História Dangerous Love. - Eu Não Posso Ver Você Assim.

Mais um dia se iniciava e a chuva não dava um segundo sequer de trégua.

James passou a noite em claro tentando entender como o amigo super bem treinado, foi levado assim sem deixar uma mísera pista.

Ao ver as horas, viu que deveria tomar um banho e tentar parecer disposto no ensaio com Violet, porém não reunia certeza de que seria tão bom ator neste dia.

~ P.O.V Violet ~

Tomo um longo gole de meu café enquanto faço o nó em minha sapatilha.

Jason está atrasado e isso não é de seu feitio.

Fecho os olhos e me concentro na música que toca, ecoando pela sala, formando movimentos e passos em minha mente eu Sorrio instintivamente.

Nunca pensei que gostaria tanto de dançar.

Nunca pensei que gostaria de alguma coisa algum dia.

A porta abre e entra o moreno apressado.

Respira fundo e me olha com as mãos levantadas em rendição.

- Foi o trânsito. Eu juro. - Diz antes de me dar seu grande sorriso brincalhão.

- Okay Burn, deixo passar hoje, mas nem pense em se atrasar novamente viu? - Se aproxima e me ajuda a levantar antes de juntar nossos lábios em um leve selinho.

- Não vai se repetir, eu te prometo. - Diz com a voz rouca.

- Está tudo bem Jason? - O olho e ele sorri de lado fracamente.

- Melhor com você aqui junto comigo. - Abraça minha cintura.

- O que houve? - Pouso seus braços em seus largos e fortes ombros e ele abaixa a cabeça um pouco.

- Um amigo meu... Sumiu sem avisar. E eu estou achando que ele está em perigo. - Suspira.

- Quer cancelar o ensaio de hoje para procurar notícias dele, eu entendo se quiser... - Ele me interrompe com um leve selinho.

- Eu te prometi que estaria aqui não prometi? - Acaricia minha bochecha. - Ele está bem. Tenho certeza. - Sorri de lado e não resisto ao fazer o mesmo. - Temos um longo ensaio hoje Senhorita Martinez. - Diz ainda sorrindo.

- Então vamos Sr. Burn. Te deixo sair mais cedo hoje para procurar seu amigo. - Me viro. - E nada de objeções! - O ouço rir.

(...)

- Acho que acabamos por hoje. - Ponho as mãos na cintura.

- Deixou mesmo de lado a coisa de eu tirar a camisa não é? - Pergunta rindo.

- É, acho que não seria adequado em uma competição de dança, onde meu pai vai estar. - O olho e ele ri. - Seria perigoso para você estar perto de mim assim. - Mordo meu lábio imaginando o que poderia acontecer na competição.

- Não seria adequado ou não seria seguro? - Abraça minha cintura.

- Não conhece meu pai como eu Jason. Não sabe o que ele pode fazer à quem julga ser merecedor de sua raiva. - Digo o olhando nos olhos e ele sorri fraco.

- Eu enfrento isso se for preciso. - Dá de ombros. - Tudo, para no fim ter você comigo. - Junta nossas testas. - Você topa?

- Não, não topo nada que te coloque em perigo. - O empurro um pouco e ele ri um pouco. - Meu pai não tolerará nada à respeito de ter alguém perto de mim. Ele faz isso com todos Jason. Não vou deixar isso acontecer à você.

- E se eu quiser enfrentar. Por você. - Dá um passo em minha direção.- Para você poder amar alguém, sem ter medo que seu pai acabe com isso. - Acaricia minha bochecha e eu fecho os olhos. - Não vou permitir que viva como uma prisioneira Violet, não posso permitir que viva sem poder sentir. - Abraço seus ombros sem perceber. - Violet... Eu não posso ver você assim. - Envolve os braços em minha cintura e sussurra em meu ouvido. - Eu te amo demais para permitir isso...

- Sempre foi assim Jason... - Sinto meus olhos marejando. - Sempre fui sozinha. Sempre fui ensinada que não preciso de ninguém ao meu lado para ser feliz. - Me afasto para olhar em seus olhos. - E eu acreditava nisso, até você aparecer. - Sorrio um pouco.- Agora estou disposta a tentar. Tentar acreditar em alguém que não é o meu pai... E isso parece bom.

- Me parece bom também. - Jason sorri de lado. - Eu farei de tudo, para te proteger. Confia em mim Mechas Azuis, mesmo com o que pode acontecer, eu jamais vou te deixar sozinha. - Junta nossos lábios em um curto beijo.

- Por quê diz isso? - O olho confusa.

- Não sei, quem sabe não é? - Ri e dá um beijo em minha testa. - Apenas... Lembre-se disso. Que eu vou estar aqui. Para você. - Pega sua mochila. - Mesmo que seja para ouvir você brigando comigo ou... Me odiando. Eu vou estar aqui. - Faz uma breve reverência e eu rio.

- Não tem como eu te odiar Jason. Se fosse para odiar, já teria odiado. - Cruzo os braços.

- Nunca se sabe. - Pisca um olho e sorri. - Nos vemos amanhã okay?

- Okay. - Sorrio e ele sai.

Não tem como eu o odiar.

Mesmo que parta meu coração uma ou mais vezes.

Eu o amo.

Nada me fará mudar esse sentimento.

~ P.O.V James ~

Saio da boate com o coração dolorido pelo que disse à Violet.

Droga! Eu a amo!

Quase pus meu disfarce em perigo novamente e... Enganei ela novamente.

Não posso suportar isso. Não.

Ela merece alguém melhor, alguém que não mente.

Alguém que não a enganou desde o dia em que nos conhecemos.

Esse disfarce me transformou em alguém que não conheço.

Eu nem sequer me reconheço mais.

Vou dirigindo sem pressa até a Interpol, combinei com Kendall que iria até lá logo depois do ensaio com a Violet.

Ao passar em uma parte escura do caminho - Onde eu acabei percebendo que entrei na rua errada.- percebo algo no chão.

Parece uma... Muda de roupa ou algo assim.

Paro o carro e desço ignorando totalmente as buzinas atrás de mim e olho para a roupa. Uma jaqueta.

Me lembra a jaqueta que Logan vivia usando e... Oh não!

Pego a mesma e entro no carro retomando a rota correta indo diretamente para a Interpol.

Quando as portas do elevador se abrem vou diretamente para a sala onde sei que Kendall está, ignorando os olhares confusos em minha direção.

Entro e ele nem se move da posição que está - Com os cotovelos apoiados na mesa brilhante e a cabeça quase caindo na mesma, bagunçando os cabelos.- e nem desvia o olhar das imagens emitidas na tela.

Coloco a jaqueta em cima da mesa e ele franze as sobrancelhas.

- Tem um porta casacos bem ali sábia? E devia lavar essa jaqueta, está cheia de lama. - Diz me olhando indignado.

- Não reconhece essa jaqueta de nenhum lugar? - Ele pega a mesma e a examina lentamente.- Não se lembra de nenhuma outra PESSOA usando essa jaqueta? - O olho.

- Eu não lembro nem o que comi ou SE comi ontem Novato. Pode dizer logo o que descobriu com esse casaco sujo? - Arruma os óculos no rosto.

- Achei essa jaqueta na estrada. Eu entrei na rua errada e isso estava jogado no chão. Essa jaqueta pertence ao Logan. - Ele arregala os olhos.

- Sério? - Ergue o corpo imediatamente.

- Sim, reconheceria essa jaqueta em qualquer lugar. Fui eu que dei à ele de presente. - Sorrio de lado. - Temos uma pista Mestre da Tecnologia. - Ele sorri e volta a mexer na mesa.

Abre um mapa que possui várias rotas para vários lugares.

- Você entrou em quê rua errada? - Pergunta sem desviar a atenção na mesa.

- Duas ruas antes da curva. - Aceno com a cabeça e se abrem mais ruas na tela. - Aqui! Foi onde eu achei a jaqueta. - Aponto para a beira de estrada onde a achei.

- Pois bem. - Murmura batendo de leve no lábio inferior sem parar de arrastar a outra mão na mesa. - Houston temos um problema. - Diz e eu o olho confuso. - Essa beira de estrada que você disse, leva à três ruas distintas. - Aponta no mapa que se amplia. - Ambas as três são de terra o que dificulta trafegar com esse clima.

- Eles pensaram muito bem... - Murmuro. - Mas para onde essas ruas vão?

- Hum, a primeira vai... Para a parte urbana. A segunda para... Um espaço aberto sem nenhuma propriedade e a terceira... - Volta s mexer nos comandos da mesa. - A terceira está fora do... Alcance? Como?! - Fica indignado e franze a testa.

- Provavelmente não tem sinal, para não ter... Alcance de nenhum tipo. Como o celular do Logan. - Sorrio por finalmente ter ligado os pontos. - Ele está no terceiro. Por isso não dá para ver o quê tem lá.

- Okay... Só tem mais um pequeno problema. - Vira a cadeira para mim. - Essa estrada que você disse, a terceira, está inundada pela tempestade de ontem. - Tira os óculos e os limpa com um lenço que estava em seu bolso. - O que era uma estrada, agora é um lago. Vamos ter que esperar a chuva parar e esse pequeno ribeiro escoar.

- Por quê tem que ter tantos problemas no meio de um resgate? - Ponho as mãos em minha cabeça e seguro meus cabelos. - Ele pode estar morrendo agora mesmo.

- Eu sei Novato, mas estamos de mãos atadas. - Se vira de volta para a mesa.

- E nem serra elétrica pode cortar essas amarras. - Mordo meu lábio lembrando de quando Logan disse isso.

De quando eu o meti nisso tudo.

~ P.O.V Logan ~

A dor dos objetos cortantes em meu corpo não se aliviava nem um pouco.

Já havia tentado me mexer várias vezes, mas cada vez que tentava me mexer sentia uma dor aterrorizante passar por cada canto de meu corpo.

Só consigo mexer minha cabeça para olhar para as gotas lentas de um medicamento que não faço ideia de qual é, que cai lentamente e momentaneamente em meu braço.

Como se eu fosse um prisioneiro em meu próprio corpo.

- Como foi a noite? Tranquila? - David entra na "sala" com um sorriso escárnio. - Com certeza foi muito "parada" não é? - Gargalha e eu reviro os olhos encostando a cabeça no travesseiro. - Não parece incomodado... Talvez eu devesse fazer algo mais para te incentivar à me dizer a verdade. - Pega no cinto uma faca. Afinal, quantas facas ele vai colocar em mim? - Já que o soro da verdade não deu certo com você não é?

Vem até o lado da cama e ri maldoso antes de arrastar a lâmina em meu braço, logo abaixo do ombro, a dor não é tão intensa quanto a de minha perna ou a de minha cintura, porém ele está cortando minha pele. Então é óbvio que dói.

- Devia ver sua cara, está como alguém que levou uma bela surra. - Diz debochado e eu impulsiono meu corpo, que por incrível que pareça se mexe. - Como fez isso? Isso devia cortar os seus movimentos. - Olha para a bolsa ligada ao meu braço e dá de ombros. - Deve ser coisa da minha cabeça. Só pode. - Volta a andar pela sala e pega o celular.

Olho para minha mão e a mexo. Mas à um minuto atrás eu não conseguia me mexer. O que aconteceu?

Tento mexer minha perna, mas dói demais. Provavelmente esse canivete cortou algum vazo ali pela quantidade de sangue que sai.

Mesmo que eu me solte, é meio impossível conseguir sair daqui. Ele tem capangas.

E eu?

Bom, minha perna está impossibilitada, tem uma faca na minha cintura e a dor dessas duas coisas não vai me ajudar em nada.

- Seu amiguinho o... O parceiro da Violet. - Dá de ombros se virando para mim parecendo não lembrar o nome dele. - Está indo bem. Talvez tenha mesmo enganado ela. - Ri. - Acho que vou deixar ele para o Martinez. Será pior ainda. - Gargalha e eu rosno. - Sabe que é verdade. Bruno não quer ninguém perto da filha não sabe? - Ri. - É claro que sabe, e também sabe que Bruno vai castrar ele não é? - Me olha e eu me mexo. - Até que Violet merece, tão novinha... Provocante. Testar os limites impostos por seu pai é... Quase impossível já que ela nunca pôde amar ninguém. - Empurra meu rosto para o lado. - E você, está aí, por culpa dele eu presumo.

O olho confuso e ele ri voltando para a porta da sala.

Por um lado, sim, ele tem razão de que o culpado é James.

Ele me pediu - obrigou - para voltar para essa missão. Mas de qualquer forma, eu deveria ter lutado mais naquele corredor para não ser pego.

Foi um erro meu.

- Só vou colocar mais uma coisinha aqui em você okay? - Volta com outro fio de acesso.

Tenta espetar a agulha em meu pulso, porém eu o mexo e ele me acerta um soco forte me deixando desnorteado por alguns segundos - O que o permite colocar o acesso aonde queria. - Liga a outra ponta do fio em uma bolsa com um líquido azulado.

- Agora vai sentir o quê sentiu John. - Sorri sínico. - Vou te deixar aí, por algumas horas. Espero que tenha respostas quando eu voltar.

Quanto mais aquela coisa pinga, mais fico preocupado com o que vai causar.

Parece que arde mais a cada minuto. Não sei o que pensar.

Ele sem dúvidas é doente.