou em concordância discretamente, mas Kara negou com a cabeça.

“Isso não será preciso.” Respondeu com um sorriso de orelha a orelha. “Larguem suas armas agora.” Ordenou, puxando a pistola de suas costas, presa do cos da calça jeans. “Você se acha o esperto, não é Francisco Ramon? Mas não conseguiu ver o que estava debaixo de seu nariz. Eu fui uma agente infiltrada.” Seu sorriso morreu ao olhar com o canto de olho para Sara. “Desculpe não poder te salvar aquela noite, era contra as ordens interferir, eu quero muito, mas antes que pudesse...” Um tiro de raspão passou pela perna da agente, fazendo-a se lembrar do porque não poderia se distrair.

Explicações poderiam ser dadas mais tarde.

“Yo imbecil, ninguém atira na minha prima!” Um homem jovem gritou atrás de Vibe e Laurel com as armas apontadas para os dois. Barry vinha logo arás com reforço. Vários pares de armas estavam apontados para o casal e não tinham como fugir.

“Mas que porra está acontecendo?” Caitlin e Sara exclamaram sem entender nada.

xx

Ele estava cercado.

Para qualquer outra pessoa seria o momento de desistir, mas ele não é alguém que desiste fácil de situações difíceis. Dando as costas para Laurel, que copiou a ação, os dois analisaram a situação. Caitlin e Sara estavam à beira da ponte, Kara antes atrás, se colocara a frente das duas. O primo dela e o maldito agente bem à frente de sua mira, diversos policiais a direita, dois velhos a frente de Laurel.

Estavam cercados, puta que pariu.

Foda-se.

Vibe foi o primeiro a atirar, sua munição não seria o suficiente, então se certificou que cada bala acertassem uma pessoa específica. Acertou o braço e a perna dos policiais e com destreza o braço do velho. Apontou para o agente filho da puta e deu três tiros que o acertaram certeiramente no peito, fazendo o homem desabar no chão. Bingo!

“Barry!” Ouviu o grito desesperado de Caitlin e ficou mais puto ainda. Ela não aprendia?

Jogou-se para o lado esquivando-se de um policial que avançou contra ele e correu na direção de Caitlin. Seus dedos roçaram na roupa dela, porém ela escapou pulando no canal. Sara não teve a mesma sorte, não foi tão rápida e os dedos de Cisco fecharam em seus longos cabelos loiros, fazendo-a gritar de dor. Colocou-a na sua frente e apontou a arma para a cabeça dela sorrindo maliciosamente.

“Pensou que fosse escapar, não é vadia?” Gargalhou. A adrenalina falava mais alto e o deixava histérico, as armas continuavam apontadas para ele, mas ninguém ousava atirar. Teve a distração perfeita ao ver Laurel atirando para todos os lados e correndo na direção oposta e aproveitando a chance, escapou com Sara.

Já Laurel encarou incrédula o lugar que o mafioso ocupava, mas que agora se encontrava vazio. Como o canalha ousara fugir com Sara de refém e deixá-la para trás? Seu único conhecimento com armas tinha sido um breve treinamento com Vibe no dia anterior e sabia que aquilo não seria o suficiente para escapar.

“Ei loira, se acalma e abaixa a arma. Você não tem nenhuma culpa nisso, Vibe é quem a gente quer. Então abaixa isso e vamos conversar.” O agente moreno falou, abaixando a arma e erguendo as mãos. Deveria ou não confiar nele? Tecnicamente ela realmente não teve culpa alguma, mas seria mais fácil ser jogada na cadeia por cúmplice que sair. Não, não era hora de desistir.

Atirou com precisão na perna dele, que caiu soltando uma quantidade de palavrões, e apontou a arma para outro, apertou o gatilho... e nada.

Apertou outras vezes, mas era óbvio o que tinha acontecido. Estava descarregada. Amaldiçoou Vibe no mesmo momento que Kara a jogou no chão, puxando as mãos para as costas e chutando a arma para longe. Outros policiais e algumas ambulâncias finalmente chegaram e levaram a prostituta presa, enquanto os paramédicos tomavam conta dos feridos.

“Barry.” Caitlin gritou, ao sair do canal tremendo de frio e vê-lo caído no chão. Ao cair dentro da água demorou alguns segundos para nadar até a superfície e assustada com todo aquele tiroteio preferiu ficar dentro da água que no momento era mais seguro. Correu até ele, se ajoelhando ao seu lado, mas suspirou aliviada ao ver que o homem estava bem e os tiros que seu irmão disparou pegaram no colete a prova de balas.

“Que bom que ainda se importa comigo.” Barry brincou, tentando aliviar o clima. Mas Caitlin fechou a cara se afastou dele. Olhou em volta e estranhou ao não ver duas pessoas.

“Onde está Sara?” Ela questionou, finalmente percebendo o sumiço da amiga “E... e o Cisco?”

xx

Caitlin engoliu em seco.

Laurel fora presa, as prostitutas soltas, mas quem não devia estar ali, continuava nas garras daquele monstro. Sara fizera de tudo para salva-la e agora estava novamente em problemas.

“Cait, eu juro...” Barry começou a falar, mas foi interrompido pela morena.

“Não dirija a palavra a mim.” Ela tentou sair de perto, mas ele a segurou  pelo braço sem usar força, apenas mantendo-a no lugar para ouvi-lo.

“Eu te juro que vou salva-la.” Falou firmemente, mas Caitlin não deu atenção. Soltou-se e começou a andar em volta. Reconhecia o lugar que estavam e tinha um pressentimento de onde Vibe poderia ter ido. Ignorou os policiais chamando por seu nome e continuou a caminhar, minutos depois ouviu passos atrás de si e ao se virar, viu que era Barry.

“Nem tente me impedir.” Ela avisou, ele apressou o passo e ficou na frente dela. “Sabe usar?” Perguntou, entregando uma arma para Caitlin que acenou e pegou o objeto colocando nas costas por baixo na calça, ele também ofereceu um colete a prova de balas, quase implorou que ela usasse, mas Caitlin empurrou o objeto de volta para o homem e seguiu andando.

Ignorou a sensação de segurança que a presença de Barry lhe causava e passou a andar mais rápido, estavam numa espécie de trégua, mas ele que não pensasse que estava perdoado. Apesar de toda a ajuda que ele e seu time estavam dando, continuava magoada por ter sido usada.

‘Não é hora de pensar nisso Caitlin.’ Repreendeu-se mentalmente, esvaindo sua mente desses pensamentos inúteis e seguiu pela rota tão conhecida.

Cisco levara Sara para um lugar que só os dois sabiam da importância nas suas vidas. Onde prometeram se proteger não importava o que custasse, promessa que morrera anos atrás, mas continuava uma bela memória para ambos.

A Basílica de St. Nicholas era a maior igreja católica da cidade, construída com o estilo romântico, era uma enorme construção com duas torres em sua vista frontal. No centro, uma rosácea contendo vários pequenos vitrais detalhados e acima dela, a estátua do santo homônimo. Como a maioria das antigas catedrais, tinha o formado de cruz, e em seu centro erguia-se uma torre coroada com uma magnífica cúpula. Enormes vitrais percorriam as laterais da edificação, junto aos Arcobotantes por toda a sua extensão. Extremamente detalhada com os ornamentos, ela era uma singularidade da Arquitetura da cidade, e seu interior era ainda mais fantástico. A Nave central era decorada com inúmeras pinturas sacras e seus vitrais também utilizavam do mesmo recurso. Fileiras de bancos de madeira se dirigiam ao altar. As paredes eram escuras com detalhes ornamentados em dourados. A cúpula era coroada com a pintura dos quatro Evangelistas bíblicos, São Marcos, São Lucas, São Matheus e São João, sendo estes últimos os mais próximos ao altar. O Altar por si só era uma obra de arte. Gigantescos castiçais dourados estavam dispostos sobre a maciça mesa, que era iluminada pelos maiores vitrais da construção, que dispostos em uma curva atrás dela, formavam a parte superior da cruz. Havia anjos pintados em diversos nichos em forma de arco, e estátuas de vários santos, inclusive do patrono do templo, São Nicholas. Um grande baldaquino erguia-se sobre o altar e ali estavam as estátuas do Salvador e seus querubins. Por fim, gigantescas colunas negras e douradas com capitéis extremamente detalhados subiam até o teto em forma de semi-cúpula e seguiam até o selo Papal.

Fora ali que anos atrás, após o funeral de Dante Ramon, que ele e Caitlin se encontraram. Cisco queria ficar longe de todas as pessoas que apareceram para dar condolências e a jovem Snow não iria deixar seu melhor amigo sozinho, seguiram pelas ruas até chegarem a Basílica, lá de joelhos os dois puderam fazer suas preces sem piedosos olhos os encarando.

E agora, tanto tempo depois, Cisco Ramon retornava aquele lugar. Arrastava Sara que parara de lutar e ficou esperando na porta. Sabia que ela iria lhe seguir, aquele lugar era importante demais para os dois, ele era importante demais para ela. Não demorou muito e Caitlin apareceu, mas seu sorriso vitorioso diminuiu ao ver o agente ao lado dela. Maldito seja! Esse desgraçado não poderia morrer logo? Já era a segunda vez que escapava da morte.

Encarando Cisco, Caitlin não entendia como o doce menino que conhecera se transformara naquele monstro, como poderia ter se tornado uma pessoa tão egoísta e mesquinha? Desviou o olhar para Sara e encontrou os olhos aterrorizados da amiga, tentou passar o máximo de confiança para ela com um sorriso.

“Larga a garota Ramon.” Barry gritou, apontando a arma para o homem.

“Que tal você vir pega-la?” O latino provocou, fingindo uma cara de medo. “Talvez retribuir os tiros que eu te dei minutos atrás?”

“Não me tente, será um prazer atirar no meio da sua testa.” Respondeu o agente rispidamente.

“Eu quero ver você tentar, Caitlin iria adorar ver você matando a melhor amiga dela junto, não é sis?”

“Larga ela Cisco!” A jovem respondeu, usando o apelido de infância dele, e ele que não conseguiu esconder a surpresa. Pensara que tinha deixado claro na última vez que ninguém o chamava assim, mas Caitlin parecia ter esquecido. Além disso, o tom ríspido da mulher o deixara pasmo, parecia sua mãe.

“Quem diabos você pensa que é vagabunda?” Ele questionou na defensiva. Não se deixaria rebaixar pelas memórias que vieram ao ouvir Cisco. Apertou ainda mais o braço da mulher e pressionou a arma com mais força contra seu templo, já a loira soltou uma lamuria de medo e dor. “Calada. Está querendo perder os miolos?” Ameaçou friamente no ouvido de Sara, fazendo sua pele arrepiar de medo e nojo.

“Eu não vou falar mais uma vez.” Caitlin avisou, pegando sua arma e apontando para o homem. Já estava perdendo a paciência com tudo aquilo, deu alguns tiros a alguns metros à frente de Sara e Cisco e torceu que ele levasse seu aviso a sério.

“Ih a lá, a putinha acha que assusta.” Ele riu, deixando-a mais irritada. Sabia que Caitlin não teria coragem de atirar, além de correr o risco de acertar Sara, ela não iria matá-lo. Ela não tinha o sangue frio dele e eram importantes demais na vida um do outro. Ela era uma boa pessoa, não saberia lidar com o sangue em suas mãos.

Focado em Caitlin e no agente, Cisco não notou outros agentes chegando com as armas em punho e se não fosse por seus bons reflexos, o tiro teria sido certeiro em sua cabeça ao invés de passar raspando. Mas no susto, a arma apontada para a cabeça de Sara escorregou para o pescoço no momento que ele puxara o gatilho por reflexo. A primeira bala a fez cambalear para frente, a segunda cair de joelhos, e a terceira o sangue já escorria pelas pedras na entrada da igreja, maculando o lugar sacro.

“Sara.” Caitlin gritou, largando a arma no chão e correndo na direção da melhor amiga caída. Cisco em pânico correra para dentro da igreja ao ver que não tinha mais como se proteger, aproveitando que todos corriam na direção da loira que engasgava no próprio sangue, seus olhos quase inexpressivos.

“Eu preciso de uma ambulância urgentemente, vitima com múltiplos ferimentos e em estado grave.” Kara falou na rádio, enquanto Clark, Barry e Caitlin tentavam inutilmente fazer pressão nos ferimentos, por mais que tentassem manter a garota viva e por mais que Clark tivesse experiências médicas, não havia muito que pudessem fazer. A morte era eminente e irremediável.

Caitlin passou os braços pela melhor amiga e a abraçou, ignorando o sangue da loira que escorria por seu colo, suas pernas e braços. Seu sonho era poder ser livre com sua melhor amiga ao seu lado, mas tal sonho se tornava cada vez mais impossível a cada segundo que passava. Seus olhos se encontraram mais uma vez, tendo uma silenciosa conversa.

“S-se-seja f-f-f-fe-liz.” Ela balbuciou entre bolhas de ar e sangue e olhou para o lado. Voltou a encarar Caitlin dando um forçado sorriso e olhou para o céu. Seus olhos contemplando pela ultima vez as nuvens, que refletiam com uma vivacidade irônica.

Quando os olhos azuis ficaram vidrados, Caitlin soube que sua amiga se fora. Gritou com todas as forças de seu corpo e escondeu o rosto na barriga de Sara, deixando as lágrimas que nublavam seus olhos caírem livremente por seu rosto.


Notas Finais


O que acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...