História Dangerous attraction - Calma

—Ei garota, está aí? - Diz Justin, me tirando do transe.

 — Sim, eu já estou bem, pode me colocar no chão. - Bato em seu peitoral e ele ri. 

 — Qual é o problema de chegar perto de mim? Eu não mordo. - Ele diz e me põe deitada no sofá, fazendo meu coração acelerar. - Acho que você não quebrou. Vamos botar um gelinho. - Ele acaricia meu pé e se levanta, me deixando somente com as garotas. 

 — Como é o nome de vocês? - Pergunto olhando para elas sem sorrir. 

 — Eu sou a Jéssica - A loira falou. 

 — E eu sou a Lily. Olha , acho que você não vai ir embora hoje. - Ela diz olhando para meu pé super inchado. Fico desesperada, e tento me levantar do sofá, mas sou impedida por elas, que ficam me olhando apavoradas. — Você está com medo? Sério? - Lily pergunta sentando ao meu lado.

 — Aquele amiguinho de vocês é tarado, por favor né. - Digo nervosa e as duas riem. 

 — Ele é um pouco, e você é linda. Na verdade, acho que rolaria uma química boa, você tem jeito de ser selvagem na cama e... 

 — Pode parar - A corto - eu mal cheguei na cidade, nem o conheço e vocês já tão falando em cama? Como assim ? meu Deus - Digo e as duas riem mais ainda, como se eu fosse uma perfeita idiota. 

 - Calminha , foi apenas um comentário. – Ela me tranqüilizou com um meio sorriso.

 - Ah claro, uma brincadeira. – Falei sarcástica , encarando o meu pé roxo, com um pouco de dor. Eu me torturava para não gritar ali, logo Ryan e Justin voltaram, Ryan estava com uma bolsa de gelo na mão, ele se agachou até mim, colocando o bolsa no meu pé,soltei um pequeno gemido de dor, o que fez Justin soltar um pequeno sorriso. - Sério que está rindo dessa situação ? 

– Cruzei os braços, o encarando com uma cara nada boa. - Não, só lembrei de algo que aconteceu que foi engraçado – Ele ficou sério, tentando evitar o meu olhar. 

 - Eu quero voltar para pensão. – Encarei o Ryan, com esperança que ele pudesse me levar. 

 - Não poderá sair com esse estado, pode passar a dia e dormir aqui, eu falo o motivo do seu sumiço para a Michelle, a dona do local.  – Ele apoiou o meu pé em uma almofada, com o máximo de cuidado. Revirei os olhos com desaprovação, o silêncio atacou aquela sala, parecia que todos me avaliavam com os olhos, me encarando e ainda com olhares estranhos, eu realmente não sabia onde me escondia ali. 

 — Olha, eu vou precisar subir escadas em ambos os lugares, por que não posso ir para lá? E outra, eu não posso ficar parada, tenho que arrumar um emprego. 

 — Ok, mas lá, não tem um sofá pra você dormir - Diz Justin, se sentando e acariciando meu pé. - E enquanto estiver aqui, não se preocupe com dinheiro.

 — Olha, eu vou embora, eu nem conheço vocês, eu não conheço ninguém aqui. - Gigo nervosa, eu queria chorar mas tinha que ser forte.   

  Todos me olham como quem diz "não adianta, você vai ficar. " E eu coloco uma almofada na cara com a intenção de que quando tirasse eu estaria em casa com os meus pais, numa boa, como era antes. A almofada é puxada de minhas mãos e vejo os olhos de Justin brilhando para mim. Seu sorriso estava estampado na cara, e era um sorriso lindo. 

 — O que foi? - Digo revirando os olhos e me sento no sofá. - Você está com fome? 

 — nem um pouco, só quero ir para a pensão. - Digo brava e Ryan se senta ao meu lado. 

 — Vai ir como? A pé? - Ele pergunta irônico e sinto vontade de socar sua cara.                   — Você não vai me levar? Sério? - Digo brava — Vou ficar aqui ? - ele e Justin se olham. — Que merda, eu devia ter ficado em casa. - Ryan me olha confuso.

 — Foi você que aceitou o convite. - Ele diz se defendendo.

 — Em casa tipo, Toronto. - Olho para o meu pé e sacudo a cabeça. - Está tudo dando errado. 

 - Você é de Toronto ? – Justin perguntou com um ar de curiosidade.

 - É. – Concordei , revirando os olhos. 

 - Como veio parar aqui ? – Ele perguntou arqueando a sobrancelha. 

 - Eu entrei em um avião e fui parar aqui, simples. – Comecei a rir ironicamente. Eles reviraram os olhos e continuei encarando o meu pé, o silêncio estava ficando sério por ali.  

— Então... - Digo tentando me levantar, mas falho. — Que merda garota, se senta. - Justin puxa minhas pernas me fazendo desabar sobre suas coxas. — Nunca mais encoste em mim, seu idiota. - Grito e começo a dar tapas nele, até que o mesmo segura meus braços e morde os lábios .                        Eu estava com medo, muito medo do que ele poderia fazer comigo, talvez seja besteira minha mas e daí? Eu não o conhecia, não conhecia ninguém.

 — Com certeza não tem - digo brava. - E eu não sou fresca.

 — Eu que sou. - Ele diz sarcástico e eu reviro os olhos. - Tem medo do que? Que eu vá te agarrar? Te estuprar? 

 — Eu não te conheço, não sei do que você é capaz. - Ele sorri malicioso para os meninos me fazendo arrepiar. 

 — Se quiser, eu mostro - Ele começa a alisar minha coxa e eu dou um tapa em sua mão.                         

 — Você é um idiota sabia? Ryan, me leva pra pensão, por favor. - Digo brava e os dois começam a rir enquanto os outros observavam quietos.

 - Eu não posso Louise, o estado do seu pé, olhe para isso. – Ele apontou para o meu pé inchado e suspirou. – Eu realmente não posso, e se eu te machucar ? - Machucar ? Eu não estou sem os pés, eu posso andar me apoiando em algo, não vai precisar me levar no colo com risco de me derrubar. Ele continuava negando, o que me irritava, um não como resposta era o que eu menos esperava de alguém, bufei e gritei um pouco alto. 

 - Para com isso ! – Justin se alterou, socando o sofá, pelo visto, ele era bem irritadinho, soltei uma pequena risada. – Você ta rindo do que ? Virei palhaço para motivo de risos , sua engraçadinha ? Eu só vou te manter por hoje nessa casa, nem um dia á mais ! 

 - Eu faço questão de embora agora, se preferir, eu não quero ficar nem um segundo se quer aqui. – Eu gritei de volta para ele.

 -  A PORTA ESTÁ TOTALMENTE ABERTA – Ele abriu a porta inicial, apontando para a saída. Me levanto muito mal do sofá, quase não conseguindo caminhar. 

Vou pulando até a porta aonde tinha um degrau e ouvia passos atrás de mim. Minha perna direita já estava cansada de tanto pular e começou a me dar câimbras, me fazendo cair. Estava preparada pra sentir o chão, quando dois braços me seguram.

 — Qual é o seu problema? - Ele diz me pondo em seu colo enquanto eu gemia de dor. — Vamos ter que amarrá-la no sofá, ela é difícil . - Diz Ryan.

— Gosto das difíceis. - Ouço Justin falar baixinho e dou um tapa em seu peito, o fazendo rir. 

 — Está doendo muito. - Digo choramingando. A dor era realmente horrível. 

- Ninguém mandou você tentar virar Saci e sair pulando com uma perna só. – Justin ironizou, ele novamente me colocou no sofá.

 - Não queria eu fosse embora ? – Falei limpando as lágrimas que desciam sobre as minhas bochechas.

 - Eu estava estressado desses seus gritos, apesar de não querer ouvi-los aqui e sim em outro momento. – Ele sussurrou na parte ‘’ Em outro momento ‘’ , revirei os olhos, realmente ele estava querendo algo a mais comigo.

 - Não vá alimentando esperanças que irei me entregar a você, isso são esperanças falsas. – Cruzei os braços, ainda choramingando de dor. Ele riu e encarou Ryan, apenas ele se sentou ao meu lado e começou a me olhar. Pego meu celular que estava dentro da mochila na esperança de ter alguma chamada do meu irmão, da minha avó, mas nada. Eles nem se preocupam se eu estou viva ou morta. Isso me deixa completamente mal, e uma vontade enorme de chorar toma conta de mim e não consigo parar de chorar. Desabo ali mesmo. 

 — Ei, Está doendo muito? - Justin diz acariciando minha perna de um jeito delicado — N-não - digo em meio aos soluços. - Eu só... — Você só...? — Eu achei que eles iriam pelo menos saber se eu estou viva ou não. - Digo e começo a chorar mais ainda. 

 — Calma pequena. - Um pouco irônico isso pelo fato de eu ser do tamanho dele, mas foi um ato fofo. Ele me aconchega em seus braços e faz cafuné em minha cabeça. - Você tem a gente agora...