História Dangerous City - Capítulo 3

POV Camila.

Entrei no galpão abandonado onde foi combinada a reunião. Todo mês eu reunia todos os Panthers, para saber se tinha algo errado, como estavam as vendas ou se ouve algum problema enquanto  estive fora. Coisas chatas que eram importantes.

Caminhei até a sala onde todos me esperavam. Estava usando um vestido preto na altura das coxas, saltos vermelhos e os cabelos amarrados em um coque. Alguns homens que conversavam pararam no mesmo instante, em que eu passei pela porta. Me posicionei na frente da mesa ajeitando o notebook e os papéis que estava carregando. O vestido era colado e marcava bem minhas curvas e principalmente minha bunda. 

- O diabo veste preto. - Dinah brincou arrancando risadas de Normani.

- Vamos começar. - Me virei para encarar as pessoas que estavam ali. - Como todos sabem, fiquei uma semana fora resolvendo alguns problemas particulares. Mas não vim aqui para falar sobre isso, vocês já estão acostumados com esse tipo de reunião, então Peter, você pode começar me falando sobre as vendas.

- Estão indo bem, as vendas desse mês aumentaram consideravelmente. Tivemos alguns problemas mas Dinah resolveu tudo. - Peter sorriu piscando para a loira, que fez cara de nojo e revirou os olhos.

- Olhem só! Dinah Jane ajudando os amigos, estamos tendo um progresso aqui hum? - Brinquei. Enquanto algumas pessoas riram, ela me encarava irritada revirando os olhos. - Como estão as coisas aqui Dinah? Problemas com o armamento?

- Não. Está tudo como os conformes, Camila vamos pular essa conversa fiada e falar sobre o que realmente importa. Os Wolves são o nosso verdadeiro problema. - Sentiu uma forte onda de raiva percorrer o meu corpo com uma simples palavra Wolves, Suspirei fundo e neguei com a cabeça, me virei pegando minha bolsa e abrindo-a pegando meus cigarros.

Peguei um cigarro o colocando entre os lábios, capturando o pequeno isqueiro, Vi a faísca se ascender quando pressionei o pequeno botão, até ver o fogo por completo. Assim que o cigarro ascendeu, coloquei o isqueiro de volta na bolsa.

- Que tipo de problemas? - Perguntei séria.

- Você sabe que aqui não á faculdades boas, e a melhor fica do outro lado da cidade. O pessoal daqui não tem uma condição muito boa e os que têm não podem ir porque ela fica justamente no "território" deles. - A loira fez aspas com a mão. - Até ai tudo bem certo?  Mas é claro que não, eles sempre enchem o saco dos latinos, dos negros e de qualquer pessoa que seja daqui. Poderíamos  até aceitar isso, se eles não fossem racistas. - Todos começaram a falar ao mesmo tempo sobre o assunto, Dei uma longa tragada no cigarro, sentindo automaticamente meu corpo relaxar.

- Você sabe que eu não posso fazer nada em relação a isso, eu não posso mudar a forma que eles pensam, eu só posso tentar conversar com eles. Eu sei que as escolas de lá são melhores e que eles tem a melhor faculdade da cidade e blá blá blá, mas isso é questão de tempo. Eu vou tentar falar com o chefe dos lobinhos e na próxima reunião nós conversamos sobre esse assunto. Parece que é só isso. Alguém tem algo a dizer? - Ninguém se pronunciou. - Então podem ir, menos você Dinah. - A loira se aproximou da mesa onde eu estava sentada e cruzou os braços. 

- Oque você quer? - Bufou irritada. - Eu já te falei pra parar de fumar, porque continua com esse maldito vício? - Dinah ergueu as mãos na minha direção e em um movimento rápido tirou o cigarro da minha boca e o jogou no chão pisando em cima.

- Ele estava na metade! Droga Dinah! - Exclamei irritada. - Eu tenho um presentinho pra você, demorei muito pra achar mas valeu apena. - Peguei minha bolsa e procurei pela caixa preta. - Eu lembro de você ter comentado que queria uma colt M1911.45 para sua coleção. - Retirei a caixa preta da bolsa abrindo-a. - Você tem sorte que eu sou boa em decorar números Dinah, os desenhos são bem detalhados, parece que foi feito a mão, você tem um bom gosto. - Ergui a arma em sua direção, a loira segurou a arma e começou a analisar cada detalhe da pistola. - Sabe Dinah eu te fiz um pequeno favor te conseguindo essa arma, você também poderia fazer um para mim certo? - O sorriso da loira diminuiu e ela devolveu a pistola, largando-a em cima da mesa.

- Eu sabia que você não me daria essa arma atoa. - A loira riu. - Eu sei que tipo de favor você quer e eu não vou fazer esse tipo de coisa de novo. Aquela garotinha chorou depois que ouviu a voz do pai dela Camila, você matou a porra do pai dela e..

- Ele não era um santo e você sabia muito bem disso. Ele me deu informações importantes e você sabe muito bem que se eu não matasse ele,  quem morreria seria eu. O assassino do meu pai está nas praticamente nas minhas mãos Dinah, falta pouco pra pegarmos quem matou o meu pai.

- Fala logo a merda do nome.

- O Tony me falou sobre um Luiz e que ele sempre vai a um bar no centro da cidade. 

- Nossa isso é uma informação importante ? - Dinah riu cínica.

- Um nome já é o suficiente.

POV Lauren.

Ouvi uma voz ao fundo um pouco distante de mim, virei-me na cama sentindo meu corpo inteiro se arrepiar com a cama fria. Abri os olhos com certadificuldade, um forte clarão vinha da janela. Me virei notando apenas a cama bagunçada ao meu lado, me ergui e senti uma forte pontada na cabeça.

- Lucy? - Chamei não obtendo resposta.

Um barulho de passos se fez presente e Amy apareceu na porta.

- Desculpa eu não queria te acordar. - Disse com uma expressão preocupada. - Como se sente?

- Um pouco de dor de cabeça e meu copo dói. - Encarei ela com uma expressão confusa. - O que você está fazendo aqui? - Perguntei.

- Você não se lembra da noite passada Lauren? - Ela disse e suas bochechas ficaram vermelhas, e só ai eu me dei conta de que estava nua.

Me virei rapidamente puxando o cobertor pra cima, cobrindo meus seios.

- Não.. só me lembro de ter ido ao banheiro do bar e acordar aqui.

- Ah, então você não sem lembra.. - Sorriu triste - Quer que eu te conte o que aconteceu?

- Por favor. - Respondi me ajeitando na cama.

Amy caminhou parando ao meu lado se sentando na cama, de frente pra mim.

- Depois que você foi ao banheiro eu vi a mulher que estava com você saindo pela porta de mãos dadas com outra mulher, eu achei aquilo estranho e como você estava demorando eu resolvi ir atrás de você - Deu uma pausa. - Então eu fui até o banheiro  e quando cheguei lá você estava no chão, eu fui na sua direção e te ajudei a levantar, você não tinha desmaiado mas estava falando coisas estranhas, parecia estar delirando -Respirou fundo e continuou. - Quando eu te levantei você me atacou Lauren, me empurrou contra a pia do banheiro e começou a me beijar como uma desesperada - Senti minhas bochechas esquentarem. - E então como sua amiga já havia ido embora eu resolvi te trazer pra minha casa.

- E por que eu estou sem roupas? - Perguntei corando logo em seguida.

- Porque nós transamos - Um pequeno sorriso se formou em seus lábios. - Você realmente não se lembra? - Perguntou sem jeito.

- Não..

- É uma pena. - Amy sorriu se levantando caminhando em direção a porta. - Você é muito boa no que faz Lauren - Piscou um de seus olhos. - Tome um banho e desça o café está pronto, deixei roupas pra você no banheiro. - Saiu fechando a porta.

[...]

Após tomar banho e comer, Amy me deixou em meu apartamento.

Ao chegar no apartamento, corri em direção a sala colocando meu celular para carregar, fiquei esperando ele ligar enquanto abria as janelas.

O apartamento era grande, bonito e confortável. Ficava localizado á alguns quarteirões do centro da cidade. Havia uma grande sacada onde eu gostava de ver o movimento de carros e pessoas lá embaixo, era tudo muito frenético. As paredes eram revestidas em uma tonalidade clara, com apenas uma escura, havia alguns quadros nas paredes e porta retratos espalhados pela sala, os moveis eram bonitos e modernos nada muito exagerado.

O som do meu celular tocando me tirou dos meus pensamentos, corri pra atender notando ser Lucy. Ela me devia explicações, afinal que amiga vai embora sem avisar e me larga em um bar?

- Lauren? - Perguntou.

- Oi Lucy - Respondi seca.

- Como você está?

- Ah eu estou bem, eu só quase desmaiei no banheiro de um bar e acordei na cama de uma estranha, tudo normal. - Respondi debochando.

- O QUE? - Ela gritou. - Como assim você desmaiou? você está bem Lauren? MEU DEUS! onde eu estava com a cabeça de ter te deixado sozinha em um bar.

- Eu estou bem,  eu não desmaiei apenas me senti mal e Amy me levou pra sua casa. - Dei uma pausa - E você Lucy? a noite foi boa ? Pra ter me deixado sozinha espero que tenha sido.

- Me desculpa Lauren! Eu não pretendia te deixar sozinha mas Alice me pegou de jeito - Respirou fundo - Ela nem me deu tempo de te avisar, eu fiquei de quatro pra ela Lauren. - Seu tom de voz era animado.

- O QUE? LUCY VIVES FICOU DE QUATRO PRA ALGUÉM ? - Gritei. - Você só pode estar brincando.

- Não estou - Lucy deu uma gargalhada. - Ela realmente me pegou de jeito.

- Pelo menos valeu a pena ter me abandonado - Respondi enquanto observava o movimento da cidade. - Espero que isso não aconteça novamente Lucy.

- Me desculpa Lauren, isso não acontecer de novo só foi uma recaída. - Sussurrou.

- Certo, agora eu preciso desligar tenho que buscar Ally, depois conversamos - Lucy se despediu e eu finalizei a ligação.

Ally era minha melhor amiga, almoçamos juntas todos os dias, ela trabalhava em uma delegacia como escrivão, ela cuida de todo o trabalho burocrático da delegacia,  acompanha todos os inquéritos policiais, desde coletar os primeiros relatos até o encerramento do caso. E as vezes me ajudava com alguns problemas.

Mandei uma mensagem a Ally avisando que já estava a caminho. Peguei minha arma e as chaves do carro, caminhei até a porta saindo do apartamento e fui em direção ao elevador. Sim minha arma, eram poucas as vezes que eu saia sem ela, minha pequena e valiosa Sig sauer. Alguns minutos depois desci na garagem e fui de encontro ao meu bebê.

Meu carro era simples, um  Dodge Challenger 1970 preto. Eu amava carros antigos, eles eram os melhores. Peguei as chaves e apertei o botão destravando o carro.

O trânsito estava tranquilo, cheguei em menos de 15 minutos na delegacia, Ally já me esperava na porta.

- Ei pequena - Disse quando Ally entrou no carro.

- Oi Laur - Se esticou beijando minha bochecha.

- Como você está? - Perguntei dando partida na carro. - Como andam as coisas na delegacia?

- Estou bem, como sempre os panthers andam aprontando - Exclamou irritada.

- Como assim? - Perguntei receosa.

- Um corpo foi encontrado, na área deles - Deu uma pausa. - Mais um Lauren, o que será que estão planejando? - Perguntou receosa.

- Eu não sei, mas vamos descobrir logo - Parei o carro no estacionamento do pequeno restaurante. - Agora vamos estou morrendo de fome - Sorri de canto.

Ally e eu almoçamos, passamos a maior parte do tempo falando sobre seu trabalho, a pequena estava exausta. Após comermos deixei Ally na delegacia, estava dando partida no carro quando ouvi meu celular vibrar indicando uma mensagem. Peguei o mesmo e desbloqueei lendo a mensagem.

''Tony está morto, precisamos conversar. Venha até meu apartamento.''

Era Lucy, eu sabia que cedo ou tarde teria que tomar uma decisão. Aquelas mortes não estavam acontecendo sem algum motivo, eu precisava descobrir.

''Chego em dez minutos.''

Respondi jogando o celular no banco do passageiro, dando partida no carro ouvindo o som dos pneus derraparem no asfalto.