[P.O.V. LOUISE]
— EU JÁ DISSE, VOCÊ VAI IR MORAR COM A NOSSA AVÓ SIM. - grita meu irmão, durante a discussão.
— POR QUE? SÓ PORQUE A SUA NAMORADINHA NÃO ME SUPORTA? ESSA CASA É DE NÓS DOIS, OS NOSSOS PAIS NÃO IRIAM GOSTAR DISSO. - respondo completamente furiosa e profundamente magoada.
— NOSSOS PAIS ESTÃO MORTOS, SUA PIRRALHA. VOCÊ VAI MORAR COM A VOVÓ E ESTÁ DECIDIDO - ele pega o telefone e disca algum número que nem me dou ao trabalho de prestar atenção. Vou correndo para o meu quarto, segurando o máximo que pude as lágrimas.
Todas as pessoas que eu conheço, adoram seus avós e ficariam muito felizes em morar com eles, mas este não é o meu caso. Quando tinha cinco anos meu avô, - que eu amava muito- morreu, e minha avó, como era "nova" ainda, se casou novamente com um homem mais novo que ela, e que só se interessou pelo seu dinheiro. Mas essa não é a pior parte, o homem é completamente nojento e tarado, e minha avó não percebe, aliás, ninguém percebe.
Procuro em meu armário uma mochila grande, e a jogo em cima da cama, colocando tudo que consigo dentro dela, deixando metade das coisas para trás. Junto todas as minhas economias que estava guardando para a faculdade e guardo dentro da mochila, em um "fundo falso". Amarro meus cabelos em um rabo de cavalo, ponho o meu moletom velho, coloco meu celular no bolso e ponho a mochila nas costas, completamente decidida a ir embora daquela casa.
— onde você pensa que vai? - diz meu irmão, acompanhado de sua namorada que me olhava com um sorriso debochado no rosto.
— não te interessa. - passo reto pelos dois, e saio da casa batendo a porta, sem me arriscar a olhar para trás.
Chamo um táxi que chega rapidamente e o peço para que ele me leva até a rodoviária.
Chego na rodoviária, e peço para a moça a passagem mais barata que ela tenha, e ela me dá uma passagem para Stratford, no interior do Canadá. Pego a passagem e vou em direção ao ônibus, esperando ansiosamente para que aquele ônibus partisse de uma vez. [...]
Depois de três horas de viagem, chego ao meu destino sem saber o que fazer. Já era noite e eu precisava de um lugar pra ficar, então saí por aí perguntando para todo mundo onde tinha uma pensão na qual eu poderia passar a noite. Caminhei muito para achar uma que me foi muito recomendada. Ela tinha um estilo meio rústico, e parecia bem aconchegante.
Bato na porta uma, duas, três vezes até que uma senhora gorducha usando um roupão, abra a porta com cara de poucos amigos.
— o que você quer? - me pergunta a mulher sendo absolutamente rude.
— boa noite senhora, eu gostaria de um quarto. - sorrio falsamente e ela revira os olhos. - por favor, eu cheguei agora e não tenho lugar pra ficar. - digo quase chorando e ela abre espaço na porta para que eu passasse.
Caminhamos até uma recepção simplesinha, somente com um balcão e um telefone. Ela me entrega a chave e subo a escadinha que levava para o segundo andar. Procuro pelo meu quarto, passando por muitos que pareciam vazios. A pensão me parecia bem simpática e aconchegante. Chegando ao meu quarto, me deparo com um homem dormindo na parte de cima de um beliche, ele estava completamente nú, coberto apenas por um lençol. A minha primeira idéia foi ir reclamar com a senhora mas eu estava tão cansada que deixaria isso para o outro dia.
Assim que deito a cabeça no travesseiro, uma incrível vontade chorar toma conta de mim, e eu já podia sentir o peso da lágrima sobre meus olhos cansados. Eu havia largado tudo de mão, me mudado para uma cidade estranha, onde eu não conhecia ninguém e estava completamente sozinha. O que viria Dalí pra frente? Só de pensar eu já sentia medo.
[...]
— quem é você e o que está fazendo no meu quarto? - diz assustado um garoto loiro de olhos azuis muito bonito por sinal.
— eu que lhe pergunto. - digo levantando da cama com os braços cruzados.
— você chegou quando? - ele pergunta meio assutado ainda.
— ontem à noite, meu nome é Louise blander, e o seu? - digo estendendo a mão para ele com um sorriso no rosto.
— Ryan, Ryan Butler. - ele aperta minha mão sem tirar os olhos dos meus. Seu olhar era desconfiado e um tanto ameaçador. — bom... Eu acho que preciso resolver algumas coisas da minha estadia e você precisa se vestir então... - pego minha mochila e caminho em direção a porta. - até mais. - saio e fecho a porta. O corredor que parecia estar vazio antes, estava muito movimentado. A maioria das portas estavam abertas e várias pessoas passavam pelo corredor caminhando na mesma direção que eu.
Chegando na recepção, dou de cara com uma garota loira muito linda e tinha um sorriso muito simpático.
— bom dia... Você é nova? - ela pergunta meio confusa.
— cheguei ontem à noite... Eu queria alugar o quarto, quanto custa?
— preciso que deixe adiantado o aluguel de três meses, isso da um total de 200 dólares.
— ok... - procuro em minha mochila o dinheiro e a entrego. — obrigada e aproveite a estádia.- diz sorridente.
Subo novamente para o meu quarto e o garoto de antes não estava mais lá, o que me deixa bem feliz. Entro no banheiro e ligo o chuveiro na água bem quente, para poder relaxar.
Depois de um belo banho, visto uma calça jeans, meu tênis ( que era a única opção no momento) e uma camiseta preta larguinha. Solto meus cabelos e coloco novamente a mochila nas costas, pronta para dar um jeito e arrumar um trabalho.
Abro a porta e me deparo com Ryan, sorrindo. Senti até uma pequena inveja pro ele estar sorrindo e eu estar com uma cara de bunda.
— você parece tão desanimada... - ele diz olhando em meus olhos. - eu não gosto de ver as pessoas assim... Que tal você ir comigo até a casa dos meus amigos?
— o que? - olho incrédula para ele - como eu vou saber se você não está me levando para uma suruba e que você não vai me estuprar junto com seus amigos?
— dramática você ein? Olha, pelo que eu sei, você não tem ninguém aqui. - ele está tentando tirar alguma informação de mim. - então, vamos tentar se enturmar, ok? Você parece ser uma garota legal... Vamos, vai ser divertido. - ele diz cutucando minha barriga.
— ok... Eu vou, mas saiba que eu sei lutar três lutas diferentes, se tentar alguma coisa, eu quebro você. - digo ameaçadora e ele ri. — pode deixar senhorita. - ele abre espaço para mim passar e eu passo, com ele vindo atrás de mim.
[...]
Depois de dez minutos de carro com Ryan, chegamos a uma mansão, sério mesmo. Sabe aquelas casas de filme? Pois é. Tinha até segurança.
— tá, vai me vender pra algum milionário? - digo assustado devido ao luxo exagerado da casa.
— olha, pode ser que ele te queira, mas te comprar não vai. - ele diz rindo e os portões da casa se abrem e ele entra.
Ele estaciona na garagem enorme e desce do carro, faço o mesmo e caminho rapidamente até ele um pouco envergonhada. Ryan põe a mão na minha cintura e eu o olho feio, fazendo ele tirar sua mão e rir. Entramos na casa e demos de cara com uma sala enorme, com uma televisão que com certeza não caberia no quarto da pensão e um sofá onde caberiam até três de mim deitadas.
— Ryan, até que enfim você chegou. - diz um garoto moreno de olhos azuis com um físico muito bonito. - quem é essa? - ele diz olhando pra mim com um belo sorriso.
— Louise, minha nova colega de quarto. - ele diz e o garoto me da um beijo no rosto.
— muito prazer, sou o Chris. - ele sorri e olha para Ryan. - vem, o resto do pessoal tá lá na piscina. - os três caminham rapidamente para os fundos da casa e eu sigo atrás deles. Chegando ao jardim, dou de cara com uma piscina enorme e um jardim lindo. Tinham dois garotos na piscina e duas garotas nas cadeiras que deduzi serem namoradas deles. — eaaae pessoal. - diz Ryan na beira da piscina. O acompanho e me escoro na parede o mais afastada possível.
— fala Ryan.- diz um garoto loiro com os olhos cor de mel, o mais lindo de todos eles.
— eai gatinhas - Ryan diz debochado para as garotas. — cala a boca seu retardado - elas falam e instantaneamente olham pra mim. - quem é você? - pergunta uma das belas garotas que estavam ali.
— meu nome é Louise, colega de quarto do Ryan. - digo sorrindo falsamente.
— oi, Louise. - vejo o garoto lindo se aproximar de mim, todo molhado devido ao banho de piscina. - muito prazer, eu sou o Justin. - ele beija meu rosto chegando muito perto, deixando minha roupa molhada.
— oi, Justin.
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