— Louise, para com essa palhaçada. - ouço Justin bater a porta da frente.
- onde você tá? Me desculpa caralho.
— eu quero ir embora. - digo aos prantos, assim que Justin para na frente da escada.
— lá, você não vai ter o mínimo de conforto que vai ter com nós aqui, juro que não vou mais encostar um dedo em você se não quiser. - ele sorri e começa a subir as escadas.
— por que se preocupa tanto? Você não me conhece, eu poderia ser uma ladra, uma serial killer...
— você não tem capacidade nem pra correr sem cair, imagina pra matar alguém. - debocha- e eu me preocupo, porque você se machucou por minha causa.-
— Agora você se preocupa ? – Soltei uma risada irônica – Você me jogou na piscina sabendo que meu pé estava machucado.
- EU JÁ ME DESCULPEI – Ele se aproximou, suspirando um ar de impaciência. - Foda-se, você foi errado nisso ! – Eu insisti repreende-lo.
- Você quer assim ? Vai ser assim. Ele subiu as escadas com passos barulhentos, eu ouvi o impacto da porta com a parede, depois de alguns segundos , eu o vi jogando minha mochila no andar de baixo, do topo da escada. - É ASSIM QUE VOCÊ QUER , VAI ! – Ele sumiu naquele corredor longo, Ryan me avistou e se aproximou.
- Acho melhor sairmos daqui. – Ele colocou a mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, mas eu impedi que ele tocasse em mim.
- Isso é culpa sua.
— você que quis vir. - ele sorri.
- você quer ir? Vamos, eu cuido de você. - ele acaricia meu rosto.
— só porque eu quero muito sair dessa casa. - me apoio em seu corpo é juntos descemos as escadas da casa.
— eles não vão te deixar em paz. - ele diz pegando minha mochila do chão.
— eu vou ignorá-los, todos eles...
- Justin é persistente , ele não vai desistir até você se entregar a tentação. – Andamos até a porta principal.
- Como assim ?
- Quer dizer que ele não irá desistir até conseguir fazer certas coisas com você, sabe o que é. – Atravessamos a porta, aquilo me deixou pasma.
- Ele não vai me tocar ! Esse homem é normal ? – Ryan riu.
- Ele é um maníaco por certas coisas, mas é legal , relaxe , darei um jeito dele deixa-la em paz. A imagem de Justin e eu na piscina volta a minha mente, e começo a pensar nas coisas que ele teria feito se eu não tivesse o empurrado.
— você acha que ele... Me forçaria a fazer... Você sabe, com ele?- digo um pouco temerosa e Ryan da uma gargalhada.
— geralmente, as garotas se entregam fácil de mais para ele, é difícil alguma rejeita-lo como você fez.
— você não respondeu a minha pergunta...
- Sinceramente, ele é capaz de tudo, então não surpreenderia se ele fizesse isso. – Ryan respondeu, me ajudando a entrar em seu carro.
- Nesse caso, vamos sair agora dessa casa ! – Eu suspirei fundo , Ryan jogou minha mochila na parte de trás do carro.
(...)
Estávamos de volta na pensão, eu repousava a minha perna em cima do meu travesseiro, Ryan estava sentado na beira da cama, ambos estávamos calados, esperando um falar algo com o outro.
— você tem certeza de que não quer ir para o hospital? Tá muito inchado. - ele diz, passando a mão delicadamente sobre o meu pé.
— não, eu não quero. Vai melhorar. - sorrio e pego meu celular. Várias chamadas não atendidas de um número desconhecido. Olho para Ryan e olho de volta para o meu celular, que toca no mesmo instante.
— alô?
- Olá , bravinha. – Eu ouvi um tom irônico ao outro lado da linha, não podia ser ele.
- Quem é ?
- Justin. – Eu ouvi sua risada.
Eu desliguei o celular imediatamente, e encarei Ryan com cara feia.
- Quem era ? – Ele arqueou as sobrancelhas.
- O seu amiguinho. – Falei com um tom de irritação – Como ele pegou meu número ? - Eu não sei, eu não tenho o seu número, ele deve ter pego o seu celular e descoberto. – Ele me encarou, ele não tinha meu número, então não foi ele.
- Ele vai continuar me atormentando desse jeito ?
- Talvez.
— o que eu fiz para ele? Sério, ele é muito chato. - jogo o celular na cama.
— ah, para, você sabe muito bem que não é de se jogar fora. - Ryan diz, um pouco sério demais.
— Ryan, por favor né, aquelas gostosonas lá pra ele se divertir, pq logo eu? — você é carne nova... E você é bem mais gostosa que a Jennifer. - ele sorri e morde os lábios.
Jogo uma almofada em sua cara e ouço alguém bater na porta, e logo depois ela se abrindo, sem nós ao menos respondermos Apareceu uma mulher loira com os olhos claros, com um tom azul , vi Ryan arregalar seus olhos e levantar da cadeira.
- RYAN ! – Ela chamou o mesmo e sorriu , mas em seguida olhou para mim – Quem é você ?
- O que você está fazendo , Enid ? – Ryan se aproximou dela, mas ela estava os olhos de mim.
- QUEM É ESSA ? – Ela insistiu, revirei os olhos.
- Louise. – Eu respondi seca, mudando meu pé de posição.
- O QUE ELA FAZ COM VOCÊ ? – Os seus olhos estavam saindo faíscas de raiva. - O QUE VOCÊ FAZ AQUI ? – Ele a segurou pelo braço. - JÁ ESTÁ COM OUTRA ? MAL TERMINAMOS E ESTÁ COM OUTRA ? - Ela jogou sua bolsa no chão – VOCÊS IRAM ME PAGAR.
Ela queria partir para cima de mim, mas Ryan a segurou pela cintura , eu queria rir daquele ataque de ciúmes, mas eu me segurei , eu não fazia idéia de quem seria ela, Ryan a puxou para fora do quarto e fechou a porta. Era possível ouvir a gritaria dos dois do lado de fora, e minutos depois a voz da dona da pensão foi mais alta que a de ambos.
— VOCÊS TÃO ACHANDO QUE A MINHA PENSÃO É BAGUNÇA? SE QUISEREM DISCUTIR, VÃO LA PRA FORA. - ela diz aos berros, e Ryan e a garota se calam, os dois entram e Ryan me olha sério.
— você consegue ir caminhando até lá embaixo? - ele pergunta olhando para a garota.
— eu... Acho que sim. - me levanto da cama, me apoiando no beliche e sentido a dor horrível, mas suportável em meu pé.
— eu te chamo lá depois... - ele diz e saio do quarto, me apoiando nas paredes.
Chego na pequena escada e desço degrau por degrau, lentamente, respirando fundo e tentando controlar a dor. A pensão estava quieta, a porta da frente aberta, e lá fora a rua estava calma, como eu nunca havia visto.
Passo pela porta da pensão, e começo a caminhar pela rua, como uma verdadeira louca, com o pé inchado. O meu pé doía, mas eu não aguentava mais ficar sentada, precisava aproveitar a oportunidade e caminhar um pouco. Depois de andar um pouco, encontro uma pracinha onde alguns pais observavam seus filhos brincar. Me sento em um dos bancos perto dos brinquedos e fico observando cada uma delas.
— oi. - ouço uma vozinha me chamando.
— oi. - sorrio e viro o rosto para olha-lo, ele era loirinho, com os olhos castanhos e era tão bonitinho que dava vontade de morder.
— como é seu nome? - ele pergunta curioso.
— Louise, e o seu? - pergunta passando a mão em seus cabelos.
— Jaxon! - vejo um homem se aproximar com uma menininha loira, provavelmente irmã do garotinho.
- desculpa moça, ele não entende que não pode incomodar as pessoas. - diz o homem puxando o menino e dando uma risadinha envergonhada.
— sem problemas, ele é uma gracinha. - sorrio e olho para o menininho.
— você não sabe como. - diz irônico e vira as costas, saindo com as crianças. - agora, vou ter que deixar vocês com o seu irmão, ele não vai gostar muito mas até contratar uma nova babá... - o ouço sussurrar e vejo ali a grande oportunidade do dia.
— moço... Desculpa mas... Eu acho que ouvi o senhor falando que precisa de uma babá. - me levanto e ele se vira, me olhando desconfiado.
— tá falando sério? - ele pergunta arqueando uma sobrancelha.
— claro, meu nome é Louise - estendo a mão pra ele que aperta, e olha pras crianças.
— ok Louise, me da o seu celular, que eu te ligo.
— ok. - dito meu número para ele que anota no celular, e depois sai.
Depois de todo esse dia tenebroso, pelo menos alguma coisa deu certo pra mim.
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